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Vida Romance Em Poesia


Vida Romance Em Poesia
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Entre A Vida E O Verso


Entre A Vida E O Verso
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Author : Da Silva Junior
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2018-04-13

Entre A Vida E O Verso written by Da Silva Junior and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2018-04-13 with Nature categories.


PREFÁCIO Como editor, apesar da idade e da experiência, às vezes penso que nada mais me surpreende, nem me encanta; isto no que tange à poesia, pois o que mais tenho visto são repetições, cópias de cópias. Poucos poetas são dignos de um prefácio bem escrito, especialmente com sinceridade e caráter intelectual de outro poeta, acima de tudo sem falsos lisonjeios, e, no meu caso, tenho sempre cuidado para não cometer injustiça. Mas a vida é mesmo esta locomotiva desgovernada, viajando em alta velocidade, por isso nunca poderemos prever em que ponto desta viagem incerta ela irá parar, para desembarcar um forasteiro, neste deserto tão escarço de criatividade e verdadeiro talento. Livros, assunto para fazê-los não tem fim, e muita dedicação a eles é prejudicial à saúde da mente e dos olhos. Penso, que para se escrever um livro, de qualquer gênero, deve-se buscar alguma forma de originalidade, pois leitores também são poucos os que dão importância aos livros hoje em dia, mesmo sendo bons. Pouco se lê, sobretudo poesia. Por isso fiz questão de apresentar esta obra, Entre a vida e o Verso, do poeta baiano Da silva Junior. Da silva é um poeta impressionante, sua poesia é um primor em vários sentidos, apesar da idade, lendo este poeta, qualquer leitor experiente ou poeta maduro vai ter grande dificuldade para indicar sua fonte criativa ou arquétipo inspirador, e ainda mais para determinar a idade da voz segura, firme e dissonante que nos fala. Poeta urbano, sim, talvez, em alguns poemas podemos decifrar as imagens por onde o eu lírico passou, a musa urbana que encantou o jovem poeta, a beleza estética, concreta e sensual da Avenida Paulista, por onde o poeta caminhou, dias e noites, em busca de inspiração. Mas pelo teor do trabalho aqui exposto o poeta não transpirou para escrever estas tão belas pérolas de arte, em forma de poesia, pois a meu ver, a poesia flui com toda a serenidade de um rio em noite calma de verão. (...). Meus pés vacilantes passeiam Pela inquietude da bela paulista E a arte chama os meus olhos Com as suas distintas expressões Para onde aponta a rosa dos ventos Então me encanto Ao doce canto De uma faceira moça Que com seus falsetes e agudos Apalpa o âmago do meu espírito Neste dia deveras bonito Sob um raro céu azul Como os seus olhos agradecidos Pela nota que na caixa deixo. (...) NAUTAS DO RIO ILUSÓRIO (...). No despertar do rio Ou nas suas horas de sono Ajunto memórias Memórias consumo E a assim conheço a história Com os seus sins e nãos. (...) Sobre suas paixões, o poeta ama a vida, e sua poesia não poderia deixar de falar sobre fé, crença e metafísica. Aliás, percebi que o poeta ama a noite de uma maneira especial, e em seu poema Noturno, somos obrigados a concordar com sua tese sobre o poder e o efeito que a noite tem sobre o romance, sobre a poesia, e, sobretudo sobre nós, poetas e boêmios românticos e apaixonados pela vida, apesar de sua tão constante fragilidade. (...). Eu amo a noite Porque o seu negro manto Polvilhado com a grandeza das estrelas Cai sobre mim e sorve o meu espírito Em partículas de eternidade Que bailam pela imensidão Por ela os mistérios são paridos E os romances adornados “Não temerás espanto noturno” Porque o mal não vem da noite Tampouco dos seus espíritos Eu amo a noite Porque ela aduba as fantasias E leva-me aos dias dos infindáveis mundos Do terreno cósmico Onde outros também a amam. (...) Tenho certeza que este livro falará por si, que sua voz de tenor, firme e afinada, chegará aos bons ouvidos que amam música nova, e que o nosso jovem poeta alcançará novos leitores, tão lúcidos e vorazes como eu, capazes de entender e se maravilhar com esta preciosa gema de poesia. Evan do Carmo, Brasília: 13/04/2018



Flashes


Flashes
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Author : Sidney Rocha
language : pt-BR
Publisher: Iluminuras
Release Date : 2020-10-30

Flashes written by Sidney Rocha and has been published by Iluminuras this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-10-30 with Fiction categories.


Quanto de imaginação e desejo compõe a memória de uma pessoa? A vida real de Castilho Hernandez oferece muitas respostas a esta pergunta. Como uma composição em caleidoscópio e profundamente sugestivo, este romance do escritor Sidney Rocha põe a nu a alma do seu cantor. E de todas as figuras que gravitam em torno dos fantasmas viventes da ilha que ele inventa, habita e é-e-não-é, hamletiano em essência e existência, em sua complexa urdidura. Tão expressionista quanto impressionista. E com tal intensidade que pode servir de espelho ao leitor cada um dos flashes dos prazeres e desditas, das verdades e ilusões desta história plena de poesia, em alguém que luta para proteger seu "coração invertido". Impossível não sentir simpatia e empatia pelos personagens que, de tão autênticos, parecem nossos vizinhos, amigos próximos, gente conhecida, que mora conosco, ou cada um de nós. Romance sobre a solidão, a sinceridade e, principalmente, a liberdade de ser e agir. Nas suas ambiguidades e multiplicidades, o músico tem algo de Apolo-Dioniso e de Tirésias-Afrodite, ao partilhar suas epifanias, seus lampejos. Num misto de diário íntimo e autobiografia póstuma. Os românticos vão se identificar com o protagonista. Os realistas ecoarão as palavras do antagonista. De um jeito ou de outro, ninguém ficará indiferente às suas peripécias e verbalizações, tocadas muitas vezes de ironia, de cinismo, alguma doçura e uma pitada de gin e de angostura bitters. Quem é sentimentalista encontrará seu momento nesta história; um teimoso racional e pragmático, também. Em Flashes predomina quê de opera buffa sobre outros tons – sonoros e visuais. Palco de sonhos, ruelas de passeios, becos onde sempre existem saídas, este romance esmerila as asas livres prosa para alcançar o voo bem calculado da poesia. "Temos, todos que vivemos,/ Uma vida que é vivida/ E outra vida que é pensada,/ E a única vida que temos/ É essa que é dividida/ Entre a verdadeira e a errada." Estes versos de Fernando Pessoa resumem um pouco da existência de Hernandez e seus castelos de areia e de cartas. À diferença, no entanto, do lirismo do poeta português, com seus jogos mentais, deliberadamente autotorturados e a que não falta certo barroquismo e maneirismo, não há vida "errada" na solitária trajetória de quem cantando não espantou mal nenhum. Muito pelo contrário: como se a sua música fosse uma caixa de Pandora de si mesmo, Castilho distribui todos os males e bens em incontáveis compassos e acordes aos seus fãs – reais ou supostos. Ficção do mais alto nível há neste Flashes, nos flashes sanguíneos do coração e do pulso das cenas. É Sidney Rocha um dos melhores romancistas e contistas brasileiros da atualidade. Virtuoso da construção de atmosferas e diálogos, ele tem desenvolvido, há mais de uma década, um conjunto de narrativas que resulta de toda uma cosmovisão plasmada num lugar chamado de Cromane. A cidade-persona povoada de espectros, ou seja, de flashes que espocam, da memória-fotografia. Tudo reunido no seu livro-do-desassossego mais pessoal e provocativo que o seu leitor – como irmão – vai comprovar, com deleite e inquietação, em cada uma das páginas deste grande romance.



Erotique 7


Erotique 7
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-12-13

Erotique 7 written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-12-13 with Religion categories.


82º livro do autor das seguintes obras, todas elas (exceto Poeticamente teu , da Coleção Prosa e Verso 2019 da Prefeitura de Goiânia - GO) publicadas no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS 81. SOMBRAS QUE RESTARAM DE NÓS Alguns trechos: “E, bem distante no horizonte, / Reside essa fonte, / No final do arco-íris, / Que vejo em teu olhar ao sorrires, / Com essa meiga chama, / Que docemente me chama, / Para contigo descobrir / O que fazer, para com essas cores colorir, / Enchendo, com um espectro cheio de luzes, / O caminho no qual para o amor me conduzes...” “E, depois que formos embora, / De volta às nossas cotidianas lidas, / Tente se esquecer dessa hora, / A primeira do resto de nossas vidas!” “E depois, / Não importa o que haja, / Minha mente viaja / Levando os sentimentos / De volta àqueles momentos / Indecentes, / Excelentes, / De paixão incontida, / Em minutos que valem por uma vida...” “Drive me crazy / All through the night, / Use your Waze / To discover my ways, / And when you see my eyes bright, / Say you will love me for always” “Não sei que feitiço foi esse que me rogaste, / Mas, foi naquele dia em que chegaste, / Minha alma imortal se encantou pela tua, / Desde a primeira vez em que te vi toda nua...” “E hoje, que estamos distantes, / Com grande frequência me vejo, / Pensando em teus seios arfantes, / Pulsando de tanto desejo, / Enquanto rolávamos na cama, / E então a saudade de ti me liquefaz, / E permanece em mim esse antigo drama: / Como te esquecer, se comigo sempre estás?” “Teu corpo era meu templo, o meu era o teu, / E agora, depois de tantos anos distantes, / Meu coração sem ti virou um museu, / Cheio de lembranças tuas nessas noites errantes...” “Tu me olhas, teu olhar com essa cor inexplicável, / Depois de cair essa fortaleza antes inexpugnável, / E, do jeito doce como me fitas, / Liberas por fim aquelas palavras benditas: / “Te amo!”, e marco aquele dia em meu calendário / Como aquele em que recebi o melhor presente de aniversário!” “Depois disto, eu perco o sono, / E passo o resto da noite acordado, / Pensando sobre o teu legado, / Do qual herdei esse cruel abandono, / Tentando dormir em frios lençóis de cetim, / A pensar em ti nessas minhas noites sem fim!” “E, quanto mais te exploro, / Mais maravilhas descubro, / Entusiasmado, / Extasiado, / E mais por ti me enamoro, / Nesse inesquecível dia de Outubro...” “E esse teu brinquedo, / Que te dê alguns instantes de prazer / Será o nosso doce segredo, / Mesmo depois que eu morrer...” “Cruzemos os nossos co(r)pos suados, / Enquanto rolamos nessa cama imensa, / Ouvindo a música de nossas vidas... / Mergulhe em meus beijos apaixonados, / Maravilhe-me com sua nua presença, / Libere-me partes suas, antes proibidas!” “Foi no pior de meus dias, / Quando amaldiçoava todas as pandemias, / Que, como por mágica, você apareceu, / Com esse jeito especial todo seu, / E esse seu olhar pecaminoso, / Por trás da máscara um sorriso luminoso,” “Naquela mesma noite tivemos / Nosso contato imediato de 1º grau, / E não sei como foi que sobrevivemos / Àquele frisson, àquela loucura animal!” “Enquanto nos entretemos / Pela noite inteira, / Nesses movimentos blasfemos / Entre minha espada e tua caldeira, / O mundo simplesmente gira, / Sem prestar em nós atenção, / Arrastando em sua dança vampira / Amantes que talvez nunca mais se verão,” “Ando meio perplexo / Com seu jeito desconexo, / Que me atiça um complexo, / Mas, se você me dá um amplexo / E me esfrega em seguida o seu plexo, / Esqueço que às vezes lhe falta nexo, / E a você então fico conexo, / Retiro de você o acento circunflexo, / E ao fundo, no espelho convexo, / Vejo, lindamente nu, o seu reflexo, / Meu corpo vira então o seu anexo, / E tudo termina numa linda noite de sexo...” “Será que trocaremos beijos e juras, / Antes de cometermos doces loucuras, / Ou tudo se resumirá a esses dardos, / Dirfarçados nesses teus olhares-petardos?” “Quando eu te percorro, / Com minha língua sedenta, / Por cada vale e cada morro, / Novas carícias a paixão inventa...” “Em nossos encontros noturnos, / Aprisionas-me em tuas jaulas, / Pois te aproveitas de meus sonhos soturnos / Para de teus jogos eróticos me dares aulas!” “Sei que isto não faz sentido, / Porque toda vez é igual, / Pois com você me comovo, / Mas nosso amor é só um ruído, / Que somente me faz mal, / E você sempre me deixa de novo.” “Perdido a admirar de perto o teu corpo olímpico, / De repente, fiquei com um problema irônico, / Perplexo, senti um enorme aumento volumétrico. / Sem poder dissimular esse incidente fatídico, / Minhas pernas iniciaram um tremor telúrico, / Tentando disfarçar o meu volume homérico.” “E um vale que descubro orvalhado, / Apenas por estares aqui ao meu lado, / Entre lençóis macios e silentes, / Nessa aventura de procuras e encontros, / Gemidos, suspiros, ais e aís , / Onde eu me buscava e te achei, / Deliciosamente oferecida,” “Emaranhamos nossas sinas, / E descubro um novo universo, / Na música de teus gemidos, / Que suavemente me ataca / E ecoa em meus ouvidos, / Lembrando que minha carne é fraca, / Mas tu me embaralhas os sentidos, / Nessa noite que para sempre lembrarei, / Onde escalei os teus inescaláveis muros, / Deixando essas lembranças que guardarei / Por cada um dos meus dias futuros...” “Mas o tempo, esse vilão inexorável, / Atropelou nossas gêmeas luas, / Que agora giram em órbitas diferentes, / E não compartilham as mesmas ruas, / Nem aqueles antigos olhares indecentes...” “Não ficas às vezes os lençóis a morderes, / Ao perceberes que estás, como antes, encharcada, / Ao lembrares de nossos intensos prazeres, / Naquele distante inverno, / Em cada noite encantada, / Onde juramos tantas vezes amor eterno?” “No fim de tudo, tive o que queria, / Uma noite melhor do que jamais havia sonhado, / Mas o pior de tudo eu não imaginaria, / Pois agora sou eu que por ti estou enfeitiçado!” “Sem nenhuma batalha, / Você invadiu minhas entranhas, / Fez ruir minha última muralha, / Usando suas artimanhas, / Mas eu, já assim devassado, / Não sei de você nem de nada, / Pouco conheço de seu passado, / Sem nem mesmo havê-la beijado,” “Nossas bocas, uma na outra taradas, / Percorrem nossas íntimas veredas, / Em noites que valem por vidas, / E em tuas grutas tépidas me acomodas, / Enquanto se atracam nossas bocas carnudas!” “E agora, mudei por completo, / Pensei que tudo sabia de amor, / Mas agora virei o seu objeto / De gelo à mercê de seu calor, / Transbordante, / Irrecusável, / Palpitante, / Inenarrável,” “Put my hand on your breast / While we kiss for the first time, / Because life goes so fast / And my life poem never had a rhyme...” “Portanto, até que nos beijemos / Tanto tempo que dure minhas sedes, / Não deixarei você ir embora, / E o que rolar entre essas quatro paredes, / Ao doce som dessa trova de outrora, / Será testemunhado pelo dragão da Lua, / Que pela janela olha, indiscreto, / Encantado com você, toda nua, / A desvendar o que não mais é secreto!” “Acordei nesse momento desse devaneio exótico, / Voltando à realidade do meu mundo trágico, / Por tua presença outra vez mais ávido, / À espera do próximo sonho mágico...” “Perguntaste se eu estava sozinho, / E, diante da resposta positiva, / Se podias vir até o meu apartamento, / E chegaste com duas garrafas de vinho, / E quando abri a porta, te atiraste, lasciva, / Como se esperasses ansiosa por aquele momento!” “Pois em meus sonhos eu te revejo, / Nua e linda a me endoideceres, / Nesses sonhos quentes a me seduzires, / Em intermináveis horas de prazeres, / Com tua boca voraz a me sorrires, / Enquanto me devoras, / Loucos amantes a se abraçarem, / Sem ligarmos para o correr das horas,” “E, pela manhã, depois de uma doce reprise, / Ela me deixou no estacionamento, sorriu, tão bela, / E partiu, acenando, e por mais que isto me aterrorize, / Juro que vi sua Ferrari virar uma vassoura-foguete amarela!” “Mas, enquanto lá fora existe essa crise, / Dentro dessas paredes só há nós dois, / Mesmo que lá fora o mundo agonize, / Aqui dentro gritas, até o silêncio de depois!” “Mas isto jamais acontecerá, esses momentos são nossos, / E deles não esquecerei, enquanto o sangue em minhas veias correr, / Você estará sempre impregnada em mim, até os ossos, / Entranhada em minha alma, mesmo depois que eu morrer...” “Admiro os teus cabelos ruivos / Enquanto gemes / E delicio-me com teus uivos / Quando tremes / De prazer com meus carinhos / Que jamais esquecerás / E depois de meus doces caminhos / Nunca mais te ausentarás” “E depois, iremos andando de volta para casa, / Para que a bebedeira não nos atrapalhe, / Pois, depois de tanto tempo sem nos tocarmos, / Por medo de contágio ou de coisa pior, / Jogaremos na cama os nossos corpos em brasa, / E percorrerei de teu corpo cada detalhe, / Até que o dia raie a nos amarmos, / Deixando o amor se mostrar em nosso suor...” “Quando meus dedos / Tímidos / Esquálidos / Pálidos / Invadem teus segredos / Úmidos / Tremes / Gemes / Urras / Sussurras / Em meus ouvidos / Gemidos / Roucos / Loucos” “De qual cor é o teu preferido pecado, / Que dirás depois que tuas roupas desceres, / Qual é a senha do Wi-Fi de teu coração? / E, quando amanhã acordares, / Ao meu lado nesse macio colchão, / Será que terei me afogado em teus mares?” “Qualquer noite dessas, / Depois que nos desatracarmos, / Após por horas nos amarmos, / Como sempre sem pressa, / Talvez eu lhe confidencie / Algumas antigas reminiscências, / E talvez então você silencie / E mergulhe em minhas confidências,” “Mas acho que ainda é cedo / Para cair em tuas tentações, / Mas no fundo, morro de medo, / De me viciar em teus vulcões!” “E depois, ao final do programa, / Sugere que eu a acompanhe, / Para terminarmos a noite em sua casa, / E, depois de um beijo, confessa que me ama, / E, enquanto tomamos champagne, / Seduz-me, com seus lábios em brasa?” “O que te apaixona em mim, / Que te faz voltar todas as noites / Para seres aprisionada assim, / À mercê de algemas e açoites, / E chibatas que ferem teu dorso? / Será que não tens nenhum medo, / Ou sequer algum remorso, / E escondes do mundo esse segredo?” “Depois de alguns encontros / E tantos desencontros, / Finalmente chegamos a este quarto, / Eu, a olhar o teu colo farto, / Que teu vestido mal escondia, / Alimentando a minha Poesia, / Que jorrava sem cessar, / A minha ânsia de te amar...” “Por toda uma noite densa / Imensa / E num terno jogo / Apagar o teu fogo / E entre carícias / E delícias / Sensuais / Descobrir teus pontos cardeais / E contigo conjugar / Todos os tempos do verbo amar” “Como não lembrar daquelas noites insanas, / Em que ficamos horas na cama a rolarmos, / A compartilharmos nossas membranas, / Entre beijos e juras a nos amarmos?” “Quando navego em teu meigo olhar, / Magicamente me teletransportas / Para esse teu encantado mundo, / Que habita no interior de um quasar, / E, naquele mundo em teu azul profundo, / Para mim se abrem todas as portas, / E docemente em ti me acolhes,” “Foi naquele beijo incandescente, / Pelo qual esperava há muitos meses, / Quando ela me pediu perdão pelo descaso, / Minha boca a saborear sua língua fremente, / Que entendi que foram necessárias três vezes, / Para ela saber que não me encontrou por acaso...”



Urban Woman


Urban Woman
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Author : Alexandre Golovanevsky
language : pt-BR
Publisher: EDITORA BIBLIOMUNDI SERVIÇOS DIGITAIS LTDA
Release Date : 2022-03-09

Urban Woman written by Alexandre Golovanevsky and has been published by EDITORA BIBLIOMUNDI SERVIÇOS DIGITAIS LTDA this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2022-03-09 with Poetry categories.


Urban Woman fala da relação do casal Eidj e Satra, narrado em primeira pessoa por Eidj, numa espécie de recortes entre contos e poemas atemporais, desde o momento em que se conhecem vivendo uma paixão intensa, um romance com momentos picantes entrando na intimidade do casal e de sentimentos de paixão que acontecem na cabeça e no coração quando se conhece alguém especial. U.W traz também poemas bem-humorados sobre a relação a dois, quebrando em alguns momentos da história o clima de erotismo intenso, fazendo com que o leitor retorne do fundo para o raso, sem abrir mão do mergulho ao erotismo e sedução vividos no romance. Urban Woman significa Mulher da Cidade, apelido dado por Eidj para Satra, mulher que conhece numa estação de metrô em São Paulo e se apaixona perdidamente, trazendo à luz do leitor cada sentimento e momento íntimo e de romance entre ambos.Os poemas e contos, muito embora sigam uma identidade sensual, não quebram a linha tênue que há entre o erotismo e a vulgaridade, podendo ser lido por qualquer leitor interessado no tema sem ofendê-lo ou constrangê-lo, um cuidado tido pelo autor em cada composição.Esta obra foi composta em tempo real e publicada com recortes no perfil do autor no aplicativo Instagram @tescrevoumconto, sentimentos e experiências que misturam realidade, desejo e ficção dando vida ao casal Eidj e Satra, personagens desta história de paixão e desejo contada através de contos e poemas.



Aurora


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Author : Ivaldo Meneses Pimenta
language : pt-BR
Publisher: Editora Appris
Release Date : 2023-06-30

Aurora written by Ivaldo Meneses Pimenta and has been published by Editora Appris this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2023-06-30 with Fiction categories.


Isabela nasceu em Céu Pequeno, cidade do interior de Minas Gerais. Foi estudar Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1964. Ao chegar lá, com todas as dificuldades próprias aos estudantes, Isabela tenta um emprego que lhe permita estudar. Consegue com a Sr.a Salarz, a chefe da biblioteca, a ocupação de bibliotecária. Amante de literatura e apaixonada por Política, Isabela era ainda ativista, feminista e comunista em uma época dura para o país — o golpe militar de 1964 impôs ao Brasil uma ditadura de vinte anos. Isabela era tenaz, voraz, extremamente sensual e uma beleza única, singular, digna de ser fotografada ao entardecer na praia. Mas a Senadora, como também é conhecida, era cuidadosa com seus sentimentos e detentora de uma invejável razão. Anotava, planejava e organizava toda sua vida com maestria e inteligência. Discursos impetuosos, vorazes e corajosos, combinados a uma voz rouca que soava como música, delineavam a grandeza e beleza de Isabela. Aos amores nem o número do sapato, algo que somente poucos poderiam saber. Cinderela? Não. A Coroada era uma Mulher única, própria de uma nova categorização, quem sabe, um novo livro. Mas Isabela iria amar repentinamente. Tomou posse dos sentimentos de Rafael, mas, pouco a pouco, democraticamente, foi deixando o Amor Acontecer. Nessa derrubada de regime, nessa luta contra o regime, Isabela vai viver o seu romance. E a vida nos entregará mais uma forma de amar. Poesia que falará. Você que não aguentará. Eu que me rendi. Coroada és. Seja!



Caminhos Tra Ados Pelo Amor


Caminhos Tra Ados Pelo Amor
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Author : Lucimauro Corrêa
language : pt-BR
Publisher: Simplíssimo
Release Date : 2015-04-08

Caminhos Tra Ados Pelo Amor written by Lucimauro Corrêa and has been published by Simplíssimo this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2015-04-08 with Fiction categories.


Luitte é um menino sonhador pertencente a uma família que vive dias ruins assombrados pela miséria. O tempo se mostra difícil e as situações levam preocupação a todos. Um certo dia, o menino sai as ruas da cidade procura de ajuda e encontra jogado no lixo uma sacola plástica envolvendo um pão velho. Sua imaginação vai além quando em sonho o menino recebe a mensagem de que aquele pãozinho velho se tornaria sementes em suas mãos. Uma tal esperança abraçada ao amor incondicional pela vida e pela família leva o garotinho a colocar em prática um dos sonhos mais inusitados do qual todos já viram. O que ninguém imaginava era que este sonho escreveria uma das mais belas histórias onde muitos caminhos receberiam um novo brilho. Sonho que chegaria até o coração de Cidy, um jovem rebelde consigo mesmo e com o mundo. Sonho que mudaria trajetórias, reconstruiria a esperança e até mesmo poderia unir histórias de corações tão separados que somente se encontrariam pela força de um grande amor.



A Poesia De Uma Vida S


A Poesia De Uma Vida S
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Author : Alessandro Sato
language : pt-BR
Publisher: Viseu
Release Date : 2023-06-16

A Poesia De Uma Vida S written by Alessandro Sato and has been published by Viseu this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2023-06-16 with Poetry categories.


Como seria a sua vida se fosse uma criança superdotada que nasceu na região mais pobre de sua cidade? Esta obra é uma "fantástica epopeia" que o nosso personagem principal, Alexandre, viverá — repleta de emoção e poesia. Apesar de pobre, Alexandre teve uma boa educação, e sua mãe se esforçou ao máximo para ele "vencer na vida". Era uma criança alegre, inteligente e cativante que, apesar de sua condição social, vive a mais bela de todas as narrações poéticas. Conseguirá Alexandre "vencer na vida" como sua mãe tanto queria? Qual será o fim do romance entre Alexandre e Marisa? E o que será de Tereza? A poesia de uma vida só será mesmo a poesia de uma vida solitária? Ou será a poesia de uma pessoa solitária nos altos e baixos de sua vida? A poesia está em cada verso desta obra maravilhosa que mistura a narração e a poesia em uma jornada fantástica de um menino que, precocemente, começou a conhecer o mundo e, logo após, desafiou todas as barreiras sociais e culturais para tornar-se um vencedor.



Poemas De Amor Y Desamor


Poemas De Amor Y Desamor
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Author : Soad Grayeb
language : es
Publisher: Palibrio
Release Date : 2012-02-28

Poemas De Amor Y Desamor written by Soad Grayeb and has been published by Palibrio this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2012-02-28 with Social Science categories.


Este libro es una declaracin de amor, un dolor abierto al desamor, el desnudar el alma y dejar al descubierto todos y cada uno de los sentimientos.



A Minha Ilha Em Flores


A Minha Ilha Em Flores
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Author : DUKE R SILVA
language : en
Publisher: Duke R Silva
Release Date : 2023-12-19

A Minha Ilha Em Flores written by DUKE R SILVA and has been published by Duke R Silva this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2023-12-19 with Literary Criticism categories.


Narração chorosa, rítmica e sentimental de uma alma poética. Hipnótica Oração poética e discursos inspirativos, englobados e apresentados em emocionais notas do coração. Criação autónoma, inspirada por antigos bardos e lógicos de prosa. Esta compilação poética é organizada ao agradar do estilo escritural do Autor e seu sistema filosófico, sem desconsiderar os interesses e paladar do leitor. Seu conteúdo varia de estilos poéticos vários, predominante em prosa e verso-livre. A formação de seu conteúdo inspira-se nas experiências e dificuldades da vida, no romance e nas questões do coração, nos laços humanos e valores compartilhados, na cultura e nos costumes, na justiça social e equidade, e na crítica sociopolítica, todos levemente mistos aos princípios filosóficos de metafísica, existencialismo e moralismo em uma ironia de bom gosto e apelo emotivo como a justaposição ficcional do exemplo vis-à-vis realismo.



Winterverno


Winterverno
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Author : Paulo Leminski
language : pt-BR
Publisher: Editora Iluminuras Ltda
Release Date : 2001

Winterverno written by Paulo Leminski and has been published by Editora Iluminuras Ltda this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2001 with Art categories.


*LIVRO VENDIDO NO ESTADO. O livro pode conter pequenas manchas em função da ação do tempo. Não será permitida troca do livro, exceto em caso de defeitos gráficos. ... “o que um dia foi meu, nunca vai ser passado”: assim termina um dos poemas deste, a rigor, último livro do Paulo. Outros virão, mas aqui ele ainda pincelou, com seu parceiro João, a forma que o livro teria. Um pouco antes de ir. Mas não é um livro, é, como deve ser, um objeto estético, um álbum de arte, graças à cumplicidade com o traço do João, que, talvez por ser poeta também, soube criar ressonâncias entre a imagem e a palavra sem que uma interferisse na outra. winterverno , mesmo com inverno dentro, tem o calor da beleza e é bom que seja assim porque, como disse alguém, confirmando o verso do Paulo, "a thing of beauty is a joy forever" Alice Ruiz Inverno de 94 winterverno: inverter: winterver-nos. A energia de Leminski volta a transitar entre nós nestes escritos em situações descompromissadas, sem qualquer tentativa de "literarizar" os eventos. Nestes haigas , ou poemas-desenhos (a categoria mais plástica da poesia oriental, segundo Blyth), o que se busca é passar o perfume de uma ideia-emoção com brevidade, humor e sentido. Os temas costumam ser os lances mais banais; coisas máximas vistas de um modo mínimo e vice-versa. Menos é mais. Por isso, tudo passa a impressão de um certo inacabamento, criando vazios que devem ser completados pelo leitor. Leminski: “no Japão, o haiku é parte de um conjunto plástico maior: vem como integrante de um desenho que mantém com o texto relações gráficas muito íntimas”. Aqui, em simbiose com os de zen hos de João, feito fosse um acidente provocado, um relaxo caprichado, texto e imagem, traço e gesto nascem juntos. Tanto no talhe da palavra quanto no detalhe do traço, o haiga quer ser simples, conciso, rústico quase tosco, quase ingênuo. Tudo é mostrado em takes com crueza e intensidade, mas sempre rápidos e certeiros, como tudo em Leminski, que dizia buscar a graça do gesto irrepetível, a emoção captada em pleno ar: há a confissão da dor, da impermanência das coisas, mas sempre com muito humor, virtú e simplicidade. Transitando distraidamente entre o apolíneo e o dionisíaco, em winterverno Leminski mostra que tudo pode ser motivo de poesia. E afirma o quanto a vida pode brilhar nas mãos de um poeta. Sabendo, como ele dizia, que “é a linguagem que está a serviço da vida, não a vida a serviço da linguagem”. Rodrigo Garcia Lopes Aos poucos vamos podendo pisar essas pedras que Leminski nos deixou, e que voltam sempre a nos confirmar a grandeza e a profundidade de seu mergulho poético. Depois do corpo de poemas inéditos que veio à luz com La Vie en Close e do deslumbrante Metaformose , recém-lançado, podemos agora curtir esse winterverno , fruto de um diálogo Intersemiótico com João Suplicy. Entre as inúmeras formas de associação gráfica entre imagem e verbo em nossa época — da ilustração à legenda, do caligrama ao logotipo, da pintura escrita à poesia visual, do cartaz à HQ — winterverno tem uma face singular. A síntese verbal de Leminski e o traçado conciso de João se afinaram com muita naturalidade, numa conversa que nos aproxima da condição do hai-kai , em sua origem ideogramática (dois invernos diferentes formando o mesmo). Aqui os códigos verbal e visual se alimentam mutuamente, ora se complementando, ora se tensionando; ora se traduzindo, ora acrescentando um ao outro novas significações. O resultado é de uma sintonia surpreendente, que muitas vezes incorpora e exibe dados sobre a situação do encontro em que foram feitos — com margem para o salto, o voo, o insight — e toda sorte de coincidências. A simplicidade e a liberdade com que essa relação se faz, tão intimamente, faz lembrar, por vezes, o Nascimento Vida Paixão e Morte , de Pagu, o Romance da Época Anarquista , diário de Oswald e Pagu, ou o Perfeito Cozinheiro de Almas deste Mundo , diário da garconnière de Oswald - obras/não-obras onde o verbal e o visual se misturam, como a própria criação se mistura à vida. Além de momentos altamente concentrados da poesia de Leminski; além da riqueza de soluções gráficas exploradas por João em seus desenhos; além da delicada interação dos dois códigos; o mais belo desse livro me parece a forma como ele incorpora em si o processo de sua feitura — exposto no raio x dos suportes precários onde inicialmente o diálogo foi se fazendo (e que compõem sua segunda parte). Rabiscados em folhetos publicitários, guardanapos de bar, pedaços de embalagens, folhas de caderno, a matéria-prima que houvesse na hora; os registros nos mostram a urgência da criação contaminada de vida, contaminando a vida, na captação de seus instantâneos. Um livro que foi se fazendo quase sem querer, e que foi se fazendo querer até tornar se um projeto comum de Paulo e João; da expressão espontânea de uma afinidade à descoberta de uma linguagem. Arnaldo Antunes