A Escola Para Todos E Para Cada Um


A Escola Para Todos E Para Cada Um
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A Escola Para Todos E Para Cada Um


A Escola Para Todos E Para Cada Um
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Author : Augusto Galery
language : pt-BR
Publisher: Summus Editorial
Release Date : 2017-09-04

A Escola Para Todos E Para Cada Um written by Augusto Galery and has been published by Summus Editorial this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2017-09-04 with Education categories.


Uma escola para todos e para cada um é um projeto inovador, que demanda radical e contínua transformação nas abordagens de ensino e aprendizagem. Mais do que uma crítica à instituição escolar atual – esse "sapato pesado" cujos problemas vêm sendo tratados em diversas pesquisas –, o paradigma inclusivo de educação requer a reinvenção da escola e de todas as suas práticas e didáticas. Trata-se de uma abordagem que não menospreza a complexidade do sujeito que aprende, inserido em contextos sociais, econômicos, ambientais e culturais diversos. Destinada a profissionais e estudantes da educação e da saúde, como professores de todos os níveis, gestores, psicólogos e alunos dos cursos de pedagogia e psicologia – e também a pessoas com deficiência e seus representantes –, esta obra apresenta, entre outros temas: • o conceito de inclusão; • os entraves à verdadeira educação inclusiva; • as principais dúvidas e angústias de pais e professores; • a inclusão na perspectiva da legislação brasileira; • recursos, procedimentos e práticas que ajudam os alunos – com e sem dificuldades físicas e/ou psíquicas – a estabelecer uma relação rica e prazerosa com o aprendizado; • casos reais de sucesso em escolas públicas e particulares de diversas localidades do país; • possibilidades de superar as barreiras à inclusão.



O Trabalho Do Pedagogo Na Escola Para Todos As


O Trabalho Do Pedagogo Na Escola Para Todos As
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Author : Adilene Gonçalves Quaresma
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-12-09

O Trabalho Do Pedagogo Na Escola Para Todos As written by Adilene Gonçalves Quaresma and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-12-09 with Social Science categories.


A ideia de fazer este livro surgiu em sala de aula quando eu trabalhava no curso de Pedagogia na Faculdade de Santa Luzia FACSAL, Minas Gerais. Algumas alunas falavam que havia pouca produção bibliográfica sobre o trabalho do pedagogo na escola e me disseram: Professora, você podia escrever um para nós. Você tem muita experiência! A gente vê nas suas aulas . Fiquei matutando a ideia durante anos e procurando tempo para construir este livro. Sempre que fazia uma lista dos temas que poderiam ser inseridos no livro, surgia outro e assim, o tempo passava. Em janeiro de 2019 inseri a construção desse livro naquelas metas que a gente faz todo ano e escrevi em frente: vai sair . E aqui está o livro. A maioria dos artigos foram escritos para trabalhar em sala no curso de Pedagogia e apenas dois foram publicados com adaptação. Além da bibliografia específica sobre cada tema e a legislação educacional, os textos tomam por referência a minha experiência profissional já com mais de 20 anos como pedagoga e professora na educação básica e superior, na rede pública e particular, e as pesquisas que realizei no mestrado e no doutorado. Os artigos falam sobre o trabalho do pedagogo na escola e cada um aborda uma temática específica. Em todos eles, a discussão teórica foi articulada à minha experiência na docência e na coordenação pedagógica. Não são “receitas de bolo”, mas sim estratégias pedagógicas desenvolvidas no contexto do trabalho pedagógico que se revelaram eficientes, as quais compartilho, no intuito de oferecer um ponto de partida, pois sei que cada pessoa é única, cada pedagogo(a) é um(a) e a realidade de cada escola, também, tem suas especificidades. O primeiro artigo, A Pedagogia e o trabalho do pedagogo na escola, discute o trabalho do pedagogo a partir da compreensão do que é pedagogia e do que se exige do egresso do curso de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, e em seguida apresento algumas estratégias que desenvolvi na prática, tendo em vista a organização do meu trabalho para atingir os objetos almejados. O segundo artigo, O Projeto Político Pedagógico da escola: o compromisso de todos com a formação de qualidade, discute o que é o PPP e a sua importância para a escola, focando em aspectos que precisam ser observados pelo pedagogo no sentido de tornar o PPP uma das formas de envolvimento da comunidade escolar na construção da escola de qualidade para todos (as). O terceiro artigo, Alfabetização, letramento, literacia e o trabalho do pedagogo, discute os conceitos de alfabetização, letramento e literacia, focando não só na importância de cada um individualmente, mas também na integração dos três para a aquisição das capacidades de leitura e escrita, e apresenta estratégias pedagógicas que desenvolvi ao longo da minha experiência na coordenação do 1º Ciclo de Alfabetização. O quarto artigo, Aprendizagem significativa e visitas guiadas interdisciplinares na educação ambiental, apresenta os conceitos de aprendizagem significativa e visitas guiadas interdisciplinares, e discute a relação entre os três, tendo em vista, a integração e a contextualização dos conhecimentos na realidade, colocando os alunos em atividade no processo de aprendizagem. Finaliza com o relato de uma visita guiada interdisciplinar desenvolvida com alunos do ensino fundamental. O quinto artigo, As relações entre trabalho e educação e as ações do pedagogo na Educação de Jovens e Adultos –– EJA, discute a relação entre trabalho e educação, focando em questões sobre o currículo, com base nos estudos que desenvolvi durante o mestrado e o doutorado sobre o trabalho como princípio educativo, além de apresentar algumas ações que o pedagogo pode desenvolver para melhorar o processo formativo dos alunos da EJA.



Desafios Da Educa O Matem Tica Inclusiva Forma O De Professores


Desafios Da Educa O Matem Tica Inclusiva Forma O De Professores
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Author : Ana Lúcia Manrique
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 2016

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Esta obra, elaborada no âmbito do projeto Desafios para a Educação Inclusiva: Pensando na formação de professores sobre os processos de domínio da Matemática nos anos iniciais da Educação Básica, reúne uma coletânea de textos em dois volumes dedicados, respectivamente, à formação de professores e às práticas de ensino. O adjetivo inclusiva qualifica a prática educativa que inclui todo e qualquer aluno, desde aquele que revela dificuldades de aprendizagem até ao sobredotado, passando pelos alunos que manifestam algum tipo de deficiência. A uma escola que materializa, estimula e alimenta essa visão da educação chamarei escola inclusiva. A colaboração entre alunos diferentes é assumida hoje como benéfica para todos. De facto, o crescimento integral de cada um constrói-se nessa diversidade. Assim, a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na sala de aula regular tem sido defendida por atuais investigadores em Educação como sendo essencial para se atingirem os objetivos gerais da educação. A prática de uma educação inclusiva leva a que numa sala de aula se encontrem alunos muito diferentes em termos de ritmo e modo de aprendizagem. Esse factor traduz-se numa dificuldade acrescida para o professor que pretende atender a todos os alunos. De facto, para que a escola seja verdadeiramente inclusiva é necessário que cada aluno, em particular um aluno com necessidades educativas especiais, se sinta verdadeiramente membro da sua comunidade - turma e escola; não se pode sentir deslocado, ignorado ou a mais, em suma, excluído. A verdadeira inclusão passa por olhar a escola como espaço de aprendizagem para todos, em que cada aluno sinta que são atendidas as suas necessidades específicas. Essa postura contraria a atitude mais habitual de se privilegiar a atenção aos alunos com mais elevados desempenhos. No ambiente de competição que se foi estabelecendo entre instituições educativas, esta última torna-se instrumental para que a escola possa ela própria competir com



Inclus O E Educa O


Inclus O E Educa O
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Author : David Rodrigues
language : pt-BR
Publisher: Grupo Editorial Summus
Release Date : 2006

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Desenvolver uma escola que rejeite a exclusão e promova a aprendizagem conjunta e sem barreiras. Trata-se de um objetivo ambicioso e complexo porque a escola sempre conviveu com a seleção, e só aparentemente é "para todos e para cada um". Aqui, doze especialistas apresentam suas perspectivas sobre o tema, abrindo horizontes para que os professores reflitam sobre a sua prática.



Os Fora De S Rie Na Escola


Os Fora De S Rie Na Escola
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Author : Carlos Roberto Jamil Cury
language : pt-BR
Publisher: Autores Associados
Release Date : 2023-05-01

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Os fora de série na escola. Eles estiveram muito tempo fora, fora das séries escolares. Estiveram fora da escola. Separados em escolas especiais ou em salas especiais, não se "misturavam" com os da série na escola. Após muita luta, após avanços sucessivos, após o reconhecimento dos direitos de igualdade, a sociedade e a legislação vêm reconhecendo a especificação de direitos, entre os quais os das pessoas com necessidades educacionais especiais. A entrada educacional desses fora de série deve ser, como de todo e qualquer cidadão, na escola. Esse é o primeiro passo. Mas não pode ser fora das salas comuns das escolas comuns. Mas de onde advém o fundamento desse direito pelo qual determinadas políticas educacionais estão sendo implementadas? Quais suas condições? Essas e outras perguntas são a principal motivação deste livro, que, no fundo, acaba por reconhecer que todos são fora de série, e todos devem estar na escola com qualidade. Os administradores e gestores da educação escolar dos sistemas, os professores dos cursos de licenciatura, de pedagogia, do ensino normal superior e do ensino normal médio poderão aqui encontrar conteúdos para um encaminhamento de uma escola que só com base na igualdade pode acolher a diferença. Pode a igualdade conviver com a diferença? Seria mesmo a diferença o oposto da igualdade? Qual seria, então, o oposto da desigualdade ou então da iniquidade? Essas temáticas surgem quando as pessoas com necessidades educacionais especiais são instadas a entrar nas salas comuns das escolas comuns. Por carregarem consigo alguma limitação, no plano físico ou psíquico, temporária ou permanente, parcial ou total e que pode afetar o modo de aprendizagem, foram segregados em escolas homogêneas ou em salas homogêneas. Ora, sabe-se que todos, sem exceção, somos portadores de necessidades. Uns as têm de modo manifesto, outros de maneira latente, e todos, sem exceção, podem ter reduzidas ou mesmo eliminadas, por meio de processos pedagógicos, determinadas limitações. Faz parte da igualdade respeitar a importância da dificuldade de cada um. Faz parte da igualdade, na escola, uma formação polivalente. Os fora de série na escola serão tão mais iguais quanto mais e melhores forem as condições oferecidas pelos sistemas de ensino, entre as quais a boa formação inicial e continuada dos profissionais da educação. Muito se fala em escola inclusiva. Tal conceito seria o guarda-chuva adequado para a presença em escolas comuns das pessoas com necessidades educacionais especiais e para o respeito com as populações indígenas e afrodescendentes. Mas qual seria o fundamento das políticas que, sob a inclusão, propõem o acesso e a permanência das pessoas com deficiência nas salas comuns das escolas comuns? Por que não continuar, como regra, com as escolas especiais e as salas especiais? O que distingue uma política de distribuição de uma política de reconhecimento? Como tudo isso é assegurado em nossa legislação?



A Reflex O Do Docente Sobre Sua Pr Tica No Espa O Escolar


A Reflex O Do Docente Sobre Sua Pr Tica No Espa O Escolar
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Author : Rosana Maria Bretas
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-03-10

A Reflex O Do Docente Sobre Sua Pr Tica No Espa O Escolar written by Rosana Maria Bretas and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2021-03-10 with Juvenile Nonfiction categories.


Estar na academia. Era o sonho de jovens alunos e alunas que terminavam o então Ensino de 2º grau. Estávamos no final da década de 1970. Eu fazia o Curso Técnico de Turismo em uma escola particular, mantida pela Fundação Bradesco, e muitos dos alunos já anunciavam a pretendida profissão: administradores, analistas de sistemas, médicos, dentistas, advogados, engenheiros. Mas poucos cogitavam a possibilidade de ser professor. Minha aflição era denunciada pela preocupação diária em definir-me por uma carreira. Todos os alunos terceiro-anistas participavam naquele momento de um Projeto de Orientação Profissional. Leituras, pesquisas sobre as profissões, palestras e depoimentos faziam parte dessa proposta. À frente dessa “empreitada” estava Maria Auxiliadora – uma jovem Orientadora Educacional que semanalmente nos encontrava para discutir as profissões. Eram bate-papos, dinâmicas de grupo e às vezes alguns “testes de aptidões”. O trabalho daquela profissional foi me encantando. Sua presença entre nós foi me provocando e fazendo despertar em mim um desejo profundo de realizar trabalho semelhante, que pudesse ajudar e proporcionar às pessoas crescimento e descobertas. Um trabalho que nos levou ao conhecimento de habilidades e desejos mais profundos – um momento de encontro, partilhado entre todos do grupo. Venho de uma família pequena. Tenho apenas uma irmã mais velha, que não chegou a concluir seu curso superior. Fez o vestibular para o Curso de Pedagogia e conseguiu entrar na USP, mas como sua opção era o Curso de Letras, desistiu pouco tempo depois de entrar na universidade. Meus pais, preocupados em sempre apoiar nossas decisões, sem nos influenciar, estavam orgulhosos com a perspectiva de também eu ingressar numa Universidade conceituada. O final do ano se aproximava e as inscrições para os vestibulares já se faziam anunciar. Junto com o final do ano veio também minha decisão. Pela educação fiz minha opção. Prestei vestibular na PUCSP e fui aprovada. Estávamos no ano de 1978. Que alegria senti quando vi meu nome na lista dos aprovados! Seria uma pedagoga e atuaria como Orientadora Educacional. Era a meta. Muitos anos de estudo estariam reservados para essa formação. Para construir esse futuro sonhado e torná-lo possível no presente, algo já estava constituído no meu passado. Revisitá-lo é poder olhar os caminhos que percorri; por isso, resgatar a minha trajetória tem sido um exercício de grande prazer. Minha infância foi muito prazerosa e dela trago boas recordações. Cresci numa família unida, numa época em que brincar livremente pela rua era possível. Os horários eram rígidos: hora de acordar, de almoçar, hora do banho, de dormir, de estudar. Minha mãe, que não trabalhava fora, se fazia muito presente na educação dos filhos. Sua supervisão diária nos dava uma sensação de bem estar e segurança, mas nem por isso nos tirava a possibilidade da autonomia e responsabilidade pelas nossas ações. Ingressei na primeira série aos sete anos e meio, em uma escola particular, o Grupo Escolar Embaixador Assis Chateaubriand, mantida pela Fundação Bradesco, de orientação muito rígida, que não pôde me receber aos seis anos, pois era considerada muito nova e as vagas eram destinadas aos alunos mais velhos. Tive que esperar! Lembro-me da frustração que senti por não poder ir à escola, pois era algo que esperava com ansiedade e alegria. A sabedoria de minha mãe foi certeira: convenceu-me que mesmo fora da escola poderia aprender. Ela foi minha primeira professora: comprou cadernos, lápis, estojo e me ensinou as primeiras letras, os números, ensinou-me a desenhar e a pintar. Entrei na primeira série muito confiante, já estava com sete anos e meio; madura e segura. Tive muito sucesso no processo de alfabetização. Minha professora, Dona Alzira, foi uma professora marcante, muito afetuosa e dedicada. Embora meus pais nunca tenham sido modelos de um mundo letrado, conseguiram através do carinho, dedicação, incentivo e apoio despertar-me para o mundo do conhecimento. Fui muito feliz no ensino de 1º e 2º graus. Acredito ter tido uma educação de boa qualidade, bons professores e muito dedicados. Nesta retrospectiva, não me recordo de nenhum episódio que tenha me marcado negativamente. Pelo contrário, tenho boas lembranças, principalmente de alguns professores que, ao longo de minha vida escolar, deixaram suas marcas pelos bons exemplos que deram, mais talvez do que pelas boas aulas que possam ter ministrado. Nesse percurso algumas disciplinas e alguns conteúdos não traziam uma função importante ou necessária, digamos social para termos o desejo de aprender. Aprendíamos, mas sem um significado ou sentido explicito. Tenho lembranças da aluna que fui. Não muito brilhante, dessas que todos os professores elogiam e desejam ter em suas aulas. Também não fui daquelas que causam problemas com indisciplina ou desinteresse. Fui uma aluna responsável, que jamais se atrasava ou faltava às aulas, sentava sempre na frente para não perder nada e não desviar minha atenção, aliás, como até hoje. Tirava boas notas e era muito estudiosa; “caprichosa” como diziam os professores em reunião de pais. Elogiada pela família pelo desempenho escolar, não me lembro de precisar de ajuda nos estudos e nas lições. Caminhava com autonomia, responsabilidade e tinha prazer nos estudos. Ir à escola era uma atividade que fazia com grande prazer. Não entendia porque tínhamos que decorar a tabuada, os nomes das capitais dos estados brasileiros, o vai um da conta de mais, mas questionar não era permitido. Às vezes nossas perguntas eram respondidas, mas não satisfaziam nossas dúvidas e curiosidades. As respostas mais comuns eram: um dia você vai entender, ou ainda, mais tarde você vai precisar deste conteúdo. Então obedecíamos. Acredito que, hoje, a educação não lance mais mão de atitudes tão extremas como aquelas que vivi, embora ainda reinem, nos ambientes escolares, práticas pedagógicas autoritárias. Volto novamente a minha infância e lembro-me de uma das minhas brincadeiras preferidas: “brincar de escolinha”. Eu era a professora, minha lousa – uma porta verde e velha que ficava no quintal. Com os tocos de giz, que recolhia às escondidas do chão da classe, “fazia” minhas aulas. As bonecas enfileiradas eram os alunos, algumas eram inteligentes, havia também as bonecas indisciplinadas que não gostavam de estudar, também as que tinham dificuldades para aprender, para estas eu dava muita atenção. A partir das brincadeiras imaginárias em que, ao “ser professora”, reproduzia situações reais que vivia no cotidiano da escola, fui construindo e delineando o meu modelo de docente. Morávamos num condomínio fechado, muito seguro e tranqüilo. Eram muitas famílias, cada uma com dois ou três filhos, então a rua sempre estava repleta de crianças de todas as idades. Brincávamos todas as tardes nas ruas, o tempo naquela época demorava a passar. Éramos felizes. Conhecíamos pelos nomes todos os funcionários que cuidavam da conservação das casas, gramas e jardins. Naquele tempo não havia muita rotatividade de funcionários, por isso muitos deles acompanharam nosso crescimento, fizeram parte de nossas histórias por um bom tempo. Recordo-me com certa nostalgia daquela época, e na memória me vem a figura de um pintor, o Senhor Tiago, que sempre ao passar por minha casa via-me muitas vezes brincando no quintal de escolinha e aí sorridente ele dizia: Oi professorinha! E eu respondia orgulhosa: Olá, Seu Tiago! Como que dizendo: sou mesmo professora. E me sentia muito importante com aquele título. Assim como a brincadeira, a escola também teve um grande significado em minha vida. As marcas deixadas por alguns professores influenciaram a minha prática. Iniciei a docência numa escola particular, como professora de educação infantil. Então, agora eu era professora de verdade, não de bonecas – os meus alunos imaginários agora eram reais. Minha primeira turma era de crianças entre três e quatro anos. Estávamos no ano de 1982. Ainda recém formada, cheia de ideais, mas já vivenciando o conflito de tudo que havia aprendido na academia e o que vivenciava no espaço de trabalho – a escola. A dicotomia entre teoria e prática se fazia sentir no início de minha carreira. Havia em mim um sentimento de desamparo, que me acompanhou durante um bom tempo, principalmente no início de minha profissão. Faltavam apoio e orientação, para quem estava chegando e pouco sabia da prática escolar. A descoberta dessa prática foi um processo solitário, em que não havia troca de experiências e pouco diálogo entre os professores e equipe pedagógica. A escola era organizada de modo bastante hierárquico, uma estrutura muito rígida de poder, que não permitia a participação de professores ou funcionários. Não participávamos das decisões, apenas executávamos os planejamentos impostos. Já nessa época sentia falta de partilhar saberes e refletir com o grupo sobre as dificuldades que enfrentávamos no processo ensino- aprendizagem. Éramos cobrados pelos resultados, mas não sabíamos bem o quê e como deveria ser feito. Cada um fazia a sua parte, à sua moda e tocávamos em frente. Nessa etapa de minha vida, aprendi a ser mais questionadora, tinha desejo de saber como poderia ensinar melhor, como as crianças aprendiam, ou porque não aprendiam. Com esse desejo de saber e fazer melhor o que tinha que ser feito fui buscar informações e conhecimentos para a minha nova profissão – ser professora era um desafio ainda solitário. Acredito que essa paixão pelo estudo e pela profissão despertou-me para novos desafios e abriu-me novas oportunidades de trabalho. A ousadia pelo novo, pela descoberta foi me levando para outras oportunidades na área educacional. Algum tempo depois, ainda início dos anos 1980, estava atuando como professora do ensino médio, turmas de magistério. Aqui me encontrei. Ser professora de futuros professores me proporcionava imensa satisfação e realização. Era um sentimento que misturava responsabilidade e prazer – um compromisso com a educação que se multiplicava a cada novo encontro com as turmas de alunos, em sua maioria alunas. Mais algum tempo e lá estava eu, agora como coordenadora pedagógica na educação infantil, na mesma escola em que atuava como professora de magistério. Estávamos em meados da década de 1980 e nessa escola tive a oportunidade de coordenar a implantação do Ensino Fundamental e mais tarde do Ensino Médio. Em seguida à implantação dos cursos assumi a função de diretora e por muitos anos conciliei os cargos de coordenação e direção numa escola pequena, que crescia ano a ano. Foram 12 anos atuando na mesma escola. Posso dizer que cresci com ela, aprendi muitas coisas com os colegas de trabalho e acredito que deixei, ao sair, boas lembranças e trago comigo muitas recordações e experiências. As exigências eram muitas e os desafios acompanharam-me por todo o percurso. Nessa época, as trocas e os conhecimentos partilhados no espaço de trabalho se faziam presentes, ainda que timidamente, no cotidiano das nossas relações: com os alunos, pais e professores, proporcionando-me crescimento pessoal e profissional. Outros 13 anos foram vividos na coordenação e direção de outra escola particular na região da zona sul de São Paulo. Esse trabalho teve início em 1994 e atravessou toda a década de 1990 chegando em 2007. Mais recentemente, em 2004, assumi a função de professora no Curso de Pedagogia numa faculdade que estava por formar sua primeira turma de pedagogos. Digo que esse convite para a docência no ensino superior foi um presente, um desafio que me lançou em direção a novas perspectivas, impulsionando-me a buscar nos estudos e na pesquisa os conhecimentos que possibilitassem uma atuação profissional de melhor qualidade e competência. Fui então, em busca do mestrado em educação, no qual acreditava ter a chance de aprofundar-me nas questões educacionais e refletir com mais rigor sobre a prática docente. Nessa trajetória, principalmente nos anos 1990, sentia-se o vento soprando para outros cantos. Um outro momento se anunciava no cenário econômico, político, social e educacional. Vivíamos a segunda etapa das reformas educacionais e com a promulgação da nova L.D.B., ainda que no espírito de uma concepção neo-liberal, propunha-se às escolas uma “autonomia” mais concreta, principalmente no aspecto pedagógico. A L.D.B “anunciava” às escolas liberdade e responsabilidade para elaborar a sua proposta pedagógica, incluindo currículo e organização escolar e, aos docentes, a incumbência de zelar pela aprendizagem de seus alunos. Na nova lei chama-se atenção para a importância do papel da aprendizagem. Parece perder força, assim, tanto no ensino fundamental quanto no médio, pelo menos no discurso dos documentos oficiais, a concentração da importância no ensino e na aquisição de conhecimentos enciclopédicos. Desse modo, contextualização e interdisciplinaridade eram as palavras-chave para a mudança: ensina-se para construir habilidades e competências. A construção da proposta pedagógica, que pressupõe momentos de reflexão coletiva, ganha importância vital para a escola. Esse momento impunha-nos a necessidade de refletir sobre o trabalho que vínhamos realizando na escola. Assim, buscar com a equipe docente soluções e alternativas para os problemas que enfrentávamos no processo de ensino-aprendizagem era fundamental e urgente. Junto com a reflexão sobre a nossa prática vieram dúvidas, incertezas, mas também respostas que nos ajudavam a enfrentar e superar as dificuldades e os limites que a prática docente nos impunha. Nesse cenário de mudanças tivemos que enfrentar muitos e novos desafios e buscar as possibilidades para um trabalho melhor, preocupação que até hoje trago em meu trabalho junto a comunidade escolar. Daí, pensar e refletir sobre a própria prática pedagógica, sob um novo olhar: o que estamos fazendo, com quais objetivos e intenções tornou-se muito importante para que pudéssemos entender o que precisávamos mudar. Procurei no exercício de minhas funções, enquanto coordenadora e diretora pedagógica, viabilizar a participação do coletivo escolar para que assim construíssemos o projeto pedagógico de nossa escola e desse modo pudéssemos consolidar um trabalho de melhor qualidade. Nessa trajetória, a preocupação com o acompanhamento e orientação do trabalho docente sempre esteve presente no exercício de minhas funções. Refletir com a toda a equipe sobre os problemas e desafios que se apresentam no processo ensino-aprendizagem e buscar as alternativas mais adequadas para cada situação sempre exigiu esforço, dedicação e trabalho conjunto, sobretudo questionamentos, seja enquanto professora, seja como diretora e coordenadora pedagógica. Procurando superar os limites que se impõem no espaço escolar e as dificuldades que se apresentam no processo educacional, ao longo desses anos, tenho buscado alternativas de trabalho que tornem o espaço escolar um espaço privilegiado para a reflexão docente. Desenvolvo meu trabalho procurando oferecer e dar oportunidade a todos os segmentos da escola de: falar, ouvir, dialogar, sonhar e planejar. Mas não tem sido tarefa fácil, muitos são os limites e dificuldades que se colocam na instituição escolar. Olhar a minha prática, refletir sobre ela, percebê-la como uma tela que a cada momento precisa ser recriada, complementada, resignificada, é ao mesmo tempo estimulante e frustrador. É estimulante justamente porque somos convidados a sempre buscar parceiros, sejam eles teóricos ou práticos, que nos ajudem a enfrentar os desafios cotidianos; a consciência de inacabamento nos lança em busca de novos conhecimentos, de novas possibilidades de um fazer pedagógico com mais qualidade. E frustrador porque lidamos com os conflitos de várias naturezas que decorrem da diversidade e da subjetividade das pessoas; e também com as condições nem sempre favoráveis do contexto escolar e da sociedade. Mas, na verdade, esses conflitos também nos provocam a trabalhar para conseguir uma intervenção criadora. Acredito que a escolha do olhar que estarei lançando em minha investigação sobre o tema “a reflexão do docente sobre sua prática”, entre os tantos olhares possíveis na construção da competência docente, tenha também relação com a minha própria história. O interesse que me trouxe até aqui foi querer investigar e refletir como se dá a reflexão do docente sobre sua prática no contexto coletivo, entendendo que essa reflexão é também um momento de construção da própria identidade do professor. Segundo Nóvoa (1992, p.16), a identidade não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e conflitos, é um espaço de construção de maneiras de ser e estar na profissão. [...] A construção de identidades passa sempre por um processo complexo graças ao qual cada um se apropria do sentido da sua história pessoal e profissional. É um processo que necessita de tempo. Um tempo para refazer identidades, para acomodar inovações, para assimilar mudanças. No Programa de Mestrado em Educação, minha grande meta foi aprofundar a reflexão sobre o tema que escolhi e encontrar nos estudos e na pesquisa novas possibilidades de caminhar para um aprimoramento de meu trabalho. Estudar e investigar a reflexão do docente sobre sua prática no contexto escolar e buscar compreender como essa reflexão, tanto na dimensão individual como coletivamente, pode colaborar com o fazer docente, permitindo-lhe um alargamento da consciência e a construção de um trabalho de melhor qualidade, foi o meu desafio.



A Escola E Seus Processos De Humaniza O


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Author : Magali de Fátima Evangelista Machado
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 2013

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Misc Ellaneous


Misc Ellaneous
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Author : United States. Office of Education
language : en
Publisher:
Release Date : 1937

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Bulletin Misc


Bulletin Misc
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Author :
language : en
Publisher:
Release Date : 1939

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A Escola Prim Ria Como Rito De Passagem


A Escola Prim Ria Como Rito De Passagem
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Author : Carlota Boto
language : pt
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press
Release Date : 2012-06-01

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Tendo por objetivo o estudo da escola portuguesa no período compreendido entre 1820 e 1910, procuramos a identificação de aspectos concernentes à interface entre as práticas escolares e o debate social sobre as mesmas. Por essa trilha metodológica, propusemo-nos a historiar o cotidiano, pressupondo nele uma história dos atores que vivem a escola; que agenciam o dia-a-dia escolar. Além disso, tínhamos a intenção de entrelaçar esse ensaio da escola que passou com as representações postas no imaginário pedagógico da sociedade portuguesa na referida época. Por ser assim, pretendíamos verificar a intersecção entre os modos como a sociedade percebia o fenômeno da instrução e os procedimentos realmente adotados para o ensino, com a finalidade de reconstruir pela escrita alguns aspectos que pontuaram o universo simbólico acerca da educação em Portugal de um século atrás. A escola primária era, em Portugal do século XIX (1820-1910), um ritual entre gerações. À infância, era suposto o reconhecimento escolar da tradição do povo e do passado do país. À infância seria também entregue o futuro. Cabia, portanto, à escola a projeção desse futuro, a exemplo do passado. Compreender a sociedade portuguesa do período exigiria então o reconhecimento desse intervalo entre passado e futuro; essa mudança de temporalidade representada pelos anos de escola. A escola era uma ‘forma’, um ‘modelo’ de criação e de irradiação de valores; valores que, muitas vezes ‘reproduzindo’, no mínimo, ela ajudou a criar. A escola primária era também a instituição que a comunidade reclamava para se fortalecer. A escola era o lugar de produção do cenário coletivo para a generalização do código da escrita. A escola era enfim o ambiente que paradoxalmente se opunha e complementava a ação familiar. O presente trabalho procurou então rastrear os sinais do discurso sobre a escola: quem era enfim essa escola que a modernidade criou, e no que supostamente ela se deveria tornar? Nesse diálogo entre o domínio da realidade do ensino e as prescrições - legais, intelectuais, institucionais, literárias - sobre o ideal educativo almejado, procurou-se interpretar a variação das fontes, estabelecendo sentidos, conexões, inferências, regularidades; enfim, compondo um relato. Na longa duração de quase um século, procurou-se perceber as rupturas e permanências de uma atmosfera escolar, cujos alicerces talvez tenham algo a dizer à nossa contemporaneidade pedagógica.