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Enquanto Meu Amor N O Vem


Enquanto Meu Amor N O Vem
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Enquanto Meu Amor N O Vem


Enquanto Meu Amor N O Vem
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Author : Isabel Vieira
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 2000

Enquanto Meu Amor N O Vem written by Isabel Vieira and has been published by this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2000 with Young Adult Fiction categories.


Seis histórias diferentes, seis tramas diferentes, muitas personagens diferentes... Será? Não será o mesmo o fogo que alimenta a esperança de todas essas personagens? Reunindo diversas maneiras de tratar a linguagem e vários modos de abordar um mesmo tema, Enquanto meu amor não vem é e de prazer e inspiração literária.



Enquanto Caminho Com Deus


Enquanto Caminho Com Deus
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Author : Beatriz Gotardelo Fraga Moreira
language : en
Publisher: Xulon Press
Release Date : 2009-05-05

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Enquanto O Amor N O Vem


Enquanto O Amor N O Vem
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Author : Iyanla Vanzant
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 1999

Enquanto O Amor N O Vem written by Iyanla Vanzant and has been published by this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 1999 with Love categories.


Reconhecida como o 'maior fenômeno editorial de 1998', com mais de 4 milhões de livros vendidos nos Estados Unidos, Iyanla Vanzant se dedica a mostrar como podemos transformar nossas vidas e crescer espiritualmente. Neste livro ela faz uma visita pela casa do amor, examinando cada nível e etapa, apontando o que pode ser feito a cada passo.



Uma Hora Antes Do Fim


Uma Hora Antes Do Fim
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-10-24

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96º livro do autor das séries OLYMPUS e EROTIQUE , todos eles (exceto Poeticamente teu , da Coleção Goiânia Prosa e Verso 2019)) publicados no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS 81. SOMBRAS QUE RESTARAM DE NÓS 82. EROTIQUE 7 83. A CAIXA DE TINTAS DE DEUS 84. PONTES PARA LUGAR NENHUM 85. VELAS SOLTAS AOS VENTOS SOLARES 86. HISTÓRIAS QUE A NOITE NOS TRAZ 87. VESTÍGIOS DE UM FOGO QUE SE APAGOU 88. ARTÍFICE DE VERSOS 89. O TEMPO, ESSE CARRASCO 90. OLYMPUS: LIVRO IX – ESPARTA 91. ESSA SOMBRA EM TEU OLHAR 92. OS OLHOS MÁGICOS DA POESIA 93. VERSOS QUE JAMAIS ESQUECI 94. LÁGRIMAS PROSCRITAS 95. EROTIQUE 8 Alguns trechos: “Foram tão poucos dias, tão poucos abraços, / E daqui a apenas alguns instantes, / Tua lembrança me acompanhará até o final, / Levarás contigo minha Poesia, / Mas no que escrevi, estarão para sempre teus traços, / Como no relato desses momentos lancinantes, / Antes de tua ausência tornar-se um pesadelo real...” “Se, em alguma dessas vezes, nunca voltares, / Minha existência perderá o sabor, / E a Poesia que me habita ficará exaurida, / Dispersando-se em vão pelos luares, / Pelos painéis onde pintei meu amor, / Pois é para ti que descrevo a Poesia da vida...” “Vem provar os meus beijos vorazes, / E a devassidão que me vem às vezes, / Uses a volúpia que vem sem que me avises, / E enquanto me cavalgas nessas horas velozes, / Vivamos na voracidade com que me seduzes.” “Possua-me e deixe que eu faça o mesmo, / Sem amarras nem censuras neste lugar, / Onde o destino nos juntou, numa noite a esmo, / Inesquecível, que jamais deveria acabar...” “Na última chamada para o teu voo, / Voltaste correndo da sala de embarque / E te atiraste em meus braços, / Pedindo-me que te deixasse ficar, / Mas eu te disse que era o teu destino, / E não te queria ver infeliz ao meu lado, / Por mais que me tornasse infeliz tua partida, / E, aos prantos, deste-me um último beijo, / E retornaste à sala de embarque, / Olhaste da entrada outra vez para mim, / Sacudida pelo pranto e pela dúvida, / Jogaste-me um beijo, e entraste de novo, / E logo o teu voo partiu...” “O mundo é mesmo assim, minha amiga, / Pagamos um dia o preço por nossos erros, / E pela sucessão deles, Deus nos castiga, / Em vez de aniversários, vamos a enterros.” “Por favor, peço que considere / Que, sem você, sou um peso morto, / Vagando por aí, em desatino, / Uma alma penada, pois só sobrevivo, / Sem razão nem por que, / Pois sua lembrança ainda me fere, / Sou um navio ancorado num porto, / Sem tripulação nem destino, / Pois sem seu amor eu não vivo, / Sou um fantasma de mim, sem você...” “Como não perceber que Deus, além de um esteta, / Capaz de inventar miríades de formas e vidas, / Trata-se afinal de um Supremo Poeta, / Com obras inexplicáveis, por Ele concebidas, / Espalhando pelas galáxias a Sua criatividade e Poesia, / Imensurável, ao criar mundos tão diversos, / Perfeitos, compartilhando uma indescritível magia, / Nessa incrível sinfonia de infinitos universos?” “E agora, o que faço da vida, / Se ela era a fonte de minha Poesia? / Por que essa lágrima sofrida, / Enquanto o meu mundo ruía?” “Nossas opiniões não coincidem, / E continuamos nos amando, / Mas nossas mentes colidem, / E estamos sempre discordando / Sobre tantos assuntos, / Por motivos jamais explicados, / Sempre juntos, / Eternamente separados...” “Eu te virava do avesso / E com fervor aceitavas / O que parecia o fim era só o começo / Das brincadeiras que comigo inventavas” “Ficará insone em algumas noites, até um novo dia nascer, / E tentará estancar cada lágrima fugidia? / Será que você conseguirá afinal me esquecer, / Depois de tantos anos de amor e Poesia?” “A mão que afaga é a mesma que apedreja, / E aquela que tem melhor pontaria / E, portanto, provoca as maiores feridas, / Que não cicatrizam por anos, / Ou pelo resto da vida...” “Quando termino de declamar uma última ode, / E logo depois, meu coração explode, / Então, tarde demais, você reage e me acode, / Arrependida, desesperada, / Por essa vida assim desperdiçada, / Logo depois de nossa última madrugada...” “Políticos vivem no reino do faz de conta: / Posam de honestos, / Mas, com raras exceções, / São um bando de vigaristas, / Capazes de passarem a perna / Em qualquer um!” “Meu rio deságua em teu oceano, / Num estuário repleto de sensações, / Minhas águas eriçadas e geladas / De encontro à tua praia úmida e tórrida...” “A Poesia sobrevive, / Por mais que tentem sepultá-la, / E nos corações dos poetas vive, / E, ao sopro de um olhar, a Poesia fala, / Libertando poemas românticos, / Pois quem mandou libertá-la?” “Então, por algum tempo eu te contemplo / Com esse carinho que mereces, / Nessa cama que virou nosso templo, / Pensando no quanto me enterneces...” “E você fica aí, tentando consolar os perdidos, / Pessoas que se arruinaram, atrás de dinheiro fácil, / Mas com qual base, se suas músicas são meros ruídos, / Se em seu livro da vida, sequer escreveram o prefácio?” “Você de mim se esvaiu, / Até que um dia sumiu, / Mesmo ecoando aos poucos / Os sons de seus gritos loucos, / Renegando-me como pária, / Delegando-me uma posição ordinária / Nessa sua vida proscrita,” “Tomo uns goles de margarita, / Para ver se apaga essa saudade infinita, / Que ficou quando você foi embora, / Tomo uns goles de rum, / E isto me lembra que até agora estou em jejum, / Mas o que fazer com essa lágrima fora de hora?” “Estava ao léu, / Cultivando tristezas de toda sorte, / Naquele dia assustador, / Quando te vi pela primeira vez, / Então, desceu do céu / Uma voz forte, / Dizendo: ‘Faça-se o amor’, / E o amor se fez...” “E, daquele estranho dia em diante, / Entrei no modo de sobrevivência, / Os controles travados em seguir adiante, / Sem nenhuma lágrima para suprir sua ausência.” “O jeito é trabalhar fada vez mais, / Para sobreviver à torcida do Leão, / E à terrível piranha arrecadadora dos fiscais, / Que xingo todas as noites quando deito no coxão!” “És a inspiração para a minha Poesia, / São para ti os versos que narro, / É teu o bosque que abriga a Fantasia, / No qual em meus sonhos esbarro...” “Sombras na parede piscam para mim, / Como se fossem de carne e osso, / Tridimensionais, como podem ser assim? / Será que minha imaginação chegou ao fundo do poço, / Por ficar vendo sombras que parecem vivas?” “Queria não te amar, mas amo, / Desisti de tentar te esquecer, / Pois descobri que estás impregnada / Nas memórias que nem tenho...” “Pois as palavras fortes que meus poemas soletram / Quaisquer dores de mim isolam / Formando em meu cérebro uma muralha / Invisível / Contra tudo aquilo que me devastaria” “Seu olhar é um poderoso afrodisíaco, / Que tem o dom de me fazer sonhar / Em levá-la a um lugar paradisíaco, / Uma praia deserta num distante mar.” “Depois de algum tempo / Você se acostuma / E nem procura mais / De onde veio o tiro pelas costas / Que acendeu essa desconfiança / E abalou o seu mundo seguro” “A última vez em que te esqueci / Não durou nem uma semana, / Um tempo astronomicamente longo / Para descobrir que sem ti não vivo, / Não passo de uma casca vazia, / Da qual roubaram um coração!” “Senhor, conduz-me por novos caminhos, / Arranca de meu corpo os espinhos / Nele cruelmente cravados / Pelos meus tantos pecados...” “Eu era feliz e não sabia! / Por que ninguém me contou / Que era você a fonte da felicidade / E onde morava toda a minha Poesia? / E agora, que você se foi e nunca voltou, / O que faço com essa maldita saudade?” “Esse pássaro pousado em minha mão, / Entoando a sua suave canção, / Equilibrando-se sobre o meu dedo, / Mostra que de mim não tem medo, / Pois certamente sabe que poetas são inofensivos,” “Tudo ficará bem, / Menos aquilo que não possa, / Por causa desse maldito vírus! / Nos próximos instantes, / Não morrerá mais ninguém, / Sufocado em alguma poça, / Ou abatido a tiros / Por antigos amantes, / Ou por causa de uma nota de cem!” “Esse teu olhar viciante / Hipnoticamente me seduz / Para cair em teus braços num instante / Mas na verdade estás a milhares de anos-luz” “Bem que queria jogar-me nessas procelas, / Tempestades sem fim que me convidam, / A desvendar desejos que não me revelas, / Mas meus sonhos em ti se suicidam.” “E, quando a manhã nos despertar, / Quero banhar-me em teu olhar, / Carregado de novas promessas, / E, em teus olhos expressas, / Fagulhas que antes lá não havia, / Quando te revelar que és a fonte de minha Poesia...” “Por que de repente tudo ficou estranho, / Entre nós uma muralha se ergueu, / E nossa volúpia encolheu de tamanho, / Até que finalmente o amor se perdeu?” “Um dia antes de nunca, / Você volta mais uma vez, / Chamando minha casa de espelunca, / Como, aliás, sempre o fez.” “Tenho tantas coisas para festejar, / Mas não festejo, / Tantos motivos para te desejar, / Mas não desejo.” “E tudo morre algum dia, / Inclusive o amor, / Que tem prazo de validade, / Pois logo se encerra a magia, / E depois, aos poucos perde o valor, / Até se converter em saudade.” “Você me procurará por toda parte, / E só cairá em si, ao ver a garagem vazia, / Nunca mais lhe escreverei uma obra de arte, / Como você costumava chamar minha Poesia. / Não encontrará nenhum bilhete de despedida, / Pois já havia me despedido tantas vezes, / Já passara da hora de sair de sua vida, / Como andava ensaiando há muitos meses.” “Esse tempo implacável / Salvou em um arquivo deletado, / Em algum nicho secreto / No fundo de minha memória, / As lembranças que havia de nós.” “Na primeira vez em que te vi, / Ouvi ao longe anjos tocarem trombetas, / Saudando a tua passagem, / E juro que até uma orquestra ouvi, / Vi no céu passarem vários cometas, / Eclipsados pela tua imagem!” “Nosso amor foi tão efêmero / Quanto o voo de uma borboleta, / Que de repente no chão se acabou, / Antes que ela sequer aprendesse a sonhar...” “E, mesmo que isto vá me estraçalhando, / Cada dia mais, vou te esquecendo, / Já mal me lembro de teu rosto lindo, / Ou das formas de teu busto redondo, / Eu te apago de mim, enquanto gira o mundo...” “Em cada país, inventam alguma desculpa idiota / Para esse ódio mortal sobre alguma etnia, / Mas a verdade é que essa ojeriza apenas brota / Em almas pagãs nas quais o demônio fez moradia...” “O amor está pelos ares, / Em todos os lugares, / Para onde quer que você olhe, / Sempre haverá alguém que lhe escolhe / Para lançar olhares pecaminosos, / Sugerindo paixões violentas,” “Please don’t call me again, / It’s the end of this game, / You’re no more in my brain, / Our love will never be the same.” Não sei mais como expulsar / Esse desespero, esses desenganos. / São poucos metros a nos separar, / Mas são tantos oceanos… Meu semblante não deixa transparecer, / Pois tranquei meus sentimentos numa caixa, / Mas a chave dela continua em tuas mãos! / E enquanto sigo rindo, pela vida afora, / Meu coração por dentro sangra e se dilacera, / Pois já não te quero mais, é certo, / Mas ainda e sempre, te amo… Acordei nesse momento desse devaneio exótico, / Voltando à realidade do meu mundo trágico, / Por tua presença outra vez mais ávido, / À espera do próximo sonho mágico... E, já no fim do ano, ao chegar a hora / Das alegres festas natalinas do mês de Dezembro, / Quando me lembrar do dia em que foste embora, / Serei triste como alguém que perdeu um membro… Com esse olhar tão Saramago, / Para o meu Cortázar, / Não importa o quanto eu Luft, / Rogarás sobre meus versos uma Braga, / Mesmo se ainda for Quintana-feira! / Acho que vou no bar tomar um Bilac, / Austen que seja tarde demais, / Para Verlaine se te esqueço, / E, como diria Peter Pan: Para o alto e Cervantes ! Pois mesmo quando ainda é verão, O frio asfixiante insiste em ficar / Lembrando-me daquela extinta paixão, / Da qual jamais me esqueço... / Por isto, tristeza, sente-se em qualquer canto, / Para mim é o fim, para você pode ser só o começo / De uma história que perdeu todo o encanto! Mas você nem percebe, / E imagina que aquele óbvio convite / Era a você direcionado, / E não a quem estava atrás de você, / Imperceptível aos seus olhos surdos, / À sua boca cega, / E aos seus ouvidos mudos... E lhe pergunto, brincando, / Se não quer me ressuscitar, / Pois só você poderia curar-me / Da doença terrível de ser um morto-vivo, / Eternamente nas garras do arrependimento... / E então você, num misto de riso e de choro, / Responde que aprendeu a arte da ressurreição, / E que o seu primeiro caso de sucesso / Foi ter ressuscitado a si mesma, / No instante em que atendi o seu telefonema! Como matar esta saudade, / Que me envolve por todos os lados, / Que me sufoca com intensidade, / De nossos corpos cansados, / Depois de deixares em meu rosto, / No final de uma noite atrevida, / De tua doce seiva o gosto / Que lembrarei pelo resto da vida? Ao ver o tamanho do estrago / Naquele ferro-velho sem solução, / Uma lágrima sorrateira brotou / No altar de minhas desilusões, / Mas ninguém a notou, / Exceto a noite! Mas agora, tudo o que quero é um vento brando, / Que me leve até a praia mais memorável, / Para nela adormecer até o romper da aurora, / E que a paz tão almejada me permita sonhar, / Em vez daqueles pesadelos que venho tendo, / E depois, de novo deixar as velas soltas aos ventos solares, / Não importa mais para onde o oceano me levar, / Talvez um dia eu volte, mas por enquanto apenas pretendo / Enterrar a saudade no mais profundo abismo dos mares... Amanhã, construirei um tosco avião, / E o lançarei do alto de uma montanha, / Para pelos ventos, leve, ser levado, / Carregando os versos de paixão, / Que de uma maneira estranha, / Descreviam esse amor desvairado… Enquanto a multidão, atordoada, / Perguntava-se em vão o que aquilo significava, / As rampas se ergueram, / Os seres celestes e os escolhidos entraram nas naves, / E as portas se fecharam. / Pouco depois, as naves partiram, / Deixando para trás um mundo sem juízo e sem perdão. / Foi pouco depois que explodiu a primeira Bomba... E nem preciso fazer nada disto, / Para saber que um dia te encontrarei, / E nos reconheceremos instantaneamente, / Tu me olharás e dirás: Eu te conheço! , / E eu responderei, sem pestanejar, / Olhando fixamente em teu rosto, / Com a voz embargada de tanta espera: / E eu te amo! ... Toquei a campainha de sua casa, / E, quando atendeu, eu a abracei fortemente, / E a cobri de beijos apaixonados, / E fui plenamente correspondido, / Pois às vezes isto acontece: / Gostamos tanto de alguém, / Que a amizade se converte em paixão, E, por medo de perdê-la, / Nada dizemos, / Correndo o risco de ficarmos / Sem nenhuma das duas coisas... E para defender nossa terra, / Morremos juntos na 1ª Grande Guerra, / Vimos Hitler virar um ídolo na Alemanha, / E os nazistas nos mataram na Grã-Bretanha! / Vivemos tantas vidas com nosso amor imortal, / Que sempre esteve acima de todo o mal, / E agora, quando me declaro te enfureces, / E vens dizer que nem me conheces? Depois de algum tempo, quando a dor se acalmar, / Quando não estiver tão exposta essa dor que se vê, / Mesmo assim, não sei se conseguirei me lembrar / Que algum dia preciso me esquecer de você… E agora, que finalmente a vejo aqui, à minha frente, / E relâmpagos cortam seu olhar como nunca antes, / Toda ruborizada, sem mesmo entender o porquê, / E tremendo de frio, mesmo estando tão quente, / Fixe em meu rosto os seus olhos brilhantes, / E, por favor, apenas me responda: era você? Eu via Deus em todos os lugares, / Mesmo nas horas mais sombrias, / Eu O encontrava em todos os luares, / A aquecer minhas noites mais frias. / Eu O percebia no canto dos canários, / Na melodia pungente do jazz, / Ele estava em todos os cenários, / Sentia-me às vezes como Moisés. Um dia, farão em meu cadáver uma autópsia, / Para saberem de minha morte o motivo, / Nunca descoberto em nenhuma biópsia / Nesse tempo em que ainda estou vivo! / Em minhas veias, correm rios de Poesia, / Versos líquidos percorrem meu sangue, / Meu coração bombeia pura Fantasia, / Que dispara e volta como um bumerangue! My kidneys filter and spray ideas and pics, / That my brain converts into poems, / Screens of love, longing or epics, / With fierce battles between phonemes! / But it will be too late, at the autopsy, / To find out how this can happen thereby, / This insane activity in this burning body / For your love, until the moment I die...



In The Meantime


In The Meantime
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Author : Iyanla Vanzant
language : en
Publisher: Simon and Schuster
Release Date : 2012-12-11

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Most of us go through life with a vision of what the ideal relationship is supposed to be, yet too often our longing for a soul mate leads to disappointment and heartbreak. What we see, desire, or harshly judge in our mate is but a reflection of self, Vanzant explains, as in IN THE MEANTIME she helps us to break free of our fantasies and view a relationship as an ongoing process of discovery and growth. Whether she is offering practical advice on how to avoid making the same relationship mistakes over and over again, or helping us to view the painful end of a relationship as an opportunity to learn and change, Iyanla Vanzant, as author Patrice Gains has said, 'reminds us that every moment is an opportunity to learn and inspires and encourages us to continue our inward daily search'.



R Quiem Para Um Amor Naufragado


R Quiem Para Um Amor Naufragado
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-10-01

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59º livro do autor dos seguintes livros, todos publicados pelo Clube de Autores e pela Amazon, em formato impresso e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA”) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS Alguns trechos: “E como navegar com a bússola quebrada? / Olhamo-nos com tristeza por longos segundos, / Sabendo que chegamos ao final dessa longa jornada, / E à nossa frente nos encaram oceanos profundos!” “Admiro a simetria de tuas gêmeas montanhas, / Que me desafiam a devagar percorrê-las, / E enquanto as minhas costas arranhas, / Em teus olhos brilham infinitas estrelas!” “Estamos em completa sintonia, / Mesmo que isto seja impossível, / Um ser de carne, outro de fantasia, / Como se algo assim fosse possível!” “Em vez de respostas / Deixaste-me fraturas / Expostas / Sem curas / E rupturas / Obscuras / Em meio às trevas / Primevas / Para onde me levas” “Só por ti inventei rimas tão raras, / Que com o seu doce nome principiam, / Mas lindas como o voo síncrono das araras, / Com palavras que ainda nem existiam!” “A verdade que não quer calar / É que eu te amo / Pelas noites a te buscar / Mas não reclamo” “Levantando a sua saia / Para fazer carinhos proibidos / Entre beijos audazes / Inebriando os seus sentidos / Com minhas mãos vorazes / Que lhe provoquem arrepios / E doces gemidos abafados / Enquanto correm seus rios / Por meus dedos encharcados” “Entre nós dois se esgueira / Uma fagulha que espouca, / Sob essa lua alvissareira / Que te deixa tão louca, / Como se fosses uma loba! / De repente gemes devagar, / E agradeces a mão boba, / Por teu corpo a navegar,” “Tire-me aqui dessa selva, / Salve-me desse martírio, / Rolemos juntos pela relva, / Compartilhe desse meu delírio!” “A mirar tuas pupilas infinitas, / Dedico-me a invadir teus espaços, / E exulto-me a cada vez que gritas, / Até adormeceres entre meus braços...” “Adeus, meu ex-amor, seja feliz, / Não tenha remorso pelo que tivemos, / Não deixe em seu coração uma cicatriz / Ocupar o lugar do amor que já não temos...” “Conta-me em detalhes a tua história, / Confessa as tuas memórias de horror, / Será que viveste uma paixão ilusória, / Ou és apenas mais uma vítima do amor?” “Eu te amava no ano que vem, / Mas o que será que aconteceu / Que de nós não sobrou um vintém / No futuro que há duas horas ocorreu?” “Nada mais faz sequer diferença. / Tudo o que ficou foram escombros, / Abraçados com essa saudade imensa, / Uma tonelada de dor sobre os ombros!” “Não tentes desvendar os meus segredos, / Porque estão guardados em cofres secretos, / Protegidos pelas digitais em meus dedos, / E todos escritos em arcanos alfabetos!” “Sei que isto não faz sentido, / Porque toda vez é igual, / Pois com você me comovo, / Mas nosso amor é só um ruído, / Que somente me faz mal, / E você sempre me deixa de novo.” “Foi então que no sonho tuas asas sumiram, / E já não mais estávamos a voar, / Mas num quarto, e entre as quatro paredes, / Uma piscina como meus olhos nunca viram, / Imensa, onde ondas passavam a rolar, / E entre tanta água, desvendei tuas sedes!” “E, se você chegar perto de mim e me perguntar: / ‘Foi você?’, sem pensar duas vezes, eu lhe direi, / Com os olhos fixos em seu magnífico olhar, / Que fui eu sim, e que para sempre a amarei...” “Junte-se a mim numa aventura louca, / Faça minha ilusão subir como um foguete, / Recite versos meus com sua voz rouca, / Ao mesmo tempo em que toma um sorvete!” “E, ao raiar de uma linda manhã de agosto, / Quando de êxtases já estiver saciada, / Faça um carinho suave em meu rosto, / Comece junto de mim uma nova jornada...” “Preciso de você urgentemente, / Para tirar a barriga da miséria, / E deixar de ser assim tão carente / A minha veia fissurada em sua artéria!” “E, quando de paixão me olhas e urras, / Enquanto me cavalgas em êxtases profundos, / Mal consigo acreditar quando me sussurras / Que finalmente se mesclaram nossos mundos...” “Observa enquanto derrubo os astros / Que à tua constelação me guiavam / Olha só como derrubo os mastros / Que nossos barcos no mesmo cais abrigavam / Observa enquanto separo as correntes / Que nossos corpos loucos amarravam / Olha só como quebro as lentes / Pelas quais nossos olhos sedentos se enxergavam” “Como evitar de pensar em talvez lhe telefonar, / E convidá-la para irmos ao teatro ou ao cinema, / Ou quem sabe, sairmos juntos para um jantar, / E lhe levar flores, onde o cartão seja um poema?” “Vou vivendo / À sombra de tua devassidão tanto sonhada / Nós dois ardendo / No fogo de nossa cama sagrada” “Mas, quando dei por mim, / Já não havia seus rastros, / O sonho sumiu no jardim, / Ou se escondeu entre os astros! / Terão sonhos um cemitério / Ou simplesmente desaparecem? / Mas que intrigante mistério: / Aonde os sonhos vão quando fenecem?” “Essa esmaecida fotografia / Em que você me sorria / Com estrelas a brilhar / No fundo de seu olhar / Causou-me um choque / E ninguém que eu toque / Faria de novo eu esquecer / Aquilo que senti ao lhe ver / Naquela noite inesquecível / Em que me senti invencível / No instante em que me beijou” “Minha nave foi abatida / E caiu em teu oceano / E para salvar minha vida / As tuas águas profano / Sou um náufrago em teu mar / Nessa noite imensa / Submerso em teu olhar / Escravo de tua presença” “Depois de várias horas, pedimos um iFood, / Para recuperarmos um pouco as energias, / E enquanto a olho, tão linda, pergunto-me como pude / Ficar sem você, por tantas noites sombrias.” “Pois vê-la ao vivo deve ser incrível, / Já que sua foto queimou meu fusível / E deixou-me assim meio sem energia, / Provocando-me uma doce fantasia / De bailarmos juntos por um salão, / Teus seios roçando o meu coração, / E nos seus meigos olhos me perdendo, / Ouvi-la contar histórias que não compreendo, / Pois estarei definitivamente perdido, / Tirando a música de seus lábios de ouvido,” “Foi de repente que fiquei triste, / Quando vi o seu dedo em riste, / E eu que pensava então ser feliz / Ganhei essa infame cicatriz.” “Perdoe-me por ter lhe deixado / Sozinha por tantos anos, / Pelo meu barco ter naufragado / Longe de seus oceanos...” “Sei que esta é uma paixão funesta, / E tudo que me resta é enlouquecer, / Então me diga como sair desta, / Como é que faço para te esquecer?” “Ando por aí, contando histórias / Que a Poesia me soprou, / E camuflando minhas memórias, / Como a vida me ensinou!” “E então eu a beijei novamente, / E outras vezes, trocando nossos fluidos bucais, / Sorvendo aquela boca tão quente, / Da qual não me afastei nunca mais...” “O coração meu sangue bombeia, / Distribuindo-o em cada veia, / Mas o teu DNA, nele imerso, / Joga-me paixão em cada verso! / Minhas sinapses tiram tua foto, / E em meu cérebro a imprimem, / Mas em todas elas que noto, / Minha paixão por ti bem exprimem!” “Maravilhei-me com o lume / Que de seus olhos cintila, / Como se houvesse uma fogueira / No fundo de cada pupila / Que a consumisse inteira, / E naquele olhar revelador, / Eu descobri um paraíso / Nas promessas de seu olhar sedutor,” “Cante-me algumas canções de que goste, / Recite alguns versos que já decorou, / E em meu peito suavemente recoste, / Beije-me de um jeito que a ninguém beijou.” “Dói-me saber o destino da última flor, / Que deixaste morrer sem lamento, / E se decompor sem deixar rastros, / E nem sequer uma lágrima tua...” “O carro dela estava ao lado do meu, / E, quando a vi, deu-me um estalo, / Com aquele sorriso que me derreteu, / Como se pela janela me houvesse beijado!” “Sempre que eu te vejo passando, / Linda como um anjo caído, / Perco o rebolado e fico pensando: / Por que me abalas cada sentido?” “Solitários costumam ser introspectivos, / E quando gostam de alguém, se intimidam, / Não têm certeza de que estejam mesmo vivos, / E de sua própria imagem no espelho duvidam!” “O pesquisador, meticuloso, / Examina tudo em detalhes, / Antes de dar algum parecer. / Olha para todas as coisas, curioso, / E busca a cura para todos os males,” “Perdoa-me pelos erros cometidos, / Pelos nossos caminhos sofridos, / Pela minha falta de bom senso, / Pelas lágrimas vertidas num lenço, / Por todas as vezes que te machuquei, / Pelo pouco que muitas vezes te amei, / Pelos desencontros e algumas ofensas, / Pelas minhas parcas rezas e crenças,” “Amanhã, vou carregar um alvo enorme, / E colocá-lo em meu peito quando você me olhar, / Quem sabe assim seu olhar se transforme, / E, pelo inusitado, comece então a gargalhar?” “E, quando vejo seu riso lindo, eu me acovardo, / Temo suas garras agudas como as de um leopardo, / E de cair em suas armadilhas me salvaguardo, / Mas de seus beijos vorazes jamais me resguardo!” “Eu te amo, / Mais do que posso expressar, / Mesmo sendo poeta, / Não há palavras humanas / Que possam exprimir meu amor! / Talvez quando eu me tornar anjo, / De minha boca saiam cânticos / De amor cósmico ou divino. / Mas agora apenas digo que te amo,” “And I’ll paint you in my shoulder / Nice and lovely as you really are / Your image in me like in a folder / Written in my body like a indelible scar”



O Lado Negro Da Poesia


O Lado Negro Da Poesia
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-08-01

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56º livro do autor das séries Olympus e Erotique, com as seguintes obras já publicadas (pelo Clube de Autores e pela Amazon): 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 Alguns trechos: “Quando eu morrer, ao fim dessas estradas, / Não me enterrem num cemitério qualquer, / Mas sim ao lado dela, / Se possível no mesmo caixão! / Deixem nossas mãos entrelaçadas, / Para que não fique, por um momento sequer, / Sem sentir sua presença, na mesma cela / Onde nos reuniu a Escuridão...” “Depois, nada mais foi como antes, / De negro se vestiram as esquinas, / Mortalhas se espalharam triunfantes, / Carruagens infernais tocaram suas buzinas! / Os mortos se levantaram dos túmulos, / Vagando como indecifráveis zumbis, / Assassinatos chegaram a seus cúmulos, / Trucidando milhares de indefesos civis... / Mulheres lindas foram trancadas em jaulas, / Os rastros de violência se espalharam, / A liberdade foi banida das aulas, / E os amantes nunca mais se encontraram...” “Em um universo paralelo obscuro, / O nosso amor não existe, / Para nós não há futuro, / O deus do Tempo é tão triste! / Nesse lugar, não nos conhecemos, / Nossos olhares nunca se cruzaram, / Solidão é tudo o que temos, / Nossos caminhos sempre se separam!” “A vida escorre em mim num instante / Por este ignóbil buraco de bala, / Deixado por um vil assaltante, / E a melancolia em mim se espalha! / Nesses poucos momentos que restam, / Penso loucamente em minha amada, / E pensamentos ruins me infestam, / Enquanto meu sangue molha a calçada!” “E, quando sobre nós chegar o inferno, / E a radiação consumir nossos corpos inocentes, / Cairá sobre o mundo um sepulcral inverno, / E vulcões expelirão cinzas nos céus incandescentes.” “Quando foi que nasceram / Essas negras asas em tuas costas / Com estranhas garras agudas?” “Quando chegar o último dia da Terra, / Mesmo em espírito, estaremos ainda juntos, / Observando como tudo se encerra, / Como os amantes se transformam em defuntos... / E, quando chegar esse dia funesto, / No céu, duas novas estrelas binárias brilhando / Estarão em eterno contraste com todo o resto, / Uma em volta da outra, para sempre se amando...” “E cá estamos nós, / Lado a lado, / A sós, / Cheios de pecado, / Lembranças / Amargas / E semelhanças / Entre nossos perfumes / E sobrecargas, / Compartilhando costumes / Obscenos, / Terrenos, / Gritos roucos, / Corpos loucos / De prazeres / Orgásticos / E afazeres / Fantásticos / Até o amanhecer, / E depois / Nós dois, / Juntos, / A trocarmos assuntos, / Até o mundo morrer...” “Em um sinistro Universo paralelo, / Jesus Cristo foi crucificado, / Mas não ressuscitou! / Debaixo daquele sol amarelo, / O amor foi vencido pelo pecado, / E Cristo aos céus não se elevou! / Naquele planeta triste, / Toda tentativa de amar é em vão, / A tristeza é soberana, / O ódio é tudo que existe, / Irmãos se matam, sem compaixão, / E a guerra reina, profana! / Naquela Terra maldita, / Que orbita no espaço sem fim, / Nunca houve um Salvador, / A solidão paira, infinita, / Nas veias corre sangue ruim, / E das ruas foi banido o amor!” “A cidade crua, / Com sua face nua, / A sua casca rompe, / E logo corrompe / Quem não tem sossego, / Quem não tem emprego, / Com seu trânsito lento, / Com seu desalento, / Com as suas chagas, / Com as suas pragas,” “Se será por sua magia que virarei seu escravo, / Mas talvez seja nesta noite que eu desbravo / Se farei suas vontades, ou ela será minha serva, / Nessa aventura que a bola de cristal nos reserva...” “Eu procurava por ti, mas em vão, / Pois nunca te encontrava, / Eu te buscava em cada desvão, / Enquanto o exército dos mortos aumentava...” “Essa escuridão que nos permeia / Faz-nos esconder atrás da porta, / Como um bandido que nos saqueia / Ou alguém que reaparece e está morta!” “Não chore, está tudo bem, é apenas a morte, / Um dia teria mesmo de acontecer, / E entre nós dois, melhor que seja eu, / Pois você é muito mais forte, / E, de um modo ou de outro, vai sobreviver / Em um mundo onde o seu amor morreu...” “Essa longa noite que atravesso / Num ser noturno me transformou, / Pois fui virado desse jeito do avesso / Desde que você se foi, e nunca voltou...” “Aquele pequeno caixão / Dentro dele transporta / Toda a tristeza e compaixão / Que é possível por uma criança morta,” “Nesta situação, muitos cometem suicídio, / Outros apegam-se a um fio de esperança, / E pedem a amigos alguma fonte de ganho, / Outros acabam cometendo um homicídio, / Enquanto o diabo, vendo a cena, dança, / Pois arrebanhou mais um para seu rebanho!” “Resolvi me despedir dessa vida / E passar para a próxima fase, / Então este poema é uma despedida / Para minha linda morte kamikaze!” “Estou em minha sala, em companhia da solidão / Quando, de repente, você bate à porta, / Mas só pode ser sonho ou alucinação, / Pois sei que você está morta!” “Faz muito tempo que o nosso amor já morreu / Mas fica me rondando como se fosse um zumbi, / Com lembranças que o próprio tempo esqueceu / E cobrando-me um amor que eu nunca recebi!” “Veremos abraçados as cinzas radioativas / Se espalharem por toda a Terra, / Enquanto as últimas paixões estiverem vivas, / No apocalipse da derradeira guerra. / E, quando sobre nós chegar o inferno, / E a radiação consumir nossos corpos inocentes, / Cairá sobre o mundo um sepulcral inverno, / E vulcões expelirão cinzas nos céus incandescentes.” “Fui morrendo aos poucos, / Devagarinho, / Como só acontece aos loucos / E a quem ficou sozinho. / Fui desmontando as caixas, / Onde guardava o que me pertencia, / Fui lamentando as baixas / Que se foram, junto com a Poesia!” “Esta noite, você me apareceu, / Com olhos de quem pede perdão, / Mas deve ter sido só uma ilusão, / E quando abri os olhos, estava só eu.” “Vem, oh, Natureza, / Ressuscita aquela chama / Que mostra a tua grandeza, / Para limpar toda essa lama! / Faz tremer todos os pilares / Que sustentam os portais da Terra, / Empresta tua fúria aos mares, / E à imensidão que neles se encerra!” “Nos trilhos da vida, a tristeza dispara / Como se fosse uma veloz locomotiva, / E a maldita solidão ri de nossa cara, / Quando percebe nossa dor convulsiva... / E fica um gosto estranho na garganta, / Que nos faz engolir em seco, / Na angústia que no peito se agiganta, / Como se um monstro nos aguardasse num beco!” “Quando ouço o arrastar de correntes, / E vejo lençóis pairando soltos no ar, / Escuto estranhos ruídos intermitentes, / Nas noites que não me deixam respirar! / O que será que me faz ser assombrado, / Que crime terrível terei cometido? / E essas portas onde passei um cadeado, / Como se abrem com esse sinistro rangido?” “As luzes das lanternas não conseguem / Iluminar as sombras que me perseguem / Ocultas debaixo das escadas sombrias / Fugidas das noites mais torpes e frias / Essas sombras que lá se escondem / Soltam gritos que não se escutam / E que só os demônios respondem / Vindos do inferno onde se ocultam” “Quando as últimas bombas subirem, / Será o início da última guerra, / E, quando elas explodirem, / Será o fim da vida na Terra / E de nosso amor eterno, / Nesse planeta então extinto, / Num permanente inverno / Radioativo, com sangue retinto.” “Quando foi que abandonaste / Nosso mundo de sonhos e fantasia / Onde o meu amor te prendeu? / Como foi que te afastaste / De nossas noites de sexo e Poesia / Só porque um vampiro te mordeu?” “Ultimamente, vivo assombrado / Por teu fantasma assanhado, / Que se diverte em me provocar, / E depois se desvanece no ar, / Sem deixar rastro ou perfume, / Somente deixa o negrume / Da noite, pois desliga a energia, / E fica sem luz até o raiar do dia,” “Doce vampira, chupe meu sangue, / Até a última gota, com vontade, / Até me deixar completamente exangue, / E farei parte de ti, por toda a eternidade...” “Durou apenas um segundo / O tempo entre a explosão / E os corpos espalhados no chão! / Parecia o fim do mundo, / Tanto sangue derramado nas ruas, / Tantas vidas desperdiçadas, / Quantas famílias despedaçadas, / Para as quais não haverá mais luas, / Nem lindos sonhos a conquistar!” “Descobri, tarde demais, que as bruxas hoje nos reduzem / A inofensivos brinquedos, escravos sexuais e joguetes, / Enquanto voam por aí, lindas e louras, / E aos pobres e infelizes mortais seduzem, / Montadas em seus avançados foguetes, / Disfarçados em inocentes vassouras!” “Olhei pela porta semicerrada, / E quase morri de susto, / Pois estavas no escuro pelada, / Mas escorria sangue por teus caninos! / Pensei que Deus fosse justo, / Queria teu amor, não teus dentes assassinos...” “Mas sua boca ainda se mexia, / E, com horror, percebi o que tentava dizer, / E congelei então tudo que havia, / Sem saber mais o que fazer! / Mas a palavra maldita ainda bailava até mim, / E por isto cheguei ao meu limite, / E então congelei o espaço sem fim, / Até o dia em que Deus ressuscite...” “Guarde de mim apenas suas lembranças, / Distribua meus parcos pertences entre os pobres, / Aquele nosso amor imenso no coração preserve, / Não perca jamais as suas esperanças, / Que fazem de seu coração um dos mais nobres, / Um pensamento para mim em seus sonhos reserve...” “Infame vampira, que dormes numa tumba, / Em teu sinistro castelo moderno, / Lutarei até que como guerreiro sucumba, / Pois não tenho intenção de ser eterno, / E te exorcizarei com uma macumba / Que anotei na última folha de meu caderno,” “Vermelha é a cor de teu sangue / Que espalhas pela relva, / Pelo pântano, pelo mangue, / Pela planície, pela selva, / Pelas colinas, pelas montanhas, / Entre meus olhos, pelo meu peito... / Provocas sensações estranhas / Com esse sinistro jeito / Que às vezes me mostras,” “Em todo o mundo, terroristas bombas explodem, / A Terra está à beira de uma guerra nuclear, / Terremotos, tsunamis e furacões sacodem / Países pobres ou ricos, e nem sais do lugar?” “Você para mim é um estorvo / E vive saltitando ao meu redor / Como se fosse um maldito corvo / Que conhece meus passos de cor / Você fica por aí me bisbilhotando / Como se não tivesse o que fazer / Qualquer dia vou te ouvir crocitando / Com suas negras asas a bater” “Você me sepultou na cova rasa / De seu infinito desprezo, / Entre corvos e urubus sem asa, / No fundo da qual fiquei preso... / E me afundei nesse poço profundo, / Onde chafurdam sentimentos nefastos, / Onde habita a miséria do mundo, / Entre seus pântanos mais vastos...” “Assassinei você das minhas lembranças / E renovei as minhas parcas esperanças / Com esse crime quase perfeito! / Mas algumas coisas não têm jeito, / Pois às vezes você em mim ressurge, / E contra ficar no limbo se insurge!” “Eu disse adeus, e fui para longe, / Tentando esquecer todo o teu encanto, / Triste e solitário como um monge, / Tentando me ausentar dessa tristeza / Que insiste em reviver o passado, / Nessa saudade que me deixou sem defesa, / Enterrando o amor que por ti foi assassinado...” “Seu olhar ardente me assusta, / Com suas risadas estridentes, / Mas não é uma luta justa, / Meu pescoço contra seus dentes!” “Depois que secarem os últimos poços, / De nós ficarão só os ossos / E esqueletos de cidades desertas, / Restos de feridas abertas / Pela nossa ignorância, / Pela nossa beligerância, / Que destruirão este lindo planeta, / Mais do que fez um cometa, / Que nos atingiu há milhões de anos...” “Depois do último pôr do Sol, / Depois que cair a última bomba, / Não haverá mais eu e você, / Somente um planeta destruído, / Coberto de poeira radioativa, / Morto! Como nós dois...” “E camuflado pelos trilhos do bonde / Um soluço desesperado se esconde / Triste sobrevivente de um cataclismo / Tentando escapar do fundo do abismo / E no ônibus lotado em plena hora do rush / Uma lágrima disfarça para que ninguém a ache / Escondendo-se de olhos que preferem não ver / O desespero de alguém que só quer morrer” “Por isto, guardo de novo teu diário na caixa, / Pois não quero profanar teus belos segredos, / Com infinito amor, eu a enrolo numa faixa, / E a embalo com carinho entre os dedos... / Ajoelho-me, e enquanto as lágrimas descem, / Concentro-me, com fervoroso ardor, / E, sem ligar se a tristeza e a dor ainda crescem, / Confio-te a Deus, com minha mais doce prece de amor...” “Um dia, alguém que eu amava / Perguntou-me, perplexa: / ‘Você existe mesmo? / Difícil acreditar que é de verdade!’ / Pesaroso, respondi: / ‘Existi, até duvidares de mim.’ / E numa nuvem de fumaça, desapareci / Diante de seus olhos dilacerados...” “Mas não tenho medo de nada do além / E para mim tu não és ninguém / Exceto esse monstro vindo do inferno / Que achava que seu poder fosse eterno / Mas que urra de dor quando me ataca / E sente que cravo em seu peito uma estaca / Para mandá-la para o inferno de onde veio / Com essa estaca cravada em seu seio / E de repente se transforma em fumaça / Sem deixar nem mesmo a maldita carcaça!” “Do lado de fora da minha janela / O teu rosto esmaecido me encara, / Um espectro nessa noite tão bela, / Cutucando a saudade que se escancara! / Esse fantasma, assim flutuando no ar, / Como se alguma pessoa voar pudesse, / Insiste em todas as noites me vigiar, / Como se esperasse que algo eu confesse!” “A Poesia que havia me abandonou, / Pois era em ti que ela morava, / Saudade e solidão, eis o que me restou, / Nesta casa onde teu riso me encantava! / Somente o teu fantasma habita esta casa vazia, / Tropeçando nos móveis, derrubando cristais, / Soprando em meus ouvidos, nesta sala tão fria, / Que teu perfume não preencherá nunca mais...” “À noite na praia, julguei ver teu fantasma, / Mas não sabia que havias morrido! / Será mesmo um ectoplasma, / Ou será um sexto sentido? / A tua visão flutuava sobre a água, / Como se fosse de éter, / Ou como se vestisse uma anágua, / Ou se tivesse um cateter / Inserido no calcanhar, / Ou se tivesse uma navalha / Cravada fundo na jugular! / Tentei lembrar o teu nome ou teu celular, / Mas em minhas memórias havia uma mortalha, / E eu estava com fome, te esqueci, e fui jantar...” “Nas ruínas de Notre Dame, / Dois fantasmas choram! / Quasímodo e Esmeralda / Não seguram as lágrimas / Com o teto desabado, / Cinzas por todos os lados, / Pinturas queimadas, / Vitrais destruídos, / Tesouros que se perderam, / Relíquias cristãs jogadas aos leões, / Um monumento que sangra, / Como sangramos todos nós / De tristeza e desolação!” “Procurei algum sinal de minha amante imaginária, / Mas tudo o que encontrei foram silêncio e mistério, / Liguei para o número dela, e estava fora de área, / E quase fui procurá-la no mais próximo necrotério! / Não entendi porque não havia roupas no armário, / E o mistério só se desvendou quando vi no jornal / Uma foto, num convite para a missa de aniversário / Da morte dela, que ocorreu dois dias antes do Natal!” “Eu te procuro pela cidade, / Enquanto as bombas caem, / No último dia da Terra, / O Apocalipse tornado realidade, / Vidas que se subtraem / No desespero da última guerra... / Quando a radiação nos alcançar, / Nesse derradeiro entardecer, / Quero estar em teus braços, / E no último instante te beijar, / Será um sonho se puder morrer / Na doçura de teus abraços...” “Quando chegar a minha hora, / Ore por mim à mais próxima estrela, / E deixe que o vento meu espírito leve, / Leve, livre dessas amarras, / Que a vida terrena me aplicou... / Solte meus versos na noite, / E deixe que ela os leve, / Leves, para espalharem por aí o amor, / Entre os amantes que se escondem, / Por medo de ao amor se entregarem, / Ou que o mundo os maldiga...” “Hordas de demônios herdarão a Terra: / Formigas e baratas, depois desta última guerra, / Com seus corpos simples e resistentes, / Serão os últimos sobreviventes, / Depois que o último homem se for, / Depois que o último dia matar o amor, / Na destruição gerada por malditos gênios, / Na noite sem fim que durará milênios...” “Seu fantasma fica me rondando, / Dando risadas na minha frente, / Mas não sei até quando / Durará esse ectoplasma insistente! / Quanto mais eu o ignoro, / Mais ele fica fazendo caretas, / E aqui na rua onde moro, / Até aplaudem as suas piruetas! / Esse espectro virou motivo de piada, / E vivem de mim fazendo chacota, / Mas essa piada não é engraçada, / E não gosto de ser alvo de anedota!” “Todos temos algum esqueleto / Guardado no fundo do armário / Por isto mesmo não me meto / Em buscar argumento contrário! / Esqueletos de ossos quebrados / Emitem um ruído assustador / Deixando-nos os dentes trincados / Como num filme de terror!” “Essa escuridão ao teu redor / Vai te devorando aos poucos, / E vai ficando cada vez pior, / Como é privilégio dos loucos! / Esse horror tão intenso / Que te circunda / Gera o pavor imenso / Que te inunda...” “Crianças são treinadas como soldados assassinos / Para se explodirem como se fossem anjos divinos, / E, sem aviso, as bombas explodem em redações, / Cidades históricas ruem em cruéis explosões... / Terroristas adoram espalhar o pandemônio, / Será que algum dia deixarão de adorar o demônio, / Essa besta à solta em Riad, Damasco ou Bagdá, / A quem cultuam, disfarçado de Allah?” “Tens alguma coisa de sobrenatural, / Pois como explicar isto que sinto? / Ou só me livrarei se houver contato carnal, / Depois de algumas garrafas de vinho tinto? / Onde foi que deixaste o botão de desliga, / Ou isto acontece com um estalar de dedos? / Onde escondeste essa magia que me instiga / A me perder em teus sombrios segredos?” “Nada é tão melancólico / Quanto o amor que um dia se foi, / Soprado e levado pelo vento / Para o deserto do esquecimento. / Quem dorme ao teu lado na cama, / Não é mais quem tanto te amou, / Mas um espectro distante do passado, / Que a poeira do amor apagou...” “Você me jogou uma praga / Que os meus sorrisos estraga / E espanta quem estiver por perto / Desse meu caminho deserto” “Uma promessa é um doce feitiço / Que os sonhos acalenta / Até tomarem chá de sumiço / Quando a paixão se afugenta...” “Voas livre pelos ares, / Enfeitiçando todas as criaturas, / Por entre as nuvens te elevas, / Espalhando pelos céus as tuas trevas, / Sem nem te lembrares / Desse amor cuja saudade é a maior das torturas...” Trocamos juras de amor pelo domingo inteiro, / Mas, na manhã seguinte, na cama está vazio o seu lugar, / Não há rastro seu, nem mesmo o seu cheiro, / Era apenas um fantasma que veio só me assombrar... “Senti um sinistro arrepio na nuca, / Quando toquei no teu rosto gelado! / Bateu-me então uma ideia maluca: / Será que és um cadáver reanimado?” “Mas o toque de seus lábios permanecerá / Para sempre em mim tatuado, / Como se fosse um beijo roubado, / Ou como se houvesse sido esculpido / Por uma flechada invisível de Cupido! / E esse beijo sutil e momentâneo, / Mas principalmente espontâneo, / Terá sido dado para ver se eu descubro / Nesse dia trinta e um de outubro / Se você é mesmo de verdade, / Com esses seus infinitos olhos de jade?” “Um dia, você partiu sem aviso, / E a escuridão encheu a manhã... / Como eu pude ter sido tão cego, / Sonhando com você e deixado para trás? / Então você encheu minha mente com memórias, / Com histórias nunca vistas e nunca sonhadas, / Mas o pior é o horror que apaga a luz, / Trazendo seus rastros na noite sombria...” “Assim, o feitiço viraria contra a feiticeira, / E seria eu então a fazer você de joguete, / E depois de fazermos amor numa banheira, / Voaríamos pelos céus, em seu mágico tapete...” “Você me enfeitiçou para Semp, / Com esses seus Sapólios vampirescos, / E piquei congelado numa Brastemp, / À Mercedes de seus desejos grotescos! / Mordeste minha jugular no final de uma Fiesta, / Após tomarmos uma tarrafa de Concha y Toro, / E agora com o pouco Mustang que me resta / Terei de tomar Quasar dois litros de soro!” “Sei que para sempre lhe deixarei um desgosto, / Mas meu amor, para sempre será dela, / E uma lágrima pungente rolará em seu rosto, / Sempre que receber uma bela rosa amarela / Que lhe enviarei do túmulo uma vez por ano, / Enquanto viver, para quando mudar de idade, / Saber, mesmo que eu não seja mais humano, / Que levarei seu amor por toda a eternidade...” “No túnel que se abre no fim da estrada, / Um trem desgovernado saiu do trilho, / Uma bala perdida foi encontrada, / E o olhar de sua amada perdeu o brilho! / A vida sempre guarda algumas surpresas, / Quando menos se espera, chega uma delas, / Que desmorona suas parcas defesas / E incendeia todas as suas poucas velas...” “Em noites de lua cheia, / Em um lobisomem me transformo. / Uma sede de sangue me assombra, / E, para não matar, acorrento-me em uma cadeia. / Com meu destino, não me conformo, / De um homem, virei apenas a sombra, / Tantas noites acorrentado num mastro, / Atormentado por sedes estranhas. / Mas não me esqueci de tua pele de alabastro, / Nem de teu cheiro, gravado em minhas entranhas...” “Será que me torno um ser da escuridão, / Que somente o sangue quente satisfaz? / Ou a lua cheia traz-me à mente um vulcão / Que enquanto a noite durar, tira-me a paz? / Por que quando acordo de nada me lembro, / Mas minhas roupas estão sempre em farrapos? / Por que o ano todo, de janeiro a dezembro, / Minhas lembranças noturnas são apenas fiapos?” “E, quando despertei, estava livre de tua presença, / Nunca mais seria assombrado por ti outra vez, / Não seria jamais contaminado pela tua doença, / E não teria pesadelos com aquela tua palidez! / E nesses versos sombrios, deixo aqui registrado / Que o inferno tem entre nós seus enviados, / E entre quem tem o poder, haverá um amaldiçoado, / A cravar na jugular de inocentes seus dentes afiados!” “Seu fantasma vem, em todas as madrugadas, / Dar-me um alô, um beijo, ou então simplesmente / Fica sentada ao lado da cama, numa poltrona, / Deixando-me com todas as antenas ligadas, / Pois é apenas uma invenção de minha mente, / Uma manifestação da saudade que não me abandona! / Pois como poderia você ter um fantasma, / Se continua por aí, alegre e bem viva? / E se, algumas noites, até me telefona, / E sua alegre voz às vezes até me entusiasma, / Mas logo volta essa tristeza corrosiva, / Que, quando fico sozinho, chega e me detona?” “Não adianta quereres que eu morra / Nessa tua sombria masmorra, / Nesse teu antro medonho, / Um pesadelo parido de um sonho!” “Acho que esse frio vem desse fantasma, / Que você deixa aqui quando se rebela; / Como me aborrece esse ectoplasma, / Que fica em meu quarto como sentinela! / Mas não o vejo, pois é um fantasma afinal, / Mas esse mistério esquisito me descabela, / Pois esse frio na noite quente não é normal, / De onde vem tanto gelo numa noite tão bela?” “Depois que terminou nosso amor, / Entrei numa fase meio dark! / Passei a só assistir filmes de terror, / Ou de monstros, como o Jurassic Park! / Sem a sua luz que me salvava do escuro, / Cada vez mais, mergulhei na escuridão, / Vejo vultos, espiando por cima do muro, / E no jardim, descubro dentes de dragão!” “Não sei de onde você veio, / Pois surgiu bem na minha frente, / Mas tem tatuado no seio / Um vermelho tridente! / Você chega nas noites sombrias, / Sem que o espelho lhe mostre o reflexo, / Desnuda suas nádegas macias / E me oferece o seu sexo... / Mas ando meio ressabiado, / E há dias me espanto de chofre, / Pois quando estou ao seu lado / Sinto às vezes cheiro de enxofre!” “Você morreu, mas nunca descansa, / Parece que pensa que ainda está viva, / E já estou perdendo a minha esperança, / Que dessa sua aparição ficou cativa... / Você não entende que segui em frente, / E insiste em não sair de perto de mim, / Essa assombração que me deixa demente, / E que temo que não suma até o meu fim...” “O perigo de espreitar monstros, / Que no fundo de fossos se escondem / É que, quando você se levanta, / Os monstros estão bem atrás de você!” “Não chores, todas as cores um dia passam, / Pessoas vão para os cúmulos todos os dias, / O quiabo é irredutível, não importa o que façam, / Arrasta para o inverno quem viveu em regalias! / Mas eu, que nunca feri nem empatei ninguém, / Não cem para onde serei levado após a morte, / Ficarei no purgatório, à esfera de alguém, / Ou será reservada tara mim a mais cruel sorte?” “Nessa minha solidão nativa, / Você é uma morta-viva, / Sempre por aí a me assombrar, / Um fantasma sob a luz do luar!” “Em teu olhar vejo uma mortalha / Que nosso amor sepultou, / E em teu coração o ódio se espalha, / Por quem mais te amou! / O que poderia te dizer nessa hora, / Em que vejo esse morteiro / Que sobre mim paira agora?” “Nas profundezas de minha mente, / Você reina soberana e absoluta, / Regendo esse meu amor demente, / Contra o qual meu cérebro reluta... / Nas profundezas de meus sonhos, / Gravei fundo o seu doce nome, / E entre tantos pesadelos enfadonhos, / Você chega suavemente e me consome...” “E toda noite vêm esses pesadelos, / Quando a saudade desponta, / Eriçam-se os meus cabelos / Ao ver o teu vulto nas sombras, / E pergunto, quando essa visão me desmonta: / Por que até hoje me assombras?” “Sou teu prisioneiro por enquanto, / Mas um dia escaparei de teu jugo, / E em teu coração cravarei uma estaca, / E quando me olhares com espanto, / Saberás que sou eu o teu verdugo, / Pois só assim o meu ódio se aplaca...” “Parei bem à beira do abismo, / Para vasculhar o que havia em seu fundo. / E ele me segredou, com cinismo: / ‘Pule, que eu lhe mostro num segundo!’ / Mas respondi ao abismo, sério: / ‘Você já me respondeu, / Já não é mais nenhum mistério, / Você só quer outro morto para chamar de seu, /Mas esse morto não serei eu’!” “Com seus braços e pernas se desfazendo, / Levantou-se das covas um exército de mortos, / Tentando entrar nas casas, os ossos rangendo, / Mas como combater cadáveres desmortos? / E pela noite inteira seguiu esse pesadelo, / Por toda a cidade, sem nos darem sossego, / Seus gritos dilacerantes a me eriçar o cabelo, / Mais penetrantes do que o guincho de um morcego!” “Saímos dali correndo, apavorados, com a brisa fria em nossas costas, / Convictos de que um pedaço do inferno morava junto de nós, / Todo esse tempo, sem que sequer percebêssemos, / Mesmo que de vez em quando um dos aldeões sumisse, / Sem deixar nenhum rastro, e nunca mais voltasse. / Eu vi, senhor viajante, e nunca mais me esquecerei / Daquele dia amaldiçoado em que dois demônios se cruzaram, / E o demônio mais antigo venceu a batalha...” “Estou enfeitiçado pela linda sereia, / Sei que preciso escapar, mas não quero, / Pelo menos até que termine a lua cheia, / E eu possa colher seu beijo que tanto espero... / Depois, talvez eu consiga escapar… ou não! / Quem sabe os desígnios de um feitiço assim? / Talvez eu não consiga resistir à paixão, / E fique junto com ela, até o meu fim...” “O céu dos cachorros hoje ganhou mais um anjo, / E em teu lugar, ficou um imenso vazio, / Em vez de teus latidos amigos, apenas tua ausência... / Hoje, a tristeza aflora em meus olhos, / E cala fundo dentro do peito, / Em uma lágrima furtiva que insiste em rolar...” “Uma a uma, as usinas e suas luzes se apagaram, / E a noite estranha se espalhou como breu, / Pela última vez, alguns casais se amaram, / Enquanto o pavor inexoravelmente cresceu! / Segurei bem forte a sua mão, tão quente, / E nossos olhos trocaram uma interrogação: / Ficaríamos juntos, depois do último poente, / Ou perderíamos nosso amor para a Escuridão?” “Há mais mistérios nesse mundo do que se acredita, / Essa raça que lá mora eram os deuses de outrora, / Que vagava entre os homens, mas se tornou eremita, / E se alguém os encontrar, abrirão a Caixa de Pandora! / Como está escrito, a vida se perderá num labirinto, / E depois, o farol do fim do mundo não mais existirá, / Pois a Terra se tornará apenas um mundo extinto, / Que no espaço infinito, solitário para sempre vagará...” “Do lado de fora das vitrines / Dos grandes magazines, / Pessoas famintas espreitam, / Pedindo esmolas aos que se deleitam / Em comprarem o que não precisam, / Desprezando o solo onde pisam, / Sem ligarem para quem morre de fome, / Para os desprezados sem nome, / Para os quais o Natal é um teatro, / Encenado nas ruas onde ficam de quatro / Por um mísero prato de comida, / Sem mais nenhuma esperança na vida,” “Dizem que o primeiro amor ninguém esquece, / E, ontem, tive uma triste notícia: / A minha primeira amada partiu em sua última viagem, / Para a terra dos sonhos esquecidos / E dos destinos nunca cumpridos...” “Meus sonhos o tempo todo frequentas, / Eu te procuro, mas sempre me escapas, / E minhas fantasias ainda acalentas, / Mas onde te escondes não está nos mapas! / Quando olho no espelho, estás ao meu lado, / Mas quando me viro, de novo sumiste, / Teu fantasma minha vida tem assombrado, / És a recordação que de mim não desiste...” “Nesses teus olhos fantasmagóricos / Que me testam sob a luz do luar, / Vejo rastros de monstros pré-históricos / Que se esconderam no fundo do mar! / Esse olhar estranho me assombra, / E frequenta os meus pesadelos, / Ainda mais porque não vejo tua sombra, / E quando me olhas, eriçam-se meus cabelos!” “Oh, pitonisa das trevas, / Que fazes previsões do futuro, / Consultando tuas fontes primevas / Do inferno, em algum quarto escuro... / Oh, oráculo das brumas, / Que em algum antro te escondes, / Entre pântanos e negras espumas, / Em cujos segredos sombrios sondes...” “Os que vêm com a noite não são tímidos / Mas se escondem das luzes intensas, / Em seus olhos grandes e úmidos / Escondem-se malvadezas imensas... / Eles estendem suas negras asas / E apertam seus olhos multifacetados, / Para procurar presas dentro das casas, / De preferência solitários ou abandonados...” “Seu lindo corpo é um planeta árido, / Em suas veias corre sangue rochoso, / Brota gelo de seu rosto branco e pálido, / Promete atentados o seu olhar perigoso!” “Mas sei que tudo isto é loucura, / Pois você se foi para baixo da terra, / Mas em todos os lugares deixou sua doçura, / E esse fantasma, que minha mente desenterra! / Esta insanidade, sei que durará até que eu morra, / Aquele amor imenso nos deixou interligados, / Minha mente oscila, nessa sinistra gangorra, / Nós dois para sempre girando, em sinistros bailados...” “Toda vez que olho nos espelhos, / Vejo o teu espectro atrás de mim, / Com um brilho nos olhos vermelhos, / A contrastar com tua pele de cetim. / Por que assim me assombras / Se as pontes de nosso amor desabaram? / Por que te ocultas nas sombras, / Foram só elas que de nós restaram?” “Perdoe-me por ter te abandonado / Quando mais precisavas de mim! / Como pude ter te deixado / Tão fragilizada assim? / Não me perdoarei jamais / Por ter trancado o meu coração, / Mas agora já é tarde demais, / Exceto para chorar em teu caixão...” “Ó, ser profano, / Egresso das profundezas, / Que nada tens de humano, / Exceto as tuas torpezas, / Que pareces um homem, / Mas na verdade és um demônio, / E nas chamas que já te consomem, / Rodeado pelo pandemônio, / Hás de arder eternamente / Nas profundezas do inferno!” “Colocou a pasta do notebook no ombro, / E foi quando notou que sua cachorra querida / Olhava-o, no sofá da sala, com assombro, / E em seus olhos tristes, notou que ela sentia, / Com a certeza de sempre, sem explicação, / Que aquele seria mesmo o seu último dia, / E que nunca mais lhe daria carinhos nem ração... / Passou-lhe a mão na cabeça, com candura, / E sem perceber, uma última lágrima rolou, / Desceu e entrou no carro, e na última aventura, / Então se foi devagar, mas nunca mais voltou...” “The darkness around you is like a curse, / And it’s slowly devouring your sanity, / But it gets worse and worse, / Eating what’s left you of humanity! / The procession of undead / That surrounds your love boat / Is generating a terrible dread / That squeezes your throat...” “Diga-me: onde foi que nos perdemos? / Quando a escuridão trocou de lugar com o dia, / Em qual abismo remoto foi que esquecemos / Aquele grande amor que entre nós havia? / Mas eu sinto falta de você assim mesmo, / Esqueci tudo o que sabia sobre paixão, / Mas se posso escolher uma questão a esmo, / O que quer que eu lhe conte sobre solidão?” “Quem será você, que de negro se veste / E me persegue, sob a luz do luar, / E que me devora, até que nada mais reste, / Nem mesmo o meu último sonho de amar? / De quem será esse estranho vulto, / Que vislumbro nas noites densas, / Nas sombras e paredes oculto, / E que exala fragrâncias intensas?” “Neste que é nosso último dia, / Escolhemos morrermos juntos, / Amando-nos com ardor até o fim. / Não haverá mais Amor nem Poesia, / Somente a Natureza calcinada e defuntos, / Nesse mundo destruído pelo ódio, enfim! / E, quando a radiação chega, impiedosa, / Invadindo nossos corpos suados, / Beijando-nos até o instante de morrer, / A radiação se instala, vitoriosa, / Sobre nossos corpos desintegrados, / Num amor que nem a morte foi capaz de vencer...” “Morremos um pouco a cada dia, / Mas quando Deus nos leva alguém que amamos, / A dor que sentimos é quase insuportável! / O chão nos falta, vai-se embora a nossa alegria, / As lágrimas afloram a cada vez que nos lembramos / Daquela ausência imensa e irreparável... / As lágrimas estão sempre ali, à espreita, / Não se esgotaram ao lado do caixão / Que abrigou o corpo de quem nos deixou; / O destino nos legou a tristeza perfeita, / O resto da vida tentando conter a emoção, / Levantando-nos do chão para seguir com o show...” “O ruim de estar morto / Não é ficar no escuro / Dentro de um caixão / Onde não possa abraçar / Quem no seu enterro chorou / Nesse destino torto / Que não tem futuro / A pior sensação / É não poder se vingar / Do bandido que te matou” “De nosso amor desalmado, / Já não restou quase nada, / No armário nada guardado, / E nem debaixo da escada... / E desse amor fracassado, / Uma lágrima escorreu / Pelo meu rosto vincado, / Que logo a chuva varreu... / Deixou uma tênue esperança, / Deixada assim sem cuidado, / Que um dia então se perdeu, / Em uma última lembrança, / Que virou para o meu lado, / Soluçou, depois morreu!” “Quando eu me for desta vida, / Mesmo que eu deixe tua alma partida, / O maior bem que sempre tive é o teu amor, / E este, levarei comigo por onde for...” “Tentei em vão te resgatar / Do inferno no qual mergulhaste, / Mas lá não é meu lugar, / Esse abismo sem fim onde andaste! / Como pudeste decair desse tanto? / Que demônio te tornou esse traste, / Como pudeste perder todo o encanto / Com o qual um dia me conquistaste?” “Quando menos se espera, / A tragédia nos acha, / E abre à nossa frente uma cratera, / E dentro dela nos esborracha! / Mesmo se estivermos numa boate, / Dançando descontraídos com nossa paixão, / Terroristas trazem a nós seu combate, / E nos explodem, sem qualquer compaixão!” “Lá fora, dois homens brincam / De roleta russa, / Com a mesma crueldade / Com que você me expulsa / De seu gélido coração...” “Não sei se esse líquido vermelho que vejo / Escorrendo pelo canto de sua boca rubra / São gotas de meu sangue ou de vinho! / Em meus sonhos às vezes tenho um lampejo / De que alguma hora eu subitamente descubra / Por onde anda à noite, me deixando sozinho...” “Por que você não deixa / De sugar todo o meu sangue, / Deixando-me assim exangue, / Murcho como uma ameixa? / Com esse corpo assim amorfo, / Sem uma gota de sangue nas veias, / Esticado como um antropomorfo, / Rasgado por suas garras alheias,” “Caçadores andam pelas noites / Atrás de suas presas humanas, / Amantes portam balas e açoites / Debaixo de suas camas profanas! / O amor abandonou esse planeta, / Que agora libertou a crueldade, / Deus foi substituído pelo capeta, / Que domina essa infeliz realidade!” “Brincava gentilmente com toda criança, / Alegrando com seu latido alegre e forte / Toda aquela unida e querida vizinhança... / Mas cães não conseguem entender a morte, / Por isto olha-me com esse olhar de puro abandono, / Cheio de tristeza por um tempo que não mais haverá, / Definhando à inútil espera de seu dono, / Que nunca, nunca mais voltará...” “E, naquele lugar tão remoto, / Sobre o qual o demônio estendera as asas, / Sobreveio um cruel terremoto, / Demolindo prédios, templos e casas. / E ao final, só restou a miséria, / Naquele lugar onde a iniquidade / Imperava como uma exposta artéria, / Deixando em destroços toda a cidade.” “Chegaste vindo das profundezas, / Teu hálito tem cheiro de morte, / Queres levar-me em tuas correntezas / E fazer de mim o teu consorte... / Os teus lábios têm um rio de gelo, / Os olhos sombrios emanam raios, / Serpentes circundam teu cabelo, / E desmortos viram teus lacaios...” “Nas sextas-feiras 13 fico na cama, / Jogo moedas numa fonte, / Sou aquele que muito te ama, / E para teu coração construiu uma ponte! / Não te deixo andar de costas, nem morta! / Se leio no escuro, perco a paz, / E te forço a sair pela mesma porta, / Senão nunca mais voltarás!” “O mundo está cheio de pessoas vivas / Devoradas aos poucos por vermes carnívoros, / Que gastam seu tempo em vidas furtivas, / Alimentando-se de pobres seres herbívoros! / Seus olhos jazem em órbitas sem fundo, / Inertes, sem vida e descoloridos, / Exalando todo o fedor do mundo / Pelos seus dentes podres e carcomidos!” “Mas ando cansado de tantos patifes, / Rindo dos pobres que comem lixos, / Enquanto se deliciam com grossos bifes, / Dando filé para seus gordos bichos! / Rogo-lhes todas as pragas da Poesia, / E quero que apodreçam numa masmorra, / Enquanto rio dessa estranha ironia, / Quem eu acuso, querendo que eu morra!” “O que fazer, quando não restou quase nada, / Quando suas casas foram varridas, / Dos sonhos, restou o olhar perdido na estrada, / E o desespero foi o que sobrou de suas vidas? / O que fazer, quando seus filhos foram levados / Pela correnteza, e nunca mais voltaram, / Até descobrir que morreram afogados / Nessas águas, que suas histórias marcaram?” “Vi por um momento o ódio surgir em sua face, / E a chuva ácida converter-se em flamas, / Fazendo a cidade arder em chamas, / E enchendo toda a Terra de sangue, / Deixando o meu corpo abatido e exangue, / Amorfo, esticado como uma elipse. / Vi o mundo à beira do apocalipse, / Até que o céu tivesse pena / De toda aquela dantesca cena, / De tanto horror, tristeza e destruição, / E, por amor, fizesse jorrar o perdão...” “The darkness is around us all the time, / Watching your life behind the lights, / Waiting to kill your best rhyme / And haunting you all the nights! / All things pass, except light and darkness, / Each of them alternating through your life, / But darkness is insidious, and it can suppress / All your dreams, with a simple knife...” “Nesse estranho torvelinho / Em que enfiei minha vida / Cheguei ao fim do caminho / Dessa estrada comprida / E nesse cruel redemoinho / Que a partir me convida / Sem destino e sozinho / Baila uma palavra proibida / Entalada como um espinho / Em minha garganta sofrida / No último quadrinho / De minha história perdida...” “Viu sua vida a se derramar pelo buraco da bala, / E sentiu um enorme remorso pela sua amada, / Pois tivera tão pouco tempo para amá-la, / E nunca lhe dissera o quanto ela era adorada... / E assim acabou mais uma tragédia urbana, / Tão triste quanto a própria vida, afinal / Ela é tão frágil quanto uma membrana, / Mas é triste demais morrer em pleno Natal!” “Quantos caixões serão necessários, / Quantas famílias deverão ser destruídas, / Para esses donos de impérios bilionários / Deixarem de só pensar no ouro de Midas? / Quantos sonhos se perderão em abismos, / Quando ter piedade deixará de ser profano, / Quantos ainda deverão ser os cataclismos / Para que o ser humano se torne apenas humano?” “Políticos ganham propinas abusando de seus cargos / Vendendo-se em troca de alguns milhões de reais / Enquanto os corruptores exibem sorrisos amargos / A cada vez que exibem seus nomes nos jornais / Amantes um ao outro amor eterno prometem / Antes de se matarem em mais uma tragédia urbana / Em cada noite todas essas histórias se repetem / Como sempre aconteceu nessa aventura humana” “Cansado dessa minha vida sem mácula, / Passei uns dias longe do calor de Goiânia, / Para visitar o sinistro castelo de Drácula, / Na distante e tétrica Transilvânia! / O tal castelo era mesmo um colosso, / Mas mal mostrava traços do lendário vampiro / Que não podia enxergar um pescoço / Sem mordê-lo até ouvir um último suspiro!” “Deixei os meus desejos de molho, / E na paixão coloquei panos quentes, / Quando estás perto, fico de olho, / Para não me cravares teus dentes! / Conta-me quem és tu afinal, / Um demônio foragido do inferno, / Ou uma cria de todo o Mal, / Querendo me jogar no fogo eterno?” “Mas a verdade que não quer calar / É que um artista não morre, / E não devia causar essa dor imensa, / Afinal deixou seu legado por toda parte, / E da vida apenas nos pede licença, / Pois agora vai mostrar a sua arte / Em outro tempo e lugar...” “Todas as flores secaram, / O inverno mais cruel chegou, / Amantes infelizes se enforcaram, / Teatros explodiram ao fim do show... / Naquele último domingo / Antes da chegada da primavera, / O sangue nas ruas explodiu, e um respingo / Caiu em minha camisa branca austera, / Que nunca mais será a mesma!” “Relembrei os meus passos, / Alguns acertos, muitos erros, / Tão poucos abraços, / E tantos enterros, / Quantas vezes a magoei, / E você me perdoava, / Tantas vezes que nem contei, / Sem perceber que você chorava, / Contabilizando as perdas e danos, / As lágrimas silenciosas / Em todos esses anos, / As promessas perigosas / Que eu nunca cumpria, / Sob minha máscara de cinismo, / E dessa vez, onde você já não havia, / Fechei os olhos, e me entreguei ao abismo...” “Uma sombra estranha passou por mim, / Congelando meu corpo até a medula, / Por isto, estou me sentindo mal assim, / Por causa desse mistério que me desarticula! / Que sombra sinistra terá sido esta, / Terá sido um fantasma que me visita, / Ou um monstro que espreita por uma fresta, / Buscando arrebatar minha alma infinita?” “Se existir um lugar depois deste, / Onde eu possa velar por você, / Estarei eternamente de vigília, / Pois esse seu amor inabalável / Foi a coisa mais linda nesta vida, / Prestes a se extinguir...” “Vou sugar o seu sangue, / Coisa que eu tanto ansiava, / Até você ficar exangue, / E então virar minha escrava. / Você ainda é tão nova, / E eu tenho centenas de anos, / Por isto eu lhe fiz essa trova, / Por motivos profanos.” “Se você me oferecer o pescoço, / Talvez eu lhe crave os dentes, / Mas nunca até chegar ao osso, / Pois nucas são como presentes, / Onde beijos são sempre bem-vindos / E costumam provocar um tremor, / E esses arrepios são sempre lindos, / E às vezes se convertem em amor...” “És tão bela, tão sexy, tão desejável, / Que fiquei com uma dúvida miserável: / Não sei se te como até de madrugada, / Ou se bebo teu sangue, antes da alvorada!” “Por trás de sorrisos falsos / O Mal nos espreita / Escondendo-se nas bocarras / Onde dentes pontiagudos / Ocultam odores nauseantes / No fundo de velhos cadafalsos / O Mal se deleita / Mostrando suas garras / E soltando uivos agudos / Que enlouquecem infelizes caminhantes” “Às vezes, tentam sorrir, mas não conseguem, / Pois sua tristeza é seu bem mais profundo, / E a cada dia que nasce, apenas prosseguem / Carregando em suas almas toda a dor do mundo! / E quando morrem, e acaba seu longo inverno, / Poucas pessoas aparecem em seu velório, / Não vão para o céu e nem para o inferno, / Pois seu destino só podia ser o purgatório!” “O mundo está cheio de verdadeiros zumbis, / Felizes em suas pretensas (quase) vidas, / Ocultos em suas infelizes identidades civis, / Sem mais fantasias, há muito esquecidas. / Em seus peitos, há corações que (quase) não batem, / São como verdadeiros desmortos, / Criando tristes cães que não latem, / Aguardando navios que nunca atracam nos portos!” “Meu amor por ti já morreu, / Mas, como um cadáver insepulto, / Fica pelas noites buscando teu vulto, / Esperando em vão por um sorriso teu!” “Senti um sinistro arrepio na nuca, / Quando toquei no teu rosto gelado! / Bateu-me então uma ideia maluca: / Será que és um cadáver reanimado? / Levarei essa dúvida atroz / Até o meu último suspiro, / Pois cada vez que penso em nós, / Só não dói se eu não respiro!” “Your love haunts me / In such a ways / I’ll never know / But how does this feeling / Should be / So dark for always / And to haunt me so / Like a strange thing? / This haunting love / Hates me / And loves me a while / This strange feeling / Floats in the stairs above / And there always will be / With your haunted smile / That my heart is filling / You’re a ghost that lives / And it will haunt me for years / With your lost memories / Always in my brain / Like the autumn leaves / Or the winter tears / The summer love stories / And the last spring rain”



Olympus Livro V Thessalia


Olympus Livro V Thessalia
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-10-12

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60º livro do autor das seguintes obras, todos elas publicados no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO “Durou apenas alguns dias / A nossa aventura de amor, / Cheia de sonhos e alegrias, / E noites de vinho e furor...” “Depois disto, jamais / Eu voltei, / E nunca mais / Eu a amei, / Pois se partiu / A ligação que havia, / Naquela noite vil / Soube que não mais me queria...” “A lente do amor distorce / Retorce / Uma imagem retocada / Desfocada / Descolorida / Desfalecida / Como se vida tivesse / E o amor de volta trouxesse” “Por onde estiveres, meu amor te acompanha, / Em algum rincão dessa Galáxia imensa, / Mesmo em alguma estrela estranha, / Sentirás contigo a minha presença!” “Que atitude tomar para retomar a vida / Que havia antes desse sentimento opressor? / Como dominar essa sensação oprimida / Que começou com a visita do amor?” “O que é essa incrível magia / Que me faz sonhar contigo, com ardor, / Por que me despertas tanta Poesia? / Acho que chamam isto de amor...” “Foi apenas uma casualidade, / Confundir paixão com felicidade, / Talvez tenha sido uma crise da meia-idade, / Esse amor que nem sei se foi de verdade.” “Saudade é isto que me dói / De janeiro a dezembro, / Saudade é esta dor que me rói / Cada vez que de você eu me lembro...” “Você é a única estrela de minha constelação, / E até o fim da vida quero seguir navegando / Nesse seu olhar que transborda emoção, / Onde vivo me perdendo e me encontrando...” “E rastros de poemas deixou / Em seus caminhos, mas você nem nota, / Nem vê a lágrima que brota / De meus olhos, quando em você penso, / A cada vez que perco o bom senso,” “Estou por aqui, sem promessas, / Caminhando com você lado a lado, / Juntando em silêncio as peças / De seu gigantesco quebra-cabeça, / Que seguirá me torturando, / Esperando que algo aconteça,” “E vem aquele dia em que as máscaras caem / E o que parecia um amor tão lindo vem abaixo / Descobre-se que os antigos amantes se traem / E o violino Stradivarius era um contrabaixo!” “E de repente, só resta a saudade / A lembrar de momentos esquisitos, / Onde só um lado abriu a porta, / E a outra permaneceu fechada, / Mas de que afinal isto importa, / Quando se chega ao fim da estrada?” “E, quando chegar o outono, em julho, / Tomaremos, na piscina, aulas de mergulho, / Depois iremos para a praia em agosto, / Para eu encharcar de beijos seu rosto, / E ao começar o verão, em setembro, / Esquecerei seu aniversário, que nunca me lembro,” “Ao longe, vejo tua imagem, / Devagar outra vez se afastando, / Meu olhar em teu vulto naufraga, / Indo em direção ao portão de embarque, / Embarcando para a mais triste viagem, / De mim novamente se distanciando, / Marcando-me de novo essa chaga, / Que não há quem desmarque!” “Foi apenas um sonho de verão, / Que desaguou nesse inverno, / Narrado em uma triste canção / Guardada no bolso de meu terno.” “Desde o início de tudo / Estava escrito que serias o escudo / Contra todos os meus medos / Que escorrem através de meus dedos / Nessas estranhas noites solitárias / Entre tempestades contrárias / Que me enchem de pavor / Nessas madrugadas cheias de horror” “Que peça foi esta que a vida me pregou? / Como eu poderia esperar, jovem como era, / Toda aquela confusão que o amor provocou, / Todo o torvelinho que de mim estava à espera?” “Nessa estranha ampulheta / Que controla meus minutos de dor, / Gravaste com tua própria caneta / Um recado de teu bailado opressor...” “E agora, o que eu faço, / Depois de ficar tão lasso, / Tão a você entregue, / Por muito que negue, / Ainda que quisesse / Dizer que você não me enternece, / Mesmo que não queira / Ficar com você a vida inteira?” “Afinal, como esperar de ti tal reação, / Logo tu, que tanto me desprezavas? / Como poderia esperar despertar teu vulcão / E responderes que também me amavas?” “Don’t turn out the light / Let me see you at all / And your eyes’ bright / Will witness my fall” “E, no momento em que eu fizer menção de ir embora, / Será que deixarias que eu apenas me fosse? / Ou será que perguntarias, em meu ouvido, a que hora / Voltarei para provar desse teu veneno tão doce?” “O que pensava ser um amor perfeito / Estava cheio de imensas crateras, / E por isto naufragou desse jeito, / Soterrando todas as minhas quimeras.” “Por mim, você pode ir para o inferno, / Talvez arranje por lá um demônio, / Ou pode ir para a Antártida no inverno, / Ou sufocar sob a camada de ozônio!” “Nossos encontros são sempre assim / Combinamos para irmos ao cinema / Mas vou ver Tarantino em Berlim / E você Woody Allen em Ipanema” “Fui eu quem lhe fez uma serenata, / Disfarçando a voz para não saber que era eu! / Por que você me trata com uma chibata, / Será que não quer um louco para chamar de seu?” “Deixe que eu lhe conte histórias / De antigos amores famintos, / Que deixaram saudades ilusórias, / Enquanto aguço os meus instintos, / Pois o que sinto por você já é quase amor, / Mas não vá embora ainda, / Fique mais algumas horas, por favor, / Já lhe disse o quanto você é linda?” “Desse crime cruel não me arrependo, / Mas na cadeia do amor perdido, às vezes me prendo, / E enquanto isto, vou vivendo assim, / A vida toda tentando sepultar você dentro de mim...” “Quero lhe roubar um beijo valente, / Caliente, / Denso, / Imenso, / Que lhe invada as entranhas, / E revitalize sedes estranhas, / Tamanhas, / E em tuas suaves montanhas / Deixe arrepios / E vazios,” “Nessas memórias que vêm não sei de onde, / Percebo que nós dois crescemos juntos, / Brincando de amarelinha e pique-esconde, / Sempre a inventarmos novos assuntos, / Indo juntos à sessão de cinema, / Comendo pipoca e tomando refrigerante, / Aprendendo e recitando um lindo poema, / Abraçando-nos e gargalhando a cada instante.” “Que decote é esse como nunca vi igual? / Como pode um busto ser tão belo, / Encimado por esse teu olhar fatal, / E enfeitiçado por teu vestido amarelo?” “Definitivamente eu a quero, / Mas não sei dizer o quanto, / Só sei que isto é sincero, / Por muito que me cause espanto!” “Não é justo, ouvir as suas risadas, / Enquanto meus soluços disfarço, / Sem nem notar as minhas mirads, / Ou sequer o meu sorriso esparso.” “O ruim de ter esses momentos redivivos / É sofrer de novo os mesmos martírios, / Todos os fantasmas voltam a ficar vivos, / A paz que alcancei, trocada por velhos delírios...” “E depois, tiras a última peça / E não há mais nada que impeça / De nossos corpos juntarmos / E um no outro nos encaixarmos, / Num vaivém que a noite assiste, / Durante o qual nada mais existe, / Exceto nós dois.” “Depois, / Diáfana, / Divinal, / Deixou-se despir, / Despojada de dúvidas, / Desvendando-se, / Devorando-me, / Devagar, / Dilacerante, / Doida de desejo,” “Como pode entre nós resistir / Assim toda essa cumplicidade? / Como pode nesse mundo cruel existir / Um amor que não se verga à maior tempestade?” “Nossos insensatos corações, / Por diferentes razões, / Um ao outro se ofereceram, / Mas depois disto só padeceram, / Tentando resolver seus conflitos, / Calando no silêncio seus gritos,” “Por que ela teve de ir e não voltar, / E depois daquela noite não mais a vi, / Em qual estrela terá ido morar, / Será que sabe que nunca mais a esqueci?” “Ficaste pregada a mim como uma maldição. / Ou talvez seja apenas uma eternizada paixão, / Pois até hoje minhas noites escuras iluminas, / Para sempre impregnada em minhas retinas...” “Desde quando me beijaste / Com teu toque me enfeitiçaste / E acabei virando esse triste traste, / Mas como te esquecer, se em tudo ficaste?” “Quando o verão chegar, será que voltas, / Ou seguirás tua fuga, enquanto o mundo dá voltas? / Enquanto sigo minha sina, escrevendo versos, / Terás me esquecido, entre braços perversos?” “Onde / Você se esconde? / E dos trilhos do bonde / A solidão me responde, / E, esperando que a noite me sonde, / A Escuridão comigo se corresponde, / Mas, por muito que a saudade me ronde, / Sigo a lhe buscar não sei aonde, / Enquanto o amor brinca comigo de esconde-esconde...” “Depois daquela noite tão linda / O destino nos juntou / Demorou tanto a tua vinda / Mas o amor para sempre nos ligou” “Pois isto é que me diz o meu instinto, / Talvez meu olhar tenha sido traidor, / E não é só isto que por você eu sinto, / Mas, se quiser, pode chamar de amor!” “E agora eis-me aqui tão exposto / Com essas marcas de insônia no rosto / A te encarar perplexo / E a murmurar versos sem nexo / Mas agora é tarde demais / Pois não haverá nunca mais” “Eu te perdoo, amor / Por cada verso manco, / Pelas páginas em branco / Do caderno de minha vida.” “E nos alvoreceres ou nos ocasos / Abre a porteira para a próxima estrada / No fim da qual a felicidade reside / E a tristeza não tem mais lugar / Pois a sua paixão com a minha se divide / Num reino eterno onde o amor foi morar” Falemos sobre um filme do Tarantino, / Em que gastaram toneladas de sangue, / Sobre um parente que morreu de modo repentino, / Ou de uma baleia que encalhou num mangue!” “Vives atrás de mim, com o dedo em riste, / Procurando minha agenda secreta, / Sem saber que ela sequer existe, / Mas quem te mandou amar um poeta?” “Então nos entreolhamos, perplexos e ruborizados, / Você a me encarar, com um sorriso inseguro, / Porque a amizade entre nós era tudo que havia, / E perguntou, suavemente: por que demorou tanto?” “Mas não pode ser você que voltou! / Deve ser outra que usa o mesmo frasco, / E que soube dessa saudade que me devastou, / E está aqui a me lembrar do meu fiasco...” “Você não percebe meus olhares perdidos, / Quando você passa por mim requebrando, / Nem desconfia de meus sonhos proibidos, / E eles continuam, só não sei até quando!” “E o primeiro beijo acontece, / E faz tremerem nossas estruturas, / Como se fosse causado por uma prece / Que unisse num instante duas criaturas...” “Esses muros que entre nós se seguem / São praticamente intransponíveis, / Mas tuas lembranças me perseguem, / Daqueles nossos momentos incríveis!” “Nossa história teve início / E também um meio, / Mas nunca teve final, / E deixou esse indício / De um breve passeio / Pelo espaço sideral,” “Naquele dia, eu me salvei do incêndio, / Onde nosso amor em cinzas se transformou, / E depois disto, escrevi um compêndio, / Sobre essa tragédia, que tudo mudou!” “Mas é uma pena você não me querer ao seu lado, / Pois sei que no fundo de mim você gosta, / Mas não sei porque, não quer me ver nem pintado, / Você é um enigma para o qual não tenho resposta!” “Como esquecer teu corpo indomável, / De nossas noites de beijos e vinhos? / Como olvidar teu sorriso indecifrável, / Como arrancar de mim teus espinhos?” “É nesse teu olhar que eu me banho / Para me livrar das tristezas diárias / É nesse brilho que vejo o tamanho / Dessas tuas paixões incendiárias” “A tristeza não vai embora, / Seu amor é o remédio que me cura, / Mas essa solidão sempre me aflora, / E me diz que esse mal não tem cura...” “Quando pela primeira vez eu te vi, / Teu sorriso invadiu meu castelo, / Derrubando fossos e muralhas, / E indefeso, então eu me ofereci / Para defender o teu corpo tão belo / Contra todas as espadas e navalhas.” “Junte-se a mim para cultivarmos um amor imenso, / Vamos juntos descartar o bom senso, / Pois amar nem sempre traz felicidade, / E às vezes, a paixão se converte em saudade, / Quando o amor se quebra em pedaços, / Quando você se fere com os estilhaços” “A vida nos quis desse jeito, / Um ao outro fazendo companhia, / Nesse nosso amor tão perfeito, / Para sempre, eu e a Poesia...” “O que é este súbito mal / Que às vezes me acomete, / Quando te vejo chegando, / Com esse teu sorriso fatal? / O que significa isto afinal, / O que é esse fogo que me derrete, / Quando te vejo passar rebolando, / Mais abençoada do que o Santo Graal?” “Em um ambiente bucólico, / No interior de um templo católico, / Escrevi um poema melancólico, / Cheio de um teor simbólico.” “Como adivinhar que nesse interno deserto, / No qual és apenas um vulto errante, / A minha dor é espalhada pelos ventos, / E, cheio de alimento, morro de fome?” “Entre nós, existe um muro, / Que ergueste ao teu redor, / Para nós, já não há futuro, / Conheço cada tijolo de cor!” “Mas o que eu podia fazer, / Se em ti o meu olhar pernoita, / Tentando em vão te acender / O fogo que em meu peito se amoita, / Nessa paixão maldita que só faz doer?” “Por favor, não duvide / Desse amor enorme, / Que com muros colide / Nesse tempo disforme, / De relações instantâneas / Que mal captam um flagrante / E paixões momentâneas / Que só duram um instante.” “E quando você me toca, / Não me provoca arrepios, / Mas meu olhar se desloca / Para onde correm seus rios! / E quando você me sorri, / Enfim eu me arrrependo, / E confesso que menti, / Pois a você eu me rendo...” “E onde havia dois hoje há quatro / A tristeza foi só o que restou / E de nossa paixão de teatro / Só uma cortina rasgada ficou” “No instante em que nossos olhos se cruzaram, / Soube que era contigo ou com mais ninguém, / Quando nossos olhares mutuamente se encantaram, / E depois nunca mais me encantei com alguém!” “Sometimes when I’m waked / I follow dreaming of you, / And there you’re are naked / With your eyes of blue.” “Depois de uma noite eufórica, / E de um último beijo apaixonado, / Deixe-me dormir sob suas pupilas, / Iluminado pelo seu lindo sorriso! / E, se eu não despertar nunca mais, / Que jeito mais feliz de morrer...” “Há tantas nuances / Contidas em romances / Que pela vida se arrastam / De amantes que não se afastam / Entre idas e vindas / E esperanças infindas / Mensagens perdidas / Ligações interrompidas” “Nessa sinistra ciranda, / Parece que a vida espera que eu aprenda / Como me livrar dessa tristeza infinda, / O amor com minha solidão tirando onda, / Nessa desilusão tão profunda!” “Bailemos juntos por esse lindo salão / Onde a noite enluarada nos reuniu, / Nessas horas em que reina a paixão, / Numa oportunidade como nunca se viu.../ E, quando a alvorada nos separar, / Voltaremos a ser o que sempre fomos, / E nunca mais outra vez seremos um par, / Tão enamorados como hoje o somos...” “Hoje, o dia depois de ontem, / Sob as bênçãos desse lindo luar, / Aguardo que mansamente despontem / As lágrimas suaves que insistem em rolar, / Em cada noite solitária que se inicia, / Sem ter hora para terminar, / Depois de mais um longo dia, / Até que o Sol emerge do mar...” “Coloco minha melhor roupa para te ver, / Ponho um terno, passo perfume francês, / Mas sou como um livro que não queres ler / E passo despercebido de ti outra vez! / Mas não desisto, e continuo em vão a tentar, / Que um dia a te encarar teu olhar me flagre, / E com esses olhos cheios da magia do luar, / Leias enfim nos meus esse verdadeiro milagre!” “Descuidei de você, perdi seu amor, / E descobri apenas tarde demais, / Que o amor não passa de um predador, / Um navio que se recusa a deixar o cais!” “Ela me ouviu dando risada, / E quis saber se o motivo dessa alegria / Tinha alguma coisa de seu! / Respondi: queria que fosse por você provocada, / Como quis até ontem, em cada dia, / Só que nunca aconteceu! / Mas foi só um beijo apaixonado e ardente / Que a noite me deu de presente...” “E serei para sempre incompleto, / Tentando remendar esse pedaço sumido, / Que se foi, como se fosse um mero objeto, / Deixando para trás um coração ferido! / Nessa vida que desmoronou, / Minha desilusão anda em alta, / E você é o pedaço meu que falta / Pois se foi, e nunca mais voltou...” “Mas no fundo sei que não adianta / Fazer de conta que não te amo / Pois minha sede de ti é tanta / Que quando durmo eu te chamo / Inutilmente pois estás tão longe / Como seria possível estar / E minha sina parece a de um monge / Que fizesse preces a Deus e ao luar” “Só restou a saudade onde havia o amor, / E essa triste ausência de nós / Até que eu morra me assombra, / E talvez também me assombre depois! / Isto é terrivelmente assustador, / E me conduz a um fim atroz, / Num abismo onde fica essa sombra, / Que foi o que sobrou de nós dois!” “E foi assim que sempre vivemos, afinal: / Um barril de pólvora sempre a explodir, / Mesmo pelos mais insensatos motivos, / Agora aqui estamos, vendo a morte eclodir, / E este é o último instante em que estamos vivos, / E então você me beija, cravando-me o último punhal...” “Esse teu mágico olhar telepata / Todos os meus segredos desvendou, / E quando estamos juntos me arrebata / E confesso que, sem ti, nada sou...” “Talvez tenha sido num sonho poético, / Que acabou se tornando profético, / Pois aqui está você, para mim sorrindo, / Usando o seu sorriso mais lindo, / Com esse olhar cheio de promessas, / Encaixando com ele as últimas peças, / Depois de um período assustador, / De meu último quebra-cabeça de amor...” “Ali reprimidos, esperando que alguém tocasse / Com um olhar apenas aquele fogo na face, / Que em um instante inesperado se revela, / Quando surge da forma mais bela, / Puro, inocente, apenas uma crisálida, / Despertada da maneira mais cálida / Por um tão aguardado olhar sedutor, / Para se tornar a borboleta que chamam de amor...” “A paixão deixa cicatrizes como um açoite, / Que se compraz em deixar suas marcas, / O amor chega do mar junto com a noite, / E nos leva a passear em suas barcas...” “Onde foi que você deixou / A felicidade que me escondeu, / Para onde foi que você levou / O beijo de amor que nunca me deu? / Onde foi que você cravou / O prego que de meu peito recolheu, / Por onde foi que você espalhou / As folhas do livro que você nunca leu?” “Eu te amo, mas não te quero, / Sei que parece loucura, / Mas é assim que me sinto, / E nada acontece como espero, / Sua presença me tortura, / Longe de você fico faminto!” “E, nesse passeio lindo que saboreamos, / Faz de conta que sou o seu cavaleiro andante, / Cavalgando num dragão aéreo, / Enfrentando com coragem o uivo dos ventos, / Desfilando esse amor que se tornou um mito, / A bordo desse lindo balão etéreo, / Que desafia cumulus nimbus cinzentos, / E a leva sem destino rumo ao infinito...” “Ando tendo pensamentos impuros / Em relação a ela / Sonhando em vê-la em quartos escuros / E com sua lingerie amarela / Quem sabe se mostrar minha expertise / Em escrever poemas românticos / Ela se anime a me fazer um strip-tease / Seguido de beijos quânticos” “Não sei como curar essa cegueira, / Que faz com que você não note / Como vê-la me provoca uma tremedeira, / E que um novo poema de repente me brote...” “Esses pingos de chuva na janela / Sempre fazem que me recorde dela / E dos riscos molhados em sua face, / Esperando que seu amor retornasse.” “Porque este era o nosso destino / Inexplicável como os grandes amores o são / Quando não se acabam num desatino / Mas numa incontrolável paixão / Como essa nossa aventura em carne e osso / Cujas lembranças em mim para sempre ficaram / E por alguns dias saudosas marcas no pescoço / E outras na alma que nunca mais se apagaram” “É tua a culpa / Por meus olhos inchados, / Pela lassidão que ocupa / Os meus membros cansados. / São por tua causa / Esses poemas que escrevo, / Sem nenhuma pausa, / Onde minha dor descrevo.” “Quantos segredos precisarei descobrir? / Quantos brontossauros renascerão no mar, / Quantos unicórnios deverão ressurgir, / Quantos sonhos enterrará este sonhador, / Quantos poemas deverei escrever para ti somente? / Será que para ver brotar em ti o amor, / Será preciso que eu te reinvente?” “Esse nosso encontro, por Deus programado, / E não me olhe como se disto descresse, / Pois esse olhar fatal entre nós estava marcado / E um dia teria mesmo de acontecer, / Pois em meus sonhos eras onipresente, / E eu tinha certeza que um dia te encontraria, / E, hoje, que o céu te enviou para mim de presente, / Não negues que eu te encaixe para sempre em minha Poesia!” “Por que não me medicas / Com uma transa vibrante? / Por que não me suplicas / Para ser para sempre teu amante? / Por que não me replicas / Com um abraço sufocante? / Por que não classificas / De amor nossa aventura errante?” “Joguei para o ar tantas quimeras, / Que alçaram voo, e não voltaram, / Vi fugirem tantas primaveras, / Onde as flores que amava não voltaram...” “Nesses teus olhos cravejados de astros, / Meu olhar poético passeia, sonhador, / Tentando encontrar os doces rastros / De algum perdido rastilho de amor... / Mas esses teus olhos sedutores / Ocultam bem de mim seus segredos, / E parecem não perceber que são causadores / Dos versos que se derramam de meus dedos...” “Essa fonte que agora ouço murmurar / Versos e canções tão belas e tristes, / Descubro que de teus olhos está a jorrar, / Vertendo essa dor da qual não desistes. / E quando essa suave fonte seca, / Então o silêncio de novo impera, / E a noite estupefata vem e checa / Por que insistes nessa inútil espera.” “Em meio àquela tempestade terrível, / Aquele seu sorriso enorme me cativou, / E parei em sua frente, debaixo da chuva, / Olhando para você sem dizer nada, / Hipnotizado de uma forma incrível, / E comprovei que você me enfeitiçou, / Quando seu beijo me vestiu como uma luva, / E invadiu meus sonhos desde a sua chegada...” “E, ao fim desses loucos passeios, / Você me leva para o seu quarto, / E desnuda devagar os seus seios, / Dos quais jamais ficarei farto! / O mundo joga seus dados soturnos, / Enquanto a mim você se rende, / E, nesses nossos jogos noturnos, / A Poesia, ruborizada, conosco aprende!” “Por que você não deixa / De sugar todo o meu sangue, / Deixando-me assim exangue, / Murcho como uma ameixa?” “Pois fico atrás de você, submisso, / Esperando para você me dar mole, / Mas só você ainda não sabe disso, / Não vê meu olhar que a você engole, / Nem o meu sorriso de presa fácil, / Esperando a chance para lhe dar o bote, / E colocá-la como rainha em meu palácio, / Onde seu olhar brilhe como um archote,” “O Mal está por aí à espreita, / Os olhos dele são implacáveis, / A tragédia conosco se deita, / Nessas noites inexplicáveis! / Caçadores andam pelas noites / Atrás de suas presas humanas, / Amantes portam balas e açoites / Debaixo de suas camas profanas!” “Senti-me como se estivesse sonhando acordado, / Flutuando entre nuvens em plena rua, / No meio de um trânsito caótico e assustador, / Mas tudo o que via eras tu ao meu lado, / Encantando-me com cada risada tua! / Serão esses os sintomas do amor?” “Só tu me deixas assim, / Tão perto do abismo / E tão distante de mim; / E teus olhos cheios de lirismo / Os meus sonhos pervertem, / E para ti os leva, / Enquanto meus olhos vertem / Esse amor que me subleva” “Depois dessa noite, exaurida, / Você iria se arrepender / De nunca ter me querido em sua vida, / Até perceber o que iria perder. / Mas aí, já seria tarde demais, / Pois não quero com você ter um caso, / Apenas uma vez, depois nunca mais, / Mesmo se depois nos encontrarmos por acaso.” “Talvez um dia / Quando eu já houver partido / Você descubra os poemas proscritos / Onde lhe revelo todo o amor que sentia / Por esses versos frágeis vertido / Nos doces sentimentos por você ali descritos...” “Acreditarias se eu te confessasse / Que sou um escravo da saudade? / Corresponderias se eu te beijasse, / Como morro de vontade?” “Agora me repreendo, como posso ter sido / Desta forma tão cego e tolo, / Como pude não ter percebido / Aqueles teus tantos sinais? / Mas isto não me serve de consolo, / Pois não te verei nunca mais...” “Como duvidar que o amor existe / Se eu o vejo todos os dias? / Como duvidar que o amor resiste / Às tempestades mais sombrias?” “Arranjei uma nova tática / Para chamar a tua atenção / Mas não sei se é prática / E se tem alguma razão / Essa ideia errática / Que já me trouxe aflição / Pois depois que fizeste plástica / E ficaste com esse corpão / Mesmo com minha mente elástica / Corro o risco de levar um bofetão” “Qual é o teu doce mistério / Por que me encantas? / Eu que era tão sério, / Não sei porque me espantas / E em teu rastro me levas, / Como é que me fazes / Confrontar minhas trevas / Com teus olhos audazes?” “Kiss my lips / Like you never did / Make a little apocalypse / That you had always forbid” “Tudo o que me resta / É fazer de conta / Que não mais a quero, / Mas uma lágrima como esta / Que dos meus olhos desponta, / Tonta, revela que não sou sincero...” “Já não há mais chance de salvação, / Inoculamos raiva por simples contágio, / A insensatez tomou o lugar da razão, / Mesmo antes do derradeiro naufrágio!” “Adeus, meu derradeiro amor, rasgue esses versos, / Depois de ler esse desesperado e último apelo, / Uma triste despedida, antes dos dias perversos, / Pela frente, até que a morte encerre esse pesadelo!” “Mesmo que por esse beijo me condene, / Lembrarei dele eternamente, pois sei / Que será uma lembrança perene / Do único beijo que um dia lhe dei...” “Num instante se desfez em pó / Tudo o que entre nós existia, / E cada um de nós ficou só, / Como antes era tudo que havia!” “Quem sabe o remédio esteja ao meu alcance, / E baste um sorriso seu para me medicar, / Ou um olhar devastador, mesmo de relance, / Seja tudo de que preciso para me curar?” “Nunca te disse o quanto me encantas, / E sonho em juntar nossas línguas sedentas, / Para fazer com que por horas sintas / Todo o prazer que nunca me contas, / E responder o que não me perguntas...” “Onde mais eu poderia encontrar / Tanta força para me redimir? / Nos braços de quem iria acordar / Antes desse submarino partido submergir?” “Olhei para você e pedi desculpa, / E você respondeu que era só o destino / E que nenhum de nós dois tinha culpa, / Aquele brilho a jorrar de seu olhar cristalino! / Não percebi e nem liguei quando meu voo partiu, / De tão tomado que estava por tanta paixão, / Pois encontrei um amor como nunca se viu, / E tudo aconteceu num bendito esbarrão...” “E, nesses momentos onde fico tão frágil, / Tudo o que eu queria era lhe dar um abraço / E um beijo que lhe transmitisse amor por contágio, / E então lhe confessar que, sem você, nada faço!” “Vacinei-me um dia contra você, / Mas a vacina deu efeito contrário, / Pois as cepas inoculadas de seu vírus / Destruíram de uma vez, não sei porque, / Minhas defesas contra esse amor lendário, / Contra o qual foram inúteis juras e tiros!” “Vendi um pouco do amor que não tenho, / E entreguei apenas uma parte, / Pois do lugar de onde não venho, / Enganar é uma forma de arte.” “És para mim um enigma sem solução, / Não encontro a resposta para essa charada, / Sempre que me vês, dás sinais de irritação, / Mas quando não estou olhando, sinto tua mirada!” “E, quando éramos adolescentes, / Algo então começou a mudar, / Você já não era minha amiga somente, / Andávamos de mãos dadas sob o luar...”





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language : en
Publisher: Helena Lopes
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O Amor Vem De Dentro


O Amor Vem De Dentro
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Author : Miki T. Robbinson
language : pt-BR
Publisher: Babelcube Inc.
Release Date : 2024-04-10

O Amor Vem De Dentro written by Miki T. Robbinson and has been published by Babelcube Inc. this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2024-04-10 with Fiction categories.


Cristina Henderson é uma médica brilhante e bem-sucedida em cirurgia plástica e reconstrutiva. Ao finalizar sua palestra em uma conferência médica em Nova York, um pai desesperado pede sua ajuda para sua filha, uma jovem de 24 anos com metade do rosto desfigurado e cicatrizes de queimaduras pelo corpo. Amanda Karsten foi atacada dois anos antes por um grupo de fanáticos religiosos que tentaram "dar-lhe uma lição" por ser lésbica. Cristina aplicará todos os seus conhecimentos e habilidades para curar as lesões físicas de Amanda. Nesse caminho de cura, elas aprenderão a se amar além das cicatrizes e de suas próprias inseguranças; no entanto, não será um caminho fácil, pois logo descobrirão que as sequelas psicológicas do ataque sofrido por Amanda são muito mais profundas do que imaginaram. O amor vem de dentro: um romance lésbico com reflexões profundas sobre a homofobia. Uma linda história onde o amor prevalece.