[PDF] O Lado Negro Da Poesia - eBooks Review

O Lado Negro Da Poesia


O Lado Negro Da Poesia
DOWNLOAD

Download O Lado Negro Da Poesia PDF/ePub or read online books in Mobi eBooks. Click Download or Read Online button to get O Lado Negro Da Poesia book now. This website allows unlimited access to, at the time of writing, more than 1.5 million titles, including hundreds of thousands of titles in various foreign languages. If the content not found or just blank you must refresh this page





O Lado Negro Da Poesia


O Lado Negro Da Poesia
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-08-01

O Lado Negro Da Poesia written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2019-08-01 with Literary Collections categories.


56º livro do autor das séries Olympus e Erotique, com as seguintes obras já publicadas (pelo Clube de Autores e pela Amazon): 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 Alguns trechos: “Quando eu morrer, ao fim dessas estradas, / Não me enterrem num cemitério qualquer, / Mas sim ao lado dela, / Se possível no mesmo caixão! / Deixem nossas mãos entrelaçadas, / Para que não fique, por um momento sequer, / Sem sentir sua presença, na mesma cela / Onde nos reuniu a Escuridão...” “Depois, nada mais foi como antes, / De negro se vestiram as esquinas, / Mortalhas se espalharam triunfantes, / Carruagens infernais tocaram suas buzinas! / Os mortos se levantaram dos túmulos, / Vagando como indecifráveis zumbis, / Assassinatos chegaram a seus cúmulos, / Trucidando milhares de indefesos civis... / Mulheres lindas foram trancadas em jaulas, / Os rastros de violência se espalharam, / A liberdade foi banida das aulas, / E os amantes nunca mais se encontraram...” “Em um universo paralelo obscuro, / O nosso amor não existe, / Para nós não há futuro, / O deus do Tempo é tão triste! / Nesse lugar, não nos conhecemos, / Nossos olhares nunca se cruzaram, / Solidão é tudo o que temos, / Nossos caminhos sempre se separam!” “A vida escorre em mim num instante / Por este ignóbil buraco de bala, / Deixado por um vil assaltante, / E a melancolia em mim se espalha! / Nesses poucos momentos que restam, / Penso loucamente em minha amada, / E pensamentos ruins me infestam, / Enquanto meu sangue molha a calçada!” “E, quando sobre nós chegar o inferno, / E a radiação consumir nossos corpos inocentes, / Cairá sobre o mundo um sepulcral inverno, / E vulcões expelirão cinzas nos céus incandescentes.” “Quando foi que nasceram / Essas negras asas em tuas costas / Com estranhas garras agudas?” “Quando chegar o último dia da Terra, / Mesmo em espírito, estaremos ainda juntos, / Observando como tudo se encerra, / Como os amantes se transformam em defuntos... / E, quando chegar esse dia funesto, / No céu, duas novas estrelas binárias brilhando / Estarão em eterno contraste com todo o resto, / Uma em volta da outra, para sempre se amando...” “E cá estamos nós, / Lado a lado, / A sós, / Cheios de pecado, / Lembranças / Amargas / E semelhanças / Entre nossos perfumes / E sobrecargas, / Compartilhando costumes / Obscenos, / Terrenos, / Gritos roucos, / Corpos loucos / De prazeres / Orgásticos / E afazeres / Fantásticos / Até o amanhecer, / E depois / Nós dois, / Juntos, / A trocarmos assuntos, / Até o mundo morrer...” “Em um sinistro Universo paralelo, / Jesus Cristo foi crucificado, / Mas não ressuscitou! / Debaixo daquele sol amarelo, / O amor foi vencido pelo pecado, / E Cristo aos céus não se elevou! / Naquele planeta triste, / Toda tentativa de amar é em vão, / A tristeza é soberana, / O ódio é tudo que existe, / Irmãos se matam, sem compaixão, / E a guerra reina, profana! / Naquela Terra maldita, / Que orbita no espaço sem fim, / Nunca houve um Salvador, / A solidão paira, infinita, / Nas veias corre sangue ruim, / E das ruas foi banido o amor!” “A cidade crua, / Com sua face nua, / A sua casca rompe, / E logo corrompe / Quem não tem sossego, / Quem não tem emprego, / Com seu trânsito lento, / Com seu desalento, / Com as suas chagas, / Com as suas pragas,” “Se será por sua magia que virarei seu escravo, / Mas talvez seja nesta noite que eu desbravo / Se farei suas vontades, ou ela será minha serva, / Nessa aventura que a bola de cristal nos reserva...” “Eu procurava por ti, mas em vão, / Pois nunca te encontrava, / Eu te buscava em cada desvão, / Enquanto o exército dos mortos aumentava...” “Essa escuridão que nos permeia / Faz-nos esconder atrás da porta, / Como um bandido que nos saqueia / Ou alguém que reaparece e está morta!” “Não chore, está tudo bem, é apenas a morte, / Um dia teria mesmo de acontecer, / E entre nós dois, melhor que seja eu, / Pois você é muito mais forte, / E, de um modo ou de outro, vai sobreviver / Em um mundo onde o seu amor morreu...” “Essa longa noite que atravesso / Num ser noturno me transformou, / Pois fui virado desse jeito do avesso / Desde que você se foi, e nunca voltou...” “Aquele pequeno caixão / Dentro dele transporta / Toda a tristeza e compaixão / Que é possível por uma criança morta,” “Nesta situação, muitos cometem suicídio, / Outros apegam-se a um fio de esperança, / E pedem a amigos alguma fonte de ganho, / Outros acabam cometendo um homicídio, / Enquanto o diabo, vendo a cena, dança, / Pois arrebanhou mais um para seu rebanho!” “Resolvi me despedir dessa vida / E passar para a próxima fase, / Então este poema é uma despedida / Para minha linda morte kamikaze!” “Estou em minha sala, em companhia da solidão / Quando, de repente, você bate à porta, / Mas só pode ser sonho ou alucinação, / Pois sei que você está morta!” “Faz muito tempo que o nosso amor já morreu / Mas fica me rondando como se fosse um zumbi, / Com lembranças que o próprio tempo esqueceu / E cobrando-me um amor que eu nunca recebi!” “Veremos abraçados as cinzas radioativas / Se espalharem por toda a Terra, / Enquanto as últimas paixões estiverem vivas, / No apocalipse da derradeira guerra. / E, quando sobre nós chegar o inferno, / E a radiação consumir nossos corpos inocentes, / Cairá sobre o mundo um sepulcral inverno, / E vulcões expelirão cinzas nos céus incandescentes.” “Fui morrendo aos poucos, / Devagarinho, / Como só acontece aos loucos / E a quem ficou sozinho. / Fui desmontando as caixas, / Onde guardava o que me pertencia, / Fui lamentando as baixas / Que se foram, junto com a Poesia!” “Esta noite, você me apareceu, / Com olhos de quem pede perdão, / Mas deve ter sido só uma ilusão, / E quando abri os olhos, estava só eu.” “Vem, oh, Natureza, / Ressuscita aquela chama / Que mostra a tua grandeza, / Para limpar toda essa lama! / Faz tremer todos os pilares / Que sustentam os portais da Terra, / Empresta tua fúria aos mares, / E à imensidão que neles se encerra!” “Nos trilhos da vida, a tristeza dispara / Como se fosse uma veloz locomotiva, / E a maldita solidão ri de nossa cara, / Quando percebe nossa dor convulsiva... / E fica um gosto estranho na garganta, / Que nos faz engolir em seco, / Na angústia que no peito se agiganta, / Como se um monstro nos aguardasse num beco!” “Quando ouço o arrastar de correntes, / E vejo lençóis pairando soltos no ar, / Escuto estranhos ruídos intermitentes, / Nas noites que não me deixam respirar! / O que será que me faz ser assombrado, / Que crime terrível terei cometido? / E essas portas onde passei um cadeado, / Como se abrem com esse sinistro rangido?” “As luzes das lanternas não conseguem / Iluminar as sombras que me perseguem / Ocultas debaixo das escadas sombrias / Fugidas das noites mais torpes e frias / Essas sombras que lá se escondem / Soltam gritos que não se escutam / E que só os demônios respondem / Vindos do inferno onde se ocultam” “Quando as últimas bombas subirem, / Será o início da última guerra, / E, quando elas explodirem, / Será o fim da vida na Terra / E de nosso amor eterno, / Nesse planeta então extinto, / Num permanente inverno / Radioativo, com sangue retinto.” “Quando foi que abandonaste / Nosso mundo de sonhos e fantasia / Onde o meu amor te prendeu? / Como foi que te afastaste / De nossas noites de sexo e Poesia / Só porque um vampiro te mordeu?” “Ultimamente, vivo assombrado / Por teu fantasma assanhado, / Que se diverte em me provocar, / E depois se desvanece no ar, / Sem deixar rastro ou perfume, / Somente deixa o negrume / Da noite, pois desliga a energia, / E fica sem luz até o raiar do dia,” “Doce vampira, chupe meu sangue, / Até a última gota, com vontade, / Até me deixar completamente exangue, / E farei parte de ti, por toda a eternidade...” “Durou apenas um segundo / O tempo entre a explosão / E os corpos espalhados no chão! / Parecia o fim do mundo, / Tanto sangue derramado nas ruas, / Tantas vidas desperdiçadas, / Quantas famílias despedaçadas, / Para as quais não haverá mais luas, / Nem lindos sonhos a conquistar!” “Descobri, tarde demais, que as bruxas hoje nos reduzem / A inofensivos brinquedos, escravos sexuais e joguetes, / Enquanto voam por aí, lindas e louras, / E aos pobres e infelizes mortais seduzem, / Montadas em seus avançados foguetes, / Disfarçados em inocentes vassouras!” “Olhei pela porta semicerrada, / E quase morri de susto, / Pois estavas no escuro pelada, / Mas escorria sangue por teus caninos! / Pensei que Deus fosse justo, / Queria teu amor, não teus dentes assassinos...” “Mas sua boca ainda se mexia, / E, com horror, percebi o que tentava dizer, / E congelei então tudo que havia, / Sem saber mais o que fazer! / Mas a palavra maldita ainda bailava até mim, / E por isto cheguei ao meu limite, / E então congelei o espaço sem fim, / Até o dia em que Deus ressuscite...” “Guarde de mim apenas suas lembranças, / Distribua meus parcos pertences entre os pobres, / Aquele nosso amor imenso no coração preserve, / Não perca jamais as suas esperanças, / Que fazem de seu coração um dos mais nobres, / Um pensamento para mim em seus sonhos reserve...” “Infame vampira, que dormes numa tumba, / Em teu sinistro castelo moderno, / Lutarei até que como guerreiro sucumba, / Pois não tenho intenção de ser eterno, / E te exorcizarei com uma macumba / Que anotei na última folha de meu caderno,” “Vermelha é a cor de teu sangue / Que espalhas pela relva, / Pelo pântano, pelo mangue, / Pela planície, pela selva, / Pelas colinas, pelas montanhas, / Entre meus olhos, pelo meu peito... / Provocas sensações estranhas / Com esse sinistro jeito / Que às vezes me mostras,” “Em todo o mundo, terroristas bombas explodem, / A Terra está à beira de uma guerra nuclear, / Terremotos, tsunamis e furacões sacodem / Países pobres ou ricos, e nem sais do lugar?” “Você para mim é um estorvo / E vive saltitando ao meu redor / Como se fosse um maldito corvo / Que conhece meus passos de cor / Você fica por aí me bisbilhotando / Como se não tivesse o que fazer / Qualquer dia vou te ouvir crocitando / Com suas negras asas a bater” “Você me sepultou na cova rasa / De seu infinito desprezo, / Entre corvos e urubus sem asa, / No fundo da qual fiquei preso... / E me afundei nesse poço profundo, / Onde chafurdam sentimentos nefastos, / Onde habita a miséria do mundo, / Entre seus pântanos mais vastos...” “Assassinei você das minhas lembranças / E renovei as minhas parcas esperanças / Com esse crime quase perfeito! / Mas algumas coisas não têm jeito, / Pois às vezes você em mim ressurge, / E contra ficar no limbo se insurge!” “Eu disse adeus, e fui para longe, / Tentando esquecer todo o teu encanto, / Triste e solitário como um monge, / Tentando me ausentar dessa tristeza / Que insiste em reviver o passado, / Nessa saudade que me deixou sem defesa, / Enterrando o amor que por ti foi assassinado...” “Seu olhar ardente me assusta, / Com suas risadas estridentes, / Mas não é uma luta justa, / Meu pescoço contra seus dentes!” “Depois que secarem os últimos poços, / De nós ficarão só os ossos / E esqueletos de cidades desertas, / Restos de feridas abertas / Pela nossa ignorância, / Pela nossa beligerância, / Que destruirão este lindo planeta, / Mais do que fez um cometa, / Que nos atingiu há milhões de anos...” “Depois do último pôr do Sol, / Depois que cair a última bomba, / Não haverá mais eu e você, / Somente um planeta destruído, / Coberto de poeira radioativa, / Morto! Como nós dois...” “E camuflado pelos trilhos do bonde / Um soluço desesperado se esconde / Triste sobrevivente de um cataclismo / Tentando escapar do fundo do abismo / E no ônibus lotado em plena hora do rush / Uma lágrima disfarça para que ninguém a ache / Escondendo-se de olhos que preferem não ver / O desespero de alguém que só quer morrer” “Por isto, guardo de novo teu diário na caixa, / Pois não quero profanar teus belos segredos, / Com infinito amor, eu a enrolo numa faixa, / E a embalo com carinho entre os dedos... / Ajoelho-me, e enquanto as lágrimas descem, / Concentro-me, com fervoroso ardor, / E, sem ligar se a tristeza e a dor ainda crescem, / Confio-te a Deus, com minha mais doce prece de amor...” “Um dia, alguém que eu amava / Perguntou-me, perplexa: / ‘Você existe mesmo? / Difícil acreditar que é de verdade!’ / Pesaroso, respondi: / ‘Existi, até duvidares de mim.’ / E numa nuvem de fumaça, desapareci / Diante de seus olhos dilacerados...” “Mas não tenho medo de nada do além / E para mim tu não és ninguém / Exceto esse monstro vindo do inferno / Que achava que seu poder fosse eterno / Mas que urra de dor quando me ataca / E sente que cravo em seu peito uma estaca / Para mandá-la para o inferno de onde veio / Com essa estaca cravada em seu seio / E de repente se transforma em fumaça / Sem deixar nem mesmo a maldita carcaça!” “Do lado de fora da minha janela / O teu rosto esmaecido me encara, / Um espectro nessa noite tão bela, / Cutucando a saudade que se escancara! / Esse fantasma, assim flutuando no ar, / Como se alguma pessoa voar pudesse, / Insiste em todas as noites me vigiar, / Como se esperasse que algo eu confesse!” “A Poesia que havia me abandonou, / Pois era em ti que ela morava, / Saudade e solidão, eis o que me restou, / Nesta casa onde teu riso me encantava! / Somente o teu fantasma habita esta casa vazia, / Tropeçando nos móveis, derrubando cristais, / Soprando em meus ouvidos, nesta sala tão fria, / Que teu perfume não preencherá nunca mais...” “À noite na praia, julguei ver teu fantasma, / Mas não sabia que havias morrido! / Será mesmo um ectoplasma, / Ou será um sexto sentido? / A tua visão flutuava sobre a água, / Como se fosse de éter, / Ou como se vestisse uma anágua, / Ou se tivesse um cateter / Inserido no calcanhar, / Ou se tivesse uma navalha / Cravada fundo na jugular! / Tentei lembrar o teu nome ou teu celular, / Mas em minhas memórias havia uma mortalha, / E eu estava com fome, te esqueci, e fui jantar...” “Nas ruínas de Notre Dame, / Dois fantasmas choram! / Quasímodo e Esmeralda / Não seguram as lágrimas / Com o teto desabado, / Cinzas por todos os lados, / Pinturas queimadas, / Vitrais destruídos, / Tesouros que se perderam, / Relíquias cristãs jogadas aos leões, / Um monumento que sangra, / Como sangramos todos nós / De tristeza e desolação!” “Procurei algum sinal de minha amante imaginária, / Mas tudo o que encontrei foram silêncio e mistério, / Liguei para o número dela, e estava fora de área, / E quase fui procurá-la no mais próximo necrotério! / Não entendi porque não havia roupas no armário, / E o mistério só se desvendou quando vi no jornal / Uma foto, num convite para a missa de aniversário / Da morte dela, que ocorreu dois dias antes do Natal!” “Eu te procuro pela cidade, / Enquanto as bombas caem, / No último dia da Terra, / O Apocalipse tornado realidade, / Vidas que se subtraem / No desespero da última guerra... / Quando a radiação nos alcançar, / Nesse derradeiro entardecer, / Quero estar em teus braços, / E no último instante te beijar, / Será um sonho se puder morrer / Na doçura de teus abraços...” “Quando chegar a minha hora, / Ore por mim à mais próxima estrela, / E deixe que o vento meu espírito leve, / Leve, livre dessas amarras, / Que a vida terrena me aplicou... / Solte meus versos na noite, / E deixe que ela os leve, / Leves, para espalharem por aí o amor, / Entre os amantes que se escondem, / Por medo de ao amor se entregarem, / Ou que o mundo os maldiga...” “Hordas de demônios herdarão a Terra: / Formigas e baratas, depois desta última guerra, / Com seus corpos simples e resistentes, / Serão os últimos sobreviventes, / Depois que o último homem se for, / Depois que o último dia matar o amor, / Na destruição gerada por malditos gênios, / Na noite sem fim que durará milênios...” “Seu fantasma fica me rondando, / Dando risadas na minha frente, / Mas não sei até quando / Durará esse ectoplasma insistente! / Quanto mais eu o ignoro, / Mais ele fica fazendo caretas, / E aqui na rua onde moro, / Até aplaudem as suas piruetas! / Esse espectro virou motivo de piada, / E vivem de mim fazendo chacota, / Mas essa piada não é engraçada, / E não gosto de ser alvo de anedota!” “Todos temos algum esqueleto / Guardado no fundo do armário / Por isto mesmo não me meto / Em buscar argumento contrário! / Esqueletos de ossos quebrados / Emitem um ruído assustador / Deixando-nos os dentes trincados / Como num filme de terror!” “Essa escuridão ao teu redor / Vai te devorando aos poucos, / E vai ficando cada vez pior, / Como é privilégio dos loucos! / Esse horror tão intenso / Que te circunda / Gera o pavor imenso / Que te inunda...” “Crianças são treinadas como soldados assassinos / Para se explodirem como se fossem anjos divinos, / E, sem aviso, as bombas explodem em redações, / Cidades históricas ruem em cruéis explosões... / Terroristas adoram espalhar o pandemônio, / Será que algum dia deixarão de adorar o demônio, / Essa besta à solta em Riad, Damasco ou Bagdá, / A quem cultuam, disfarçado de Allah?” “Tens alguma coisa de sobrenatural, / Pois como explicar isto que sinto? / Ou só me livrarei se houver contato carnal, / Depois de algumas garrafas de vinho tinto? / Onde foi que deixaste o botão de desliga, / Ou isto acontece com um estalar de dedos? / Onde escondeste essa magia que me instiga / A me perder em teus sombrios segredos?” “Nada é tão melancólico / Quanto o amor que um dia se foi, / Soprado e levado pelo vento / Para o deserto do esquecimento. / Quem dorme ao teu lado na cama, / Não é mais quem tanto te amou, / Mas um espectro distante do passado, / Que a poeira do amor apagou...” “Você me jogou uma praga / Que os meus sorrisos estraga / E espanta quem estiver por perto / Desse meu caminho deserto” “Uma promessa é um doce feitiço / Que os sonhos acalenta / Até tomarem chá de sumiço / Quando a paixão se afugenta...” “Voas livre pelos ares, / Enfeitiçando todas as criaturas, / Por entre as nuvens te elevas, / Espalhando pelos céus as tuas trevas, / Sem nem te lembrares / Desse amor cuja saudade é a maior das torturas...” Trocamos juras de amor pelo domingo inteiro, / Mas, na manhã seguinte, na cama está vazio o seu lugar, / Não há rastro seu, nem mesmo o seu cheiro, / Era apenas um fantasma que veio só me assombrar... “Senti um sinistro arrepio na nuca, / Quando toquei no teu rosto gelado! / Bateu-me então uma ideia maluca: / Será que és um cadáver reanimado?” “Mas o toque de seus lábios permanecerá / Para sempre em mim tatuado, / Como se fosse um beijo roubado, / Ou como se houvesse sido esculpido / Por uma flechada invisível de Cupido! / E esse beijo sutil e momentâneo, / Mas principalmente espontâneo, / Terá sido dado para ver se eu descubro / Nesse dia trinta e um de outubro / Se você é mesmo de verdade, / Com esses seus infinitos olhos de jade?” “Um dia, você partiu sem aviso, / E a escuridão encheu a manhã... / Como eu pude ter sido tão cego, / Sonhando com você e deixado para trás? / Então você encheu minha mente com memórias, / Com histórias nunca vistas e nunca sonhadas, / Mas o pior é o horror que apaga a luz, / Trazendo seus rastros na noite sombria...” “Assim, o feitiço viraria contra a feiticeira, / E seria eu então a fazer você de joguete, / E depois de fazermos amor numa banheira, / Voaríamos pelos céus, em seu mágico tapete...” “Você me enfeitiçou para Semp, / Com esses seus Sapólios vampirescos, / E piquei congelado numa Brastemp, / À Mercedes de seus desejos grotescos! / Mordeste minha jugular no final de uma Fiesta, / Após tomarmos uma tarrafa de Concha y Toro, / E agora com o pouco Mustang que me resta / Terei de tomar Quasar dois litros de soro!” “Sei que para sempre lhe deixarei um desgosto, / Mas meu amor, para sempre será dela, / E uma lágrima pungente rolará em seu rosto, / Sempre que receber uma bela rosa amarela / Que lhe enviarei do túmulo uma vez por ano, / Enquanto viver, para quando mudar de idade, / Saber, mesmo que eu não seja mais humano, / Que levarei seu amor por toda a eternidade...” “No túnel que se abre no fim da estrada, / Um trem desgovernado saiu do trilho, / Uma bala perdida foi encontrada, / E o olhar de sua amada perdeu o brilho! / A vida sempre guarda algumas surpresas, / Quando menos se espera, chega uma delas, / Que desmorona suas parcas defesas / E incendeia todas as suas poucas velas...” “Em noites de lua cheia, / Em um lobisomem me transformo. / Uma sede de sangue me assombra, / E, para não matar, acorrento-me em uma cadeia. / Com meu destino, não me conformo, / De um homem, virei apenas a sombra, / Tantas noites acorrentado num mastro, / Atormentado por sedes estranhas. / Mas não me esqueci de tua pele de alabastro, / Nem de teu cheiro, gravado em minhas entranhas...” “Será que me torno um ser da escuridão, / Que somente o sangue quente satisfaz? / Ou a lua cheia traz-me à mente um vulcão / Que enquanto a noite durar, tira-me a paz? / Por que quando acordo de nada me lembro, / Mas minhas roupas estão sempre em farrapos? / Por que o ano todo, de janeiro a dezembro, / Minhas lembranças noturnas são apenas fiapos?” “E, quando despertei, estava livre de tua presença, / Nunca mais seria assombrado por ti outra vez, / Não seria jamais contaminado pela tua doença, / E não teria pesadelos com aquela tua palidez! / E nesses versos sombrios, deixo aqui registrado / Que o inferno tem entre nós seus enviados, / E entre quem tem o poder, haverá um amaldiçoado, / A cravar na jugular de inocentes seus dentes afiados!” “Seu fantasma vem, em todas as madrugadas, / Dar-me um alô, um beijo, ou então simplesmente / Fica sentada ao lado da cama, numa poltrona, / Deixando-me com todas as antenas ligadas, / Pois é apenas uma invenção de minha mente, / Uma manifestação da saudade que não me abandona! / Pois como poderia você ter um fantasma, / Se continua por aí, alegre e bem viva? / E se, algumas noites, até me telefona, / E sua alegre voz às vezes até me entusiasma, / Mas logo volta essa tristeza corrosiva, / Que, quando fico sozinho, chega e me detona?” “Não adianta quereres que eu morra / Nessa tua sombria masmorra, / Nesse teu antro medonho, / Um pesadelo parido de um sonho!” “Acho que esse frio vem desse fantasma, / Que você deixa aqui quando se rebela; / Como me aborrece esse ectoplasma, / Que fica em meu quarto como sentinela! / Mas não o vejo, pois é um fantasma afinal, / Mas esse mistério esquisito me descabela, / Pois esse frio na noite quente não é normal, / De onde vem tanto gelo numa noite tão bela?” “Depois que terminou nosso amor, / Entrei numa fase meio dark! / Passei a só assistir filmes de terror, / Ou de monstros, como o Jurassic Park! / Sem a sua luz que me salvava do escuro, / Cada vez mais, mergulhei na escuridão, / Vejo vultos, espiando por cima do muro, / E no jardim, descubro dentes de dragão!” “Não sei de onde você veio, / Pois surgiu bem na minha frente, / Mas tem tatuado no seio / Um vermelho tridente! / Você chega nas noites sombrias, / Sem que o espelho lhe mostre o reflexo, / Desnuda suas nádegas macias / E me oferece o seu sexo... / Mas ando meio ressabiado, / E há dias me espanto de chofre, / Pois quando estou ao seu lado / Sinto às vezes cheiro de enxofre!” “Você morreu, mas nunca descansa, / Parece que pensa que ainda está viva, / E já estou perdendo a minha esperança, / Que dessa sua aparição ficou cativa... / Você não entende que segui em frente, / E insiste em não sair de perto de mim, / Essa assombração que me deixa demente, / E que temo que não suma até o meu fim...” “O perigo de espreitar monstros, / Que no fundo de fossos se escondem / É que, quando você se levanta, / Os monstros estão bem atrás de você!” “Não chores, todas as cores um dia passam, / Pessoas vão para os cúmulos todos os dias, / O quiabo é irredutível, não importa o que façam, / Arrasta para o inverno quem viveu em regalias! / Mas eu, que nunca feri nem empatei ninguém, / Não cem para onde serei levado após a morte, / Ficarei no purgatório, à esfera de alguém, / Ou será reservada tara mim a mais cruel sorte?” “Nessa minha solidão nativa, / Você é uma morta-viva, / Sempre por aí a me assombrar, / Um fantasma sob a luz do luar!” “Em teu olhar vejo uma mortalha / Que nosso amor sepultou, / E em teu coração o ódio se espalha, / Por quem mais te amou! / O que poderia te dizer nessa hora, / Em que vejo esse morteiro / Que sobre mim paira agora?” “Nas profundezas de minha mente, / Você reina soberana e absoluta, / Regendo esse meu amor demente, / Contra o qual meu cérebro reluta... / Nas profundezas de meus sonhos, / Gravei fundo o seu doce nome, / E entre tantos pesadelos enfadonhos, / Você chega suavemente e me consome...” “E toda noite vêm esses pesadelos, / Quando a saudade desponta, / Eriçam-se os meus cabelos / Ao ver o teu vulto nas sombras, / E pergunto, quando essa visão me desmonta: / Por que até hoje me assombras?” “Sou teu prisioneiro por enquanto, / Mas um dia escaparei de teu jugo, / E em teu coração cravarei uma estaca, / E quando me olhares com espanto, / Saberás que sou eu o teu verdugo, / Pois só assim o meu ódio se aplaca...” “Parei bem à beira do abismo, / Para vasculhar o que havia em seu fundo. / E ele me segredou, com cinismo: / ‘Pule, que eu lhe mostro num segundo!’ / Mas respondi ao abismo, sério: / ‘Você já me respondeu, / Já não é mais nenhum mistério, / Você só quer outro morto para chamar de seu, /Mas esse morto não serei eu’!” “Com seus braços e pernas se desfazendo, / Levantou-se das covas um exército de mortos, / Tentando entrar nas casas, os ossos rangendo, / Mas como combater cadáveres desmortos? / E pela noite inteira seguiu esse pesadelo, / Por toda a cidade, sem nos darem sossego, / Seus gritos dilacerantes a me eriçar o cabelo, / Mais penetrantes do que o guincho de um morcego!” “Saímos dali correndo, apavorados, com a brisa fria em nossas costas, / Convictos de que um pedaço do inferno morava junto de nós, / Todo esse tempo, sem que sequer percebêssemos, / Mesmo que de vez em quando um dos aldeões sumisse, / Sem deixar nenhum rastro, e nunca mais voltasse. / Eu vi, senhor viajante, e nunca mais me esquecerei / Daquele dia amaldiçoado em que dois demônios se cruzaram, / E o demônio mais antigo venceu a batalha...” “Estou enfeitiçado pela linda sereia, / Sei que preciso escapar, mas não quero, / Pelo menos até que termine a lua cheia, / E eu possa colher seu beijo que tanto espero... / Depois, talvez eu consiga escapar… ou não! / Quem sabe os desígnios de um feitiço assim? / Talvez eu não consiga resistir à paixão, / E fique junto com ela, até o meu fim...” “O céu dos cachorros hoje ganhou mais um anjo, / E em teu lugar, ficou um imenso vazio, / Em vez de teus latidos amigos, apenas tua ausência... / Hoje, a tristeza aflora em meus olhos, / E cala fundo dentro do peito, / Em uma lágrima furtiva que insiste em rolar...” “Uma a uma, as usinas e suas luzes se apagaram, / E a noite estranha se espalhou como breu, / Pela última vez, alguns casais se amaram, / Enquanto o pavor inexoravelmente cresceu! / Segurei bem forte a sua mão, tão quente, / E nossos olhos trocaram uma interrogação: / Ficaríamos juntos, depois do último poente, / Ou perderíamos nosso amor para a Escuridão?” “Há mais mistérios nesse mundo do que se acredita, / Essa raça que lá mora eram os deuses de outrora, / Que vagava entre os homens, mas se tornou eremita, / E se alguém os encontrar, abrirão a Caixa de Pandora! / Como está escrito, a vida se perderá num labirinto, / E depois, o farol do fim do mundo não mais existirá, / Pois a Terra se tornará apenas um mundo extinto, / Que no espaço infinito, solitário para sempre vagará...” “Do lado de fora das vitrines / Dos grandes magazines, / Pessoas famintas espreitam, / Pedindo esmolas aos que se deleitam / Em comprarem o que não precisam, / Desprezando o solo onde pisam, / Sem ligarem para quem morre de fome, / Para os desprezados sem nome, / Para os quais o Natal é um teatro, / Encenado nas ruas onde ficam de quatro / Por um mísero prato de comida, / Sem mais nenhuma esperança na vida,” “Dizem que o primeiro amor ninguém esquece, / E, ontem, tive uma triste notícia: / A minha primeira amada partiu em sua última viagem, / Para a terra dos sonhos esquecidos / E dos destinos nunca cumpridos...” “Meus sonhos o tempo todo frequentas, / Eu te procuro, mas sempre me escapas, / E minhas fantasias ainda acalentas, / Mas onde te escondes não está nos mapas! / Quando olho no espelho, estás ao meu lado, / Mas quando me viro, de novo sumiste, / Teu fantasma minha vida tem assombrado, / És a recordação que de mim não desiste...” “Nesses teus olhos fantasmagóricos / Que me testam sob a luz do luar, / Vejo rastros de monstros pré-históricos / Que se esconderam no fundo do mar! / Esse olhar estranho me assombra, / E frequenta os meus pesadelos, / Ainda mais porque não vejo tua sombra, / E quando me olhas, eriçam-se meus cabelos!” “Oh, pitonisa das trevas, / Que fazes previsões do futuro, / Consultando tuas fontes primevas / Do inferno, em algum quarto escuro... / Oh, oráculo das brumas, / Que em algum antro te escondes, / Entre pântanos e negras espumas, / Em cujos segredos sombrios sondes...” “Os que vêm com a noite não são tímidos / Mas se escondem das luzes intensas, / Em seus olhos grandes e úmidos / Escondem-se malvadezas imensas... / Eles estendem suas negras asas / E apertam seus olhos multifacetados, / Para procurar presas dentro das casas, / De preferência solitários ou abandonados...” “Seu lindo corpo é um planeta árido, / Em suas veias corre sangue rochoso, / Brota gelo de seu rosto branco e pálido, / Promete atentados o seu olhar perigoso!” “Mas sei que tudo isto é loucura, / Pois você se foi para baixo da terra, / Mas em todos os lugares deixou sua doçura, / E esse fantasma, que minha mente desenterra! / Esta insanidade, sei que durará até que eu morra, / Aquele amor imenso nos deixou interligados, / Minha mente oscila, nessa sinistra gangorra, / Nós dois para sempre girando, em sinistros bailados...” “Toda vez que olho nos espelhos, / Vejo o teu espectro atrás de mim, / Com um brilho nos olhos vermelhos, / A contrastar com tua pele de cetim. / Por que assim me assombras / Se as pontes de nosso amor desabaram? / Por que te ocultas nas sombras, / Foram só elas que de nós restaram?” “Perdoe-me por ter te abandonado / Quando mais precisavas de mim! / Como pude ter te deixado / Tão fragilizada assim? / Não me perdoarei jamais / Por ter trancado o meu coração, / Mas agora já é tarde demais, / Exceto para chorar em teu caixão...” “Ó, ser profano, / Egresso das profundezas, / Que nada tens de humano, / Exceto as tuas torpezas, / Que pareces um homem, / Mas na verdade és um demônio, / E nas chamas que já te consomem, / Rodeado pelo pandemônio, / Hás de arder eternamente / Nas profundezas do inferno!” “Colocou a pasta do notebook no ombro, / E foi quando notou que sua cachorra querida / Olhava-o, no sofá da sala, com assombro, / E em seus olhos tristes, notou que ela sentia, / Com a certeza de sempre, sem explicação, / Que aquele seria mesmo o seu último dia, / E que nunca mais lhe daria carinhos nem ração... / Passou-lhe a mão na cabeça, com candura, / E sem perceber, uma última lágrima rolou, / Desceu e entrou no carro, e na última aventura, / Então se foi devagar, mas nunca mais voltou...” “The darkness around you is like a curse, / And it’s slowly devouring your sanity, / But it gets worse and worse, / Eating what’s left you of humanity! / The procession of undead / That surrounds your love boat / Is generating a terrible dread / That squeezes your throat...” “Diga-me: onde foi que nos perdemos? / Quando a escuridão trocou de lugar com o dia, / Em qual abismo remoto foi que esquecemos / Aquele grande amor que entre nós havia? / Mas eu sinto falta de você assim mesmo, / Esqueci tudo o que sabia sobre paixão, / Mas se posso escolher uma questão a esmo, / O que quer que eu lhe conte sobre solidão?” “Quem será você, que de negro se veste / E me persegue, sob a luz do luar, / E que me devora, até que nada mais reste, / Nem mesmo o meu último sonho de amar? / De quem será esse estranho vulto, / Que vislumbro nas noites densas, / Nas sombras e paredes oculto, / E que exala fragrâncias intensas?” “Neste que é nosso último dia, / Escolhemos morrermos juntos, / Amando-nos com ardor até o fim. / Não haverá mais Amor nem Poesia, / Somente a Natureza calcinada e defuntos, / Nesse mundo destruído pelo ódio, enfim! / E, quando a radiação chega, impiedosa, / Invadindo nossos corpos suados, / Beijando-nos até o instante de morrer, / A radiação se instala, vitoriosa, / Sobre nossos corpos desintegrados, / Num amor que nem a morte foi capaz de vencer...” “Morremos um pouco a cada dia, / Mas quando Deus nos leva alguém que amamos, / A dor que sentimos é quase insuportável! / O chão nos falta, vai-se embora a nossa alegria, / As lágrimas afloram a cada vez que nos lembramos / Daquela ausência imensa e irreparável... / As lágrimas estão sempre ali, à espreita, / Não se esgotaram ao lado do caixão / Que abrigou o corpo de quem nos deixou; / O destino nos legou a tristeza perfeita, / O resto da vida tentando conter a emoção, / Levantando-nos do chão para seguir com o show...” “O ruim de estar morto / Não é ficar no escuro / Dentro de um caixão / Onde não possa abraçar / Quem no seu enterro chorou / Nesse destino torto / Que não tem futuro / A pior sensação / É não poder se vingar / Do bandido que te matou” “De nosso amor desalmado, / Já não restou quase nada, / No armário nada guardado, / E nem debaixo da escada... / E desse amor fracassado, / Uma lágrima escorreu / Pelo meu rosto vincado, / Que logo a chuva varreu... / Deixou uma tênue esperança, / Deixada assim sem cuidado, / Que um dia então se perdeu, / Em uma última lembrança, / Que virou para o meu lado, / Soluçou, depois morreu!” “Quando eu me for desta vida, / Mesmo que eu deixe tua alma partida, / O maior bem que sempre tive é o teu amor, / E este, levarei comigo por onde for...” “Tentei em vão te resgatar / Do inferno no qual mergulhaste, / Mas lá não é meu lugar, / Esse abismo sem fim onde andaste! / Como pudeste decair desse tanto? / Que demônio te tornou esse traste, / Como pudeste perder todo o encanto / Com o qual um dia me conquistaste?” “Quando menos se espera, / A tragédia nos acha, / E abre à nossa frente uma cratera, / E dentro dela nos esborracha! / Mesmo se estivermos numa boate, / Dançando descontraídos com nossa paixão, / Terroristas trazem a nós seu combate, / E nos explodem, sem qualquer compaixão!” “Lá fora, dois homens brincam / De roleta russa, / Com a mesma crueldade / Com que você me expulsa / De seu gélido coração...” “Não sei se esse líquido vermelho que vejo / Escorrendo pelo canto de sua boca rubra / São gotas de meu sangue ou de vinho! / Em meus sonhos às vezes tenho um lampejo / De que alguma hora eu subitamente descubra / Por onde anda à noite, me deixando sozinho...” “Por que você não deixa / De sugar todo o meu sangue, / Deixando-me assim exangue, / Murcho como uma ameixa? / Com esse corpo assim amorfo, / Sem uma gota de sangue nas veias, / Esticado como um antropomorfo, / Rasgado por suas garras alheias,” “Caçadores andam pelas noites / Atrás de suas presas humanas, / Amantes portam balas e açoites / Debaixo de suas camas profanas! / O amor abandonou esse planeta, / Que agora libertou a crueldade, / Deus foi substituído pelo capeta, / Que domina essa infeliz realidade!” “Brincava gentilmente com toda criança, / Alegrando com seu latido alegre e forte / Toda aquela unida e querida vizinhança... / Mas cães não conseguem entender a morte, / Por isto olha-me com esse olhar de puro abandono, / Cheio de tristeza por um tempo que não mais haverá, / Definhando à inútil espera de seu dono, / Que nunca, nunca mais voltará...” “E, naquele lugar tão remoto, / Sobre o qual o demônio estendera as asas, / Sobreveio um cruel terremoto, / Demolindo prédios, templos e casas. / E ao final, só restou a miséria, / Naquele lugar onde a iniquidade / Imperava como uma exposta artéria, / Deixando em destroços toda a cidade.” “Chegaste vindo das profundezas, / Teu hálito tem cheiro de morte, / Queres levar-me em tuas correntezas / E fazer de mim o teu consorte... / Os teus lábios têm um rio de gelo, / Os olhos sombrios emanam raios, / Serpentes circundam teu cabelo, / E desmortos viram teus lacaios...” “Nas sextas-feiras 13 fico na cama, / Jogo moedas numa fonte, / Sou aquele que muito te ama, / E para teu coração construiu uma ponte! / Não te deixo andar de costas, nem morta! / Se leio no escuro, perco a paz, / E te forço a sair pela mesma porta, / Senão nunca mais voltarás!” “O mundo está cheio de pessoas vivas / Devoradas aos poucos por vermes carnívoros, / Que gastam seu tempo em vidas furtivas, / Alimentando-se de pobres seres herbívoros! / Seus olhos jazem em órbitas sem fundo, / Inertes, sem vida e descoloridos, / Exalando todo o fedor do mundo / Pelos seus dentes podres e carcomidos!” “Mas ando cansado de tantos patifes, / Rindo dos pobres que comem lixos, / Enquanto se deliciam com grossos bifes, / Dando filé para seus gordos bichos! / Rogo-lhes todas as pragas da Poesia, / E quero que apodreçam numa masmorra, / Enquanto rio dessa estranha ironia, / Quem eu acuso, querendo que eu morra!” “O que fazer, quando não restou quase nada, / Quando suas casas foram varridas, / Dos sonhos, restou o olhar perdido na estrada, / E o desespero foi o que sobrou de suas vidas? / O que fazer, quando seus filhos foram levados / Pela correnteza, e nunca mais voltaram, / Até descobrir que morreram afogados / Nessas águas, que suas histórias marcaram?” “Vi por um momento o ódio surgir em sua face, / E a chuva ácida converter-se em flamas, / Fazendo a cidade arder em chamas, / E enchendo toda a Terra de sangue, / Deixando o meu corpo abatido e exangue, / Amorfo, esticado como uma elipse. / Vi o mundo à beira do apocalipse, / Até que o céu tivesse pena / De toda aquela dantesca cena, / De tanto horror, tristeza e destruição, / E, por amor, fizesse jorrar o perdão...” “The darkness is around us all the time, / Watching your life behind the lights, / Waiting to kill your best rhyme / And haunting you all the nights! / All things pass, except light and darkness, / Each of them alternating through your life, / But darkness is insidious, and it can suppress / All your dreams, with a simple knife...” “Nesse estranho torvelinho / Em que enfiei minha vida / Cheguei ao fim do caminho / Dessa estrada comprida / E nesse cruel redemoinho / Que a partir me convida / Sem destino e sozinho / Baila uma palavra proibida / Entalada como um espinho / Em minha garganta sofrida / No último quadrinho / De minha história perdida...” “Viu sua vida a se derramar pelo buraco da bala, / E sentiu um enorme remorso pela sua amada, / Pois tivera tão pouco tempo para amá-la, / E nunca lhe dissera o quanto ela era adorada... / E assim acabou mais uma tragédia urbana, / Tão triste quanto a própria vida, afinal / Ela é tão frágil quanto uma membrana, / Mas é triste demais morrer em pleno Natal!” “Quantos caixões serão necessários, / Quantas famílias deverão ser destruídas, / Para esses donos de impérios bilionários / Deixarem de só pensar no ouro de Midas? / Quantos sonhos se perderão em abismos, / Quando ter piedade deixará de ser profano, / Quantos ainda deverão ser os cataclismos / Para que o ser humano se torne apenas humano?” “Políticos ganham propinas abusando de seus cargos / Vendendo-se em troca de alguns milhões de reais / Enquanto os corruptores exibem sorrisos amargos / A cada vez que exibem seus nomes nos jornais / Amantes um ao outro amor eterno prometem / Antes de se matarem em mais uma tragédia urbana / Em cada noite todas essas histórias se repetem / Como sempre aconteceu nessa aventura humana” “Cansado dessa minha vida sem mácula, / Passei uns dias longe do calor de Goiânia, / Para visitar o sinistro castelo de Drácula, / Na distante e tétrica Transilvânia! / O tal castelo era mesmo um colosso, / Mas mal mostrava traços do lendário vampiro / Que não podia enxergar um pescoço / Sem mordê-lo até ouvir um último suspiro!” “Deixei os meus desejos de molho, / E na paixão coloquei panos quentes, / Quando estás perto, fico de olho, / Para não me cravares teus dentes! / Conta-me quem és tu afinal, / Um demônio foragido do inferno, / Ou uma cria de todo o Mal, / Querendo me jogar no fogo eterno?” “Mas a verdade que não quer calar / É que um artista não morre, / E não devia causar essa dor imensa, / Afinal deixou seu legado por toda parte, / E da vida apenas nos pede licença, / Pois agora vai mostrar a sua arte / Em outro tempo e lugar...” “Todas as flores secaram, / O inverno mais cruel chegou, / Amantes infelizes se enforcaram, / Teatros explodiram ao fim do show... / Naquele último domingo / Antes da chegada da primavera, / O sangue nas ruas explodiu, e um respingo / Caiu em minha camisa branca austera, / Que nunca mais será a mesma!” “Relembrei os meus passos, / Alguns acertos, muitos erros, / Tão poucos abraços, / E tantos enterros, / Quantas vezes a magoei, / E você me perdoava, / Tantas vezes que nem contei, / Sem perceber que você chorava, / Contabilizando as perdas e danos, / As lágrimas silenciosas / Em todos esses anos, / As promessas perigosas / Que eu nunca cumpria, / Sob minha máscara de cinismo, / E dessa vez, onde você já não havia, / Fechei os olhos, e me entreguei ao abismo...” “Uma sombra estranha passou por mim, / Congelando meu corpo até a medula, / Por isto, estou me sentindo mal assim, / Por causa desse mistério que me desarticula! / Que sombra sinistra terá sido esta, / Terá sido um fantasma que me visita, / Ou um monstro que espreita por uma fresta, / Buscando arrebatar minha alma infinita?” “Se existir um lugar depois deste, / Onde eu possa velar por você, / Estarei eternamente de vigília, / Pois esse seu amor inabalável / Foi a coisa mais linda nesta vida, / Prestes a se extinguir...” “Vou sugar o seu sangue, / Coisa que eu tanto ansiava, / Até você ficar exangue, / E então virar minha escrava. / Você ainda é tão nova, / E eu tenho centenas de anos, / Por isto eu lhe fiz essa trova, / Por motivos profanos.” “Se você me oferecer o pescoço, / Talvez eu lhe crave os dentes, / Mas nunca até chegar ao osso, / Pois nucas são como presentes, / Onde beijos são sempre bem-vindos / E costumam provocar um tremor, / E esses arrepios são sempre lindos, / E às vezes se convertem em amor...” “És tão bela, tão sexy, tão desejável, / Que fiquei com uma dúvida miserável: / Não sei se te como até de madrugada, / Ou se bebo teu sangue, antes da alvorada!” “Por trás de sorrisos falsos / O Mal nos espreita / Escondendo-se nas bocarras / Onde dentes pontiagudos / Ocultam odores nauseantes / No fundo de velhos cadafalsos / O Mal se deleita / Mostrando suas garras / E soltando uivos agudos / Que enlouquecem infelizes caminhantes” “Às vezes, tentam sorrir, mas não conseguem, / Pois sua tristeza é seu bem mais profundo, / E a cada dia que nasce, apenas prosseguem / Carregando em suas almas toda a dor do mundo! / E quando morrem, e acaba seu longo inverno, / Poucas pessoas aparecem em seu velório, / Não vão para o céu e nem para o inferno, / Pois seu destino só podia ser o purgatório!” “O mundo está cheio de verdadeiros zumbis, / Felizes em suas pretensas (quase) vidas, / Ocultos em suas infelizes identidades civis, / Sem mais fantasias, há muito esquecidas. / Em seus peitos, há corações que (quase) não batem, / São como verdadeiros desmortos, / Criando tristes cães que não latem, / Aguardando navios que nunca atracam nos portos!” “Meu amor por ti já morreu, / Mas, como um cadáver insepulto, / Fica pelas noites buscando teu vulto, / Esperando em vão por um sorriso teu!” “Senti um sinistro arrepio na nuca, / Quando toquei no teu rosto gelado! / Bateu-me então uma ideia maluca: / Será que és um cadáver reanimado? / Levarei essa dúvida atroz / Até o meu último suspiro, / Pois cada vez que penso em nós, / Só não dói se eu não respiro!” “Your love haunts me / In such a ways / I’ll never know / But how does this feeling / Should be / So dark for always / And to haunt me so / Like a strange thing? / This haunting love / Hates me / And loves me a while / This strange feeling / Floats in the stairs above / And there always will be / With your haunted smile / That my heart is filling / You’re a ghost that lives / And it will haunt me for years / With your lost memories / Always in my brain / Like the autumn leaves / Or the winter tears / The summer love stories / And the last spring rain”



Ciranda Po Tica


Ciranda Po Tica
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores (managed)
Release Date : 2020-05-02

Ciranda Po Tica written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores (managed) this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-05-02 with Poetry categories.


70º livro do autor, no qual estão reunidos os poemas que deram ou inspiraram o título a seus livros inéditos de Poesia, todos eles publicado no Clube de Autores e na Amazon, assim como um livro de contos e crônicas e diversas coletâneas, como a série OLYMPUS (em 8 volumes com 300 poemas em cada um; o 9º volume será publicado em Julho/2020) e EROTIQUE (em 6 volumes reunindo poemas sensuais), além das edições especiais O LABIRINTO NO FIM DO POEMA (com 400 poemas para a juventude) e O LADO NEGRO DA POESIA (com 150 poemas sombrios). Outros livros do autor: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 Alguns trechos: “Não sei mais como expulsar / Esse desespero, esses desenganos. / São poucos metros a nos separar, / Mas são tantos oceanos...” “Por isto, amigo que, ao passar pela rua, / De meu destino infeliz tivestes piedade, / Soltai-me, para eu poder brindar à Lua, / O maior dom que Deus me deu: Liberdade!” “Navegava entre as estrelas, / Ao som melancólico da lua cheia, / Velas soltas aos ventos solares, / Tomando chuva de tempestades cósmicas, / Quando aportei em tua praia. / E teu mar era tão belo e profundo,” “Era assim a minha triste sina, / Pois antes que eu chegasse perto, / Ela sempre havia desaparecido, / Como se fosse um fantasma, / Ou talvez um anjo caído, / Como um sonho desfeito,” “Eu e você nadamos no Lago da Alegria, / Descemos de canoa no Rio da Magia, / Tomamos banho nas Cataratas da Ilusão, / E nos atiramos das Corredeiras do Sentimento.” “No baú de minhas lindas memórias, / A mais memorável de todas é a tua, / A mais incrível de minhas histórias, / A única que em meu coração continua, / No meio de tantas outras provisórias, / És a lembrança que o amor perpetua...” “As memórias aos poucos vão se apagando, / Mas de algumas delas eu nunca me esqueci, / De nossa paixão que devagar foi definhando, / De todas as canções que um dia cantei para ti, / Das tristezas que no coração fui guardando, / De todos os versos que nunca mais te escrevi!” “Doce vampira, chupe meu sangue, / Até a última gota, com vontade, / Até me deixar completamente exangue, / E farei parte de ti, por toda a eternidade...” “Foi pelos ares o meu padrão estético, / Sem poder disfarçar o meu desejo eufórico, / Sem dúvida, entregue pelo volume elástico... / Aí, notei que me olhavas com um sorriso cínico, / E teu olhar espelhava um rubor incrédulo, / E te aproximaste, te percorrendo um frêmito.” “Depois de algum tempo, quando a dor se acalmar, / Quando não estiver tão exposta essa dor que se vê, / Mesmo assim, não sei se conseguirei me lembrar / Que algum dia preciso me esquecer de você...” “Quero encontrar um amor que seja infinito, / Que pelos poetas seja sempre descrito, / Um amor que pela eternidade vague / Até que a última estrela se apague...” “As gotas que vejo escorrendo pela vidraça / São rastros do amor que tua ausência baniu, / Deixando-me essa saudade que me abraça / Nessa chuva inclemente que a noite não viu...” “Dentro dele, esse imenso vazio / Lembra-me o tamanho do rombo, / Quando seu iceberg abalroou meu navio, / Num pesadelo do qual ainda zombo!” “Algum dia, talvez eu seja seu, / Quando seus olhos perceberem os meus, / Antes que eles virem tristes museus! / E nesse dia, em que o rio chegar ao mar, / Entre cetins e sedas, / Ousarei percorrer as veredas / Onde o meu olhar se perdeu...” “A Poesia fluía mansamente de meus dedos, / Inspirada por essa musa sem reparos, / Entre nós dois, não havia segredos, / E navegava no mar de seus olhos claros...” “Dessa solidão incessante não tenho medo, / Mas simplesmente morro de pavor, / Por isto, meu inesquecível amor, / Minha lembrança mais querida, / Diga-me, por favor: qual é o segredo / Para viver sem você, pelo resto da vida?” “Andei seguindo os seus passos, / Em vão buscando os seus traços, / Mas nada encontrei, / E sem você, nada sei, / Sou uma fagulha perdida no ar, / Um barco sem GPS no mar, / Um triste verso sem rima, / Um salmão a saltar rio acima,” “Compus para ti uma música em ritmo lento, / A ser tocada por uma orquestra mágica / Composta de sonhos e sentimento, / Com instrumentos de precisão cirúrgica,” “Nesse triângulo escondido / Por baixo de tuas bermudas, / Meu olhar vive perdido, / Deixando que me iludas / De que um dia me deixes / Estender minhas redes / Entre esses pelos, cujos feixes / Causam-me problemas sérios,” “Virei uma casca solitária das horas, / Que se arrastam sem piedade, / Em noites insones até as auroras, / E dias vazios preenchidos pela saudade...” “Lembre-se de memórias que jamais teve, / De reminiscências que o próprio tempo esqueceu, / Para celebrarmos o amor que aqui nunca esteve, / Nesse livro de histórias que ninguém nunca leu...” “E a tua ausência me condena, / Declarando-me culpado por perder teu amor, / E em meu peito exposto gangrena / E explode de tristeza esse coração sofredor, / Que jorra saudade através de uma veia, / Transmitindo versos em línguas que nem conhece, / Para serem lidos em noites de lua cheia, / Para uma plateia que de falta de amor padece...” “Não quero os teus dotes, / Não me importam, apenas tuas paixões, / E ver teus olhos brilharem como archotes / Quando te lembrares que por ti matei dois dragões!” “Pois parece que agora é tarde demais, este planeta é controlado / Por uma espécie que domina a natureza, e a torna tão brava, / Deixando nosso grupo de invasores desse jeito encurralado / Por visões impossíveis e pelo vento que na janela soprava...” “Os mortos se levantaram dos túmulos, / Vagando como indecifráveis zumbis, / Assassinatos chegaram a seus cúmulos, / Trucidando milhares de indefesos civis... / Mulheres lindas foram trancadas em jaulas, / Os rastros de violência se espalharam, / A liberdade foi banida das aulas, / E os amantes nunca mais se encontraram...” “Mas, finalmente, a campainha toca, / Abro a porta, e lá estás, linda e atrevida, / Com um decote insinuante que me provoca, / E uma saia curta, que a avançar o sinal me convida, / E correspondes, beijando-me com fúria, / Mostrando-me que também estás a perigo, / Arrastando-me para o sofá com luxúria, / Deixando claro que finalmente ficarás comigo...” “Ainda sonhando, naquela montanha imensa, / Escrevi um poema sobre as divindades, / Em como são muito maiores do que o homem pensa, / Pois, com um bater de suas asas, mudam realidades... / Mas, quando acordei, de repente, / Estava de volta à minha solitária cama, / E pela primeira vez, dos Mistérios plenamente ciente, / Pois a pena do anjo estava no bolso de meu pijama...” “Algumas fotos suas ficaram nas molduras, / Que às vezes escondo, mas devolvo ao lugar, / Para despertarem de novo minhas amarguras, / Com esse sorriso que continua a me encantar... / A noite sempre me traz suas histórias, / E seu fantasma chora junto comigo, / Quando trago de volta antigas memórias / De fatos dos quais esquecer não consigo...” “Depois disto, a noite nunca mais foi embora, / Uma sombra encobriu até a luz do luar, / E a tristeza se instalou, pela vida afora, / E a saudade infinita tomou o seu lugar...” “Enquanto a noite estende seus véus, / A lua cintila, iluminando os céus, / E as estrelas se esparramam, solenes, / Derramando seus rastros, perenes... / O brilho das estrelas, pelo qual poetas deliram, / Percorre o espaço há milhões de anos, / E muitas delas desde então já explodiram, / E seu brilho é um desses fantasmas arcanos...” “Começas a dizer obscenidades / De como meu beijo te excitou, / Bem junto ao meu ouvido, / Enquanto teus lábios me percorrem, / Desafiando-me cada sentido, / E de tua boca suavemente escorrem / Gotas de puro prazer...” “Esse luar que em teus olhos habita / Provoca-me uma ilusão infinita / De uma paixão sem limites / Cada vez em que me fites / Como se o tempo fosse parar / Como se fosses me amar / Até o mundo explodir” “Como pôde aquele amor tão grande terminar assim, / Deixando aqui aberta essa caixa de Pandora, / Onde os males se agigantam tão perto de mim, / E essa saudade maldita, que não quer ir embora?” “Naquele teu olhar cheio de solidão, / Gélido como um floco de neve, / Não vi um respingo sequer de paixão, / Que pelo ar da noite se foi, tão leve... / Aquele teu olhar me pegou de surpresa, / Pois um dia antes, nos amamos com fervor, / Como explicar em teu rosto tanta dureza, / Um dia depois de me jurares amor?” “Conte-me histórias da fantasia de onde você saiu, / Ou, se for de verdade, diga-me de onde veio, / Conte-me suas aventuras de modo gentil, / Mostre-me a linda curva de seu seio... / Por favor, não desapareça quando eu acordar, / Pois seria uma decepção imensa / Saber que em sonhos você voltou a se refugiar, / E que teria sido tão efêmera a sua presença...” “Sinto-me com ela como um rapazola, / Apaixonado por uma colega de escola, / Inseguro, como quase todo homem, / Com as dores de amor que o consomem.” “Seduzem-me as tuas correntes, / Que docemente me tocam / E roçam-se no escuro as nossas mentes, / E trocam-se nossos sedutores olhares, / E tuas risadas gostosas me provocam, / Mas e se eu não voltar de teus mares?” “Estes são os últimos versos que escrevo / Para nosso desesperado amor, / E nessas tristes rimas descrevo / A dor que sinto por esse óbito aterrador, / Capaz de abalar a órbita de nossos planetas!” “Ah, Poesia, o que fizeste? / Conta-me o que faço agora, / Depois de tanto amor que trouxeste, / Por que a deixaste ir embora? / Ah, Poesia desalmada, / Depois dessas horas tão cruas, / Deixa a chuva varrer a calçada, / E minhas lágrimas se juntarem às tuas...” “Um verso suicida / Atirou-se na frente / De um amor desgovernado / Cansado da sua não-vida / Enlouqueceu de repente / Jogando letras para todo lado” “Por que ela teve de ir e não voltar, / E depois daquela noite não mais a vi, / Em qual estrela terá ido morar, / Será que sabe que nunca mais a esqueci?” “Por onde estiveres, meu amor te acompanha, / Em algum rincão dessa Galáxia imensa, / Mesmo em alguma estrela estranha, / Sentirás contigo a minha presença!” “Esse teu olhar atordoante / Derrubou minhas defesas num instante, / E escancarou para ti o que vai no meu peito, / Essa paixão galopante contra a qual não há jeito!” “Sou apenas um contador de histórias, / Trazidas a mim por acaso pelo vento, / Ou por algum duende que invento / E que divide comigo suas memórias!” “Como um Titanic moderno, nosso amor foi a pique, / E hoje dele não restou sequer um vestígio, / Uma tempestade bravia rompeu nosso dique, / Explodiu pelos ares o amor que parecia um prodígio!” “Estamos em completa sintonia, / Mesmo que isto seja impossível, / Um ser de carne, outro de fantasia, / Como se algo assim fosse possível!” “Pela primeira vez, fiquei calado, / E deixei você partir em silêncio, / Inconcebível, / Intraduzível... / Não lhe pedi explicações, / Nem tentei argumentar, / Pois a chuva não cai no deserto, / E em seu olhar não havia oásis, / Apenas redemoinhos e tempestades de areia!” “Na noite em que você disse adeus, / O meu mundo caiu abismo abaixo, / Meus versos se tornaram plebeus, / E meu violão se tornou contrabaixo! / Meu coração se revoltou e foi embora, / Deixando esse buraco medonho, / Essa dor que nunca melhora, / Pelo fim de meu mais lindo sonho!” “Algo assim costuma sempre acontecer / Com vidas que se cruzam, tão diferentes, / Alfas e ômegas, princípios e fins, / Almas que não se encaixam jamais, / Num jogo que não se pode vencer, / Pois amar com facas entre os dentes / Só pode levar a resultados ruins, / E a barcos atracados em diferentes cais!” “Deixe-me passar com meu cão na coleira, / Com aquele olhar tão triste como o meu, / Que por meus olhos cansados se esgueira, / Tentando resgatar o sorriso que se perdeu, / Mas mesmo aquele olhar de amor tão puro, / Não consegue reacender o pavio apagado, / Ou devolver a luz ao fim desse túnel escuro / Que leva para onde meu barco jaz, naufragado,” “Essa porta entreaberta / Que me conduz à solidão, / Numa estrada deserta, / Onde se enforcou a paixão, / Esconde atrás armadilhas, / Sombras que se ocultam / Entre suas trilhas, / Soltando gritos que se escutam / Daquelas almas penadas, / Que pagam seus pecados,” “Não quero teus beijos nunca mais, / Cansei-me de ser por ti magoado, / E depois consolado por beijos sensuais, / Para que deixasse a mágoa de lado! / Não te queria por partes, / Somente o pacote completo, / Seguindo o manual de tântricas artes, / Que de mim mantiveste secreto!” “Talvez algum dia eu resolva / Contar-te aquelas histórias secretas, / Que jamais eu contei a ninguém! / Quem sabe contar esses casos a alguém / De repente simplesmente me devolva / A vontade de revelar algumas histórias indiscretas?” “Entre tantas idas e vindas, / O amor foi se ausentando aos poucos, / Deixando para trás tantas lembranças lindas, / E os ecos de teus gritos roucos!”



Por Tr S Da M Scara Branca


Por Tr S Da M Scara Branca
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-11-09

Por Tr S Da M Scara Branca written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2021-11-09 with Poetry categories.


97º livro do autor das seguintes obras, todas elas publicadas no Clube de Autores, exceto Poeticamente teu , da Coleção Prosa e Verso 2019, da Prefeitura de Goiânia/GO: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS 81. SOMBRAS QUE RESTARAM DE NÓS 82. EROTIQUE 7 83. A CAIXA DE TINTAS DE DEUS 84. PONTES PARA LUGAR NENHUM 85. VELAS SOLTAS AOS VENTOS SOLARES 86. HISTÓRIAS QUE A NOITE NOS TRAZ 87. VESTÍGIOS DE UM FOGO QUE SE APAGOU 88. ARTÍFICE DE VERSOS 89. O TEMPO, ESSE CARRASCO 90. OLYMPUS: LIVRO IX – ESPARTA 91. ESSA SOMBRA EM TEU OLHAR 92. OS OLHOS MÁGICOS DA POESIA 93. VERSOS QUE JAMAIS ESQUECI 94. LÁGRIMAS PROSCRITAS 95. EROTIQUE 8 96. UMA HORA ANTES DO FIM Alguns trechos: “Muito mais tarde, quando o amanhecer se aproxima, / E encontra nós dois, ainda abraçados, / Descubro que és a minha mais linda rima, / Nessa lágrima de amor, em teus olhos marejados…” “Nosso navio do amor jamais saiu do estaleiro, / O casco enferrujou, / Os barcos furaram, / Os mapas marítimos continuam enrolados, / Os salões ficaram vazios, / Sem música, / Sem orquestra,” “Ao fim desse triste soneto, / Depois que as cortinas descem, / Tu estás vestida de preto, / Lágrimas fortes umedecem / O verso final do folheto, / Sobre sombras que permanecem…” “Se eu pudesse te resumir numa frase, / Diria que foste a minha última tese, / Que infelizmente deletei num deslize, / E então, sirvo-me mais uma dose, / Por mais que meu reflexo por isto me acuse.” “Sonhos mortos, / Nesse nosso desmonte, / Pesadelos recorrentes, / Diques rompidos, / Poemas inacabados, / Dos quais não guardei nenhum...” “És a minha joia mais rara, / E da tristeza me libertas. / Devo-te mais do que posso pagar, / Por mais que eu tente fazê-lo, / Como colocar na balança o verbo amar, / Ou dar alguma nota a teu lindo cabelo?” “Mas fiquei para sempre incompleto, / Pois jamais o fez, / E nunca mais nos vimos, / Assim continuo da ausência dela repleto, / E aquela foi a primeira e única vez / Em que nos despedimos...” “E, muitas horas depois, na cama abraçados, / Tu me encantas, com esse teu olhar risonho, / Então sei que fomos, um ao outro, destinados, / E que jamais acordaremos desse sonho...” “Mas, quando olhei no espelho, / Logo decifrei a charada, / Quando vi a tristeza de meus olhos saltar, / Então, naquele olhar tão vermelho, / E de minha face vincada, / Vi uma chuva de lágrimas brotar...” “No fim dessa estrada comprida, / Que chamamos de vida, / Há uma encruzilhada, / E nesse final da jornada, / Há duas direções diferentes, / Divergentes, / Opostas,” “Brotou em mim naquele instante / Um dos mais lindos poemas / Que já havia escrito, / A celebrar minhas emoções em conflito, / Pois o amor é o mais comum dos meus temas, / E minha mente celebrou esse flagrante!” “Parti / Sem saber se era o certo / A fazer / Mas senti / Que nesse nosso deserto / De onde se ausentou / O prazer / Foi só o que me restou / Pois não mais te amava / De nós já nada havia / E aos poucos se devastava / O meu resto de Poesia” “Ataque-me com seu instinto primal, / Com seus lábios quentes me percorra, / Liberte meu lado animal, / De minha carência sem fim me socorra.” “O amor está pelos ares, / Em todos os lugares, / Para onde quer que você olhe, / Sempre haverá alguém que lhe escolhe / Para lançar olhares pecaminosos, / Sugerindo paixões violentas,” “E assim vamos seguindo, / Eu, vendo reflexos de teu sorriso lindo, / E tu, sem nem notares / Que em meu olhar brilham luares, / Pela Poesia aprisionados, / Mas talvez amaldiçoados / A jamais ver se cruzarem / Nossas bocas a se beijarem, / Num prelúdio, / Um doce interlúdio,” “Perto de ti, a paixão me invade, / De tua boca ardente tenho sede, / E esse amor indócil em mim reside, / E por isto eu te canto nessa doce ode, / Torcendo para que o amanhã não nos mude.” “Essa ferida exposta / Aberta em meu peito / Pela sua partida / Não tem resposta / Que dê jeito / Nessa dor tão sofrida” “E assim foi, até que a nossa música terminou, / A orquestra já guardou os instrumentos, / A festa de despedida foi desmarcada, / O tempo de perdoar um ao outro passou, / Apagamos o nome do cônjuge de nossos documentos, / Tudo o que restou de nossa peça foi uma cortina rasgada...” “Quando dei por mim, / Já era tarde, / Chegara o fim, / E, sem nenhum alarde, / Você rompera qualquer contato, / Bloqueara-me em todas as redes, / Não deixara aqui sequer um retrato, / Erguera entre nós quatro paredes,” “E de repente, eu me descobri feliz, / Como há muito não era, / E esqueci a cruel cicatriz / Que o passado trouxera.” “Adeus, linda rosa, / Assim congelada, tão formosa, / Mas condenada ao degelo, / A desfazer-se num cruel pesadelo, / Despetalada, / Pela geada assassinada...” “O tempo é indomável, como um rio, / Correndo sempre no mesmo sentido, / Inexoravelmente rumo a um destino sombrio, / Num curso já bem definido.” “As tuas fotografias foram parar no porão... / E lá, fizeram companhia a achados e perdidos, / Ali jogados, nos armários guardados, / Para sempre esquecidos, / Assim como todos os nossos beijos apaixonados...” “O mundo ao nosso redor / Segue em seu curso incansável, / Imutável, / Rumo a um destino maior, / Em volta do Sol a girar, / Sob a luz do luar, / Com seus mares profundos, / Mais lindos que os de outros mundos,” “Teus olhos hipotéticos, / Nesse quarto abstrato, / São tudo que preciso / Pra escapar da loucura!” “Eu te esqueci, / Mas não o bastante, / E às vezes escapas, / Da prisão mental / Onde eu te prendera, / E vagas, sempre presente, / Por minhas lembranças,” “Construtos podem se tornar de carne / Ou isto não é possível? / E mesmo que esse sonho se encarne / Até onde uma ilusão pode virar tangível?” “Inventa casos que jamais aconteceram, / Descrevendo-os como se fossem de verdade, / Narra reminiscências que meus neurônios esqueceram, / Pelos becos e ruas dessa imensa cidade...” “Por noites incontáveis, / Percorro os teus caminhos, / Em madrugadas memoráveis, / Que atravessamos sozinhos, / Nessa cama imensa que nos abriga, / A assistir nossos combates, / Que desde a primeira vez, deram liga,” “Parece haver uma fábrica de versos, / Que em meu cérebro fervilham, / Falando de destinos diversos, / Que em minha mente se empilham, / Em rimas que se misturam, / Livremente, sem segredos, / Enquanto meus neurônios murmuram / Estrofes aos meus dedos,” “Mas essa lágrima tonta, / De meus olhos fugida, / Sem que eu percebesse, / Sem querer tudo conta, / Da tristeza que escondi pela vida, / Até que essa lágrima furtiva descesse...” “Quando beijei tua boca macia, / A solidão dentro de mim se rompeu, / Onde havia uma estrada vazia, / O meu caminho juntou-se ao teu.” “Mas como é difícil / Esperar que me convides / Para fazermos juntos isto tudo, / Envolvidos em doces lides, / Depois de derreter o teu último escudo...” “Mas eu nunca te esqueci, / Mesmo não conversando contigo nunca mais, / Pois o vento de meus barcos furou as quilhas, / De meus navios quebrou os mastros, / E rasgou os quadros de meu museu...” “Vorazes amantes, / Incansáveis, / Naquelas noites furtivas, / Memoráveis, / Fugazes, mas tão vivas, / Nossos corpos pulsantes, / Arfantes, / Nessa página no passado perdida, / Mas que valeu por toda uma vida…” “Corpos se tocando, sem censura, / Mas sem perderem jamais a ternura, / Nós dois, flechados ambos por Cupido, / Naquele primeiro beijo jamais esquecido...” “Na noite passada, que grande fiasco / Foi misturar vodka com refresco, / Colocando-me na volta para casa em risco, / Pois dirigi pela noite de jeito tosco, / Freando várias vezes de modo brusco!” “E dentro de mais alguns anos / (Uns vinte ou trinta) / Toda essa dor parecerá irreal, / Talvez tenha esquecido de vez os enganos, / Quem sabe então eu já não sinta / Saudade dessa paixão surreal...” “O dedo de Deus está em tudo: / Na magnificência das montanhas, / Na imensidão do mar, / Nas maravilhas da Natureza, / No voo dos pássaros, / No amor materno, / Intrínseco a todas as espécies, / No calor dos gêiseres, / No frio das geleiras, / Na beleza do pôr do Sol, / Nas promessas da alvorada, / Na escuridão da noite,” “Nosso amor sempre foi frágil, / Adquiriste de mim por contágio, / Mas não tinha conteúdo, / Para ti, nunca foi tudo, / Jamais teve substância, / E por isto toda essa inconstância, / Esse teu estranho descaso, / Como se já estivéssemos fora do prazo, / Prestes a sermos extintos, / Sem nos rendermos a nossos instintos,” “E as maldições escaparam, / Soltas pelo mundo, / Agora extinto, / De nós, nem ilusões restaram, / Nada além desse pesadelo profundo, / À solta nesse infinito labirinto...” “Tento escapar dessa dicotomia, / Amor ou desengano, / Nessa relação arredia, / Num dilema freudiano. / Psicanálise não resolve esse caso, / Que está muito além de um divã, / Recusando-se a cair de vez no ocaso, / Que é o destino que o espera amanhã...” “Até que um dia, depois de outro sonho, / Finalmente ao vivo eu te encontrei, / E nestes versos, eu me exponho, / Para confessar que de ti nada sei... / Mas quero saber de tudo, / Não estamos mais no mundo de Morfeu, / Não somos mais um caso de estudo, / Somos de carne e osso, tu e eu...” “São velhas e doces reminiscências, / Trazidas por essa chuva que não cessa, / Assim como a dor de antigas ausências, / Sempre avivadas por chuvas doces como essa...” “À mercê desses teus feitiços, / Já não sei mais o que faço, / Para esquecer esses sonhos eróticos, / Que me inspiram os teus olhos castiços, / Pois meu coração não é feito de aço, / E como esquecer teus olhos hipnóticos?” “Tu não és uma artista, / E pareces não ter inspiração, / Nossa aventura já está prestes do fim, / Só sabes beijar por controle remoto. / Não conheces amor à primeira vista, / Nem sabes o significado de paixão, / Lês meus versos como se fossem em mandarim, / Dei-te um avião, devolveste uma moto!” “Hoje em dia, quase todos os jovens vivem em realidades virtuais, / E possuem um novo membro, ao qual chamam de celular, / Eternamente em conflito com os próprios pais, / Uns não sabem ouvir, outros não sabem ensinar...” “Ela se deitou em meu peito, / E confessou que sempre me amara, / E respondi que sentia o mesmo, / Então, eu lhe pedi perdão, / Por ter sido um tolo / E nunca ter avançado o sinal, / E por isto a perdera, tantos anos atrás,” “And there’s no answer to this question, / I don’t know what I did so wrong, / I couldn’t find any suggestion, / And the symphony of my life ran out of song...”



Sombras Que Restaram De N S


Sombras Que Restaram De N S
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-12-07

Sombras Que Restaram De N S written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-12-07 with Religion categories.


81º livro do autor do autor das seguintes obras, todas publicadas no Clube de Autores (exceto POETICAMENTE TEU , da Coleção Prosa e Verso 2019 da Prefeitura de Goiânia), em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS Alguns trechos: “Tento te esquecer, mas descobri que é impossível! / Onde havia tantas cores, hoje não há mais nenhuma, / E somente em teus filmes, ainda te vejo e ouço tua voz, / A história de minha vida virou um rabisco ilegível, / A melancolia que me preenche cada vez mais se avoluma, / Debaixo dessas tristes sombras que restaram de nós...” “Quando o mundo acabou, / Estávamos todos acordados, / A bordo da nave rumo a Marte, / E vimos como tudo aconteceu, / Meros observadores do Apocalipse!” “Ah, vento, o que foi que fizeste? / Onde foi que encontraste / Em algum passado remoto / Aquela voz suave que me enluarava, / E que agora de volta trouxeste, / E de novo por ela me encantaste, / Sacudindo minhas lembranças como um terremoto, / E em meu vulcão extinto fazendo renascer a lava?” “É a Poesia que me faz desvendar terríveis crimes, / Que seria de mim sem essa minha amiga predileta, / Quem mais me contaria essas histórias sublimes, / Que eu reconto nessas páginas, disfarçado de poeta?” “Talvez estejas em meu caminho, / Pode ser apenas por obra do destino / Que sonho contigo logo ao adormecer, / Talvez te encontre, numa noite regada em vinho, / E descubra que não foram só um desatino / As mil e uma noites antes de te conhecer...” “A felicidade era minha vizinha, / Mas, cego, eu nem a percebi, / A casa de quem me amava era ao lado da minha / Mas na fonte dos beijos dela, nunca bebi...” “Pode ir embora de minha vida, / Isto não me tornará um asceta, / E você, será apenas outra musa esquecida, / Na estante de rimas desse pobre poeta!” “Quando navego em teu meigo olhar, / Magicamente me teletransportas / Para esse teu encantado mundo, / Que habita no interior de um quasar, / E, naquele mundo em teu azul profundo, / Para mim se abrem todas as portas,” “A dúvida que tenho / É se guardará no olhar / Aquele mesmo fogo que ardia / Quando nos encarávamos / Ou enquanto nos amávamos, / Em tantas noites memoráveis,” “Em meio a todo esse pânico / Esse nosso amor transoceânico / Atravessou fronteiras / E barreiras / Místicas / Linguísticas / E juntou nossos caminhos / Agora vizinhos” “Quem diria, vendo-nos assim, / Eu, escravo de tua boca carmim, / Que antes, estive tão perto do fim, / Esperando explodir meu zepelim!” “Desde que passear pelo teu corpo meu olhar ousou, / Minha vida sem ti não faz mais sentido, / Sou um tonitruante pássaro por teu olhar abatido, / Que nunca mais em outros galhos pousou!” “De repente, eu me vi pensando nela, / Que há muito tempo já havia esquecido! / O que terá acontecido com ela, / Será que encontrou da vida o sentido?” “Minhas feias estão repletas de veneno, / O sangue que nelas porre está contaminado, / Sua tangente agrediu meu cobre cosseno, / Que esguichou tristeza por rodo lado!” “Ele se acha um cômico, / Mas não passa de um tragicômico, / Contando piadas sem graça, / E troçando da própria desgraça,” “A longa espera na comprida estrada / De nada havia adiantado, / E, à medida que escrevia, / Aconteceu um fato inusitado, / Pois uma solitária lágrima furtiva / De meus olhos gentilmente escorria, / A ressuscitar uma lembrança viva, / Que aquele poema também retratava, / Pois a mesma história comigo aconteceu, / Porque alguém que eu tanto amava / De mim também se esqueceu...” “Ela invadiu minhas defesas, / E demoliu os meus muros, / Com suas doces surpresas, / Pagando meus carinhos com juros, / E, por mais que eu a aplauda, / Ela, modesta, fica nos bastidores, Com seus olhos cor de esmeralda, / E sua completa ausência de pudores!” “Não me Covid para uma festa / Bonde ela também estiver, / Dois das defesas que ergui, nada resta, / Ela é a Poesia em norma de mulher, / E uma entranha sinergia nos une,” “Há um tempo para apagar as mágoas / Que o seu coração por raiva guardou, / E deixar que se dispersem nas águas / Que o rio do tempo para longe levou...” “E daquele amor tão doído, / Hoje em dia, mais nada sobrou, / Jaz por aqui, em um canto esquecido, / E dele nem mesmo a saudade restou...” “Talvez eu lhe confidencie / Algumas antigas reminiscências, / E talvez então você silencie / E mergulhe em minhas confidências, / Extraídas de alguma antiga história, / Que não saberá jamais se foram inventadas...” “Eu me distraí, quando você caçou, / Tropecei, e me Spotify no chão! / Fiquei prateado, pois você viu e caçoou / Daquele nada embaçado tropeção!” “A vida é uma ilusão irrestrita, / Que se diverte em nos perturbar / Por causa de um amor passageiro / Ou de alguma ruiva bonita, / Que sequestrou o nosso olhar, / E nela pensamos o tempo inteiro...” “E esse réquiem que agora narro / Sobre essa paixão que foi se quebrando, / Num oceano no fundo de um jarro, / Virou um estranho texto sem nexo, / Sobre um amor que pouco durou, / E sobrou esse pálido reflexo / Num espelho fosco que já se quebrou!” “Mesmo assim, ando por aí disfarçado, / Fazendo de conta que ao vírus sou imune, / E pelos miseráveis não me sinto culpado, / Pois a mesma tristeza nos reúne,” “E não sei o que aconteceria / Se eu lhe dissesse que é você a musa / Que em meus versos canto, / Como se fosse imaginária, / Assim tão cheia de encanto, / Um par para minha poesia binária / Que fala de estrelas vizinhas / Uma em volta da outra, girando / Juntas, mas sempre sozinhas,” “’Bom dia’, foi o que cada um escutou / Mas o que queriam dizer, na verdade, / Era ‘que bom que afinal você chegou!’, / Aquelas almas tristes nessa triste cidade!” “Fui visitar um oráculo, / Para consultar meu destino / Com uma das pitonisas, / E, ao te ver à minha espera, / Esse raro espetáculo, / Com esse teu olhar divino / E as tuas curvas precisas, / Até me esqueci porque viera!” “És um poema jamais publicado, / Que assombra os meus caminhos, / Preenchendo-os de flores exóticas, / Todas elas com a cor do pecado, / Descrita em antigos pergaminhos, / Pois inspiras minhas fantasias eróticas, / Desde a noite em que nos conhecemos,” “Não me lembro de ter o cabelo tão cumprido / Desde que eu tinha apenas 20 manos, / E, por ramais que tenha crescido, / O agasalho mostra bem o peso dos anos!” “Seu prazo de validade venceu, / Seus beijos se estragaram, / Pois depois que nosso amor faleceu, / Flores podres por aqui se instalaram.” “E, do jeito como disseste ‘Obrigada’, / Subiu aos céus minha fogueira pagã, / Por teu sorriso lindo libertada, / E foi então que um milagre aconteceu, / Como há muito tempo eu não via: / Aquele poema ordinário por amor ascendeu, / Criou corpo e alma, e virou Poesia...” “Pois esse vazio que sinto, / Imenso, imensurável, / Alastrou-se por meu organismo, / Em meus poemas, nas telas que pinto, / Lá está ele, impalpável, / Arrastando-me para o seu abismo...” “E agora, muitas vidas depois, eis-me de volta, / Cresci, tornei-me o homem que ainda não era, / Por sua causa, provoquei em mim uma reviravolta, / Por nunca ter esquecido o que você um dia dissera!” “Meu coração era frágil, / E, à primeira desilusão, / Rachou e se quebrou, / E minha alma, por contágio, / Ao ver se partir meu coração, / Partiu para longe, e não voltou...” “Era uma vez alguns ratos enormes, / Que, comandados por um feiticeiro, / Tocando uma flauta encantada, / Invadiram o Congresso Nacional, / Devoraram os políticos que encontraram, / E, por mágica, assumiram o lugar deles.” “Mas agora, tudo o que quero é um vento brando, / Que me leve até a praia mais memorável, / Para nela adormecer até o romper da aurora, / E que a paz tão almejada me permita sonhar, / Em vez daqueles pesadelos que venho tendo, / E depois, de novo deixar as velas soltas aos ventos solares, / Não importa mais para onde o oceano me levar, / Talvez um dia eu volte, mas por enquanto apenas pretendo / Enterrar a saudade no mais profundo abismo dos mares...” “Naquela morena, com seu olhar cristalino, / Cheio de magia, encontrei o que procurava, / E, no que chamam por aí de destino, / Descobri a paixão que em vão buscava, / Por becos e esquinas sombrios, / Entre cálices de vinho e copos de cerveja, / Em corpos quentes, mas com lábios frios!” “Peguei um cálice de tristeza / E uma hóstia de pecado, / E coloquei-os sobre a mesa / Ajeitando-os com todo cuidado, / Rezei então ao Pai uma prece, / Pedindo para que este mundo profano, / Que de falta de amor padece,” “Mas parece que não te cansas / De vivermos nesses jogos perversos, / E lá vens de novo com tuas falas mansas, / E enches outra vez de amor os meus versos!” “Será que não vedes / Que essas paredes / Que nos separam / São apenas ilusórias? / Será que não notais / Que as distâncias abissais / Que entre nós se deparam / São só lendas e velhas histórias?” “Foi num instante fugaz, / Enquanto olhava tua boca vermelha, / Pensando no tempo que ficou para trás, / Que percorreu minha mente uma centelha, / E, num átimo, percebi que te amava, / Desde muito tempo atrás, / Mas só naquele momento soubera!” “E, já noite alta, as garrafas de vinho vazias / Eram testemunhas silentes / De que deixei para trás minhas noites sombrias, / Para o doce refúgio de teus braços ardentes...” “O que havia para dizer já foi dito, / Meus lábios quase se tornaram mudos, / E meus olhos se cerram ante a beleza, / Pois não tenho mais versos a escrever, / O último poema já foi publicado...” “Esse meu alter ego anda louco, / E se esqueceu de parar de sonhar! / Para ser internado, falta bem pouco, / Será que não se cansou das agruras de amar?” “Meus órfãos já estão bem cansados, / E meu fígaro não funciona direito, / Meus óleos andam meio turvados, / Sinto uma piranha dor no peito!” “Tuas palavras de amor / Jamais foram ditas, / Mas quase posso ouvi-las, / Nesse silêncio avassalador / Quando suavemente me fitas / Com essas tuas rútilas pupilas...” “Depois de comeres algumas daquelas iguarias, / Ficaste louca, e perdeste todo o juízo, / E depois, realizaste minhas loucas fantasias, / Despindo devagar as vestes de teu corpo preciso...” “Os propósitos divinos são indesvendáveis, / Quem somos nós, esses míseros mortais, / Para entender tantos mistérios inumeráveis / Que se estendem aos nossos pés, colossais?” “I know my time is shrinking, / And I’ll forget you, in a life or two, / But I’m still here, always waiting, / Waiting all my life for you...”



A Porta Da Solid O


A Porta Da Solid O
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-03-01

A Porta Da Solid O written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-03-01 with Religion categories.


67º livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE Alguns trechos: “E, ao cruzar aquela porta maldita, / Sei que dela não haverá retorno, / Ao transpô-la, herdarei uma saudade infinita, / Que girará sobre minha cabeça como um adorno, / A me lembrar para sempre do amor que passou, / Deixando-me nesse labirinto sem saída, / Que ao final de tudo, foi só o que me restou / Até o fim dessa aventura amarga que chamam de vida...” “Nesse vaivém do tempo que nos leva, / Entre lembranças do futuro e visões do passado, / Nossos caminhos nunca mais se tocaram, / Nem no meio de um deserto onde sempre neva, / E nunca mais aconteceu você do meu lado, / Nesses dias do futuro que jamais voltaram!” “Mas, sem motivo aparente, / Um dia se encerrou a nossa turnê, / Deixando-me com essa saudade intermitente, / Que às vezes dói, sem que eu saiba o porquê!” “Silêncios são instrumentos de tortura / Às vezes usados para nos levar à loucura, / Pois os sons do silêncio são imensuráveis, / Caóticos, sísmicos, inexplicáveis!” “Minhas memórias dominas, / E esse teu perfume intenso / Não me deixa esquecer / Aquela noite distante, / Em que até o amanhecer / Tive nas mãos o teu corpo pulsante,” “Não me olhe como se fosse impossível / Um reles poeta olhá-la como a encaro, / Causando-me essa dor indescritível / Por ignorar o meu verso mais raro!” “Nessa existência que perdeu o sentido, / Depois que o amor me abandonou, / A música de minha vida virou um ruído, / As luzes se apagaram antes do final do show!” “Eu lhe respondi que minhas preces foram atendidas, / E que Deus tivera pena de minha tristeza, / Sempre tentando arranjar um meio de atraí-la, / E de alguma forma aproximar nossas vidas, / Pois seu oceano atraía minha correnteza, / Todo o meu universo girava em sua pupila.” “Será que às vezes não te dói a ausência / De nossos encontros cheios de magia, / Ou ainda tens alguma reminiscência / De nossas sessões de sexo e Poesia?” “E agora, que estamos ausentes, / Cada um em um lado do planeta, / Eu em Goiânia e tu em Pequim, / Conversando em línguas diferentes, / Tu num palácio e eu na sarjeta, / Será que ainda sentes falta de mim?” “Essas feridas virulentas / Em tua alma expostas / E que em tua volta se espalham / Revelam essas raivas sangrentas / Que dás como ácidas respostas / Às cascavéis que atrás de ti chocalham” “As piores prisões / Não têm grades, / Paredes ou celas, / Nem guardas armados, / Correntes e grilhões. / Não estão nas cidades, / Vilas e favelas,” “Um disparo soou na noite escura, / Causando sinistros calafrios / Em quem o ouviu! / Terá sido alguma vingança obscura, / Calando lábios erradios, / Para não revelarem algo vil?” “E, quando a chuva vem, soprada pelo oceano, / O lavrador mais uma vez ao Criador agradece, / Por salvar sua colheita por mais este ano, / E por Deus ouvir a sua fervorosa prece.” “Sou o rei do contrassenso: / Afogo-me em águas tranquilas, / Sobrevivo em mar aberto, / Navego em suas pupilas, / E não sei nadar num lago imenso.” “Há gente que se ofende diante de minha alegria, / E não é fácil tentar ser feliz nesse mundo ingrato, / Mas quem sabe um dia, verei a própria Poesia / Batendo palmas para mim, em meu último ato?” “Foi sem estrépito / Que virei esse carro decrépito, / Que mal dá a partida, / No final de seu tempo de vida. / Os faróis quebraram, / Todos os pneus murcharam, / A luz alta queimou, / O óleo acabou.” “Foi um esplêndido choque / Descobrir que você também me amava / Ao sentir aquele seu toque / Delicado e quente como lava” “Algumas vezes, a saudade nos assaltará, / Com uma onda terrível de nostalgia, / E uma avalanche de memórias nos atraiçoará, / Lembrando o desejo que nos atraía!” “Estrofes em beijos florescem, / Criam vida, e saem voando, / E onde nasceram se esquecem, / Mas versos já nascem amando,” “Pois afinal poetas são mesmo imprevisíveis, / Fazem brotar perfume da mais feia flor, / Mas escolhem as mulheres mais insensíveis, / Para lhes dedicarem lindos poemas de amor!” “Ela me olhou, pela última vez, / A dor estampada em seu olhar / Cheio de dúvidas e de porquês, / Onde antes brilhava um luar!” “Essa tua fonte murmurante / Ecoa teus doces gemidos / Do prazer mais delirante, / Que soam como música aos meus ouvidos!” “Eu a beijei docemente, / Enquanto num bolero rodopiávamos / Por aquele imenso salão, / E a abraçava suavemente, / Enquanto nos beijávamos, / Ao sabor daquela paixão.” “Foi então que lhe disse que sempre a amara, / E respondeu-me que aquilo não tinha explicação, / Pois, se jamais sequer pensara em nós, / Como de repente por meu olhar se enamorara, / Por que, sem mais nem menos, surgira a paixão / Que provocou aquele tremor em sua meiga voz?” “As tuas promessas eram mentiras, / Grandes como as que de outros ouviras, / Mas me deixei iludir por elas, / E construí ilusões tão belas / Sobre fundações de palha,” “Eu pensava que a felicidade / Era um ser abstrato, / Com o qual eu não tinha contato, / Até você me mostrar / O que era amor de verdade, / E como era bom se apaixonar!” “Que possam ser contadas às futuras gerações, / Sob fogueiras, à luz do luar, / Até o despertar da aurora, / Quando a Lua esconder seu dragão, / Pois mais um ano foi-se embora, / Com seu carrossel de ilusões, / Que nunca mais voltarão...” “Como foi que chegamos a esse fim, / Olhando-nos com ódio e amargura, / Quando foi que te afastaste de mim / E aquele amor intenso virou essa tortura?” “Não sei porque fui tirar sarro / Quando escutei um seu berro / Tive que reprimir um espirro / Quando me deu um esporro / Seguido de um enorme urro” “Essas procelas que se lançam / Sem paraquedas de teu olhar / De me seduzirem não se cansam / Tentando em vão me afogar” “Ando perplexo com esse caso sobrenatural, / Será que amantes confusas voltam do além? / Ou será que caí numa armadilha mental, / E conjuro fantasmas onde não há ninguém?” “Devolva um pouco do amor que lhe dei, / Rasgue os cadernos cheios de versos sem pudor, / Apague os pendrives onde gravei / Aquelas lindas canções de amor...” “Mas ela sabe que a verdade sincera / É que a vida só faz sentido / Se um estiver ao lado do outro, / E, quando brigamos e voltamos, / Aqueles dias de louca paixão / São o que há mais próximo da felicidade...” “Ponha suas coisas dentro da mala / E dê o fora! / Corra como uma bala / E vá embora...” “Ainda está longe o Carnaval, / Mas 4ª feira de Cinzas já chegou, / Nosso amor foi parar no hospital, / E nem mesmo saudades deixou!” “O amor, durou só um Carnaval, / Abstrata, a noite te levou, / Depois, jamais houve outra igual!” “Por algum tempo fomos felizes, / Antes das tempestades surgirem / E dos carinhos fugirem! / Depois, ficaram as cicatrizes, / Típicas dos amores extintos, / Após os sorrisos sumirem, / As palavras nos agredirem / E o amor se perder em labirintos!” “Até quando durarão essas desigualdades, / Famílias que passam fome o tempo inteiro, / Lado a lado nas mesmas cidades / Com ricaços que esbanjam dinheiro?” “Como terá a Vida se originado, / Em suas múltiplas facetas, / Incrível, perfeita e maravilhosa, / Perpetuando-se na memória das espécies, / Como vemos nos mínimos detalhes / Desse nosso ínfimo planeta, / Perdido num braço obscuro / De uma minúscula galáxia?” “Fugi de mim mesmo, / E numa fuga alucinada, / Saí derrubando pontes, / Demolindo muros, / Rasgando mapas, / Devorando estradas, / Em caminhos que não levavam / A lugar nenhum.” “E, desde aquele dia fatal, / Sou um poço de tristeza, / Como nunca vi algo igual, / Um copo vazio a me espiar sobre a mesa!” “Só pude deixar o poema como ficou, / Mas o final dele virou só um borrão, / E em vez de lindo, tornou-se um poema abstrato, / Naquele caderno de poemas que o fogo queimou!” “Projeto versos pungentes / Em lindas estruturas pendentes, / Que vistas de perto fascinam / E às vezes até alucinam!” “Quanto o amor dá sinais de exaustão, / É melhor ligar o sinal de alerta, / Pois, depois que se vai a paixão, / A separação deixa a porta aberta.” “Dê-me uma prova pungente / Do que sente, / Um beijo demolidor, / Ruborizador, / Que derreta meu escudo / Sisudo, / E com suas sedes, / Derrube as paredes” “Sem deixar marcas nem riscos, / Devorando-se como se fossem petiscos, / Apetitosos, submissos, / Experimentando o amor sem compromissos, / Até que as últimas defesas desabem, / Em beijos que nunca se acabem...” “E, quase invisíveis, haverá outros traços: / Dezenas de livros num site esquecido, / Páginas nunca mais alimentadas / Com poemas, fotos, piadas, abraços, / Postagens que em breve não mais farão sentido, / Memórias de mim, para sempre arquivadas.” “A compartilhar essa ternura infinda, / Sua corda a me puxar do precipício / Em cada momento difícil, / Seu sorriso firme sempre me inspirou, / E em cada um deles seu amor me salvou...” “Tell me your greatest wills / And then let me feel / As life spins the wheels / Of this unexpected love to fill”



Aquela Noite Do Adeus


Aquela Noite Do Adeus
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-11-05

Aquela Noite Do Adeus written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2019-11-05 with Religion categories.


62º livro do autor das seguintes obras, todas eles publicadas no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digita (exceto Poeticamente teu l: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II-ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU Alguns trechos: “Não lhe pedi explicações, / Nem tentei argumentar, / Pois a chuva não cai no deserto, / E em seu olhar não havia oásis, / Apenas redemoinhos e tempestades de areia!” “Pois ficar sozinho não é o pior de tudo, / O mais cruel é disfarçar a realidade / Com o meu violão que ficou quase mudo, / E com essa canção, que é pura saudade...” “Nossas almas se adoram / Amantes há tantas eras / E uma pela outra imploram / Cansadas de tantas esperas” “E, quando chegar de novo a hora de partir, / Deixe os soluços que rolam sem que os controle / Dizerem-me, numa única palavra que me console, / Todo o amor que por mim diz sentir, / E depois se vá, chorando até que seu voo decole, / Sem ver a última lágrima de meus olhos cair...” “Essas lágrimas solitárias, / Que de meus olhos fogem, / Desafiam a minha dor, / Que nem as viu cair.” “Parece que foi há um segundo / Que percebi enfim que fiquei sozinho / Preso nesse buraco do submundo / Tomando meu último cálice de vinho” “Você está a um passo de mim, / Mesmo do outro lado do oceano, / Vejo sua história em algum folhetim, / Saltando de paraquedas de um aeroplano!” “E, quando a manhã nos acordar, / Depois de uma noite escandalosa, / Olhe-me com o mesmo amor no olhar, / E beije-me com essa paixão tão fogosa!” “Digo-te tantas coisas / Sem proferir uma palavra / Recito com o olhar lindos poemas / Que nem mesmo escutas / E enquanto meus olhos te devoram / Num recital de amor incontido” “Lembrarei do som de sua risada, / A preencher os silêncios da vida, / A me olhar tão enamorada, / E meio tarada, sob os efeitos da bebida.” “Toquei de leve a tua mão, e te puxei para mim, / E nossas bocas sôfregas se entrelaçaram, / Explorei até o fundo de tua boca carmim, / Enquanto nossas almas se abraçaram!” “Não sei porque, acordei triste, / Mas a Poesia à tristeza resiste, / Então, pus um sorriso no rosto / E joguei para longe esse encosto.” “Então abri os olhos pequeninos / E pisquei o olho, galhofeiro, para aquela figura, / Bem ali ao meu lado, majestática e invisível! / E, ao perceber que, mesmo assim, eu O vira, / Ele prontamente vaticinou, sem mais dúvidas: / ‘Esse aí vai ser poeta’!” “Vem, vamos fazer de nós um sanduíche, / Minha boca enroscada em sua boca feroz, / Uma mão em seu cabelo cor de azeviche, / E a outra percorrendo seu corpo, tão veloz!” “Por um motivo fálico / Ignorei o teu olhar bélico / E com um sorriso idílico / Recitei-te um poema bucólico / Sobre esse teu olhar telúrico” “Se me perguntarem para onde vou, não sei, / No teatro da minha vida, a bilheteria fechou, / Minha alma se apagou, de tanto que a remendei, / E as cortinas caíram, antes do final do show...” “E, quando me olha ao meu lado na cama, / E em seus olhos vejo tanta ternura, / Com tal doçura a sussurrar que me ama, / Sei que para a doença da solidão você é a cura...” “Fui eu quem me fiz mistério / E te convidei para me desvendar / Oferecendo-te meu espaço aéreo / Para que ousasses me decifrar” “Tentei em vão chegar em ti por algum mail, / Mas minha door teu olhar não entende! / Conta-me por que fizeste algo tão fail, / Só porque meu coração a ti se hand?” “Sei que, dentro de alguns anos, / Relerás os versos que lhe dediquei, / E de teus olhos escorrerão oceanos, / Quando perceberes quanto amor eu te dei,” “Jogo-me de ponta no espaço sem tirar o brevê, / Em frágeis asas que o Amor me emprestou, / E em ágeis voos tento descobrir quem sou, / Se apenas um poeta tentando resgatar sua paixão, / Ou talvez um profeta a fugir da Escuridão,” “Escrevi uma mensagem cifrada / Em um código que só você entenderia, / E coloquei numa faixa na sua sacada, / Para ter certeza de que você a leria.” “Escrevo rimas suspeitas / Refeitas / Perfeitas / Escrevo rimas caóticas / Exóticas / Eróticas / Escrevo rimas sáficas / Fotográficas / Pornográficas” “Diga que minha Poesia é um espanto, / E que às nuvens de repente a leva, / E que forma em sua mente as imagens / Das histórias de amor que retrata...” “Não quero que te redimas / Por tripudiares de minhas rimas, / E também não quero criar neologismos / Para meus versos invadirem teus abismos!” “Como foi que viraste essa triste figura, / Por que ao meu lado sufocas, / Quando foi que um fantasma tomou teu lugar? “ “Mas foi inútil e nunca mais voltei / E depois meu pobre violão se escondeu / E junto com minha alma continua guardado / Na Poesia que para você se desnudava” “Pare com essa sua cantilena / Pois nunca mais lhe pedirei bis / Sua angústia agora só me dá pena / Tire de seu quadro-negro o meu giz” “E, a cada vez que você voltar, / Depois de tantos meses longe de mim, / Para nós dois, será sempre assim: / Poucos dias de sonhos, beijos e danças, / E, quando você se for, apenas lembranças...” “O nosso amor é um triste legado, / Um fogo brando que queria crescer / Uma relíquia vinda do passado, / Um pobre morto que só quer viver...” “Entre bilhões de estrelas no Universo, / Circulando uma estrela obscura, / Maculado por um dominante perverso, / Navega um planeta lindo e sem cura!” “E agora, já não sei como faço / Para viver sem você, / Sou um piloto perdido no espaço, / Que perdeu até o brevê!” “Essa saudade de você me alucina, / Meu calhambeque ficou sem gasolina, / Minha canoa furada afundou em um dique, / O navio onde embarquei foi a pique, / Essa tristeza sem fim me arrebata, / E, no rio de minha vida, secou a última cascata...” “E, naquela noite trágica, / Que tão tristemente acabou, / Perdi minha varinha mágica, / E meu mundo de sonhos desmoronou...” “Mas a suave melodia que coloquei / Nessa música tão linda e romântica / Fez com que ela me achasse quase fora da lei, / Como se falasse de Física Quântica!” “E entre carícias obscenas nos amarmos, / Desvairados, / Descontrolados, / Saciando a vontade reprimida / Por toda uma vida...” “Hoje somos apenas cascas vazias, / Trocando palavras sem conteúdo, / Ou em silêncio nas noites sombrias, / O amor foi embora, e isto é tudo!” “Vou colecionando sonhos e rimas, / Contando as histórias que me são sopradas / Pelas musas encantadoras da Poesia, / Que não se cansam de me soprar novos casos / Entre deuses antigos e mundanas vadias, / Ou sobre as sombras que invadiram os ocasos!” “A varinha trágica que vejo em sua mão, / Será que é para me caçar um encantamento? / Gomo é que me livrarei dessa maldição, / Para não viver nesse interminável fomento?” “Foram-se meus sonhos, minha Poesia, / Junto com outros 7 bilhões de seres humanos, / Que se esfarelaram, naquele inferno radioativo, / Bem como os animais, naqueles momentos profanos, / Deixando morto um mundo que parecia tão vivo!” “Porque, quando o vidro me fita / Revela-se a dura verdade: / Que minha paixão por você é infinita, / E minha vida é pura saudade!” “Em meu livro de segredos confesso / O que jamais revelei a ninguém, / E logo no início, já começo / A revelar segredos de alguém!” “E vê-se namorados em doces começos, / Trocando juras de amor que não duram, / Pessoas levando cachorros para passear, / Crianças perdidas que seus pais procuram, / Gritando e com lágrimas no olhar.” “Oh, espelho onde vejo minha imagem pão triste, / Sempre com sucos estampados na face, / Liga-me: no mundo dos espelhos o amor existe, / Encontrarei alguém que tom amor me abrace?” “Deus conosco foi bondoso, / Pois a felicidade mora neste lar, / No pior verão, no inverno mais rigoroso, / Conjugamos sempre o verbo Amar...” “O uivo dos ventos não me deixa em paz! / Por que não foi chatear outro escritor, / E escolheu logo esse pobre poeta de Goiás / Para contar essas loucas histórias de amor?” “Mas a verdade que todos sabem, / Até a torcida do Flamengo sabia, / E somente eu fazia de conta que não, / É que já estou há muito apaixonado.” “Michelângelo também era um kartista incrível, / Crack em ambas as artes, pintor e escultor, / E adorei um mameluco chamado Salvador Dalí, / Entre outros extintores de vanguarda!” “E outras vieram, e nessa viagem autofágica / Vou devorando as lembranças delas, / Até chegar aquela que chegou e ficou, / Da qual guardarei seu amor para sempre, / Sua presença doce a inspirar meus versos, / Velando-me enquanto vago pelas estrelas” “Let me look at your beautiful face / With tears rolling out of control / Then hold me with a big embrace / And fill with your love my heart’s hole”



Um Olhar Vindo Do Infinito


Um Olhar Vindo Do Infinito
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-08-01

Um Olhar Vindo Do Infinito written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2019-08-01 with Literary Collections categories.


57º livro do autor dos seguintes livros, todos eles publicados no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. O LADO NEGRO DA POESIA Alguns trechos: “Esse teu olhar demolidor / Fez-me pela primeira vez falar de amor, / E conhecer enfim esse sentimento tão bonito, / Um reflexo desse teu olhar vindo do infinito!” “E, num relance, percebo que esses detalhes / Jamais serão de verdade olvidados, / E em meu cérebro, perdurarão como entalhes, / Para sempre em minha memória gravados...” “E escuta com paciência seus casos / Sem nunca recriminá-la por nada / E nos alvoreceres ou nos ocasos / Abre a porteira para a próxima estrada / No fim da qual a felicidade reside / E a tristeza não tem mais lugar / Pois a sua paixão com a minha se divide / Num reino eterno onde o amor foi morar” “E, depois de horas a nos explorarmos, / Entre tantos gritos, beijos e urros, / Descubra um novo jeito de nos amarmos, / Diga que me ama entre dois sussurros...” “Nossos insensatos corações, / Por diferentes razões, / Um ao outro se ofereceram, / Mas depois disto só padeceram, / Tentando resolver seus conflitos, / Calando no silêncio os seus gritos, / Que no fundo da alma se escondem, / E à mais pura razão não respondem,” “E, nesses momentos onde fico tão frágil, / Tudo o que eu queria era lhe dar um abraço / E um beijo que lhe transmitisse amor por contágio, / E então lhe confessar que, sem você, nada faço!” “No término dessa última viagem, / Ao chegarmos afinal a esse ponto, / Onde aportaram olhares marejados, / Só o que restou dessa triste miragem / Foi a palavra “FIM” no final desse conto, / E dois corações quebrados...” “E de repente, só resta a saudade / A lembrar de momentos esquisitos, / Onde só um lado abriu a porta, / E a outra permaneceu fechada, / Mas de que afinal isto importa, / Quando se chega ao fim da estrada?” “Nesse mundo, de perdão tão parco, / Procurando culpados, eu me perco, / Pois, nesse país que virou um circo, / Cada político é um espírito de porco, / Negociando tudo com espírito de turco!” “E agora, o que eu faço, / Depois de ficar tão lasso, / Tão a você entregue, / Por muito que negue, / Ainda que quisesse / Dizer que você não me enternece, / Mesmo que não queira / Ficar com você a vida inteira?” “Fiquei ali tarado sem acreditar / Que ela pudesse ter jeito isso / Cem nem cogitar de me amar / Mesmo se eu lhe doce submisso” “No escorredor da morte / O condensado aguarda / Pelo fermento da execução, / Empregue à própria sorte.” “Em algumas dessas noites, / Desço ao inferno, mas escapo; / Nem o demônio pode comigo, / Mas quando acordo, você ainda está morta! / Nesse meu pesadelo recorrente, / Será que algum dia eu acordo / Para uma realidade em que ainda tenho você?” “Tudo o que me resta / É fazer de conta / Que não mais a quero, / Mas uma lágrima como esta / Que dos meus olhos desponta, / Tonta, revela que não sou sincero...” “Foi a noite que assim me deixou / Quando de mim te levou, / E nunca mais me devolveu, / Deixando o vazio onde havia tu e eu...” “Esses abismos que nos separam, / Ao tentar inutilmente transpô-los, / Causam feridas que nunca saram, / E tristezas para as quais não há consolos!” “Depois de me Osmar uma aula / Sobre Maria das Dores extintos, / Ela me prendeu numa Paula / Cheia de leões Jacintos!” “E sei que nunca mais serei solitário, / Pois essa magia poética que nos uniu / Guardou nossas almas juntas num relicário, / Para sempre, como ninguém nunca viu...” “Mas o que eu podia fazer, / Se em ti o meu olhar pernoita, / Tentando em vão te acender / O fogo que em meu peito se amoita, / Nessa paixão maldita que só faz doer?” “E onde havia dois hoje há quatro / A tristeza foi só o que restou / E de nossa paixão de teatro / Só uma cortina rasgada ficou” “Tanto tempo durara o prólogo, / Até o nosso caso adquirir um título, / Mas durou poucos segundos o epílogo / Daquele nosso último capítulo!” “No início da noite, chegas / E então de mim te avizinhas, / Docemente te aconchegas / E em meu ombro te aninhas. / Com carinho acaricias meu rosto, / Enquanto te afago os cabelos, / E esse amor em teus olhos exposto / Ainda me arrepia todos os pelos!” “Somos faces opostas de um cubo, / Pintadas de cores bem diferentes, / Quando você desce, eu subo, / Se choro, você me mostra os dentes!” “Escondo bem lá no fundo / De minha mente perturbada / Todo o amor desse mundo / Que para ti não é nada” “E, quando eu notar lágrimas em seu olhar, / Docemente me beije, e com seus lábios me cale, / E peça que eu lhe ensine a amar, / E em meus beijos se embale, / Esqueça o mundo que ficou lá fora, / Abrace-me com loucura, e não pare, / E se quiser, nunca mais vá embora, / Ou ao menos fique, até que a manhã nos separe...” “E, quando éramos adolescentes, / Algo então começou a mudar, / Você já não era minha amiga somente, / Andávamos de mãos dadas sob o luar...” “E naquele beijo inesquecível / Finalmente nos encontramos / Num sonho quase impossível / Onde sem querer penetramos / Sem imaginarmos se seria algum drama / A primeira vez em que nos amamos / Nós dois perdidos naquela enorme cama” “Você me drogou por completo / Arrancou-me do meu trajeto / E desviou-me para perto do inferno / À beira daquele caldeirão eterno” “Quando o verão chegar, será que voltas, / Ou seguirás tua fuga, enquanto o mundo dá voltas? / Enquanto sigo minha sina, escrevendo versos, / Terás me esquecido, entre braços perversos?” “Vestias uma sensual roupa de malha, / E a despiste, enquanto eu olhava de esguelha! / Mesmo elétrico como estou, igual a uma pilha, / Agradeço em silêncio, pela linda escolha, / Enquanto minha boca o teu corpo vasculha.” “E então te aproximas / E docemente me encaras / Teus olhos são lindas rimas / E teus lábios joias tão raras / Que na minha boca tocam / Enfeitiçando-me mais ainda / Pois até faíscas provocam / Nesse tão aguardado contato / Com teus lábios macios / Que contêm um doce extrato / De oceanos bravios / Aos quais me entrego” “Já não faz mais sentido / Continuarmos assim, / Nossa música virou um ruído, / Com seus gritos atrás de mim!” “É inútil tentar me calar. / Já é tarde demais, / Meus poemas se libertaram, / E ganharam uma força a mais, / Pois na boca do povo encontraram / Um caminho para tomarem as ruas, / Invadirem as praças e os lares, / Com seus versos e imagens cruas, / Que comentam nas mesas dos bares, / Relatando todos os horrores / Que tentam à força nos impingir, / Espalhando entre nós os terrores / Desse dogma que tenta nos destruir.” “Sou teu prisioneiro por enquanto, / Mas um dia escaparei de teu jugo, / E em teu coração cravarei uma estaca, / E quando me olhares com espanto, / Saberás que sou eu o teu verdugo, / Pois só assim o meu ódio se aplaca...” “São por tua causa / Esses poemas que escrevo, / Sem nenhuma pausa, / Onde minha dor descrevo.” “As folhas que caem pelo caminho, / Espalham um rastro triste pelo chão, / Desmanchando-se como lixo daninho, / Ao final do ciclo das coisas que se vão!” “E hoje, por acaso nos vemos / Na fila de um cinema, / E fazemos de conta que não nos conhecemos, / Que nunca lhe dediquei um poema, / E que jamais nos amamos, / Porque vemos que tudo acabou / E com outras pessoas estamos / Pois, como sempre acontece, a fila andou...” “Qual é o teu doce mistério / Por que me encantas? / Eu que era tão sério, / Não sei porque me espantas / E em teu rastro me levas, / Como é que me fazes / Confrontar minhas trevas / Com teus olhos audazes?” “Por que assim me assombras / Se as pontes de nosso amor desabaram? / Por que te ocultas nas sombras, / Foram só elas que de nós restaram?” “Que pecado você não me querer, / E nem me dar uma chance sequer / De em teus braços naufragar, / E mesmo se por uma noite apenas / Mergulhar em teu mar / E por algumas horas obscenas / Dizer-te o que nunca te disse, / Que meus pensamentos frequentas / Mesmo antes que eu te visse, / Que meus sonhos acalentas,” “Será que atenderias / Se por acaso eu te ligasse? / Será que te surpreenderias, / E o pranto rolaria de tua face? / Aceitarias um convite para jantar, / Ou irmos ao cinema, talvez? / Terias ainda aquele brilho no olhar / Como tinhas da primeira vez?” “Jamais em minha vida vi algo tão triste, / E nada que dissesse tiraria dos pais / A sensação de que o futuro será negro e triste, / E que os sorrisos não voltarão nunca mais...” “Você é muito grande para minha raquete, / Como é que eu poderia assumir esse amor? / Você anda de Rolls Royce, e eu de charrete, / Jamais passei de um infeliz sofredor.” “Era uma vez um sonho lindo / Que morreu antes sequer de viver, / Quando o dia nasceu, havia findo, / E porque veio, não chegou a me dizer!” “Hei de entortar um jeito / De acabarmos bicando juntos / Punindo com todo o respeito / Teus beijos com meus presuntos” “Ah, tristeza, largue do meu pé, / Esqueça até que eu existo, / Não fique testando a minha fé, / Pois é muito chato isto! / Vá me procurar no clube, / Quem sabe eu estou na piscina, / Gravando um vídeo para o YouTube, / Para ver se mudo a minha sina?” “Desde o dia em que você partiu / Sou apenas um morto que caminha / Pelas estradas desse mundo vil / Onde a saudade é minha vizinha” “Eu te perdoo, amor / Por cada verso manco, / Pelas páginas em branco / Do caderno de minha vida. / Passo o apagador / Sobre cada carência, / Pelas lágrimas por tua ausência, / Sobre cada ferida. / Deixo de lado / Cada palavra não dita, / Cada beijo não dado, / Cada frase maldita.” “Deus viu então, claramente, que havia errado naquele projeto, / E, para salvar o Universo daquela espécie sem noção, / Que, se chegasse às estrelas, causaria um mal sem fim, / Cofiou as longas barbas brancas por alguns instantes, / E, finalmente, com um esgar de pesar / A perturbar uma de Suas inúmeras faces, / Com um mero piparote divino, / Mudou o curso de um cometa / Que acabara de entrar no Sistema Solar...” “Tell me you’ll love me for always / Say it in so many different ways / And I’ll confess that you’re in my dreams / And you know what that means: / It’s a feeling that will live all the time / Cause your love will be my last rhyme”



A Noite Imensa Sem Ela


A Noite Imensa Sem Ela
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-07-06

A Noite Imensa Sem Ela written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-07-06 with Religion categories.


74º livro do autor, todos eles publicados no Clube de Autores e na Amazon (exceto POETICAMENTE TEU , da Coleção Prosa e Verso 2019 da Prefeitura de Goiânia - GO), em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA Alguns trechos: “E o inverno da alma faz sua colheita, / Nesse drama digno de uma novela, / Tirando retratos dessa vida desfeita, / Que só existe numa realidade paralela...” “Encontrei tristezas fugitivas / Em algum canto perdidas, / Sentimentos demolidos pelo tempo, / Cadáveres de identificação impossível, / Pois suas digitais se perderam, / E não passam de genes danificados, / E, na noite que habita dentro de mim, / Tudo o que restou foram silêncios...” “Será que com sem ti enlouqueço / E tua ausência afinal se torna distante / Ou será que em algum dia te esqueço / Mesmo que seja apenas por um instante?” “Será que a carruagem das horas / Não cansa de nos fazer de tolos / Ou se com os anos um dia te evaporas / Deixando tristes versos como consolos?” “Será que um dia ela volta, / Com um sorriso no olhar? / Será que a tristeza me solta / No dia em que ela voltar?” “Não sei desvendar teus mistérios, / Por trás dessa máscara negra ocultos, / E nesse sonho louco onde moro, / Mergulhado em problemas tão sérios, / Eu me perdi em teus olhos argutos, / Que me dizem: Decifra-me ou te devoro !” “Por trás da máscara e pela sua silhueta, / Tinha certeza de que seu rosto era muito lindo, / E, prometendo contato, com pesar nos afastamos, / Guardei o número dela no bolso da jaqueta, / E, ao me afastar, ouvi alguém, de leve, tossindo, / E com os corações apertados, um ao outro deixamos.” “A ampulheta começou a jogar areia para cima, / E Cronos enlouqueceu de uma vez, / O futuro não mais nos aproxima, / E nós nos separaremos há mais de um mês!” “Vejo teu vulto cruzando a estrada, / Mas tudo não passa de uma visão, / Te vejo nua, bem no alto da escada, / Apenas fruto de minha paixão...” “O Amor morreu / E foi sepultado em 2020, / E no dia seguinte, / O mundo perdeu / O que o fazia girar! / Não mais houve abraços, / Desfizeram-se os laços, / A paixão se apagou, / E ninguém nem notou...” “E assim segue a humanidade, louca de pedra, / Destruindo o que ainda nos resta de esperança, / Plantando fé em terrenos onde ela não medra, / Enquanto o diabo, a gargalhar, bebe sangue e dança!” “Ele resolvia tudo a bala / Até a noite funesta / Em que, numa festa, / Subiu o tom da escala, / Levou um tiro na testa, / E hoje jaz numa vala!” “Depois de ficar a vida toda me evitando, / Jurando que não sentia nada por mim, / Há alguns dias, você vem me azarando, / Com olhares de quem está muito a fim!” “Acho que nem foi um acidente, mas proposital, / Mas juro que não tive qualquer intenção! / Mas será que esse primeiro beijo casual / Não será prenúncio de uma imensa paixão?” “Ando cansado / De teus desvarios, / De ver teu oceano salgado / Devorar meus doces rios / Pois nossas águas se chocam, / Imutáveis, / E se provocam, / Indomáveis, / Tuas palavras rudes / A criticar meus poemas, / Às vezes cheios de nudes / Ou de insolúveis problemas,” “Esse teu olhar puro, / Desafiador, / Onde tantas estrelas brilham, / Refletidas no mar, / E nele fervilham, / É meu porto seguro, / Onde meu olhar / Cheio de amor / Pousa, / Ardente, / E ousa, / Pungente,” “Quando eu te pergunto: / Beijos matam? / Ora, direis, / Beijos não matam ninguém, / E eu te desafiarei / A beijares quem tosse / E respira com dificuldade!” “Dê-me apenas um tema / E eu lhe devolvo um poema / Completo / Repleto / De um amor impossível / Irreprimível / Devastador / Assustador” “Essa aranha / Imensa e nojenta / Que frequenta / Meus pesadelos / Às vezes me apanha / Arrancando os cabelos / Para esconder meus medos / E assim guardando / Inconfessáveis segredos!” “Quando este pesadelo finalmente acabar, / Estaremos encharcados de medo até os ossos, / E nada mais voltará ao seu antigo lugar, / Pois estaremos ocupados, salvando os destroços!” “Essas tuas pútridas pústulas, / Embora pareçam minúsculas, / E ainda que as julgues invisíveis, / Fazem parte dessas coisas incríveis / Que fazes de conta que nem notas, / E esmagas debaixo de tuas botas,” “Mas será sempre assim, notícias boas não vendem, / Os leitores gostam de jornais pingando sangue, / Para lerem e depois espalharem as calamidades, / E o tempo passa, mas as pessoas nunca aprendem / Que a vida não é um filme de bang-bang, / Nem um circo onde desfilam monstruosidades!” “Por que esse cata-vento não cata / Minhas emoções que se espalham no vento? / Por que esse danado não trata / De soprar à minha amada meu doce sentimento?” “Um olha para o outro sem acreditar / O que aconteceu que os deixou assim, / E o duende do desprezo se põe a bailar, / E ao fim da dança, o amor chega ao fim...” “Deixando esse traste, / Triste contraste / Com quem eu era antes, / Naqueles dias distantes, / Naquelas noites de outrora, / Antes de você ir embora...” “Não entendes / Que essas redes / Que estendes / Entre nossas paredes / São fúteis / E inúteis / Pois tentam remendar / O que se quebrou / E os escassos / Amassos / Tentam colar / Os muitos pedaços / E os fracassos / De um amor que já se acabou” “É Ford ficares com medo da morte, / Enquanto a vida te cama para dançar, / É cruel ficares postando na sorte, / Mas perderes até as bonecas em jogos de azar!” “O tempo passa celeremente, / Quando se vê, a festa acabou, / O giro dos ponteiros é inclemente, / Quando se vê, mais um ano passou!” “Não sei dizer, e mesmo se soubesse, não te diria, / Porque é que em meus sonhos és tão indecente, / E sempre que acordo, transbordo de Poesia, / E vou correndo escrever o que houve entre a gente...” “Mas a verdade é que, com raras exceções, / Aquelas centenas de livros impressos, / Que deveriam enfeitar estantes / E criados-mudos, / Entrarem no catálogo de escolas, / Para serem lidos por multidões, / No final acabam mesmo em caixas fechadas, / Sob os olhares ainda mais críticos do cônjuge!” “Mas você nem ouvia, / E a luz de seu quarto nem acendia, / E em seus sonhos continuava, / Sem nem saber que eu a amava, / Naquela minha desesperada ilusão, / Tão triste quanto o meu violão...” “Essa chama que está a brilhar / Quando me fitas, / Esse fogo que vejo / Em teu meigo olhar, / Encerra promessas infinitas / E um insuspeitado desejo?” “Para sobreviver nesse jogo, / É necessário saber blefar, / Que é o mesmo que brincar com fogo, / E se errar o alvo, você irá se queimar, / E depois, até o fim da vida chorar as dores, / Assim como outros tantos milhares, / Que se perderam em amores avassaladores, / E tentam afogá-los em bebida pelos bares...” “Será que esse inimigo invisível / (E devastador) / Terá o poder sinistro / De fazer morrer o Amor? / Será que esse disfarce, / Onde nos escondemos / Por trás de luvas e máscaras, / Que nos escondem os sorrisos, / Mostra nossa verdadeira face?” “Encontrei minha fonte da juventude, / Quando me vi em teu olhar, / Cheio de inquietude / Onde havia uma chama a brilhar / Por causa de meus versos, / Perversos, / Onde leste tantas histórias / Tiradas de antigas memórias, / De amantes a se buscarem, / Sem jamais se encontrarem, / Para se amarem como loucos, / Soltando gritos roucos,” “O que pretendes com essa lágrima fugidia, / Que escorre pelo teu rosto tão devagar? / Onde ela estava, enquanto nossa relação ruía, / Por que somente agora inventou de rolar?” “Enquanto essa pandemia detona o mundo, / Perco tempo escrevendo esse poema imundo, / Esperando quieto o desfecho de meu drama, / Ignorando as lágrimas que meu olhar derrama.” “Quando você chegar, / Chegue sem me avisar, / Faça-me uma surpresa, / Ponha fim nessa tristeza, / E nos meus braços se jogue, / Em teus beijos me afogue, / Diga que sentiu saudade, / E ame-me com vontade...” “Talvez eu precise mudar minha tática, / E parar em tua frente, com um olhar atrevido, / E de improviso recitar para ti, de forma dramática, / Uns poemas de amor cheios de duplo sentido!” “Escrevo versos como se fossem salmos, / Cheios de paixão, ternura e fervor, / Para lerem, quando estiver debaixo de 7 palmos, / Estes meus lindos versos de amor...” “Quando para uma noite de vinhos e queijos, / Você com um sorriso quente me convida, / Busco em seu olhar se há promessas vãs, / Ou se a noite será de abraços e beijos, / Pois nessa minha vida comprida, / Onde contabilizo mais ontens do que amanhãs, / Já passei do tempo de experiências frustradas,” “É bem desse jeito que és, / Assim prostrada aos meus pés, / Essa cabeleira ao vento, / A transbordares sentimento, / As lágrimas a escorrerem, / Antes de, por amor, morrerem, / Ocultam tudo que tu sentes, / O Sol refletido nos dentes! / Mas de meu olhar não escondes / O que por temor não respondes, / É desnuda assim que te vejo, / A reprimires teu desejo, / Tão ávida de fantasia, / Tão grávida de Poesia...” “Por que quando estás saindo, / Olhas para mim com esse sorriso imenso, / E depois escondes esse corpo lindo, / E te vais, deixando em minha cama teu lenço? / O que esperas de mim, senão prazer, / Se sabes que é uma espécie de tara esse jogo, / Será que sabes que um dia irei te esquecer, / Quando outra submissa me encantar com seu fogo?” “Nessa noite nua, / Essa lembrança sua / Em mim se perpetua, / E até o fim me devassa, / Pois a sua ausência me abraça, / E uma adaga perpassa” “Namoro anos 1940: ‘Deixa-me ver o seu tornozelo?’ / Anos 1950: ‘Vamos andar de mãos dadas?’ / Anos 1960: ‘Vamos dançar de rostos colados?’ / Anos 1970: ‘Levanta um pouquinho sua minissaia?’ / Anos 1980: ‘Posa sem roupa para a minha Polaroid?’ / Anos 1990: ‘Ponha um corpete e uma máscara negra?’ / Anos 2000: ‘Antes de sairmos, você tira a roupa de baixo?’ / Anos 2010: ‘Rebola para mim sem calcinha?/’ Anos 2020: ‘Tira a máscara?’” “Compus uma ária, / Solitária, / Errática, / Problemática, / Confusa, / Difusa, / Cheia de tons / E sobretons,” “Digo-te amor de tantas formas, / Usando palavras que sequer ouviste, / E, para ver se assim te transformas, / Busco na alma o verso mais triste,” “O que dizer quando um amor termina, / Quando o desgosto faz morrer a paixão, / E o carro do amor fica sem gasolina? / Só há nuvens negras no horizonte, / Uma tempestade macabra escondeu o Sol, / Envenenada ficou a mais límpida fonte, / Calou-se para sempre o meu rouxinol!” “E, pela manhã, depois de uma doce reprise, / Ela me deixou no estacionamento, sorriu, tão bela, / E partiu, acenando, e por mais que isto me aterrorize, / Juro que vi sua Ferrari virar uma vassoura-foguete amarela!” “You went, riding the night, / But I was just tired of this fight, / The wind has erased your smell, / In this strange life s carrousel.”



Passagem Para A Saudade


Passagem Para A Saudade
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-02-11

Passagem Para A Saudade written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-02-11 with Religion categories.


66º livro do autor das seguintes obras, todas elas publicados no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON Alguns trechos: “Mas mesmo aquele olhar de amor tão puro, / Não consegue reacender o pavio apagado, / Ou devolver a luz ao fim desse túnel escuro / Que leva para onde meu barco jaz, naufragado, / Ancorado para sempre ao fundo das dores” “E desde então, eu de novo a procuro, / Entre as esquinas dessa cidade imensa, / Mais um louco a vagar por aí, em cada rua, / Em cada bar lotado, em cada beco escuro! / Será que minha insanidade terá uma recompensa, / E alguma noite a verei, voando sob a luz da lua?” “Dê uma bicada devagar na minha vodka, / E admire no espelho nosso erótico reflexo, / E sob essa dosagem alcoólica nada módica, / Recite em meus ouvidos versos sem nexo!” “Aquela cena trágica tirou-me do casulo, / No qual me refugiara, como uma crisálida, / Um invólucro debaixo do qual dissimulo / Minha compaixão, que voltou a ser cálida!” “Foi num dia cinzento / Que você foi embora, / E desde esse momento, / Minha Poesia ainda chora!” “Chuva, cai silente, / Cai mansinho, / Mas não sei porque, / A chuva, docemente / Traz num torvelinho / Tanta saudade de você!” “Eu a olhei, sério, e lhe disse que pensasse bem, / Pois eu já passara daquela fase de molecagem, / E não queria começar um novo caso com alguém / Como ela, muito acelerador para minha pouca frenagem!” “Com você, foi-se tudo o que era bom, / Exceto a Poesia, mas o que me importa? / Tudo o que eu queria era ouvir o som / De sua chave outra vez girando na porta!” “Por que seu vulcão se tornou extinto / E cinzas tomaram o lugar de seu fogo? / Por que ao vê-la tanta dor eu sinto / Por nunca ter feito parte de seu jogo?” “É irracional essa saudade que tenho / Por você, que já não me ama, / Desce uma lágrima, franze-me o cenho, / Nessa tristeza que de minha alma derrama.” “Pilotando esse coração desmiolado, / Navego entre naufragados navios, / Atrás de sereias com seu canto encantado, / Mais sinuosas do que as curvas dos rios.” “Até quando conseguirei assistir / A esse apelo que leio em sua pupila, / Quanto tempo ainda conseguirei resistir / A esse meu desejo insano de possuí-la?” “O que fiz para merecer esses teus sorrisos, / Se não sou nada além de um poeta caótico? / Quantos versos de amor serão precisos / Para manter longe de nós esse pesadelo gótico” “Ah, ausência que me devora, / Por que ainda devo guardá-la, / Se até hoje ainda me apavora, / Essa saudade que me apunhala?” “Tudo acabou, / Onde havia nós dois, ficou um vazio, / A contar as memórias do que se viveu, / A última lágrima rolou, / Onde havia calor, só restou o frio, / E um último poema celebra um amor que morreu...” “Ó, Senhor dos vira-latas, / Não me deixe no abandono, / A depender só de minhas patas, / E proteja sempre o meu dono!” “Tentei invadir tua nave / Com minha Poesia lasciva / Mas fugiste como uma ave / De quem a quisesse cativa” “O que será que ela pensa que fiz, / A ponto de agredir-me dessa forma? / Por que ela tem tudo, mas vive infeliz, / E todo o meu amor não a transforma?” “Mas agora já é tarde demais / Para jogar minhas cartas na mesa, / Quem me mandou ignorar os sinais, / Se estava claro que não haveria defesa?” “Esse espelho miraculoso me leva ao passado, / Lembrando de nossa mágica primeira vez, / Naquele incrível fim de semana prolongado, / Onde conheci a resposta de todos os porquês,” “Poemas brotam de meus dedos, / Como flores nascem na primavera, / E me fazem revelar velhos segredos / Porque a Poesia não espera, / Não quer saber quem inventou / O amor onde só havia tristeza, / Depois que o último barco zarpou, / E só restara uma garrafa vazia sobre a mesa... “Mas não é amor ainda / Pois não sei / Se a paixão que vislumbro em tua face / Não é miragem ou o amor se esconde / Entre as lágrimas que vertem por teu rosto lindo” “Mas meus olhos e narinas ficaram insensíveis / E aquelas cores perderam o sentido, / Pois não há beleza no cemitério de uma paixão, / E a meus olhos se tornaram invisíveis / As flores e tudo que em meu jardim habita,” “Vamos juntos repartir as auroras / E acompanhar o Sol cair no horizonte, / E, depois de você em meu colo se deitar, / Vamos juntos compartilhar as horas, / E, enquanto jantamos, apenas me conte / Sobre essas maravilhas que vejo em seu olhar...” “E após nossas doces batalhas, / Sei que as migalhas (que orvalhas) / À tua imensa cama me levaram, / E às mãos que de mim abusaram, / Deixando-me quase prostrado, / Após uma noite de prazer e pecado!” “Por isto não sei se te amo, / Ou se esse sonho já passou, / Seremos flores do mesmo ramo, / Ou compartilhamos um sonho que passou?” “Os comentários eram diversos, / Todos eles lamentando o fim / Da fonte infinita desses versos, / Cada um deles com mais pena de mim.” “Ela se sentou ao meu lado / Na sala de cinema, / E olhou-me com olhar de pecado, / Tão linda como um poema!” “No fundo desse teu olhar esquisito / Existe um vórtice de ódio infinito, / Que me atrai rumo ao meu calvário, / Um asteroide a vagar em teu sistema planetário!” “E agora, nesses dias esquecidos, / Meu carro ficou sem gasolina, / De tanto buscar sonhos perdidos / Na padaria da esquina...” “Estou no fundo de um tanque, / Sem escafandro nem respirador, / Seria melhor escrever letras funk / Do que lindos versos de amor!” “E essa fome de você causa-me desvarios, / Pois, quanto mais vezes eu a vejo, / Com esses olhos profundos e bravios, / Mais ainda aumenta o meu desejo...” “Minha obsessão por rimas nobres / Há muito tempo já passou do limite, / Mas o que fazer, se detesto rimas pobres, / E na Poesia, não há nada que mais me irrite?” “Mas o tipo de terrorismo mais insidioso, / Que se esconde em refrigerados gabinetes, / É aquele do político sem consciência e libidinoso, / Que costuma morar em suntuosos palacetes,” “E a saudade chegou sem aviso, / Daquela nossa paixão de cinema, / E por isto escrevi de improviso / Esse triste e saudoso poema...” “Por que você não me deixa em paz / E vai assombrar outro de seus amantes? / Por que de minha sombra corre atrás, / A me vigiar em todos os instantes?” “Esses furacões que invadem nossas vidas, / Devastando paixões ensandecidas, / Destruindo nossas ilusões em série, / E corações naufragados na intempérie!” “Nesse indecifrável garrancho, / No simulacro de vida que me sobrou, / Entre lágrimas me desmancho, / Ao perceber que meu barco naufragou / Ao ver meu coração pendurado num gancho,” “Ela me deu um esporro / Só porque cheguei atrasado, / Agora, não sei se fico ou se corro / Para um lugar menos gelado!” “E onde haviam dois, agora só há um, / Solitário e triste, mesmo não estando sozinho, / Pois nada há mais triste do que olhos vazios, / A solidão disfarçada atrás de um cálice de vinho, / E a desilusão escondida atrás de olhos sombrios...” “Os tempos varrem / Para debaixo do armário, / Onde talvez se esbarrem, / Páginas rasgadas de um diário!” “A Poesia está em todos os lugares, / Mas só quem ama pode descobri-la, / No leito do mais remoto dos mares, / No fundo da mais brilhante pupila!” “Depois de noites vadias, / Submerso em frágeis delícias, / E ressurjo em quartos esquecidos / Onde, quando acordo, / Vejo rostos desconhecidos / Dos quais não me recordo,” “Poetas inventam novas gírias, / Que rimam com palavras estranhas, / Traduzem antigas epopeias assírias, / Versos em árabe frequentam suas entranhas!” “Li agora mesmo no jornal local, / Com tristeza e profundo pesar, / Uma breve nota de falecimento, / Pelo fim já previsto do nosso amor.” “Entre tantas perdas / E poucos ganhos, / Minhas duas mãos esquerdas / Estão cheias de lanhos, / E, cansadas de esmurrar facas, / Cada vez mais pontudas,” “Foi muito depois da meia-noite, / Minutos após ela voltar para casa, / Feliz e com o corpo saciado, / Por horas de paixão e loucura, / Que eu descobri que a amava, / E, louco, nunca lhe dissera, / Mesmo porque ainda não sabia!” “Leve-me em seu coração / Por onde você for, / Lembre-me de nossa paixão, / Que acabou virando amor.” “Faças tudo para sermos felizes, / Não deixes o amor deixar cicatrizes, / Juntemos nossos corpos ferozes, / E chega de encontros velozes, / Com tua doce seiva me lambuzes, / Enquanto sem censura me seduzes...” “Let’s go for a walk on the beach / Putting our footprints in the sand / Under that moon so out of reach / Letting our hearts each other mend”



Passos Que Se Afastam Na Noite


Passos Que Se Afastam Na Noite
DOWNLOAD

Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-12-02

Passos Que Se Afastam Na Noite written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2019-12-02 with Religion categories.


63º livro do autor dos seguintes livros, todos eles publicados no Clube de Autores e na Amazon (exceto POETICAMENTE TEU ), em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA”) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. AQUELA NOITE DO ADEUS 62. POETICAMENTE TEU Alguns trechos: “E ainda me dói o açoite / Que por suas palavras me atingiu, / Naquela estúpida noite / Que de negro minha vida tingiu...” “Sabe, descobri que o amor, / Como toda cálida flor, / Tem um aroma que inebria, / Um perfume de Poesia!” “E ficou essa lembrança trágica / Dessa paixão que ainda é mágica, / Como um fantasma que só queria viver, / Um triste defunto que se recusa a morrer!” “Mas me escondi atrás de um disfarce, / E nem te mostrei os versos que para ti escrevi, / E, numa verdadeira catarse, / Desnudarei o que me vai por dentro, / Mostrando-lhe o meu poema mais revelador, / Onde você está bem no centro / De minha mais linda história de amor...” “E meu velho violão solitário me olha, / Em seu canto, desolado e mudo, / Lamentando o pranto que meu rosto molha, / Pois ela se foi, e isto é tudo...” “Olhe-se no espelho, e note o sentido, / Ao ver dessa forma nele refletido / Esse seu rosto, como sempre, irado, / Ao ver que achou o verdadeiro culpado!” “Foi o tempo, esse devorador de paixões, / Que para tão longe de mim a levou, / Deixando-me com esse memorial de ilusões, / Pois nunca mais você voltou...” “Ser poeta é cultivar a arte / De se tornar ausente / Mesmo estando presente / Pois a Poesia está por toda parte / E de repente o convida / Sem qualquer motivo aparente / A tecer doces loas à vida” “Preciso descobrir em algum instante, / Nessas dobras do Tempo que te levaram, / Por que tanto amor não foi o bastante, / Deixando essas reminiscências que nunca cessaram!” “O inverno gelado chegou / Com inacreditáveis tempestades / E depois que meu sangue congelou / Tudo o que restou foram saudades” “Já nos dissemos adeus tantas vezes, / Que já virou até uma rotina! / Dizemos adeus quase todos os meses, / Mas mal dura até virar a esquina!” “Goiânia é uma cidade diferente, / De brisas frescas e árvores abundantes, / Onde o inverno é a estação mais quente, / De noites secas e dias abrasantes!” “Que sua mesa seja farta, / E sua alegria perdure, / Que seu amor nunca parta, / E não haja dor que o tempo não cure.” “E, quando se vê, já se está velho demais, / A vida passou na janela, e você nem viu, / Já é muito tarde, o amor não virá nunca mais, / O último vagão do trem da vida já partiu...” “- Eu te amo! / - Mas eu morri! / - Mas não consigo aceitar. / - Você precisa. Esqueça-se de mim. / - Mas como? / - Sei lá. Arranje outra pessoa. Fica mais fácil! / - Ninguém olha para mim como você olhava no início do namoro!” “Mas de mês em quando me sufocas, / Com essa bacia de querer me controlar, / E por isto, algumas bigas provocas, / Por não saberes qual é o teu plugar!” “Conto-lhe histórias de minha lavra, / Lindas aventuras de puro encantamento, / Mas você não ouve nenhuma palavra, / Perdida nas entranhas de seu tormento.” “As árvores no outono perdem as folhas, / Enquanto me arrependo de minhas escolhas, / Por amar quem nem nota que existo, / Mas mesmo assim eu ainda insisto!” “Mas o amor insiste / Em viver mesmo submerso / Buscando lugar onde não cabe / Aparecendo em algum triste verso / Até que um dia desabe / E desista de tentar sobreviver / Onde não há sombra nem água / Num deserto que tudo faz arder” “As forças do Universo conspiram / Contra essa tua bobagem, / Pois, enquanto mundos giram, / O que te falta é coragem...” “A pobre pitonisa / Compadeceu-se de minha desdita, / Cuja causa lhe pareceu imprecisa, / E para acabar com essa coisa maldita, / Jurou que você é a cura,” “E, enquanto tuas unhas minhas costas rabiscam, / Eu me beliscarei para confirmar que não é um sonho, / E que tu não és mais uma fantasia, mas de verdade, / E, se fugiste do Paraíso, como agora suponho, / Guiarás meus passos, rumo à tua eternidade...” “Pensam que é amor um simples tesão, / Julgam que a vida lhes dará posse / De alguém que lhes declare paixão... / Talvez sofram de ejaculação precoce, / Mesmo que seja apenas mental,” “Sei que não tenho como lhe agradecer / Por me amar muito mais do que mereço, / E sobre minha escuridão estender sua luz, / Mas dedicarei o resto da vida a lhe dizer, / Mesmo não podendo retribuir o seu apreço, / Que louvarei para sempre seu doce nome: Jesus!” “Sendo assim, estou fora desse teu jogo, / Bem que eu queria de tua vida fazer parte, / Mas já me cansei de brincar assim com fogo, / Mesmo que sejas essa verdadeira obra de arte!” “Fui contem ao cinema, / Assistir a um filme dos Xingadores, / Grupo de heróis liderados pelo Homem de Berro, / Secundado por Thor, o Deus do Escovão, / Pelo gigante verde, o Incrível Truque, / Pelo adolescente Homem Piranha, / A ex-espiã russa Chuva Negra,” “Mas, com desdém em seu rosto tão bonito, / Enquanto eu encarava seus olhos pretos, / Ela me disse que seu forte era Astronomia, / E por causa disto, com certeza sabia / Que nossas paralelas só se encontrariam no infinito!” “Ressurgi das cinzas onde aquele fogo ardia, / Mais maltratado do que a Floresta Amazônica, / Joguei fora cada objeto que lhe pertencia, / Embriaguei-me num sábado com gim tônica,” “Mas não sou nada disto, / Muito pelo contrário, / Sou apenas um poeta incauto, / Mas você me pegou para Cristo, / E me riscou até de teu calendário, / Como se eu fosse do inferno um arauto!” “Pois abriste a porta de teus luares / Para se mesclarem com o meu olhar, / Mas não abriste o porto de teus mares, / Para que eu pudesse neles mergulhar, / E aquele fogo que então ardia / Pouco a pouco se apagou, / E aquela tão linda fantasia / No cemitério dos sonhos se enterrou...” “Metade de mim te ama, / E a outra metade também! / Um terço de mim te chama / Para seres para sempre o meu bem, / E um quarto de mim deseja / Te levar para um erótico quarto” “Conto histórias que invento, / Sopradas pelo vento, / Ou em minha mente enxertadas, / Talvez na memória implantadas, / Mas nunca foram minhas, / Apenas aparecem sozinhas, / Revelando-me sutis segredos / Que saem da ponta de meus dedos,” “A tua ausência me comprime o peito, / Faz de conta que vai embora, mas fica, / Está sempre presente quando me deito, / Nessa insistência que não se explica.” “Mas confesso que será um tormento / Ficar longe de ti por toda a eternidade, / Atormentado e oprimido em cada momento / Por esse torniquete que chamam saudade...” “Capriche no olhar cheio de indecência / E surpreenda-me com a delícia de tua voz / A confessar que ansiavas por isto há anos / Mirando bem no fundo de meu surpreso olhar / Ao ver que encontraste teu pouso aqui no lugar / Onde se mesclaram nossos outrora solitários oceanos” “Não reconheço esse rosto cansado / Que através do espelho me fita, / Será algum avatar de mim? / O que lhe terá provocado / Essa tristeza infinita, / Para parecer infeliz assim?” “Pois você tem esse dom raro / De afastar pensamentos terríveis / E tudo que me tornava tristonho / E em seu ouvido então me declaro / Recitando-lhe versos incríveis / Pois você é tão linda como um sonho” “Em teus braços eu me abriguei / Das tempestades que sobre mim desabavam, / E nesse doce abrigo encontrei / Cura para as doenças que nunca saravam.” “Apostei, já sabendo que perderia! / Como vencer aquela aposta iludida, / Pois, se te amo, como poderia, / Te esquecer pelo resto da vida?” “E vamos nós dois assim, / Cumprindo a nossa sina, / Curtindo-nos aos poucos, / Em cada fantasia, em cada tara, / Nesse desejo sem fim / E nessa febre que nos alucina, / Amando-nos como loucos, / Enquanto o relógio não nos separa...” “Sonhei contigo esta noite, / E no sonho eu te beijei! / Que sonho estranho / E sem qualquer sentido, / Pois eu nem te amo, / Ou será que amo e nem sei?” “O teu olhar fulminante a me seduzir / Disse-me tudo o que eu queria ouvir / Num único momento eu soube / Que o amor que usava nunca me coube” “Os dias passam, sem deixarem vestígios, / Um atrás do outro, em sucessão litúrgica, / Minhas tristezas são verdadeiros prodígios, / Que se sucedem, com precisão cirúrgica!” “Nunca mais quero sair do teu lado, / Pois onde encontraria alguém tão completa? / Confesso sem pudor que afinal fui fisgado, / Numa paixão eterna entre uma musa e um poeta...” “Pelo mundo se espalham ditaduras sanguinárias, / Subjugando povos cada vez mais famélicos, / E multidões de seres, com liberdades imaginárias, / Em vez de alimentos, só veem equipamentos bélicos!” “Ora, pois! / A vida não nos leva a lugar nenhum, / Onde éramos dois, / Agora só resta um, / Alquebrado, / Partido, / Derrotado, / Perdido,” “E então, as lágrimas descem em rios, / Que encharcam os sonhos perdidos, / E ao secarem, deixam rastros sombrios / E corações outra vez desiludidos,” “Todas as vezes em que você me fita / Com essa paixão no olhar impressa, / Sinto na alma que a Poesia é infinita, / E o amor que lhe dou, a mim regressa...” “Perdoe a urgência de minha carne fraca, / E a emergência de meu sangue rubro, / Pois a sua visão o meu desejo não aplaca, / Quando com emoção o seu corpo descubro!” “You and I were born to live together / Without you my life would be so dark / Your presence make me better / And my laughter has your mark”