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O Aluno E O Professor Na Escola Moderna


O Aluno E O Professor Na Escola Moderna
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O Aluno E O Professor Na Escola Moderna


O Aluno E O Professor Na Escola Moderna
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Author : Evaristo Fernandes
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 1983

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O Aluno E O Professor Na Escola Moderna


O Aluno E O Professor Na Escola Moderna
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Author : Evaristo V. Fernandes
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 2017-09-13

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� um livro que, centralizando seu conte�do no insucesso escolar do aluno, analisa as causas do insucesso na escola, nas aprendizagens e na sociedade. Estuda os comportamentos de seus agentes e as inadapta��es das escolas e dos conte�dos das aprendizagens � natureza dos aprendentes, a suas necessidades de desenvolvimento e da realiza��o.A constata��o dos m�ltiplos factores do insucesso e as an�lises de suas m�ltiplas causas levaram o autor ao estudo das alternativas do sucesso: valoriza��es sociais, estudos sociom�tricos como fundamento da constitui��o de grupos e turmas, valores humanos e pedagogias adaptadas �s individualidades dos aprendentes, desenvolvimentos cognitivos conaturais �s naturezas dos aprendentes e professores humanos, coerentes, e, humanamente bem formados.



O Trabalho Did Tico Na Escola Moderna


O Trabalho Did Tico Na Escola Moderna
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Author : Gilberto Luiz Alves
language : pt-BR
Publisher: Autores Associados
Release Date : 2017-07-06

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Nas comunidades primitivas, as crianças e os jovens aprendiam todas as atividades (coleta, caça, pesca, plantio etc.) ao seguir um adulto, que lhe serviria de modelo. Na Antiguidade, essa relação dava-se entre o mestre e seu discípulo — modelo educacional, que, inclusive, perdurou por muito tempo. As retomadas dos acontecimentos do passado são, portanto, essenciais para os professores da atualidade desenvolverem e saberem criticar sua(s) didática(s) em sala de aula. É por isso que Gilberto Luiz Alves escreveu o livro, lançado pela Editora Autores Associados, O trabalho didático na escola moderna. A obra apresenta o passado do trabalho didático de modo aprofundado. Analisa os estudos dos gregos e romanos e seus respectivos interesses de estudo (os heróis e valores fundamentais da cultura grega e latina, expressas nas tão estudadas Ilíada, Odisséia e Eneida), a escolástica da época medieval, inclusive ilustrada pelos diálogos filosóficos de Santo Agostinho e Adeodato e das instigantes conversas entre Pepino, filho de Carlos Magno, e seu mestre Alcino (A: O que é que é e não é? / P: O nada / A: E como pode ser e não ser? / P: É enquanto palavra; não é enquanto realidade), o modelo escolar de Abelardo e do período renascentista em geral (Erasmo de Rotterdam, o ensino jesuítico entre outros) até chegar no que mais dá origem à nossa escola moderna: um ensino não mais voltado para uma única pessoa, mas para o coletivo. Comenius, nesse sentido, com sua Didática Magna, atendeu muito bem o ideal da Contra-Reforma de expandir o catolicismo com uma "educação para todos". Assim surge a escola moderna, já com as pretensões de atender a determinadas correntes, inclusive já do surgimento da organização burguesa. Por fim, Alves chega ao apogeu do livro mostrando os cuidados do professor quanto ao trabalho didático, pois a manipulação dos conteúdos a serem ensinados seguiu determinadas ideologias e isso é uma influência muito grande nos aprendizes, como mostra a nossa história.



O Aluno O Professor A Escola


O Aluno O Professor A Escola
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Author : Rubem Alves
language : pt-BR
Publisher: Papirus Editora
Release Date : 2017-03-24

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A educação vista pelos olhos de professores experientes e apaixonados. Eis o que se encontra nesse pequeno livro. Essa leitura pode servir de subsídio para a discussão de temas fundamentais na prática escolar. Como transmitir nossos valores para os mais jovens, a educação da sensibilidade, o que podemos fazer em relação ao bullying, os horizontes da formação dos educadores são alguns dos assuntos analisados pelos autores. Além disso, eles nos contam de modo cativante algumas vivências, mostrando-nos possibilidades no uso de nossa criatividade em prol da melhor aprendizagem, num ambiente saudável e estimulante. As palavras foram usadas na medida certa para lhe oferecer a essência do conhecimento desses grandes nomes da educação no Brasil. - Papirus Editora



A Escola Contempor Nea


A Escola Contempor Nea
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Author : Luciano Maria Caetano
language : pt-BR
Publisher: Editora Paulinas
Release Date : 2018-03-12

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O principal objetivo deste livro é levar o leitor a refletir sobre temáticas que os autores, docentes de diversas universidades do Brasil, compreendem como novos desafios ao educador na escola atual, tendo como referencial teórico os estudos de Jean Piaget sobre a epistemologia genética e o desenvolvimento humano. Luciana Maria Caetano discute a questão do respeito nas relações interpessoais na escola e na família; Betânia Alves Veiga Dell Agli escreve acerca da vontade como regulador afetivo, pensando na ausência de interesse, envolvimento e atenção nas aulas; Heloisa Helena Genovese de Oliveira Garcia trata da construção de relações cooperativas pensando em boas intervenções do professor partindo de atividades lúdicas; Maria A. Belintane Fermiano reflete sobre o problema do consumismo que ronda filhos, famílias e chega às escolas transformando-as em objeto de mercado; Fernando Augusto Bentes de Souza disserta sobre o amor - a principal virtude na profissão de educador; e Solange Franci Raimundo Yaegashi aborda o desafio da promoção do desenvolvimento cognitivo dos alunos discutido à luz das dificuldades de aprendizagens. A intenção é contribuir com a formação e a reflexão de estudantes de Pedagogia, de professores e demais interessados, apresentando os resultados das pesquisas relacionadas a aspectos cognitivos, afetivos, morais e sociais de crianças e jovens, de maneira bastante acessível, para que a leitura seja a um só tempo, enriquecedora, formativa e incentivadora de transformações do agir docente, bem como fonte de novas ideias e novos questionamentos.



O Ensino De Matem Tica Na Atualidade Percep Es Contextos E Desafios 4


O Ensino De Matem Tica Na Atualidade Percep Es Contextos E Desafios 4
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Author :
language : pt-BR
Publisher: AYA Editora
Release Date : 2022-08-31

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Nobres professores e professoras que ensinam matemática. É com grande satisfação e respeito que me dirijo a cada um de vocês. Acredito no árduo trabalho que cada um tem desempenhado nos diferentes contextos em que a matemática tem nos levados. Quero vos dizer que esta obra representa muito para cada um de nós que estamos imbuídos na luta pela educação de qualidade e pela valorização daqueles que fazem a qualidade na educação brasileira. Parece redundante, porém são questões distintas que merecem todo destaque nos debates e diálogos que se forjam a cada prática que realizamos. Ensinar matemática tem sido historicamente um processo um tanto difícil, digo isto porque muitos a tem tornado em um campo minado onde poucos conseguem caminhar. “Assim estamos, cegos de nós, cegos do mundo. Desde que nascemos, somos treinados para não ver mais que pedacinhos” (GALEANO, 1990 apud de AMORIM,2016, p.28). Este pequeno fragmento, diz muito sobre a forma de ensino e aprendizagem predominante na maioria das escolas de educação básica em nosso país. Um ensino compartimentado em pedacinhos cada vez menores, que se distancia da realidade prática, dicotomizando o processo de ensinar e aprender. Embora pareça tão óbvio, o debate de que a educação precisa estar intimamente ligada à vida dos estudantes, ainda é necessário. A vida se apresenta em um cenário múltiplo e complexo, cujos aspectos que a caracterizam se articulam em uma hegemonia fenomenal em que os seres humanos se entendem e dão-se a entender. Assim mesmo precisa a escola, articular o processo de ensinar e aprender em torno dois eixos principais, que de acordo com Hernández (1998, p. 26), se traduz “como se supõe que os alunos aprendem e, a vinculação que esse processo de aprendizagem e a experiência da escola tem em sua vida”. Esta visão articuladora nos incentiva a romper com a velha ideia de formar cidadãos para o futuro. O que precisamos na verdade é resolver o dilema da educação do presente, com as pessoas e técnicas do presente. Isso requer do professor uma disposição para ir além das disciplinas escolares e pensar nas problemáticas que são estimulantes para os alunos, nas quais eles tenham que questionar, refletir e estabelecer relações. autora enfatiza a necessidade de os estudantes se darem conta de que precisam aprender cada vez mais, e em maiores complexidades. Tem-se então o terceiro então terceiro eixo explicitando que a educação deve permitir a compreensão do complexo (HERNÁNDEZ 1998). Na perspectiva Moreira José (2010, 56), este eixo pode ser sintetizado na ideia de que “o que se aprende deve ter relação com a vida dos alunos e dos professores, o que não significa dizer que se deva ensinar o que os alunos gostariam de aprender”. O pensamento principal é que toda ação pedagógica deve dar possibilidades de o estudante se envolver e aprender numa perspectiva que ultrapasse os muros da escola. Penso que seja necessário criarmos a pedagogia da transgressão, que permite ir além do previsto no currículo de um determinado componente curricular e de proposições estanques. Conforme Moreira José (2010, p. 57) enfatiza, as práticas transgressoras são aquelas “que se negam a trabalhar de forma positivista”. A autora se empenha apresentar argumentos que contrapõem a “memorização e a repetição” sem significado para o estudante. Ao professor cabe a tarefa peculiar de apresentar as setas no caminho, pois transgredir também pode significar um ato de liberdade. É uma perspectiva pedagógica que rompe com o silêncio descomunal do fazer, do saber e do ensinar. Um silêncio academicamente ensinado, escolasticamente repetido, metodicamente desenvolvido, totalmente proliferado e infelizmente acalentado. E das cicatrizes que este silêncio deixou na vida dos alunos que por eles foram feridos, acreditando que estavam sendo beneficiados. (FERRAREZI JR, 2014, p.12). Na verdade, frente a estes rudimentos, que fragmentam o ensino e monopolizam o saber, não há outra escolha senão assumir uma postura favorável à educação para compreensão (MOREIRA JOSÉ, 2010). Mas a educação para compreensão traz em seu bojo a exigência urgente da mudança, a saber a “de comportamento, na qual enxergue as possibilidades que o aluno possui de aprender, de compreender, de transformar, de agir sobre o seu presente (ibid. p. 57). Está clara a necessidade de que atitudes de mudança requerem práticas coletivas de ensino e de aprendizagem, de forma desfragmentada. Logo as parcerias acontecem entre os sujeitos e os componentes curriculares de forma mais efetiva. Isto implica na compreensão de a educação deve, pois, responder a questões de pelo menos três ordens que assim se dispõe: a) Questões de ordem existencial ou ontológica Está ligado ao processo educativo que tem como foco a essência humana. A raiz deste debate é encontrada em Heidegger, que muito embora não tenha discutido a educação propriamente dita, este tema aparece de forma velada em seu pensamento. A existência é a essência do homem, assim pensar os processos educativos como processos humanos exige uma compreensão profunda deste ser. Sobre a existência humana, Pessoa (2013, p. 49) assevera que a educação ontológica não está na compreensão de “que apenas [homem] é real, mas que é o único ente que se realiza a partir e através de uma compreensão de ser. O existencial não significa algo pronto, acabado que não pode ser mais construído, desconstruído ou repensado, mas o que existe. Pedagogicamente a educação é um processo aberto, permanente, que abarca a existencialidade do homem. Tudo é uma questão de visão, a circunvisão, logo que “uma pedra, por exemplo, na visão de um pedreiro, é para construir; já para o geólogo, ela é para estudar; ao pintor, ela é para pintar e ao escultor, é para esculpir; à criança, pedra é para brincar e ao minerador, ela é para negociar…” (PESSOA 2013, p. 52) b) Questões de ordem conceitual ou epistemológicas A “Epistemologia Pedagógica consiste em ensinar aos alunos a pensar criticamente, ir além das interpretações literárias e dos modos fragmentados de raciocínio” (TESSE,1995, p.44). Nesta lógica o que dá sentido ao pensamento de Tesse é o entendimento de que aprender vai além da habilidade de compreensão de temas complexos e da “competência de problematizar dialeticamente a teoria e a práxis educacional” (ibid.p. 44). Nesta direção a ação pedagógica deve dar ao estudante a possibilidade de articular conhecimentos para além de um componente curricular. Implica o engajamento de saberes e de questionamentos, transformando a realidade do aprender. A ideia principal é que a educação seja integradora daqueles aspectos do conhecimento humano que não se restringe a uma disciplina pela própria complexidade, mas caminhas como conhecimento autônomo. O que se tem, então, é a possibilidade do ensino compartilhado, sem fronteiras para o conhecimento. Professor e estudante constroem caminhos que perpassam as diferentes disciplinas e níveis de compreensão. c) Questões de ordem prática ou praxiologias Como o próprio nome já diz a praxiologia está ligada à prática, o que não se reduz a um conjunto de manifestações da ação, mas em pensar e estruturar uma prática que de fato seja proveitosa do ponto de vista pedagógico. Trata-se de um contexto que coloca em foco a relação teoria e prática. Esta é uma questão que nos leva a pensar a educação na perspectiva da práxis. O cerne desta temática pode ser encontrado em Paulo Freire, cujos apontamentos indica a práxis como uma forma de enxergar nos processos educativos na relação entre o que se fala e o que faz. Ao passo que práxis, é reflexão e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo. Sem ela, é impossível a superação da contradição opressor-oprimido” (FREIRE, 1987, p. 38) Trata-se de uma ação educativa que permite a ação reflexão, o homem (envolvidos no processo) age e reflete sobre a ação e ao refletir age novamente. Assim o sujeito da teoria “vai para a prática e da sua prática chega à nova teoria, sendo assim, teoria e prática se fazem juntas, perpetuam-se na práxis” Fortuna (2015, p.64). Voltamos então à questão da existencialidade, já mencionada anteriormente. Porém agora a ação proposta por Freire na relação teoria e prática exige um homem emancipado, não basta dar provas de sua existência é preciso ser autônomo e consciente. Esta emancipação deve estar articulada com o posicionamento do educador que deve enxergar o estudante como tal. Isto exige uma prática de liberdade e que provoca o protagonismo, pois “o seu quefazer, ação e reflexão, não pode dar-se sem a ação e a reflexão dos outros, se seu compromisso é o da liberdade” (FREIRE, 1987, p. 122). Conforme Fortuna (2015, p. 65) A práxis pedagógica e epistemologia em sua conjuntura veem na condição humana, potencial de esperança, amor, autenticidade, diálogo e transformação, com capacidade de compreensão e intervenção do mundo. Estas disposições fazem com que os sujeitos coloquem-se diante do outro, com propósito de modificar a realidade e contexto opressor/dominador. Se entendemos a visão de Freire em conceber a educação, logo fica claro que esta deve ter como objetivo a interação humano, a capacidade de relacionar com outro por meio do respeito e da esperança. A educação precisa ser encarada a partir deste engajamento onde o conhecimento é a uma potência de humanos que se humanizam e se deixam ser humanizados. Assim cada capitulo desta obra está destinado a discutir um importante e aspecto da educação matemática e articula conhecimentos e percepções de professores e professoras que ensinam matemática nas escolas e universidades deste país. As pesquisas ora apresentadas são um grito de esperança para aqueles que ainda acreditam na mudança e na quebra de paradigmas na educação publica e de qualidade. Assim que desejo a todos e todas uma ótima leitura e belíssimas construções. Prof.° Ms. Paulo Marcos Ferreira Andrade Referências AMORIM, Lóren Grace Kellen Maia, Interdisciplinaridade, modelagem matemática, tecnologias e escrita no ensino e aprendizagem de função do 1° grau / – Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Uberlândia -2016. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987./ PESSOA. Fernando Mendes. A Educação Ontológica: Uma possível relação entre educação e arte, a partir do pensamento de Martin Heidegger. Revista Teias v. 14 – n. 32 – 49-67 – maio/ago. 2013 FORTUNA, Volnei. A relação teoria e prática na educação em Freire. REBES – Rev. Brasileira de Ensino Superior, 1(2): 64-72, 2015. HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998. MOREIRA JOSÉ, Mariana Aranha. Interdisciplinaridade e Ensino: Dialogando Sobre As Questões Da Aprendizagem. Rev. Interd., São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-83, Out, 2010. TESSE, Gelson João. Principais linhas epistemológicas contemporâneas. Educar. Curitiba. Nº 10 p. 91-98. 1995. Editora da UFPR. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/er/a/RqVtSyMvVkrCQVGtbxKYZpt/?lang=pt&format=pdf > Acesso em 04 de jun, 2021.



Oprimidos Da Pedagogia De Paulo Freire Educa O Democr Tica


Oprimidos Da Pedagogia De Paulo Freire Educa O Democr Tica
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Author : Bruno Martins
language : pt-BR
Publisher:
Release Date : 2014

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A educação tem sido tema de grande interes-se da sociedade há bastante tempo. Desde o século XIX observamos avanços significativos na compreensão do desenvolvimento humano e na forma de lidar com as crianças. Castigos físicos e humilhações são práticas que a sociedade atual repudia, e a necessidade de cuidado e atenção é de conhecimento comum. Apesar disso, a educação parece estar numa crise constante, pois, por mais que haja investimentos, diminuição do analfabetismo e outros dados que deveriam expressar uma visão otimista sobre a questão, ela está sempre cercada de críticas, reclamaçõese denúncias. Escolas em condições precárias, professores mal preparados e mal remunerados, indisciplina e indiferença por parte dos alunos, falta de participação dos pais, falta de verbas públicas ... a lista é extensa. As propostas para resolver o problema geralmente são: mais escolas, mais professores, melhores salários, maior investimento público, mais provas, e mais tempo na escola. No entanto, a própria ideia de escola e o modo como é organizada, é pouco ou nunca questionado, como se o modelo que conhecemos fosse o único possível e tudo que pudéssemos fazer fosse tentar melhorá-lo, ajustá-lo. Educação virou sinônimo de escola, e a es-colarização o único caminho para a ascensão e o prestígio social. Dentro dessa visão, o ensino público é sem dúvida o mais questionado. A competição pelas vagas nos vestibulares é desleal, e a escola pública é tida como incapaz de equiparar a "qualidade" do ensino privado. Mas que qualidade é essa? O ensino médio tornou-se um longo e repetitivo cursinho pré-vestibular, com testes vocacionais e simulados desde os úl-timos anos do ensino fundamental, com a justificativa de preparar o aluno. A acirrada disputa por uma vaga nas principais universidades gera uma reação em cadeia que atinge todo o sistema escolar, a começar pela atenção que lhe é dada a partir do ensino fundamental, tornada obsessãono ensino médio. Aumenta-se a carga horária e a rigorosidade das provas, tiram tempo de atividades físicas, artísticas, lúdicas, e de tudo que não é considerado relevante para o vestibular. Para as escolas particulares é uma questão de comércio: quanto mais alunos são aprovados, maior pode ser a mensalidade. O investimento em infraestrutura, e aquicompreende-se como sendo todos os recursosnecessários para o dia a dia de uma escola, apesar de necessário, não chega perto do debate que parece ser fundamental para uma educação relevante. Para entender melhor, basta observaras escolas de alto investimento, onde alunos e professores dispõem de todos os recursos materiaisnecessários. Tudo isso não evita o desinteresse geral dentro das salas de aula. É preciso repensar o modelo como um todo: objetivo, currículo e organização. Na esmagadora maioria das escolas, as respostas seriam: preparar para o vestibular/mercado de trabalho, aulas expositivas sobreconteúdos pré-estabelecidos e enfileiramento de crianças em frente a um orador, num ambiente em que não participem de praticamente nenhuma decisão. Ou seja, por mais bem equipada que seja a escola, isso não pressupõe um resultado pedagógico realmente diferente de qualquer outra. Esse modelo escolar é praticamente universal, apenas se ajustando às realidades locais. Mas o que existe de ciência por trás disso? Que pesquisas e estudos comprovam que essa é a melhor forma de educar nossas crianças? Quem define quais conteúdos são importantes? De que modo essa prática corresponde à teoria estudada nos cursos de formação de professores?Durante meu percurso na faculdade de Peda-gogia todas essas questões foram bem pouco debatidas, e as críticas e soluções apresentadas não saíam do senso comum. Conforme conheci outros pedagogos e educadores em geral, percebi que a ausência de uma análise mais aprofundada sobre o que entendemos por educação não era exclusividade de meus professores e colegas, estava presente na Pedagogia como um todo. Estudantes de universidades públicas, tidas como as melhores do país, não iam muito além ao criticar o sistema educacional. Havia algo de errado com a ciência que me dispunha a compreender. No meio do curso, passei a ter contato compropostas pedagógicas que buscavam outras soluções para os problemas da escola tradicional, e conforme fui pesquisando, conversando com amigos e outras pessoas, descobri um universo amplo de experiências educativas que de fato propunham uma prática coerente com o discurso. Ao perceber que, longe de serem novidades, estas escolas existiam há mais de um século e meio, a sensação de que a Pedagogia que estudava na faculdade estava absolutamente ultrapassada só aumentou. Não é a toa que nenhuma destas experiências me foi apresentada durante o curso, tive que encontrá-las e estudá-las por conta própria. Desta pesquisa nasceu esse livro. Primeiroatravés da monografia de conclusão de curso, agora ampliada e sem a desnecessária impes-soalidade dos textos acadêmicos. O objetivo, desde o começo, era escrever para os professores numa tentativa de juntos formularmos uma ciência da educação que leve em conta o conhecimento que vem sendo construído nos últimos dois séculos. Não podemos mais aceitar como natural uma pedagogia que funciona basicamente do mesmo modo há 200 anos. Não por orgulho, mas por necessidade de agir de forma relevante para a humanidade, a Pedagogia precisa perder esse ar ingênuo, de "ciência menor", incapaz de contribuir de forma consistente às outras áreas do conhecimento. Diversos problemas que enfrentamos hoje necessitam de uma contribuição pedagógica. Mas se não conseguimos formular uma compreensãoatualizada nem para o local onde tradicionalmente trabalhamos, - as escolas - o que podemos oferecer ao restante da sociedade?Apesar disso, um educador em especial es-teve sempre presente desde o início de minhaformação: Paulo Freire. Os professores e alunos sempre o citavam e o reverenciavam. Então fui ler. Em diversas questões, percebi suas indagações indo diretamente contra a estrutura escolar que conhecemos, mas ainda assim os representantes desta estrutura insistiam em utilizá-lo, ao menos na teoria, e muitos de fato pareciam acreditar que seguiam, de algum modo, suas propostas. Diversas escolas e linhas pedagógicasidentificam-se como seguidoras do pensamen-to freiriano, mas o que de fato levam dele para a prática? Muitos falam em educar para a autonomia e a liberdade, mas de fato acreditam nisso? Há coerência? Parece que nossa incapacidade de realizar uma educação diferente não vem de uma ausência de teorias sobre o assunto, mas da dificuldade em relacioná-las com a prática. Para além dele, diversos outros educadores brasileiros levantaram questões importantes e pertinentes, mas de algum modo a Pedagogia, especialmente através da academia, conseguiu se esquivar destas críticas e reflexões.Com tantos exemplos, pesquisas e referênciassobre a educação que se tem e a educação quese quer, é preciso encontrar dentro das práticas existentes o que comprovadamente não funciona e o que potencialmente transforma a experiência educativa. E vivemos um momento propício para isso. Novos debates em torno da educação vêm acontecendo, e nos últimos anos um movimento de crítica mais aprofundada ao modelo atual vem ganhando força através de encontros, projetos e filmes que discutem a educação com uma proposta mais radical. Nesse contexto, é preciso analisar os pontos fundamentais que essas discussões trazem, especialmente sobre experiências educativas que, se não são necessariamente novas, ao menos sua exposição e influência certamente o são. Escolas em que estuda-se de acordo com o interesse de cada um, em que alunos não são organizados por idade nem por série e participam das decisões referentes às regras e necessidades da comunidadeescolar surgiram há mais de um século, inclusive no Brasil, desenvolvendo alternativas consistentes e muito bem registradas ao modelo de educação com o qual estamos acostumados. Alunos, pais e professores, embora possamdiscordar entre si, sinalizam que algo está errado. A Pedagogia tradicional fracassa de diversas formas e precisa urgentemente revisar suas convicções mais básicas para desenvolver uma educação que de fato se adapte às necessidades do mundo contemporâneo, contribuindo para a construção de um mundo diferente, formandopessoas críticas, autônomas, solidárias e acostumadas à liberdade individual e coletiva.



A Reflex O Do Docente Sobre Sua Pr Tica No Espa O Escolar


A Reflex O Do Docente Sobre Sua Pr Tica No Espa O Escolar
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Author : Rosana Maria Bretas
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-03-10

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Estar na academia. Era o sonho de jovens alunos e alunas que terminavam o então Ensino de 2º grau. Estávamos no final da década de 1970. Eu fazia o Curso Técnico de Turismo em uma escola particular, mantida pela Fundação Bradesco, e muitos dos alunos já anunciavam a pretendida profissão: administradores, analistas de sistemas, médicos, dentistas, advogados, engenheiros. Mas poucos cogitavam a possibilidade de ser professor. Minha aflição era denunciada pela preocupação diária em definir-me por uma carreira. Todos os alunos terceiro-anistas participavam naquele momento de um Projeto de Orientação Profissional. Leituras, pesquisas sobre as profissões, palestras e depoimentos faziam parte dessa proposta. À frente dessa “empreitada” estava Maria Auxiliadora – uma jovem Orientadora Educacional que semanalmente nos encontrava para discutir as profissões. Eram bate-papos, dinâmicas de grupo e às vezes alguns “testes de aptidões”. O trabalho daquela profissional foi me encantando. Sua presença entre nós foi me provocando e fazendo despertar em mim um desejo profundo de realizar trabalho semelhante, que pudesse ajudar e proporcionar às pessoas crescimento e descobertas. Um trabalho que nos levou ao conhecimento de habilidades e desejos mais profundos – um momento de encontro, partilhado entre todos do grupo. Venho de uma família pequena. Tenho apenas uma irmã mais velha, que não chegou a concluir seu curso superior. Fez o vestibular para o Curso de Pedagogia e conseguiu entrar na USP, mas como sua opção era o Curso de Letras, desistiu pouco tempo depois de entrar na universidade. Meus pais, preocupados em sempre apoiar nossas decisões, sem nos influenciar, estavam orgulhosos com a perspectiva de também eu ingressar numa Universidade conceituada. O final do ano se aproximava e as inscrições para os vestibulares já se faziam anunciar. Junto com o final do ano veio também minha decisão. Pela educação fiz minha opção. Prestei vestibular na PUCSP e fui aprovada. Estávamos no ano de 1978. Que alegria senti quando vi meu nome na lista dos aprovados! Seria uma pedagoga e atuaria como Orientadora Educacional. Era a meta. Muitos anos de estudo estariam reservados para essa formação. Para construir esse futuro sonhado e torná-lo possível no presente, algo já estava constituído no meu passado. Revisitá-lo é poder olhar os caminhos que percorri; por isso, resgatar a minha trajetória tem sido um exercício de grande prazer. Minha infância foi muito prazerosa e dela trago boas recordações. Cresci numa família unida, numa época em que brincar livremente pela rua era possível. Os horários eram rígidos: hora de acordar, de almoçar, hora do banho, de dormir, de estudar. Minha mãe, que não trabalhava fora, se fazia muito presente na educação dos filhos. Sua supervisão diária nos dava uma sensação de bem estar e segurança, mas nem por isso nos tirava a possibilidade da autonomia e responsabilidade pelas nossas ações. Ingressei na primeira série aos sete anos e meio, em uma escola particular, o Grupo Escolar Embaixador Assis Chateaubriand, mantida pela Fundação Bradesco, de orientação muito rígida, que não pôde me receber aos seis anos, pois era considerada muito nova e as vagas eram destinadas aos alunos mais velhos. Tive que esperar! Lembro-me da frustração que senti por não poder ir à escola, pois era algo que esperava com ansiedade e alegria. A sabedoria de minha mãe foi certeira: convenceu-me que mesmo fora da escola poderia aprender. Ela foi minha primeira professora: comprou cadernos, lápis, estojo e me ensinou as primeiras letras, os números, ensinou-me a desenhar e a pintar. Entrei na primeira série muito confiante, já estava com sete anos e meio; madura e segura. Tive muito sucesso no processo de alfabetização. Minha professora, Dona Alzira, foi uma professora marcante, muito afetuosa e dedicada. Embora meus pais nunca tenham sido modelos de um mundo letrado, conseguiram através do carinho, dedicação, incentivo e apoio despertar-me para o mundo do conhecimento. Fui muito feliz no ensino de 1º e 2º graus. Acredito ter tido uma educação de boa qualidade, bons professores e muito dedicados. Nesta retrospectiva, não me recordo de nenhum episódio que tenha me marcado negativamente. Pelo contrário, tenho boas lembranças, principalmente de alguns professores que, ao longo de minha vida escolar, deixaram suas marcas pelos bons exemplos que deram, mais talvez do que pelas boas aulas que possam ter ministrado. Nesse percurso algumas disciplinas e alguns conteúdos não traziam uma função importante ou necessária, digamos social para termos o desejo de aprender. Aprendíamos, mas sem um significado ou sentido explicito. Tenho lembranças da aluna que fui. Não muito brilhante, dessas que todos os professores elogiam e desejam ter em suas aulas. Também não fui daquelas que causam problemas com indisciplina ou desinteresse. Fui uma aluna responsável, que jamais se atrasava ou faltava às aulas, sentava sempre na frente para não perder nada e não desviar minha atenção, aliás, como até hoje. Tirava boas notas e era muito estudiosa; “caprichosa” como diziam os professores em reunião de pais. Elogiada pela família pelo desempenho escolar, não me lembro de precisar de ajuda nos estudos e nas lições. Caminhava com autonomia, responsabilidade e tinha prazer nos estudos. Ir à escola era uma atividade que fazia com grande prazer. Não entendia porque tínhamos que decorar a tabuada, os nomes das capitais dos estados brasileiros, o vai um da conta de mais, mas questionar não era permitido. Às vezes nossas perguntas eram respondidas, mas não satisfaziam nossas dúvidas e curiosidades. As respostas mais comuns eram: um dia você vai entender, ou ainda, mais tarde você vai precisar deste conteúdo. Então obedecíamos. Acredito que, hoje, a educação não lance mais mão de atitudes tão extremas como aquelas que vivi, embora ainda reinem, nos ambientes escolares, práticas pedagógicas autoritárias. Volto novamente a minha infância e lembro-me de uma das minhas brincadeiras preferidas: “brincar de escolinha”. Eu era a professora, minha lousa – uma porta verde e velha que ficava no quintal. Com os tocos de giz, que recolhia às escondidas do chão da classe, “fazia” minhas aulas. As bonecas enfileiradas eram os alunos, algumas eram inteligentes, havia também as bonecas indisciplinadas que não gostavam de estudar, também as que tinham dificuldades para aprender, para estas eu dava muita atenção. A partir das brincadeiras imaginárias em que, ao “ser professora”, reproduzia situações reais que vivia no cotidiano da escola, fui construindo e delineando o meu modelo de docente. Morávamos num condomínio fechado, muito seguro e tranqüilo. Eram muitas famílias, cada uma com dois ou três filhos, então a rua sempre estava repleta de crianças de todas as idades. Brincávamos todas as tardes nas ruas, o tempo naquela época demorava a passar. Éramos felizes. Conhecíamos pelos nomes todos os funcionários que cuidavam da conservação das casas, gramas e jardins. Naquele tempo não havia muita rotatividade de funcionários, por isso muitos deles acompanharam nosso crescimento, fizeram parte de nossas histórias por um bom tempo. Recordo-me com certa nostalgia daquela época, e na memória me vem a figura de um pintor, o Senhor Tiago, que sempre ao passar por minha casa via-me muitas vezes brincando no quintal de escolinha e aí sorridente ele dizia: Oi professorinha! E eu respondia orgulhosa: Olá, Seu Tiago! Como que dizendo: sou mesmo professora. E me sentia muito importante com aquele título. Assim como a brincadeira, a escola também teve um grande significado em minha vida. As marcas deixadas por alguns professores influenciaram a minha prática. Iniciei a docência numa escola particular, como professora de educação infantil. Então, agora eu era professora de verdade, não de bonecas – os meus alunos imaginários agora eram reais. Minha primeira turma era de crianças entre três e quatro anos. Estávamos no ano de 1982. Ainda recém formada, cheia de ideais, mas já vivenciando o conflito de tudo que havia aprendido na academia e o que vivenciava no espaço de trabalho – a escola. A dicotomia entre teoria e prática se fazia sentir no início de minha carreira. Havia em mim um sentimento de desamparo, que me acompanhou durante um bom tempo, principalmente no início de minha profissão. Faltavam apoio e orientação, para quem estava chegando e pouco sabia da prática escolar. A descoberta dessa prática foi um processo solitário, em que não havia troca de experiências e pouco diálogo entre os professores e equipe pedagógica. A escola era organizada de modo bastante hierárquico, uma estrutura muito rígida de poder, que não permitia a participação de professores ou funcionários. Não participávamos das decisões, apenas executávamos os planejamentos impostos. Já nessa época sentia falta de partilhar saberes e refletir com o grupo sobre as dificuldades que enfrentávamos no processo ensino- aprendizagem. Éramos cobrados pelos resultados, mas não sabíamos bem o quê e como deveria ser feito. Cada um fazia a sua parte, à sua moda e tocávamos em frente. Nessa etapa de minha vida, aprendi a ser mais questionadora, tinha desejo de saber como poderia ensinar melhor, como as crianças aprendiam, ou porque não aprendiam. Com esse desejo de saber e fazer melhor o que tinha que ser feito fui buscar informações e conhecimentos para a minha nova profissão – ser professora era um desafio ainda solitário. Acredito que essa paixão pelo estudo e pela profissão despertou-me para novos desafios e abriu-me novas oportunidades de trabalho. A ousadia pelo novo, pela descoberta foi me levando para outras oportunidades na área educacional. Algum tempo depois, ainda início dos anos 1980, estava atuando como professora do ensino médio, turmas de magistério. Aqui me encontrei. Ser professora de futuros professores me proporcionava imensa satisfação e realização. Era um sentimento que misturava responsabilidade e prazer – um compromisso com a educação que se multiplicava a cada novo encontro com as turmas de alunos, em sua maioria alunas. Mais algum tempo e lá estava eu, agora como coordenadora pedagógica na educação infantil, na mesma escola em que atuava como professora de magistério. Estávamos em meados da década de 1980 e nessa escola tive a oportunidade de coordenar a implantação do Ensino Fundamental e mais tarde do Ensino Médio. Em seguida à implantação dos cursos assumi a função de diretora e por muitos anos conciliei os cargos de coordenação e direção numa escola pequena, que crescia ano a ano. Foram 12 anos atuando na mesma escola. Posso dizer que cresci com ela, aprendi muitas coisas com os colegas de trabalho e acredito que deixei, ao sair, boas lembranças e trago comigo muitas recordações e experiências. As exigências eram muitas e os desafios acompanharam-me por todo o percurso. Nessa época, as trocas e os conhecimentos partilhados no espaço de trabalho se faziam presentes, ainda que timidamente, no cotidiano das nossas relações: com os alunos, pais e professores, proporcionando-me crescimento pessoal e profissional. Outros 13 anos foram vividos na coordenação e direção de outra escola particular na região da zona sul de São Paulo. Esse trabalho teve início em 1994 e atravessou toda a década de 1990 chegando em 2007. Mais recentemente, em 2004, assumi a função de professora no Curso de Pedagogia numa faculdade que estava por formar sua primeira turma de pedagogos. Digo que esse convite para a docência no ensino superior foi um presente, um desafio que me lançou em direção a novas perspectivas, impulsionando-me a buscar nos estudos e na pesquisa os conhecimentos que possibilitassem uma atuação profissional de melhor qualidade e competência. Fui então, em busca do mestrado em educação, no qual acreditava ter a chance de aprofundar-me nas questões educacionais e refletir com mais rigor sobre a prática docente. Nessa trajetória, principalmente nos anos 1990, sentia-se o vento soprando para outros cantos. Um outro momento se anunciava no cenário econômico, político, social e educacional. Vivíamos a segunda etapa das reformas educacionais e com a promulgação da nova L.D.B., ainda que no espírito de uma concepção neo-liberal, propunha-se às escolas uma “autonomia” mais concreta, principalmente no aspecto pedagógico. A L.D.B “anunciava” às escolas liberdade e responsabilidade para elaborar a sua proposta pedagógica, incluindo currículo e organização escolar e, aos docentes, a incumbência de zelar pela aprendizagem de seus alunos. Na nova lei chama-se atenção para a importância do papel da aprendizagem. Parece perder força, assim, tanto no ensino fundamental quanto no médio, pelo menos no discurso dos documentos oficiais, a concentração da importância no ensino e na aquisição de conhecimentos enciclopédicos. Desse modo, contextualização e interdisciplinaridade eram as palavras-chave para a mudança: ensina-se para construir habilidades e competências. A construção da proposta pedagógica, que pressupõe momentos de reflexão coletiva, ganha importância vital para a escola. Esse momento impunha-nos a necessidade de refletir sobre o trabalho que vínhamos realizando na escola. Assim, buscar com a equipe docente soluções e alternativas para os problemas que enfrentávamos no processo de ensino-aprendizagem era fundamental e urgente. Junto com a reflexão sobre a nossa prática vieram dúvidas, incertezas, mas também respostas que nos ajudavam a enfrentar e superar as dificuldades e os limites que a prática docente nos impunha. Nesse cenário de mudanças tivemos que enfrentar muitos e novos desafios e buscar as possibilidades para um trabalho melhor, preocupação que até hoje trago em meu trabalho junto a comunidade escolar. Daí, pensar e refletir sobre a própria prática pedagógica, sob um novo olhar: o que estamos fazendo, com quais objetivos e intenções tornou-se muito importante para que pudéssemos entender o que precisávamos mudar. Procurei no exercício de minhas funções, enquanto coordenadora e diretora pedagógica, viabilizar a participação do coletivo escolar para que assim construíssemos o projeto pedagógico de nossa escola e desse modo pudéssemos consolidar um trabalho de melhor qualidade. Nessa trajetória, a preocupação com o acompanhamento e orientação do trabalho docente sempre esteve presente no exercício de minhas funções. Refletir com a toda a equipe sobre os problemas e desafios que se apresentam no processo ensino-aprendizagem e buscar as alternativas mais adequadas para cada situação sempre exigiu esforço, dedicação e trabalho conjunto, sobretudo questionamentos, seja enquanto professora, seja como diretora e coordenadora pedagógica. Procurando superar os limites que se impõem no espaço escolar e as dificuldades que se apresentam no processo educacional, ao longo desses anos, tenho buscado alternativas de trabalho que tornem o espaço escolar um espaço privilegiado para a reflexão docente. Desenvolvo meu trabalho procurando oferecer e dar oportunidade a todos os segmentos da escola de: falar, ouvir, dialogar, sonhar e planejar. Mas não tem sido tarefa fácil, muitos são os limites e dificuldades que se colocam na instituição escolar. Olhar a minha prática, refletir sobre ela, percebê-la como uma tela que a cada momento precisa ser recriada, complementada, resignificada, é ao mesmo tempo estimulante e frustrador. É estimulante justamente porque somos convidados a sempre buscar parceiros, sejam eles teóricos ou práticos, que nos ajudem a enfrentar os desafios cotidianos; a consciência de inacabamento nos lança em busca de novos conhecimentos, de novas possibilidades de um fazer pedagógico com mais qualidade. E frustrador porque lidamos com os conflitos de várias naturezas que decorrem da diversidade e da subjetividade das pessoas; e também com as condições nem sempre favoráveis do contexto escolar e da sociedade. Mas, na verdade, esses conflitos também nos provocam a trabalhar para conseguir uma intervenção criadora. Acredito que a escolha do olhar que estarei lançando em minha investigação sobre o tema “a reflexão do docente sobre sua prática”, entre os tantos olhares possíveis na construção da competência docente, tenha também relação com a minha própria história. O interesse que me trouxe até aqui foi querer investigar e refletir como se dá a reflexão do docente sobre sua prática no contexto coletivo, entendendo que essa reflexão é também um momento de construção da própria identidade do professor. Segundo Nóvoa (1992, p.16), a identidade não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e conflitos, é um espaço de construção de maneiras de ser e estar na profissão. [...] A construção de identidades passa sempre por um processo complexo graças ao qual cada um se apropria do sentido da sua história pessoal e profissional. É um processo que necessita de tempo. Um tempo para refazer identidades, para acomodar inovações, para assimilar mudanças. No Programa de Mestrado em Educação, minha grande meta foi aprofundar a reflexão sobre o tema que escolhi e encontrar nos estudos e na pesquisa novas possibilidades de caminhar para um aprimoramento de meu trabalho. Estudar e investigar a reflexão do docente sobre sua prática no contexto escolar e buscar compreender como essa reflexão, tanto na dimensão individual como coletivamente, pode colaborar com o fazer docente, permitindo-lhe um alargamento da consciência e a construção de um trabalho de melhor qualidade, foi o meu desafio.



Os Modelos Pedag Gicos High Scope E Do Movimento Da Escola Moderna


Os Modelos Pedag Gicos High Scope E Do Movimento Da Escola Moderna
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Author : Mário Henrique Gomes
language : pt-BR
Publisher: Mário Henrique Gomes
Release Date : 2014-11-01

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Os modelos pedagógicos High/Scope e do Movimento da Escola Moderna são exemplos estruturados de intervenção na organização do trabalho com os alunos. Neste livro, são analisados ambos os modelos, que defendem a existência de momentos diários de trabalho diferenciado, de acordo com os interesses, necessidades, ritmos e estilos de aprendizagem, e dá a conhecer propostas concretas de intervenção.



Jogo De Poder Na Escola P Blica O Professor Em Xeque


Jogo De Poder Na Escola P Blica O Professor Em Xeque
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Author : Juliana Martins Pereira
language : pt-BR
Publisher: Editora Appris
Release Date : 2019-07-02

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A escola é um campo de conflitos constituído por indivíduos que exercem diferentes papéis interdependentes, suas ações influenciam e são influenciadas pelos outros a todo momento. Assim, acreditamos que professores estão imersos numa teia de interdependências que não lhes permite perceber com clareza as relações de poder a que estão submetidos. O professor se sente coagido pelas normas e regras de funcionamento da escola e não percebe que também exerce força coercitiva em relação ao outro, favorecendo práticas tradicionais escolares que impulsionam o desenvolvimento do mal-estar docente. Nesse sentido, a presente obra objetiva analisar a "coerção" da instituição escolar que ocorre entre governo do estado, equipe escolar, alunos e comunidade e as percepções de professores sobre a violência que permeia esse contexto. Participou do estudo um grupo de professores que leciona em escolas do interior paulista. Os autores adotados para dar suporte à discussão dos dados foram o sociólogo Norbert Elias e, complementarmente, o psicanalista Sigmund Freud. Assim, o livro que apresentamos discute, principalmente: a dicotomia indivíduo/sociedade evidenciada pelos professores; a dificuldade em se reconhecerem como corresponsáveis pelo difícil quadro da educação pública na atualidade; a mudança no equilíbrio de poder nas relações escolares; o estranhamento demonstrado pelos professores em relação ao comportamento de seus alunos e o "desejo" de que se enquadrem no comportamento correto idealizado. Além disso, as mudanças na legislação educacional e a sensação de estarem perdendo o controle sobre seu trabalho têm afetado sua identidade profissional.