Sob O Olhar De Um Poeta Vol 4


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Sob O Olhar De Um Poeta Vol 4
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2024-04-09

Sob O Olhar De Um Poeta Vol 4 written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2024-04-09 with Poetry categories.


Em “SOB O OLHAR DE UM POETA VOL. 4”, Marcos Avelino Martins, um autor prolífico com quase 5.000 poemas publicados e criador de séries renomadas como “OLYMPUS” (em 16 volumes com 300 poemas em cada), “EROTIQUE” (em 13 volumes com 50 poemas liricamente sensuais em cada) e “SOB O OLHAR DE UM POETA” (com 750 poemas publicados nos 3 volumes anteriores), nos convida novamente a mergulhar em sua vasta e profunda alma poética. Este, seu 148o livro, é um mosaico de emoções, um convite à reflexão sobre as nuances do amor, da perda, da esperança e da própria essência da vida, tudo sob a lente sensível e única do poeta. “A Poem Without a Final Rhyme” nos remete à fragilidade dos relacionamentos amorosos, à imprevisibilidade do amor que, como um poema, pode não encontrar seu verso final, deixando-nos em um estado de inacabamento e melancolia. Avelino habilmente condensa a complexidade dos sentimentos humanos em versos que ecoam a dor da perda e a beleza trágica do amor efêmero. “Alter Ego de um Poeta” revela a introspecção do autor, uma jornada de autodescoberta onde o poeta e seu alter ego se fundem. Através dessa narrativa poética, Avelino explora a dualidade do ser, a luta interna entre o eu idealizado e o real, entre o sonhador e o que vive as encrencas da vida real, mostrando a poesia como um refúgio, um meio de reconciliação de seus múltiplos eus. “Aos Poucos” é uma meditação sobre a mortalidade e o legado. Avelino nos confronta com a inevitabilidade do fim, mas também com a imortalidade através da arte. Seus versos são deixados como testemunhas de uma vida vivida com intensidade, amor e solidão, uma herança poética que transcende a existência física. “Apenas Magia” e “Apenas Mais Um destacam a efemeridade dos encontros amorosos e a profunda conexão que pode surgir mesmo em breves momentos. A magia do amor, capturada sob o luar ou em um simples telefonema, revela a capacidade do poeta de encontrar o extraordinário no ordinário, de ver o universo em um grão de areia. “Armadilha” e “Banjos” exploram as complexidades do amor e da inspiração. O amor é visto tanto como uma fonte de êxtase quanto de desilusão, capaz de inspirar a mais elevada poesia e, ao mesmo tempo, de secar a fonte criativa do poeta. A relação entre um poeta e um anjo, por outro lado, simboliza um amor quase divino, transcendental, que eleva o espírito e sustenta a ilusão poética. “Bom Dia, Meu Amor” e “Cadê o Amor Que Estava Aqui?” refletem sobre o cotidiano e a perda. O primeiro celebra o amor nas pequenas coisas, na rotina compartilhada que se enche de significado, enquanto o segundo lamenta a ausência, o vazio deixado pela partida do amor, mostrando a poesia como um meio de preservar as memórias e enfrentar a solidão. “Cantiga”, Captura” e “Clair de Lune” são exemplos da habilidade de Avelino em capturar momentos de beleza, desejo e tristeza. Seja na esperança de um retorno, na captura de um sonho ou na memória de um amor perdido, esses poemas são testemunhos da profundidade emocional e da sensibilidade poética do autor. “Como Fogo de Palha”, “Como uma Pluma” e “Cósmico” trazem-nos reflexões sobre a natureza efêmera do amor, a intensidade da paixão e a vastidão do sentimento amoroso. Avelino nos leva de um amor que se desvanece rapidamente a um amor tão profundo e intenso que parece flutuar, culminando na ideia de um amor cósmico, infinito, que atravessa o universo para encontrar seu objeto de desejo. “De Marte” nos confronta com o processo doloroso de desapego, uma metáfora para a eliminação de memórias e sentimentos que, embora outrora preciosos, tornam-se obstáculos em nossa jornada de cura e autoconhecimento. Avelino articula a complexidade de se desfazer dos vestígios de um amor, transformando a pessoa amada em uma “esquecida personagem” de seus poemas. “Descobertas” revela um processo de autodescoberta provocado pelo amor, onde o eu lírico se reconhece selvagem e poeta apenas na presença do ser amado. Este poema destila a essência da inspiração poética, encontrada na intersecção entre o eu e o outro, evidenciando como o amor pode ser a chave para desvendar nossa própria essência. “Doce Brisa” e “Doce Embriaguez” abordam a suavidade e a intensidade do amor, respectivamente. Enquanto o primeiro utiliza a metáfora de uma brisa que carrega desejos não ditos à amada, o segundo luta para encapsular a magnitude de uma paixão avassaladora em palavras, revelando a eterna luta do poeta em traduzir sentimentos em linguagem. “E Agora, O Que Fazemos?” e “Enquanto Eu Dormia” nos confrontam com a perda e a efemeridade da existência. O primeiro descreve o vazio deixado pela ausência do amor, enquanto o segundo, num tom apocalíptico, reflete sobre a fragilidade da vida e a perda súbita, ressaltando a impermanência de nossos sonhos e aspirações. “Espírito” e “Essa Indecifrável Solidão” exploram a conexão transcendental com o universo e a luta contra a solidão, respectivamente. Avelino nos lembra da capacidade da poesia de oferecer clareza e propósito em meio ao caos da existência, e de como a solidão, embora indecifrável, não é capaz de extinguir a chama da inspiração poética. “Esse Silêncio Excruciante” e “Esteta” refletem sobre a ausência e a busca pela beleza em meio à dor. Avelino captura a agonia do silêncio após a partida de um amor, ao mesmo tempo em que celebra a persistência do poeta em encontrar beleza, mesmo nas profundezas da tristeza. “Eu Te Conheço de Cor” e “Expulsa de Mim” destacam a intimidade e a complexidade dos relacionamentos. O conhecimento profundo do outro, transformado em poesia, coexiste com a ambiguidade dos sentimentos pós-relacionamento, onde a memória do ser amado permanece, apesar da separação. “Fábrica de Sonhos” e “Foi de Repente” nos lembram da capacidade da mente de criar realidades alternativas e da natureza súbita e transformadora do amor. A poesia de Avelino é um convite para reconhecermos a magia do cotidiano e a força transformadora dos encontros. “Fotogênica” e “Fugidia” abordam a beleza efêmera e a natureza volátil do amor e da inspiração. A beleza capturada em versos contrasta com a dor da separação, ilustrando a dualidade da experiência poética. “Furacões”, “Gatilho”, “Gestos de Amor”, “Gostosuras ou Travessuras?”, “História Triste”, “Histórias Surreais”, “Identidade” e “Indelével” são poemas que, cada um à sua maneira, tecem uma rica tapeçaria de emoções humanas, explorando a força do olhar, a memória, a generosidade do amor, a paixão, a reflexão sobre finais, a criação de realidades alternativas, a busca por autoconhecimento e a permanência da memória emocional. “Interlúdio” reflete a dança entre a atração e a indiferença, capturando a essência do desejo não correspondido e da busca constante por um amor que permanece inatingível. Avelino articula com maestria a complexidade dessa dinâmica, onde a indiferença do objeto de desejo serve tanto de atração quanto de distração, mantendo o eu lírico em um estado de anseio perpétuo. “Irredutível” nos confronta com a natureza persistente da memória e do amor, explorando a dificuldade de expurgar alguém que se entranhou profundamente em nossas vidas. A imagem da aranha tecendo suas teias através dos pensamentos e memórias ilustra vividamente a luta para libertar-se da influência persistente de um amor passado. “Janelas da Solidão” abre as cortinas para a beleza que pode ser encontrada na solidão, onde a brisa da primavera e suas flores coloridas trazem renovação e esperança. Avelino nos lembra de que, mesmo nos momentos de isolamento, existe a possibilidade de transformação e crescimento pessoal. “Lamento por uma Flor Congelada” e “Lampejo” contrastam a beleza efêmera da natureza com a profundidade do desejo humano. Enquanto o primeiro lamenta a perda trágica de uma beleza natural, o segundo explora a tentativa de despertar o desejo adormecido em outro, evidenciando a complexidade das relações humanas e a busca por conexão emocional. “Leva-me” e “Lira” são convites à intimidade e à expressão poética do amor. O primeiro é um apelo para compartilhar todas as estações da vida, enquanto o segundo reflete sobre as memórias de um amor passado que ainda alimenta a criatividade do poeta, mostrando que mesmo os amores que não despertam mais paixão podem fornecer combustível para a arte. “Mágica” destaca a capacidade do amor de inspirar atos de coragem e loucura, enfatizando a ideia de que o amor é uma força poderosa que pode motivar a superação de obstáculos aparentemente insuperáveis, enquanto “Melodia de Amor” celebra a voz do ser amado como uma fonte de inspiração e sonho, reiterando o tema recorrente da obra de que o amor é uma musa eterna para o poeta. “Membrana” e “Memórias que Não Aconteceram” abordam a finalidade das relações e a natureza ilusória da memória, respectivamente. O primeiro poema trata da dor do adeus definitivo e da aceitação de que o fim chegou, enquanto o segundo explora a saudade de momentos e histórias que nunca realmente ocorreram, destacando a capacidade humana de se apegar a fantasias não realizadas. “Meteórico”, “Momentos e Eternidades”, e “Mundo Onírico” refletem sobre a natureza transitória do amor, a relatividade do tempo, e a tendência do poeta de viver entre a realidade e a fantasia. Avelino nos leva a questionar nossas próprias percepções de tempo e realidade, sugerindo que a verdadeira essência da vida pode ser encontrada na capacidade de sonhar e amar. “Na Primeira Vez em Que Te Vi” e “Não Me Atrapalhe!” ilustram o impacto transformador do amor à primeira vista e a urgência do poeta em capturar a essência da vida através da poesia. Estes poemas ressaltam a importância de seguir nossa paixão e criatividade, independentemente dos obstáculos. “Naquele Mesmo Lugar”, “Narrativas”, “Nas Primeiras Horas”, “Nem o Roteiro”, “No Escuro do Cinema” e “No Fundo de um Verso” variam entre a reflexão sobre lugares marcados pela ausência, a inevitabilidade de contar histórias tristes, a busca por fé e alegria, a perda de um amor cinematográfico, a intensidade de um primeiro beijo, e a descoberta contínua de novas dimensões na poesia. Juntos, esses poemas tecem uma exuberante tapeçaria de experiências humanas, explorando a dor, a perda, a esperança, e a beleza eterna encontrada na expressão poética. “Noites Silenciosas” reflete sobre a introspecção e a busca incessante por respostas às grandes questões da vida, uma jornada solitária que se desenrola sob o manto da noite. Avelino explora a natureza humana, marcada por dúvidas e incertezas, convidando o leitor a compartilhar de sua reflexão sobre a existência. “Nosso Amor” e “Num Crescendo” celebram a força e a beleza do amor, ressaltando a capacidade deste sentimento de transcender a monotonia do quotidiano e de inspirar a criação poética. Avelino capta a essência do amor romântico, transformando-o em fonte de inspiração e energia criativa. “Num Mundo Sem Você” expressa a angústia da perda e a dificuldade de imaginar a vida sem a presença do ser amado. Este poema destaca a importância das relações humanas e o impacto profundo que elas têm sobre nossa existência e nossa capacidade de encontrar beleza e significado no mundo. “O Brilho em Teu Olhar” e “O Dia em Que Fizemos Contato” exploram a conexão mística e a revelação que o amor pode trazer, ilustrando como os momentos de encontro e reconhecimento mútuo são capazes de transformar vidas. Avelino nos lembra da magia contida nos instantes de conexão verdadeira. “O Dom da Vida” reflete sobre a beleza e a fragilidade do mundo natural, bem como sobre a responsabilidade humana em preservar a vida em sua diversidade e abundância. Este poema é um lembrete da maravilha que é a existência e do cuidado que devemos ter com o nosso planeta. “O Fim da Busca” e “O Fim da Linha” abordam a jornada do poeta em busca de inspiração e o eventual reconhecimento de que as respostas ou a inspiração que buscamos muitas vezes residem nas pessoas e relações mais próximas a nós. Avelino celebra o amor e as relações humanas como fontes supremas de inspiração poética. “O Giro da Ampulheta”, “O Poema Mais Lindo” e “O Tempo que o Relógio Perdeu” refletem sobre a natureza efêmera do tempo e a urgência de viver e amar plenamente. Estes poemas destacam a importância de aproveitar cada momento, reconhecendo o amor como a mais alta expressão da vida. “O Último Barco”, “O Último Dia de Nós” e “Olhar” expressam a dor da separação, a resignação diante do fim e a admiração pela beleza do ser amado. Avelino navega pelas águas turbulentas da perda e do desenlace, mas, ainda assim, encontra espaço para a admiração e a reverência. “Onde Será?”, “Ontens Demais” e “Os Caminhos Por Onde Venho” são reflexões sobre a memória, a passagem do tempo e a jornada pessoal através da vida. Avelino nos convida a refletir sobre nossas próprias histórias, as escolhas que fazemos e os caminhos que nos levam a encontrar nossa voz única no mundo. “Para Onde Ele Foi?” reflete a onipresença divina nas pequenas manifestações do cotidiano e na natureza, sugerindo uma conexão espiritual que transcende o visível. A poesia de Avelino aqui nos lembra da importância de encontrar o sagrado nos momentos simples da vida. “Para Sempre Esquecidos” e “Para Todo o Sempre” são poemas que lidam com a dualidade da memória e do esquecimento. Enquanto o primeiro aborda a dor da perda e o vazio deixado pela ausência, o segundo explora a ideia de memórias de vidas passadas, sugerindo uma conexão que transcende o tempo e a lógica, uma espécie de amor eterno que persiste além da existência física. “Passado e Futuro” apresenta a poesia como uma fuga das dores do amor, transportando o poeta para mundos fantásticos. Este poema reflete a capacidade da arte de servir como refúgio e meio de processar sentimentos complexos. “Passagem para a Saudade” nos fala da companhia e do amor incondicional dos animais, que mesmo diante da dor e da perda, oferecem conforto e entendimento, um tema que ressoa profundamente em tempos de isolamento e introspecção. “Personagem” e “Personagens Sem Nome” demonstram a habilidade de Avelino em criar figuras que, embora fictícias, são profundamente humanas e relativas. Esses poemas exploram a ideia de que todos nós somos, de certa forma, personagens em constante evolução, vivendo histórias que às vezes parecem não ter início nem fim. “Pintura Poética” e “Poema em ’‘V’ No 14” ilustram a beleza da criação artística, seja ela através da pintura ou da poesia. Avelino nos lembra que a arte é uma forma poderosa de expressão e conexão, capaz de evocar sentimentos e memórias profundas. “Presente , “Quarentena , e “Receituário” tratam da gratidão, do isolamento e da cura que o amor e a poesia podem oferecer. Nestes poemas, a poesia é vista como um remédio para a alma, capaz de trazer luz e esperança mesmo nos momentos mais sombrios. “Reunião de Almas e “Sempre Foi Ela celebram o amor como uma força curativa e transformadora, capaz de unir almas e curar traumas passados. Avelino nos mostra que o amor verdadeiro tem o poder de mudar destinos e inspirar a mais bela poesia. “Sinfonia”, “Só Por Um Instante”, “Só Resta Um”, “Sóis Distantes”, “Sua Presença Invisível”, “Tântricas Artes”, “Tão Feliz” e “Tão Linda Como Um Sonho” são poemas que, cada um à sua maneira, exploram diferentes aspectos do amor, da paixão, da solidão, da busca espiritual e da admiração pela beleza. Juntos, formam um mosaico de emoções e reflexões que caracterizam a jornada humana. “Tua Palavra” reflete uma profunda conexão espiritual e uma busca pela sabedoria divina, onde a poesia se torna um meio de expressão da fé e da gratidão pela capacidade de enxergar o mundo através de um olhar poético. Este poema nos lembra da importância de cultivar valores como a compaixão e a verdade em nossas vidas. “Tudo Vira Poesia” é uma celebração da beleza que nos rodeia, uma ode à capacidade do poeta de transformar o cotidiano em arte. A magia da noite silenciosa e o poder do silêncio como fonte de inspiração são exaltados, revelando como a poesia nasce da observação atenta e da sensibilidade à beleza do mundo. “Turbilhão” nos apresenta a intensidade do desejo e a paixão avassaladora, expressando a luta para não perder o ser amado. Este poema destaca a dualidade do amor, capaz de iluminar as “cavernas” da existência e ao mesmo tempo provocar um medo profundo de solidão. “Um Dia Como Nenhum Outro” explora a ideia de um amor transformador, capaz de inaugurar uma “nova lenda” na Terra. A poesia de Avelino aqui se torna profética, antevendo um futuro onde o amor e a arte têm o poder de mudar o mundo. “Um Fogo Que Se Apagou” e “Um Grito Preso na Alma” abordam a dor da perda e a busca por alegria e inspiração após o fim de um amor. Estes poemas refletem sobre o vazio deixado pela ausência e a luta para reencontrar a própria voz. “Um Legado” é uma reflexão sobre a imortalidade da arte e a importância dos poemas como “remédios para a alma”, contrapondo o valor espiritual da poesia à materialidade do mundo. Avelino nos lembra de que sua obra é um convite à reflexão, não limitada por padrões ou regras. “Um Lugar Chamado Nunca” e “Um Pássaro” contrastam a desilusão com a esperança. Enquanto o primeiro poema descreve um mundo onde sonhos e promessas não se realizam, o segundo encontra na simplicidade da natureza um sinal de confiança e paz. “Um Piano Sobre o Mar”, “Um Poema Louco”, “Um Quarto Sem Janelas”, e “Um Remédio Contra Melancolia” exploram temas de amor incondicional, busca por respostas, solidão e luta contra a tristeza. Cada poema, à sua maneira, revela a complexidade das emoções humanas e a busca incessante por cura e compreensão. “Uma Canção Triste”, “Uma Dose Monumental de Silêncio”, “Uma Foto Antiga”, “Uma Única Vez, Nada Mais”, “Veleiro”, “Vestígios”, “Visões do Futuro”, e “Você Se Lembrará de Mim?” são reflexões sobre memória, saudade, viagens (tanto físicas quanto emocionais), o impacto do passado no presente, e a incerteza sobre o futuro. Avelino habilmente tece uma tapeçaria de sentimentos e experiências que definem a condição humana. “SOB O OLHAR DE UM POETA VOL. 4” é uma obra que desafia o leitor a contemplar a complexidade dos sentimentos humanos, a beleza da vida e a inevitabilidade da morte, tudo através da lente poética de Marcos Avelino Martins. É um convite a mergulhar nas profundezas da alma humana, a reconhecer a poesia nas experiências diárias e a encontrar consolo, inspiração e beleza nas palavras de um poeta verdadeiramente incomparável. Este livro é um legado poético que permanecerá como um farol de inspiração e esperança para todos aqueles que buscam compreender a profundidade e a complexidade do coração humano. Alguns trechos: A POEM WITHOUT A FINAL RHYME Love affairs may come impossible, Without warning they can suddenly die, Mutual defects become visible, While secret tears come rolling by... Our runaway car advanced the light, In this story that lost its way, Here condensed in a lapse of time, A sadness that cries in the night, About this love that suddenly turned away, A broken poem without a final rhyme.. ALTER EGO DE UM POETA E continuo contando as histórias Desse personagem esquisito, Que vive sonhando, como se fosse um poeta, Mas, pensando bem, talvez o seja mesmo, Pois esse personagem de minhas histórias, Que vive se metendo em encrencas, Por se meter com quem não devia, No fundo não passa de meu alter ego... AOS POUCOS Quando terminar o processo de desmonte, Estarei à espera da derradeira morada, Com os olhos perdidos no horizonte, Esperando a morte explodir minha estrada. Então, de mim só restarão os meus versos De amor ou de solidão, Que não levarei para outros Universos, E nem para o meu pobre caixão. APENAS MAGIA Era apenas magia O que nos juntou Por alguns instantes, Sob o luar cheio de Poesia, Quando você me beijou, Insólitos amantes, Por algum motivo reunidos, Sem explicação, APENAS MAIS UM E você sabe que basta um telefonema Para lhe retribuir com um poema No qual eu afinal lhe confesse Que ver você me enternece, E que por você sou apaixonado E que sonho em tê-la ao meu lado Para sempre e mais um dia, Para realizar o legado da Poesia. ARMADILHA E agora, depois que nos amamos por horas, Desmaio e durmo como se tomasse remédio, E não desperto nem com a luz das auroras, E longe de você, quase morro de tédio! O que foi essa magia que você me lançou? Se em lugar dos sonhos, vem esse torpor, E sem eles, a minha imensa inspiração secou, Será que é este o enorme preço do amor? BANJOS E navegaremos na imensidão dos céus, As estrelas refletidas em tuas lindas asas, E o Paraíso nos desvendará os seus véus, Em noites profundas ou em águas rasas. E enquanto o amor sustentar essa ilusão, A Poesia será testemunha desse arranjo, Seres diferentes unidos pelo coração, Num impensável amor entre um poeta e um anjo. BOM DIA, MEU AMOR Não tem como nada dar errado Quando o dia assim se inicia, Ganhando esse abraço apertado E um beijo carregado de Poesia... E à noite, quando chego para te ver, Jogas-te em meus braços, cheia de saudade, Como se só depois de anos me pudesses rever, Nesse nosso sonho, de mãos dadas com a felicidade... CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? Repasso na tela de minha mente Inúmeras cenas de um filme lindo, Repletas de um amor quase demente, E que, por causa disto, agora é findo... O meu último e solitário poema Jaz quieto em um canto, mudo, Nessa triste sessão de cinema, Pois ela se foi, e isto é tudo... CANTIGA Perdido nesse dia todo ao contrário, Sonhando que a saudade te traga de volta, E, nesse mundo imaginário, Nada mais me revolta... Pois a Poesia virou minha amiga, E assim posso sonhar acordado, Enquanto componho esta triste cantiga, Que um dia estejas de novo ao meu lado. CAPTURA Capturei uma onda que explodiu Na praia onde o mar me banhava, gentil, Enquanto sonhava que um dia me ligarias Convidando-me a dividir contigo meus dias... Capturei a essência do sonhar Só para contigo devanear, E agora acordar não mais quero, Porque para ti não passo de um zero CLAIR DE LUNE E nesses devaneios que a noite ampara, No velho espelho no topo da escada, Vejo em meus olhos a verdade crua... E a tristeza então se escancara, Por minha alma, despedaçada, Pois minha alegria era gêmea com a sua... Choro a olhar sua imagem, que me é tão cara, Numa última foto, já tão apagada, Sorrindo-me com amor, eternamente linda e nua. COMO FOGO DE PALHA Perdoe-me pela tristeza infinita Pela nossa imprevista desdita Que nos meus versos às vezes desenho Sobre essa paixão que já não tenho Pelas minhas tantas horas ausente Adiando o fim que você pressente Pelas vezes em que minto Sobre o sentimento que já não sinto COMO UMA PLUMA Quando se leva o amor para a cama, Vive-se um roteiro de cinema, A paixão entra num clima O amor mútuo no olhar assoma, E das tristezas, não resta nenhuma! E, no ardor dessa chama, Ficar longe torna-se um problema, E não há palavra que exprima O amor que se entranhou no genoma, Durante um beijo numa banheira de espuma! CÓSMICO Meu amor é cósmico, E atravessou o vácuo das estrelas Para soprar em seus ouvidos E se revelar a você, Que nem ouviu seus ecos E os ignorou, Sem sequer perceber A cauda de um cometa errante, Que atravessou quase toda a galáxia, E escondeu-se em minha Poesia... DE MARTE Então, apaguei do celular o seu contato, E a excluí de minhas redes, Deletei até a última mensagem, Já não tenho de você nem mais um retrato, Esqueci de nossos momentos entre quatro paredes, De meus poemas, você é só uma esquecida personagem. DESCOBERTAS Eu me descobri selvagem, Mas selvagem nunca fui, Exceto em tua cama! Eu me descobri poeta, Mas poeta eu nunca fui, Mas tu, és a própria Poesia! DOCE BRISA Doce brisa Que sopra suave A se lamentar Em meus ouvidos Diga a ela por favor Que um dia precisa Abrigar minha nave Em seu hangar Dos sonhos perdidos Por causa do amor DOCE EMBRIAGUEZ Mas como descrever em palavras essa paixão, Como te fazer entender esse amor que me atordoa, Como traduzir esse amor tão raro em um milhão, E transformar num poema essa dor que me magoa? E AGORA, O QUE FAZEMOS? A Poesia que havia me abandonou, Pois era em ti que ela morava, Saudade e solidão, eis o que me restou, Nesta casa onde teu riso me encantava! Somente o teu fantasma habita esta casa vazia, Tropeçando nos móveis, derrubando cristais, Soprando em meus ouvidos, nesta sala tão fria, Que teu perfume não preencherá nunca mais. ENQUANTO EU DORMIA Não pude dar um beijo em minha amada, Que ao meu lado dormia, inocente, Com sua linda cabeleira abandonada Sobre o travesseiro, em seu sono pungente, E nem pude ver o que aconteceu com ela, Pois em uma fração de segundo, não mais existia, Nada restara de mim, depois que abri a janela, Foram-se meus sonhos, minha Poesia, Junto com outros 7 bilhões de seres humanos, Que se esfarelaram, naquele inferno radioativo, ESPÍRITO Nesse estranho estado de hipnose, O Criador me adotou num processo de osmose, Lembrei-me de coisas que já havia esquecido, E como por mágica tudo pareceu fazer sentido! Foi assim que, numa grande catarse, Minha inspiração explodiu sem disfarce, E ousei descrever num único verso Todos os inexplicáveis mistérios do Universo! ESSA INDECIFRÁVEL SOLIDÃO ssa indecifrável solidão Que me espiona através dos espelhos, Já respirando através de aparelhos, Ouve essa minha entrecortada respiração, E ouso imaginar que ela me entende, Mas ainda bem que a minha inspiração, Que jamais se exila na imensidão, A essa maldita solidão não se rende, ESSE SILÊNCIO EXCRUCIANTE Quantas vezes estivemos juntos, Trocando deliciosos assuntos Em absoluto silêncio, mas agora, Depois que você foi embora, Esse silêncio excruciante, esse nada, Não me ensina a enfrentar a madrugada, Apertando-me como um torniquete, Nessa ausência que me puxou o tapete, ESTETA Um poeta É um acurado esteta Sempre a procurar a beleza Onde ela nem mesmo existe Mas com crises monumentais de tristeza Por isto às vezes escreve o poema mais triste Capaz de tirar até pica-pau do oco Mas logo a alegria vem e dá o troco E escreve um poema para a sua amada No qual trabalha durante toda a madrugada E no qual sua alma imerge E só então nos sonhos submerge Nos quais navega por outros mundos EU TE CONHEÇO DE COR Eu te conheço de cor, Cada centímetro da tua pele, Tornas meu mundo melhor, Mesmo que eu não te revele. De nosso amor, dou testemunho Em cada poema que escrevo, Sem precisar de rascunho, Com os olhos da alma te descrevo. EXPULSA DE MIM Nosso relacionamento não deu certo, Mas isto não significa que não deixou rastros, Mesmo se estiver sozinho no meio do deserto, Vejo o brilho de seus olhos, entre os astros... E segue pela vida essa dicotomia, Não se eu a esqueço ou se a recordo, Se você se entranhou em minha Poesia, E de seu rosto me lembro, quase toda vez que acordo? FÁBRICA DE SONHOS Meu cérebro é uma fábrica de sonhos Que nele fervilham, abundantes, Pedindo passagem para contarem histórias Fictícias, mas que às vezes parecem verdade. Fadas e unicórnios frequentam meus versos, Contracenando com bruxas e dragões, Num universo mágico que jamais existiu Em qualquer dos reinos do Sonhar, Mas criam vida através de meus dedos, FOI DE REPENTE E então eu a abracei, de modo pungente, Levantei o seu rosto meigo e a beijei, E, ao ver que me correspondia, Sabia que era amor, e pela vida inteira... Separamo-nos, sem palavras e afogueados, E você me olhou, desse jeito tão puro, Um brilho no olhar como há muito não via, Deixando-o ainda mais cheio de encanto... Então nos entreolhamos, perplexos e ruborizados, Você a me encarar, com um sorriso inseguro, Porque a amizade entre nós era tudo que havia, E perguntou, suavemente: por que demorou tanto? FOTOGÊNICA Tu se infiltraste em mim de forma orgânica, Com essa tua beleza tão fotogênica Embora fujas de mim da forma mais cínica, Mas minha paixão por ti nada tem de platônica, E te descrevo em meus versos de uma forma única! Em minha pele estás profundamente infiltrada, E em minhas células a tua lembrança envereda Gosto de ti de um jeito quase suicida, Estás presente em minha Poesia toda, E nunca me deixas, por mais que eu me iluda! FUGIDIA Da primavera em tua mão, A Poesia desabrochou, Intensa, cheia de paixão, E pela noite se espalhou! E eu, que a vi recitar assim, Espontânea e tão fugaz, Sofri, quando fugiste de mim, Deixando tua Poesia para trás... Nunca mais brotarão primaveras Tão exuberantes, ao meu alcance, Causando torpor até nas feras, Que te ouviram passar de relance... FURACÕES A força devastadora Desses furacões em teu olhar Arremessa pelos ares Minha verve sonhadora, Que vivia contigo a fantasiar, Pendurando tua foto em todos os lugares! GATILHO Uma doce reminiscência Atravessou a noite e seu negrume, E, como não explica a ciência, Trouxe-me de volta o seu perfume E reacendeu então um gatilho, Que há muito se apagara, E ensinou-me este triste estribilho, Abusando da rima mais rara... GESTOS DE AMOR Esses gestos de amor que me concedes Vêm de teu meigo e gentil coração, E, em troca deles, nada me pedes, Exceto um pouco de compreensão. Não sei o que fiz para te merecer, Se nada sou diante da tua grandeza, Mas eu te amo, mais do que possa parecer, Para sempre e mais um dia, com toda certeza. GOSTOSURAS OU TRAVESSURAS? Pois quem em perfeito juízo Leria um poema em formato de cometa, Que poderia subverter todo o planeta, Ou levar você a me convidar para jantar, Um encontro romântico sob a luz do luar, Numa noite de vinhos e queijos, Que terminasse em ardentes beijos, E talvez então eu descobrisse Que, por trás dessa sua meiguice, Esconde-se um vulcão quase ativo, Ativável por um beijo lascivo, Que, uma vez despertado, Espalha chamas para todo lado, E demora muitas horas para se apagar, Enquanto durar esse irresistível luar... HISTÓRIA TRISTE Nossa triste história de amor Chegou a um inesperado final Sem vencidos nem vencedores, Com um epílogo assustador, Apenas outra história igual Aos livros que falam de grandes amores, Que à passagem do tempo não resistem, E afinal se rendem à verdade inexorável De que o tempo é verdugo das paixões, HISTÓRIAS SURREAIS Algumas de minhas histórias Têm um lindo final feliz, Outras delas, nem tanto. Algumas são tristes memórias E deixaram alguma cicatriz, Mas outras, são cheias de encanto. De algumas, eu nem fui personagem, Embora narradas na primeira pessoa, Mas são apenas histórias inventadas, IDENTIDADE Sou como um paciente sem memória, Como um guerreiro sem glória, Como um livro sem história. Sou como a vida despedaçada, Como a tristeza escancarada, Como a alegria desperdiçada. Quem sou eu, afinal? Não sei, este poema chegou ao final, Pois sem você, eu não sou nada. INDELÉVEL Mas a ampulheta do tempo não para, E derrubou no chão aquela quimera, Que ainda hoje meus poemas inspira, Daquela doce paixão, avassaladora, Da qual sempre me lembro, com ternura! De minhas memórias, nunca apago Aquele beijo que me tirou o sossego, Daquele amor que tanto mexeu comigo, Acendendo entre nós dois um doce fogo, E o verbo amar, que sozinho ainda conjugo! INTERLÚDIO Vejo por todos os cantos Rastros dos teus encantos, Que me atraem, Mas que me distraem De meus objetivos, Do teu corpo cativos, Porém esse meu olhar magnético, A buscar teu desejo hipotético, Não adianta, pois para mim nem ligas, Com tua indiferença me intrigas, E assim vamos seguindo, IRREDUTÍVEL Tentei fazer um expurgo De você, dentro de mim, Mas de nada adiantou, Pois você continua aqui, Irredutível, inabalável, Como se fosse uma aranha, Espalhando suas teias Através de meus pensamentos, E até de minhas memórias, Estendendo seus tentáculos Até pelos meus pobres escritos, Aqui, sempre presente, Por mais que eu tente expurgá-la De minha contaminada Poesia... JANELAS DA SOLIDÃO Escancaro as janelas Da minha solidão Para receberem a brisa da Primavera, Com suas flores tão belas, Cores em profusão, Como esse ano ainda não houvera, E esse frescor no ar matutino Espanta para longe meus momentos infelizes, Apaga de mim esse trauma, Uma espécie de hino, Que em minha Poesia plantou raízes, Numa marca profunda, Imensurável, Que meus dedos profana, E minha alma inunda, LAMENTO POR UMA FLOR CONGELADA A rosa vermelha, Tão bela, divina centelha, Foi coberta pela geada, E morreu congelada, Num suplício, Em pleno solstício De inverno, E nesse meu caderno De poemas, Entre tantos outros temas, A rosa, Maravilhosa, Com a geada em volta, Causa-me revolta, Ao ver essa triste cena, Onde o coração da rosa gangrena, LAMPEJO Vejo em teus olhos um imenso desejo, Em tua alma tanto tempo represado, Que tento despertar com um gracejo, Para que enxergues o meu outro lado, Pois, como poeta, sempre tenho algum lampejo, E vislumbro em ti mágoa por um amor fracassado, Mas não percebes o olhar com que te dardejo, Para ti, não passo de um amigo afastado, E nunca notaste que é por ti que versejo, E cada poema que escrevo, está de ti carregado, LEVA-ME Leva-me contigo por todas as estações, Pelo calor do verão, pelo frio do inverno, Deixa-me ler cada uma das anotações Que escreveste sobre mim em teu caderno! Leva-me contigo para onde quiseres, Fazendo de meu amor teu porto seguro, Arranja em meu peito um lugar onde couberes, Fica junto comigo até o fim do futuro... LIRA Que lindas descobertas Fiz em tua boca vampira E entre as tuas pernas! E mesmo agora, que amor já não me despertas, Tenho memórias bastantes para alimentar minha lira E encher-me de Poesia, por essas noites eternas... MÁGICA Por teu amor cometi loucuras, Arriscando ir parar na cadeia, Meti-me em sinistras aventuras, Enfrentando feras durante a lua cheia. Desafiavas-me a provar o meu amor, E a todas as tuas provas eu me submetia, E, durante elas, versejava em teu louvor, Hipnotizado pela tua beleza, pura Poesia... MELODIA DE AMOR Tua voz é uma suave melodia Que docemente me leva A contigo sempre sonhar Quando teus olhos me fitam Voo nos braços da Poesia Que vejo a pulsar Nos mistérios que habitam No fundo de teu meigo olhar MEMBRANA Tudo o que havia a dizer já foi dito, Impossível colar corações contritos, Morreu na garganta nosso último grito, Nossos últimos poemas já foram escritos! Dê-me um último abraço, e depois, Gire a chave na porta sem olhar para trás, A partir de então, nunca mais haverá nós dois, Além das lembranças que a noite nos traz... MEMÓRIAS QUE NÃO ACONTECERAM Estou inebriado de memórias De coisas que jamais aconteceram, Tantas memoráveis histórias Que sequer ocorreram, Em qualquer de meus caminhos, Ou até de meus sonhos felizes, Que se encheram de espinhos, E ganharam tenazes cicatrizes... METEÓRICO Em um ambiente bucólico, No interior de um templo católico, Escrevi um poema melancólico, Cheio de um teor simbólico. Carregado de humor britânico, O poema deixou leitores em pânico, Com aquele pavor oceânico Por um amor quase nirvânico. MOMENTOS E ETERNIDADES A percepção do tempo É apenas relativa, O que para você é instantâneo, Para mim pode ser permanente. Algo que parece momentâneo, Pode durar para sempre, Pulsando em flashbacks, Que nunca terminam... MUNDO ONÍRICO Poetas vivem num mundo onírico, Onde vivem a fantasiar, Inventando histórias Ou aventuras sem limites, Que só existem em sua imaginação, Como se fossem personagens Em estranhos contos de amor, Onde a paixão extrapola a realidade, Mas o amor cedo fenece, Ou então, ao contrário, Vive para sempre, Em sucessivas reencarnações, Onde reencontram suas musas Que se perderam no passado, Ou que sequer existiram... NA PRIMEIRA VEZ EM QUE TE VI Na primeira vez em que te vi, Ouvi ao longe anjos tocarem trombetas, Saudando a tua passagem, E juro que até uma orquestra ouvi, Vi no céu passarem vários cometas, Eclipsados pela tua imagem! E, nesse encontro que tantas vezes revivi, Senti emoções indefiníveis, Sobre as quais jamais antes escrevi, Escaláveis em muitos níveis, Teu olhar derrubou minhas muralhas, Que vieram abaixo com estrondo, NÃO ME ATRAPALHE! Não me atrapalhe, Tenho urgência, Tantos sonhos para viver, Tantos poemas para escrever! Comigo não ralhe, Tenha paciência, Pois vivo sonhando, Tantos versos brotando Dessa fábrica de ideias Para delirantes plateias, Que não se cansam De ler esses poemas loucos NAQUELE MESMO LUGAR Naquele mesmo lugar, Onde havia você e eu, A tristeza veio morar, Pois o sonho se perdeu. E nessa história fugaz, Que tão pouco durou, Súbito, acabou o meu gás, Pois a Poesia me abandonou. E nesse conto infeliz, Que parecia tão bom, O destino assim o quis, Levar com você o meu dom. NARRATIVAS Meu destino parece ser contar Sempre alguma história triste Cuja narrativa me consome Sobre alguém que uma vez partiu Sem nunca mais um dia retornar Ou que já narro com algum despiste E sem jamais revelar algum nome De pessoas com um destino vil Cuja vida foi tão desperdiçada Aguardando com os seus olhos fixos No cais onde alguém um dia zarpou NAS PRIMEIRAS HORAS Nas primeiras horas do dia Elevo a Deus uma prece Para que você encontre a fé Que eu não soube lhe fazer abraçar E que reencontre a alegria Pois você é quem mais a merece Para que vire de vez a maré E acabe com essa sua onda de azar NEM O ROTEIRO Você me deixou quebrado Em incontáveis pedaços E do nosso amor de cinema Não se salvou nem o roteiro Hoje tudo ficou no passado E daqueles beijos e abraços Só me restou o último poema De um sentimento verdadeiro Pois o tempo inclemente passou Arrastando tudo como um torvelinho E entre nós de repente tudo mudou Espalhando destroços pelo caminho E onde havia dois hoje há quatro A tristeza foi só o que restou E de nossa paixão de teatro Só uma cortina rasgada ficou NO ESCURINHO DO CINEMA Nosso primeiro beijo Foi no escurinho do cinema, Sentados na última fileira, Numa sessão quase vazia, Mas nem me lembro do filme, Pois nem chegamos a assisti-lo, Porque aquele beijo se multiplicou, Criou raízes profundas No coração e na alma, E nossas mãos mal-comportadas Trocaram carinhos mútuos, Ardentes, reativos, Numa febre incontrolável, E tivemos que sair no meio da sessão, Para terminarmos o que começáramos, E aquela noite inesquecível Inspirou-me o primeiro poema... NO FUNDO DE UM VERSO Nessa incrível descoberta, No limbo entre a Poesia e o poeta, Novas canções eu concebo, Através de uma porta nunca antes aberta, Uma nova ilusão se completa, E, como nunca antes, percebo: Há novas portas, nunca antes vislumbradas, Que às tuas maravilhas me conduzem, Como jamais antes me conduziram, Através de nunca percorridas estradas, Onde teus olhos subitamente reluzem, Seduzindo-me como nunca antes me seduziram! NOITES SILENCIOSAS A noite cai lentamente, O Sol se escondendo no horizonte, E, nesse esplêndido poente, Uma pergunta surge em minha fronte, Enrugando-a por alguns momentos, Mas a resposta permanece pendente, Aguardando por mais argumentos Que clareiem mais um pouco minha mente, Cheia de perguntas sem respostas, E tantas outras mal respondidas, Pois minhas dúvidas continuam expostas, Aqui bem dentro de mim escondidas, Ruminando conceitos que exigem esclarecimentos, Que só receberam respostas incompletas, Deixando à baila dúvidas e loucos pensamentos, Nessas minhas noites de silêncios repletas... NOSSO AMOR Esse nosso amor é a coisa mais linda, Nesse mundo que perdeu a fantasia, Que apenas sobrevive em nós ainda, Nessa ternura que nos contagia... Ao cair da noite, nós nos abraçamos, Nessa bela paixão cheia de energia, E com enorme volúpia aplacamos O desejo que de novo se erguia, E nos abraçamos com nostalgia, Nessa sofreguidão que vem depois! Então dormimos, e ao nascer do dia, Vemos a manhã encher-se de magia Quando vê passarmos assim nós dois, De mãos dadas, junto com a Poesia! NUM CRESCENDO Por seu olhar, fui hipnotizado, E por algum tempo, guardei segredo, Mas descobri que isto não fazia sentido, Pois eu e você formamos um todo, E essa nossa sinergia é um caso de estudo! E pela vida, vamos mantendo essa chama, Que me inspirou este inflamado poema, Onde você é a minha mais doce rima, De amor encharcado, num enorme sintoma De que é o seu beijo que minha vida perfuma... NUM MUNDO SEM VOCÊ Se você de repente sumisse, E nunca mais aparecesse, Nem consigo imaginar como eu ficaria, Vagando só, nessa cidade corrompida, Onde tristeza é o que mais se vê, E só você é o que me faz sair da mesmice, Seria como um deserto onde nunca chovesse, Pois, sem você, a Poesia nunca mais voltaria, E, afinal, o que eu faria, pelo resto da vida, Num mundo sem você? O BRILHO EM TEU OLHAR As estrelas que em teus olhos brilham Chamaram minha alma para dançar, E com minha ilusão compartilham A Poesia desse incomparável olhar! Nesse cosmos em miniatura voam cometas, Pulsares imensos que atraem minha matéria, Circulam em volta de tuas pupilas lindos planetas, Piscam para mim asteroides de antimatéria! O DIA EM QUE FIZEMOS CONTATO Mas tarde, durante o jantar, também te expuseste, Dizendo-me que há algum tempo não tinhas ninguém, E eu te revelei que aquele último olhar que me deste Atropelou-me, como se fosse um desgovernado trem! Segurei tuas mãos firmemente, e com o olhar fixo nos teus, Confessei que te amava, desde a primeira vez em que te vi, E que teu amor, foi a única coisa que pedi para Deus, E que aquele momento, em sonhos mil vezes vivi... Beijaste minhas mãos, e as apertaste com ternura, E disseste que ainda não me amavas, mas um dia o farias, Pois o que viras em meu olhar, afinal era a cura Para a falta de amor que maltratava os teus dias... Milhares de dias se passaram, e ainda estás ao meu lado, E por ter teu amor, para sempre a Deus serei grato, Aqueles dias de tristeza e solidão ficaram no passado, Mas tudo começou no dia em que afinal fizemos contato! O DOM DA VIDA A Terra é um planeta de beleza indescritível, Cheio de vida linda e abundante, Com uma variedade de espécies incrível, Mas a que domina é a mais delirante. Deus nos deu tantas maravilhas, Que nunca fizemos por merecer, E ainda espalhamos por aqui tantas armadilhas, Em forma de bombas atômicas que nos farão perecer... O FIM DA BUSCA Subi à mais elevada montanha, Desci ao mais profundo abismo, Atrás da fonte dessa inspiração tamanha, E desse meu inusitado lirismo... Mas, quando regressei dessa busca E penetrei nos olhos de minha amada, Descobri da forma mais brusca, Que fora inútil a minha jornada! Pois, quando a abracei com saudade, E vi o amor com que me encarava, Percebi enfim essa escancarada verdade: A fonte de minha inspiração nela morava! O FIM DA LINHA O que havia para dizer já foi dito, Meus lábios quase se tornaram mudos, E meus olhos se cerram ante a beleza, Pois não tenho mais versos a escrever, O último poema já foi publicado... O que havia a narrar já foi descrito, Meus poemas se tornaram objetos de estudos, Num eterno conflito entre a alegria e a tristeza, E já não tenho mais palavras para descrever Todo o amor de Deus que tem me tocado... O GIRO DA AMPULHETA É tão pouco tempo que temos, E a cada vez em que nos vemos, Logo chega a hora de partirmos, E logo depois de nos despedirmos, Guardando a lembrança dos corpos colados, E estocando tantos beijos sufocados, Para a próxima sessão de sexo, No espelho a aplaudir teu reflexo, Esfusiantemente linda e nua, O POEMA MAIS LINDO Você, meu amor, É a estrofe mais perfeita Que meus lábios já beijaram, E o poema mais lindo Que meu coração escreveu... O TEMPO QUE O RELÓGIO PERDEU Em apenas alguns segundos, Tentei desvendar os seus mundos, E neles mergulhei de cabeça, Sem pensar nas consequências, Em presenças ou em ausências, Não importa mais o que nos aconteça! E agora, conte-me o que faremos, Para desvendar esse mistério em que nos metemos, Como voltarmos a separar realidade e fantasia, Em um mundo onde nossas almas não podem estar juntas, Temos muito menos respostas do que perguntas, Você feita de carne, e eu, de Poesia... O ÚLTIMO BARCO Esse meu sorriso parco Foi só o que me restou, Pois perdi o último barco, Que do cais já zarpou, E nessa cidade tão extensa, Já para mim não há nada, Abraçado a essa dor imensa, No fim de uma fria madrugada. O ÚLTIMO DIA DE NÓS E depois, apenas parta, Sem olhar para trás, E não se arrependa, Pois já estou cansado De ser sempre o culpado, Mesmo que não o seja, Por isto, simplesmente se vá, Sem nem ver a última lágrima, Que por acaso insistir, Teimosa, inútil, Em de meus olhos rolar... OLHAR Nesses teus olhos, vejo milhares de estrelas, Com suas luzes remotas a te iluminar, E, admirado, percebo que, a envolvê-las, Brilha teu infinito sorriso de luar. Meus sonhos frequentam a tua linda magia, Acalentando-se do brilho de teu olhar, Seguindo teus passos cheios de Poesia, Atrás de teus grandes olhos da cor do mar. Sigo os teus passos silentes na noite escura, Esperando que qualquer dia enfim me notes, Compondo tantos poemas em teu louvor, Nessa paixão imensa que virou loucura, Por esses olhos que, acesos como archotes, Iluminam meu último sonho de amor. ONDE SERÁ? Talvez tenha sido num sonho poético, Que acabou se tornando profético, Pois aqui está você, para mim sorrindo, Usando o seu sorriso mais lindo, Com esse olhar cheio de promessas, Encaixando com ele as últimas peças, Depois de um período assustador, De meu último quebra-cabeça de amor. ONTENS DEMAIS Meus ontens se sucedem de forma implacável, Nesse oceano do tempo, inexorável, Cada ano uma nova ruga surge, E contra essa certeza, nem a Poesia se insurge! E essa ciranda dura o tempo inteiro, Num turbilhão do qual de pouco me lembro, Pois, mal se foi embora Janeiro, De repente estamos em pleno Dezembro! Mais um dia se passou, E mal durou uma hora, A felicidade mal chegou, E já se foi embora! OS CAMINHOS POR ONDE VENHO Ao ver seu olhar deslumbrante, Tão lindo que merece um desenho E esse seu riso tão irreverente, Que conseguiu desfranzir o meu cenho, E no instante seguinte Despertou em minha inspiração novo engenho, Deixe que num instante eu mesmo lhe conte Sobre os sonhos que ainda tenho, Antes que você me pergunte Dos caminhos por onde venho... PARA ONDE ELE FOI? Eu via Deus em todos os lugares, Mesmo nas horas mais sombrias, Eu O encontrava em todos os luares, A aquecer minhas noites mais frias. Eu O percebia no canto dos canários, Na melodia pungente do jazz, Ele estava em todos os cenários, Sentia-me às vezes como Moisés. Eu O sentia no olhar de minha cadela, Aquela doçura em forma canina, E O via, ao olhar pela minha janela Um macaco brincando na árvore da esquina. Eu O notava nas frias madrugadas, No orvalho que molhava as folhas, E O sentia sempre aqui presente, A direcionar as minhas escolhas. PARA SEMPRE ESQUECIDOS Quanta dor me deixaste Quando partiste, Deixando-me como um traste, Cada dia mais triste... Tudo à minha volta desmoronou, De nossos sonhos de amor, Nada restou, Exceto esse remorso desolador. A minha inspiração caudalosa murchou, Os poemas que lhe fiz foram parar no lixão, A luz que brilhava em meu olhar se apagou, As tuas fotografias foram parar no porão... PARA TODO O SEMPRE Escrevi um poema para você, Relembrando sentimentos Que nunca tivemos, Em memórias perdidas De alguma vida pregressa Em um passado remoto, Mas, estranhamente, Cada um daqueles versos Foi-me arrancado da alma, Como se refletissem a verdade! E então, eu lhe mostrei aquele poema, E, ao lê-lo, você me olhou com espanto, E revelou que a leitura daqueles versos Provocou-lhe lembranças que jamais tivera, E olhou-me de um jeito como nunca olhara, E então me perguntou, de uma forma cândida, Se eu acreditava em reencarnação, Pois, ao ler aqueles versos, Tivera lembranças de uma vida que não vivera, PASSADO E FUTURO A Poesia leva-me por mundos estranhos, Povoados por seres inimagináveis, Dragões e monstros de diversos tamanhos, E hominídeos que falam línguas indecifráveis! De algumas dessas visões jamais me esqueço, E viajo entre as dobras do tempo sem perceber Que a razão dessas estranhas viagens conheço, Pois tudo o que eu queria era te esquecer... PASSAGEM PARA A SAUDADE Deixe-me passar com meu cão na coleira, Com aquele olhar tão triste como o meu, Que por meus olhos cansados se esgueira, Tentando resgatar o sorriso que se perdeu, Mas mesmo aquele olhar de amor tão puro, Não consegue reacender o pavio apagado, Ou devolver a luz ao fim desse túnel escuro Que leva para onde meu barco jaz, naufragado, Ancorado para sempre ao fundo das dores Que de meu peito fugiram sem destino certo, Para se verem livres desses falsos amores, Que jamais fizeram chover em meu deserto! PERSONAGEM Você é minha personagem predileta, Cuja história vive sendo repaginada, Descrevendo alguns novos episódios, Cada um deles mais fora de contexto! Mas o que seria de um poeta, Se não tivesse uma personagem inventada, Cheia de amores e de ódios, Que lhe servisse de pretexto Para contar dela histórias amalucadas, Passadas em algum lugar fictício, Do qual, quando chega a alvorada, some, E depois, nem rastro de seu perfume deixou, Nessas histórias que atravessam as madrugadas, Frequentemente sem final ou sequer um início, Narrando aventuras desse personagem sem nome Que a própria Poesia lhe apresentou? PERSONAGENS SEM NOME Nas minhas horas vadias, Sento-me ao teclado para narrar Dramas de amor infindo, Descrevendo dramas e paixões, Entre casais desajustados, Perdidos entre idas e vindas, Chegadas e despedidas, Brigas e reconciliações, Êxtases e orgasmos sem fim, E por vários minutos mergulho nessas histórias, Com a mente borbulhando de atos de paixão Entre pessoas sem nome Que minha amiga, a Poesia, Soprou-me sem que eu soubesse, PINTURA POÉTICA Pintei você, Poeticamente, Dentro de mim, Com um pincel imaginário, E não sei o porquê, Magicamente, Sinto o toque de sua pele de cetim, E a pintura exala um perfume extraordinário... E esse seu retrato Minha alma espelha, E por isto eu a descrevo, Como se de mim fizesse parte, E, mais do que uma pintura, fosse de fato, Com essa inebriante boca vermelha, Presente em tudo que escrevo, A musa que inspira minha arte... POEMA EM V No 14 Vim vagando por estreitas veredas, Enquanto pensava em minha juventude, Na qual vestia vestes com veludos e sedas, Visitando memórias atrás de alguma vicissitude... Pensava absorto em túrgidos versos, Divagando a vigiar as auroras, Observando o nascer de novos universos, No vórtice veloz das horas... A vida voava, vivaz, em alguma senda, No torvelinho dos meus pensamentos, A ouvirem tua suave voz que veio como uma oferenda, E que acalmava o doce uivo dos ventos... PRESENTE Recebi de Deus você de presente, E todos os dias elevo uma prece, Para que esteja sempre presente Nas histórias que minha Poesia tece... QUARENTENA Estou em quarentena todo dia E evito até respirar Para não me contaminar Com minha Poesia RECEITUÁRIO Você é o doce remédio que me falta, Para sossegar o meu coração astronauta, Você é o que me recomenda a receita, Para passarmos juntos uma noite perfeita, Você é a solução do grande problema Para escrever o meu mais lindo poema, Você enfeita nas redes o meu perfil, Com o mais lindo sorriso que já se viu, Você está na mais linda fotografia, Que tiramos numa noite cheia de magia, Você está no receituário indicado Para esquecer todas as paixões do passado, Você é o que me receita o terapeuta Pra brotar amor num coração apedeuta... REUNIÃO DE ALMAS Minha alma uniu-se com a tua, Sob os auspícios da Lua, Pois essa reunião de almas Curou todos os nossos traumas, Espantando assombrações Que nas nossas noites rondavam, Devolvendo-nos ilusões Que já não mais nos encantavam... Então, minha vida vazia Encheu-se desse acalanto, Que nos enxugou todo o pranto, Mudando o destino perverso, Pois o que era um simples verso, Cresceu, e virou Poesia. SEMPRE FOI ELA E, naquele olhar que compartilhamos Soube que minha inspiração a encantava, E, quando nossas mãos apertamos, O sorriso lindo que me dedicava Trazia junto dele uma promessa, E, quando sua face docemente beijei, Beijou-me ardentemente e sem pressa, E, quando em meus braços a apertei, Perguntou por que eu nunca voltara, E eu lhe disse que tinha desistido, E tentado esquecer aquela paixão tão rara, Mas que aos poucos havia fenecido, E então eu a beijei novamente, E outras vezes, trocando nossos fluidos bucais, Sorvendo aquela boca tão quente, Da qual não me afastei nunca mais... SINFONIA Numa banheira onde estávamos submersos, Compus para ti uma sinfonia Somente de amor e de versos, Disfarçada de Poesia... Em cada estrofe daquela melodia muda, Coloquei um pedaço de minha paixão, Descrevendo tua pele desnuda, Tão linda que não coube no refrão! Tentei te descrever em cada rima, Utilizando somente versos poderosos, Eu por baixo, e tu por cima, A compartilharmos beijos deliciosos! Ao final daquela noite gloriosa, Ousei dedilhar meu amor no violão, E a magia que nos uniu foi tão poderosa Que a ninguém mais dediquei nenhuma canção... SÓ POR UM INSTANTE Se for bom demais, Talvez possamos repetir Por algumas vezes, Mas não espere sucesso Nesse seu investimento, Pois não lhe dará retorno, A não ser numa cama, Ou num copo vazio, No qual você tenha afogado Todas as suas ilusões... SÓ RESTA UM Entre os mistérios que eu perseguia, Hoje só resta um, indesvendável: Onde foi parar o amor que havia Entre nós, que parecia interminável, Fonte em mim dessa doce Poesia, Um lindo mistério inexplicável, E que hoje jaz nessa agonia, E nessa tristeza inominável? SÓIS DISTANTES Não sei onde deixaste A tua nave quântica, Que viaja através de portais estelares, Nem sei quando chegaste, Mas teus olhos violetas abrem minha veia romântica, E fazem-me escrever sobre naves e luares. Por que terás vindo para a Terra, Surgindo de repente à minha frente, Em que mesmo eu me inspirava, antes que viesses? Que mistério estelar em teus olhos se encerra E me inspirou esse poema tão diferente, Será possível o amor entre diferentes espécies? SUA PRESENÇA INVISÍVEL Em meus momentos de maior aflição, Ao cometer erros estúpidos e inaceitáveis, Sua presença invisível me convida a refletir, E docemente me concede o perdão, Mesmo para as culpas mais imperdoáveis, E mostra o que fiz de errado para não repetir... Em meus momentos de maior perdição, Onde não consigo achar o caminho correto, Sua presença invisível indica como sair do labirinto, E, a reforçar essa sua improvável afeição, Traz à minha mente o meu poema predileto, Para me convencer a lhe confessar o que sinto... TÂNTRICAS ARTES E quando me olhas, saciada, Depois de gritares vezes sem fim, A estrela que vejo em teu olhar incrustada Brilha imensamente só para mim. E em meu ombro te aninhas, A acariciares suavemente meu rosto, Em carícias mais meigas que as minhas, E teu doce sentimento deixas exposto... E já tarde da noite, feliz e radiante, Pela última vez me beijas e partes, Para na noite seguinte, voltares, triunfante, Para compartilharmos nossas tântricas artes... TÃO FELIZ Eu pensava que a felicidade Era um ser abstrato, Com o qual eu não tinha contato, Até você me mostrar O que era amor de verdade, E como era bom se apaixonar! E agora, descobri que sou ainda mais feliz Do que era antes de você me encontrar, Pois guardei o amor, que eu nem sabia que existia, E que você exibe, em cada frase que diz, E aquela paixão, que guardei no fundo do olhar, Cresceu tanto, que virou Poesia... TÃO LINDA COMO UM SONHO Você é tão linda Que sua presença me redime Por tudo que fiz de errado E que não corrigi ainda Cuja lembrança me oprime Pelos tantos erros de meu passado Pois você tem esse dom raro De afastar pensamentos terríveis E tudo que me tornava tristonho E em seu ouvido então me declaro Recitando-lhe versos incríveis Pois você é tão linda como um sonho TUA PALAVRA Senhor, que eu contigo aprenda, E conheça tua Palavra de cor, Os teus dogmas compreenda, E possa ser um homem melhor. Ensina-me a conhecer a verdade, E a praticar a compaixão, Combater a iniquidade, E te entregar o meu coração. Que eu perceba a sutil diferença Entre a paixão e o amor, E te confesse minha crença Em que de todas as coisas és o Criador. Eu te agradeço pelo dom da Poesia, Que colocaste em minha mente inquieta, E por teres me ensinado a doce magia De vê-la em todas as coisas, com olhar de poeta... TUDO VIRA POESIA Tudo vira Poesia, Basta tentar escutá-la, E ouvir o som da Magia, Quando a noite se cala. O silêncio é eloquente, E compõe rimas notáveis Para quem o frequente, Atrás de versos memoráveis. Versos pelo vento trafegam, Em um invulgar frenesi, E docemente se entregam, Quando trocam letras entre si. Estrofes em beijos florescem, Criam vida, e saem voando, E onde nasceram se esquecem, Mas versos já nascem amando, TURBILHÃO Eu me perdi nesse teu turbilhão De seios, nádegas, curvas e pernas, Se tivesse, eu te daria um milhão Só para iluminares as minhas cavernas! Como é que eu faço para não te perder, Para nunca mais me deixares sozinho, Não quero nunca mais te esquecer, És um anjo que caiu em meu caminho! Não quero me afastar de tua boca macia, Mas és muito anjo para meu caminhão! Por favor, concretiza a minha fantasia, Pois já flechaste o meu pobre coração, Povoaste os meus sonhos de Poesia, E encheste de rimas essa tua canção... UM DIA COMO NENHUM OUTRO E, como predito em antigos alfarrábios, Do tempo em que os homens dormiam em uma tenda, Seria no dia em que eu beijasse os teus lábios, Que teria início na Terra uma nova lenda, Pois, em algum lugar, um novo Messias nasceria, E, tocado pela minha insensata Poesia, Ensinaria rimas e poemas até ao luar, E espalharia pelo mundo o sonho de amar, Traduzindo em realidade o que há em meus versos, Derramando amor por todos os infinitos Universos... UM FOGO QUE SE APAGOU Depois de tantos anos de amor, Agora o que compartilhamos é distância, E nesse nosso presente opressor, A amargura virou redundância! E, na única vez em que te revi, Aquele gelo em teu olhar me queimou, Depois, rasguei os poemas que te escrevi, E os pedaços, o vento para longe levou... UM GRITO PRESO NA ALMA Onde foi parar aquela alegria que havia, Que junto com você, veio comigo morar? De qual recôndito de mim fugiu aquele sonho, Que súbito partiu não sei para onde? Onde foi que se refugiou a doce Poesia, Que de repente resolveu de mim se ausentar? Por que não consigo soltar esse grito medonho, Que no fundo de minha alma se esconde? UM LEGADO Quando partir, Deixarei um legado, Talvez desprezível Para quem se preocupar Somente com bens materiais, E não com remédios para a alma, Sob a forma de milhares de poemas, Cuidadosamente catalogados e classificados! Mas para quem os ler, um aviso: Não perca seu tempo Tentando decifrar meus escritos, Pois eles não obedecem padrões Ou regras que os engessem, UM LUGAR CHAMADO NUNCA Vivo em um lugar chamado nunca, Onde as coisas boas não acontecem, Os sonhos não se tornam realidade, Promessas não se realizam, Notícias boas não saem nos jornais, Nada há que mereça destaque, Políticos cumprem as promessas de campanha E aqueles desonestos ficam na cadeia, Para pagarem por seus muitos pecados, Meus melhores amigos jamais existiram, Os meus poemas não são publicados, E a musa de meus versos jamais existiu... UM PÁSSARO Esse pássaro pousado em minha mão, Entoando a sua suave canção, Equilibrando-se sobre o meu dedo, Mostra que de mim não tem medo, Pois certamente sabe que poetas são inofensivos, Incapazes de fazerem mal a outros seres vivos, UM PIANO SOBRE O MAR Diga-me, antes que me maldiga, Por quantas vezes tenho que implorar. Por quantas vezes queres que eu diga Que para sempre irei te amar. Fico a reproduzir essas mesmas notas Dia após dia, ano após ano, Tocando no piano canções idiotas, Sem tenor, contralto ou soprano! Toco todas as canções que fiz para ti, Neste infeliz piano sobre o mar, Inventando acordes que nunca ouvi, Compondo letras que nunca irei cantar! UM POEMA LOUCO Voltei ao passado, a decifrar velhos hieróglifos, De antigas culturas em túmulos ancestrais, E arguí por que fizeram imensos geoglifos, Vistos apenas do céu, onde não foram jamais! Quis decifrar o mistério das pirâmides que construíram, Imensas, espalhadas por toda a superfície terrestre, Idênticas, entre povos que nunca se viram, Como se seguissem um arcano plano mestre! Ousei tentar adivinhar qual é o segredo da vida, Mágica e magnífica, esquecendo meus medos, Mas quem sou eu, nessa minha busca atrevida, Se não aprendi a decifrar sequer teus segredos? UM QUARTO SEM JANELAS Em meus sonhos, às vezes voltas, Mas, quando acordo, a desilusão aumenta, Fico esperando em vão acontecerem reviravoltas, Eu, minha cachorra e essa tristeza que não se ausenta. Uma lágrima vez ou outra cai em meu copo, Juntando-se ao que nele resta de cachaça, Vou passear na chuva, e enquanto me ensopo, Uma bala perdida na noite raspa minha couraça! Então me ajoelho e elevo a Deus uma prece, Para que consiga de novo achar um caminho, E enquanto a noite devagar se desvanece, Percebo que já não estou mais sozinho. Pois um raio de repente rasga o vento, Naquela noite sem sinais de tempestade, E percebo que Deus escutou meu lamento, E sei que me esperas, lágrimas a escorrer de saudade... UM REMÉDIO CONTRA MELANCOLIA Estou à procura de um remédio Para combater essa estúpida melancolia, Que às vezes enche minhas horas de tédio, Sem nunca deixar espaço para a alegria. Quando estou nessas crises de tristeza, Nem a Poesia consegue me libertar delas, Ignoro até os presentes dados pela Natureza Que põe em meu caminho as coisas ma UMA CANÇÃO TRISTE Escrevi uma canção triste, Para recordar uma antiga história, Solitária assim como eu, Que já não mais existe, E que na memória Da noite se perdeu... Há uma nota psicótica Em cada acorde Dessa sinfonia bucólica, E alguma lembrança exótica, Que por algum motivo me recorde, Daquela paixão melancólica... UMA DOSE MONUMENTAL DE SILÊNCIO Mas, depois de algum tempo nesse jogo irreal, Onde respondes minhas perguntas Com frases enigmáticas ou sem sentido, Chegamos num beco sem saída, Num labirinto insolúvel, Que, para mim, já perdeu a graça, Por isto, tudo o que me resta é retribuir A tua quase completa falta de atenção Com uma dose monumental de silênci UMA FOTO ANTIGA Remexendo em meus guardados, Descobri uma foto antiga, Do tempo em que éramos namorados, A cantar uma doce cantiga, Que eu escrevera para ela... E essa visão acendeu-me uma centelha, Ao ver essa sua imagem tão bela, Usando uma sensual roupa vermelha, Os mesmos olhos faiscantes Dos quais não me esqueci jamais, Cravados em mim, lancinantes, E que depois não vi nunca mais! E a saudade chegou sem aviso, Daquela nossa paixão de cinema, E por isto escrevi de improviso Esse triste e saudoso poema... UMA ÚNICA VEZ, NADA MAIS Amanhã, irei partir para sempre, Em uma nave tripulada rumo às estrelas, E, quando voltar (se voltar), Não sei se ainda haverá uma Terra, Pois a raça humana é um bando de loucos, A espalhar por aí morte e destruição! Nosso destino é encontrar um mundo habitável, Para migrarmos, com uma equipe selecionada, E colonizarmos esse mundo, Preservando nossa espécie, Se é que ela merece ser preservada! Ficaremos por algumas décadas em criogenia, Mantendo nossos corpos jovens, Enquanto o tempo fora da cápsula é implacável, E nunca mais nos veremos (Exceto em meus sonhos impossíveis)! Por isto, se não é pedir-lhe demais, Fique comigo esta noite, Pela primeira e única vez, Tomemos algumas garrafas de vinho, E depois nos amemos suavemente, Por toda uma noite inesquecível, Para que eu leve de você uma lembrança eterna, Que me acompanhará por todo o Universo, VELEIRO Desfraldei as velas De meu insólito veleiro, Movido pelas asas do sonhar, Para visitar as praias mais belas Do mundo inteiro, Enfrentando a grandeza do mar... Quase nada levei na bagagem, Mesmo porque pouco tenho, Exceto a Poesia no olhar, Guardei nas retinas a tua imagem, Que em minhas fantasias desenho, E parti, sob as bênçãos do luar... VESTÍGIOS Esses vestígios de ti Que encontro por aqui Fazem-me ter vontade De saber se és de verdade Ou apenas um virtual construto, Uma sinfonia que escuto, Mas a meus ouvidos não se destina, Um verso perdido na esquina, Tentando encontrar seu lugar Na mais incrível melodia Que alguém um dia ouviu, Num poema lindo como nunca se viu, Que fale de amor e dos astros, Enquanto tento encontrar os teus rastros, Para ver se em teu oceano se esconde A felicidade, que perdi não sei onde. VISÕES DO FUTURO Tenho visões do futuro E de um passado distante, Que súbito se misturam, Em algum conto obscuro, Ou quiçá delirante, E essas visões me procuram, Como se eu fosse um indutor De fatos que não ocorreram, Ou foram esquecidas há eras! VOCÊ SE LEMBRARÁ DE MIM? Será que lerá os meus tristes versos, Pelos quais uma lágrima brotara De seus olhos, onde moram Universos Onde, um dia, a Poesia reinara? Será que seu corpo sentirá Falta de nossas noites exuberantes? Quem sabe, no escuro você recitará Algum de meus poemas alucinantes? Será que, algum dia, você sentirá saudades Daquele tempo em que um para o outro vivia, E minha lembrança abrandará suas tempestades E a fará sonhar com nossas noites em pleno dia?



Sob O Olhar De Um Poeta 3


Sob O Olhar De Um Poeta 3
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2024-02-13

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145o livro do autor das séries OLYMPUS (em 16 volumes com 300 poemas em cada um) e EROTIQUE (em 13 volumes com 50 poemas sensualmente líricos em cada um). Alguns trechos: “De alegria, meus olhos chovem, Emocionados por te verem passar, E, por encanto, até pareço mais jovem, Linda é essa magia de te amar...” “Nos caminhos por onde passo, Junto contigo, de mãos dadas, Fica um rastro de Poesia...” “Eu era feliz e não sabia! Por que ninguém me contou Que era você a fonte da felicidade E onde morava toda a minha Poesia? E agora, que você se foi e nunca voltou, O que faço com essa maldita saudade?” “Todas as vezes em que você me fita Com essa paixão no olhar impressa, Sinto na alma que a Poesia é infinita, E o amor que lhe dou, a mim regressa...” “Foi logo depois da meia-noite Que meu relógio quebrou, O meu mundo ruiu E o tempo parou.” “E, enquanto eu te desbravo, Tu me fazes de teu escravo, Conduzindo-me por tuas entranhas, Para matar tuas sedes tamanhas, Beijando-me por vezes sem conta, Até que afinal o Sol desponta, Num novo dia que se anuncia, Em que me despertaste o dom da Poesia...” “E continuo nesse interminável impasse, Cada vez que nos vemos, minhas pernas tremem, E esse tremor por todo o meu corpo se alastra, Sem conseguir esse seu olhar misterioso decifrar... O suor frequentemente escorre por minha face, Ao vê-la tão linda, meus olhos gemem, E tento esconder o amor atrás de uma pilastra, Tudo por causa da questão que não sei formular...” “Vá embora, solidão, Vê por favor se me esquece, Vá procurar outro desolado coração, Que como o meu, de abandono padece...” “Chegue a tempo De me salvar Das armadilhas Que a Poesia me preparou Em meus versos inquietos Senão o que me restará Ao final das horas Que o destino reservou a nós dois Serão apenas tristes lembranças De mim mesmo...” “A última flor que exalava Poesia Morreu mas não foi sepultada, E não foi nenhuma heresia Pois nem tinha alguma estrofe rimada, E aquela flor imaginária Sequer espalhava perfume, Não tinha nenhuma rima lendária E herdara da noite o negrume,” “Se não fosse você, Onde o meu último sonho moraria, Quem iria me perguntar o porquê De minha mente jorrar Poesia?” “Recorda-te de nossas noites insones, Um no outro buscando prazeres, Nossas bocas trocando ciclones, E entre gritos os lençóis a morderes?” “Foi numa noite estranha Que o meu mundo desabou, E a desilusão foi tamanha, Que meu navio naufragou E então foi a pique, Com o casco todo rasgado, E não há nenhum livro que explique Como remendar um coração destroçado!” “Não sei como pôde terminar assim Aquele amor que era tão grande, E extinguiu-se aos poucos até chegar ao fim, Pois o amor é inconstante, não há quem o comande, E, quando se acaba, é como uma avalanche Que arrasta em seu curso sentimentos e vidas, E o fim do amor é como um desmanche, No qual se empilham almas perdidas...” “E então fiz uma videochamada e lhe contei o motivo, Você disse que demorei, e juntos rimos, Num riso contagiante, cheio de promessas, Que fez em minha alma um curativo, Para deixar de sangrar inutilmente, À espera de que alguém chegasse, E eu soube, ao ouvir sua risada, O porquê daquele seu olhar ardente, Que incendiava sua face, Que, mesmo pelo celular, vi transformada, Por uma saudade irracional, Assim como a minha se tornara,” “As canções que compus perderam o ritmo, Nada do que planejei com você deu certo, Baixou um vírus em meu algoritmo, Meus jardins suspensos viraram um deserto, Da minha inspiração, que era um colosso, Já quase não saem mais poemas de amor, Meu filé mignon transmutou-se em um osso, A comédia que escrevia virou um enredo de terror, Não saem mais de minha boca aquelas gargalhadas, Que contaminavam todos que estavam ao redor, E que eram antes uma de minhas marcas registradas, E esqueci como era seu rosto, que conhecia de cor...” “Sou um humilde artesão A construir esses versos Que esculpo com precisão Nos quais exploro universos Que só existem em minha imaginação E que entre temas adversos Descrevo com sofreguidão E escrevo também textos controversos Sobre as alças de meu caixão E sobre sentimentos dispersos Que flertaram com minha emoção” “Pois, a cada vez que para longe te vais, Fica em mim faltando o teu pedaço, Os dias se sucedem às noites sem chão, Só o som de tua voz ao celular me consola, Pois sei que em uma dessas vezes, não voltarás mais, E minha tristeza preencherá entre nós o espaço, A Poesia a me soprar uma solitária canção, A última que tocarei em minha triste viola...” “Aquelas mesmas coisas que nos levaram ao fim, No momento mais triste de mim, Ainda me atormentam, E minhas memórias violentam, Cada vez que nela eu penso, Em seu sorriso imenso, A bailar em sua boca macia, Doce como a Poesia,” “Nessas rugas que vejo em meu rosto, No desânimo sem fim nele exposto, Tento agora apenas compreender As coisas que não consigo entender Sobre as ações desse ser tão profano, Que se chama por aí de ser humano...” “Ela se foi, mas deixou seus rastros: Alguns perfumes no armário do banheiro, Um bilhete de despedida no fundo da gaveta, Um coração desenhado no espelho do toucador, Um telescópio pelo qual pesquisava os astros, E no apartamento todo deixou o seu cheiro, Mas ainda o sinto por todo o planeta, Será isto algum sintoma de um perdido amor?” “A mão que afaga É a mesma que alimenta, Mas também, A mesma que mata...” “Quando foi que abandonaste Nosso mundo de sonhos e fantasia Onde o meu amor te prendeu? Como foi que te afastaste De nossas noites de sexo e Poesia Só porque um vampiro te mordeu?” “Mas em teu olhar cheio de cometas Anjos aguardam para tocarem suas trombetas No primeiro beijo que iremos trocar Sob os raios mágicos do luar E então eu te ensinarei a amar a Poesia E viveremos juntos uma incrível fantasia Onde para sempre estaremos juntos E nosso amor alimentará infindáveis assuntos Até chegar o dia inevitável de minha partida E verteres lágrimas por esse amor além da própria vida” “Estás à minha volta, À solta, E até nos poemas que invento, Em minha alma impregnada, Tua lembrança nunca me solta, Com tua cabeleira revolta, Ao sabor do vento, Debaixo da qual, não usas nada...” “Quantas multidões de famintos serão necessárias Para despertar a compaixão que jaz oculta Por essas pobres pessoas que são meros párias, Desfilando a desgraça que nossos olhos insulta?” “Bateu na trave A minha última tentativa E de tua voz suave Trago essa lembrança tão viva Tentei invadir tua nave Com minha Poesia lasciva Mas fugiste como uma ave De quem a quisesse cativa E dessa história tão grave Restou essa dor invasiva E nada há que desbrave Essa tristeza furtiva Levaste de meu coração a chave E deixaste essa lágrima impulsiva E não há nada que destrave Essa saudade convulsiva” “Bendita sejas Pelo amor irrestrito Com que versejas Nesse olhar infinito, Que em segundos percorre O espaço que entre nós havia, E enquanto o tempo escorre Enches-me de amor e Poesia!” “Leio para você meu último poema, E você, de minha ironia, gargalha, E, num gesto de sedução extrema, Tira o seu justo vestido de malha!” “Tu és a rima para todos os meus versos, A inspiração para cada poema que escrevo, O portal de entrada para todos os universos E decorei cada milímetro do teu doce relevo...” “Aprisionado em mim, Existe um poeta revolucionário, Adepto de causas perdidas E ideias estapafúrdias, Que sonha em galgar as estrelas Montado na causa de um cometa, Espalhando poemas ao longo do trajeto, Derramando paz por todo o universo,” “Olho para esse ser que me fita Pelo espelho, e que mal reconheço, De onde veio essa tristeza infinita, Quando foi que ela teve começo?” “Sinta o cheiro De meus poemas, Dos quais é personagem, Imaginária, Mas sei que é real... Encontre-me Em seus sonhos, Ou em algum instante da vida, E torne-se presente para mim!” “Relembrando algumas histórias felizes, Ou apenas para chorar em meu ombro, E, para aliviar a dor recorrente, Eu lhe recitasse alguns de meus poemas, Para arrancar-lhe algumas lágrimas de pura saudade...” “Nossos encontros são sempre assim Combinamos para irmos ao cinema Mas vou ver Spielberg em Berlim E você Woody Allen em Ipanema” “Nosso caso iniciou como uma comédia, Com risadas para todos os gostos, Mas infelizmente acabou em tragédia, Com lágrimas escorrendo de nossos rostos. Talvez tenha sido uma piada sem graça Que acabou com a nossa alegria, Nosso fino vinho transformou-se em cachaça, Um estúpido funk tomou o lugar da Poesia.” “Grudaste em mim, como uma tatuagem, Em meus doces sonhos se insinua, Indelével, eterna, imortal, Essa tua inesquecível imagem Linda, envolvente, ardente, nua, Muito acima do bem e do mal. Essa tatuagem perene não lavo, Já faz parte de minha silhueta,” “Você é um construto Encantador Que inventei um dia Para em cada minuto Escrever-lhe uma canção de amor Disfarçada de Poesia” “Que contraste faço contigo, Minhas décadas ante tua alegria, Tua juventude ante meu corpo antigo, Teu funk ante minha Poesia... Meus poemas se expõem Diante das maravilhas que exalas, Minhas emoções contrapõem Teus saltos olímpicos às minhas bengalas...” “Pois, com esse sorriso onde estrelas piscam, Certamente na arte do amor és doutora, E, enquanto tuas unhas minhas costas rabiscam, Eu me beliscarei para confirmar que não é um sonho, E que tu não és mais uma fantasia, mas de verdade, E, se fugiste do Paraíso, como agora suponho, Guiarás meus passos, rumo à tua eternidade...”



Ah Poesia O Que Fizeste


Ah Poesia O Que Fizeste
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-04-01

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51º livro do autor das seguintes obras, todas publicadas no Clube de Autores: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA”) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV - PANTHEON Alguns trechos: “Ah, Poesia, o que fizeste? / Conta-me o que faço agora, / Depois de tanto amor que trouxeste, / Por que a deixaste ir embora?” “Onde foi parar esse pedaço cortado / De minha alma tão subitamente? / Não deixou rastros, telefone ou recado, / Nem um fantasma arrastando a corrente!” “Fui desmontando as caixas, / Onde guardava o que me pertencia, / Fui lamentando as baixas / Que se foram, junto com a Poesia!” “Após a partida definitiva, de alguém que não voltará, / O vazio que fica no peito é uma sensação tremenda, / Que o passar do tempo inclemente apenas amenizará, / Nesse filme de terror dublado em chinês sem legenda...” “A ampulheta do Sonho suspira, suspira, / Por causa de anjos que nunca vira, / E de memórias que a noite trouxer...” “Talvez tenha sido melhor assim, / Quem já não teve um amor fracassado? / Um dia tudo na vida chega ao fim, / Como um navio que acabou naufragado!” “Senti-me como se estivesse sonhando acordado, / Flutuando entre nuvens em plena rua, / No meio de um trânsito caótico e assustador, / Mas tudo o que via eras tu ao meu lado, / Encantando-me com cada risada tua! / Serão esses os sintomas do amor?” “Meu eu-poético é atemporal, / E tem idade indefinida, / E às vezes parece imortal, / Além dos limites da vida.” “Ando cansado de ser feito de trouxa / Por políticos velhacos, cheios de artrites, / Que se divertem, rindo de nossa desgraça, / Livres porque nossa Justiça é frouxa, / Mas parem de testar meus limites, / Porque isto já perdeu a graça!” “Quero muito te padecer / Por cromossomos felizes / Como alguém bode ser / Sem queixar cicatrizes!” “Soltei uma colorida pipa / Do alto da mais alta montanha, / Enquanto 9aos poucos se dissipa / A névoa que nos picos se entranha.” “Essa visão tão hipnótica / Provoca-me até calafrios! / Terá sido apenas ilusão de ótica / O convite que li em teus olhos frios?” “Quantos sonhos se perderão em abismos, / Quando ter piedade deixará de ser profano, / Quantos ainda deverão ser os cataclismos / Para que o ser humano se torne apenas humano?” “A paixão deixa cicatrizes como um açoite, / Que se compraz em deixar suas marcas, / O amor chega do mar junto com a noite, / E nos leva a passear em suas barcas...” “Tenho tantas histórias para contar, / Tantos versos que me aguardam, / E tão pouco tempo...” “Há muita lama, um mar de lama, / No rio, sobre corpos soterrados, / Nas margens, entre cada bombeiro, / Mas de outra espécie, há muito mais, / Que por outro nome se chama, / Nos gabinetes refrigerados, / Da espécie encoberta por dinheiro, / E que não sai nos jornais...” “O que fazer, no que me resta de vida, / Se minha música se perdeu no silêncio imenso, / A estátua que esculpira foi destruída, / As lágrimas encharcaram meu último lenço, / E agora nada mais me resta, / Meus sonhos partiram, / Disfarçados de noites, / Só ficou em mim o que não presta, / E essas rugas que os anos esculpiram, / Dispensando chibatas ou açoites...” “Qualquer dia desses, vou dar uma parada, / Diante de você, como um louco cujo alvará venceu, / E, antes de levar de você outra bordoada, / Olhá-la docemente e dizer: confesso, fui eu!” “E foi assim que sempre vivemos, afinal: / Um barril de pólvora sempre a explodir, / Mesmo pelos mais insensatos motivos, / Agora aqui estamos, vendo a morte eclodir, / E este é o último instante em que estamos vivos, / E então você me beija, cravando-me o último punhal...” “Pois esse danado tem um parafuso a menos, / E não se importa que eu sofra tanto, / E fica me oferecendo esses venenos / Disfarçados de morenas cheias de encanto!” “Mande-me um derradeiro recado / Pelo Whatsapp enviado / Dizendo que de mim desistiu / Mas para mim você já é passado / Apenas um terno apertado / Que não mais me serviu” “Como é duro o ofício / De escrever um texto fictício / Que conte a explosão de um míssil, / Lançado nessa praça, apesar de um armistício, / Numa guerra entre nações à beira de um precipício!” “E depois, joguei as cinzas ao vento, / Para se espalharem pela cidade, / E, para encerrar, escrevi esse lamento / Por meus últimos dias de felicidade...” “Em um ambiente bucólico, / No interior de um templo católico, / Escrevi um poema melancólico, / Cheio de um teor simbólico.” “Onde já se ouviu falar de um índio poeta? / Mas para descrever essa minha fantasia / E essa paixão incrível que me completa, / Como poderia fazê-lo, se não fosse a Poesia?” “Estraguei tudo / Quando derreti o escudo / Que me protegia / Dessa louca fantasia” “O que é essa incrível magia / Que me faz sonhar contigo, com ardor, / Por que me despertas tanta Poesia? / Acho que chamam isto de amor...” “E suas almas distintas aos céus se elevaram, / E o piedoso Julgador deu a ambas o mesmo destino, / A Casa dos Sonhos curou suas feridas que nunca sararam, / Polos extremos igualados, num perdão divino...” “E quando afinal despertas, é tarde demais, / O tempo passou como um rolo compressor, / Levou tua juventude, que não voltará jamais, / Deixando a última pergunta: era mesmo amor?” “E da música se fez uma sinfonia, / E da sinfonia se fez um poema, / E do poema se fez o encanto, / E do encanto se fez o amor, / E do amor se fez a saudade, / E da saudade se fez um encontro...” “Um morcego pousa em meu lustre, / Espreitando-me de cabeça para baixo! / O que quererá esse visitante ilustre, / Em qual instinto seu eu me encaixo?” “Em uma noite, vivemos uma vida, / Mesmo que isto nem fosse preciso, / Pois seu amor é a mais rica jazida / Escondendo pepitas de ouro em seu sorriso.” “Estava escrito nos astros / Que o amor nos juntaria / E deixaria seus rastros / Em nós como companhia” “Tem gente que é meio patética, / E de tanto assistir ao Dr. House, / Resolveu fazer uma cirurgia estética, / E ficou com a cara do Mickey Mouse!” “Tive uma ideia humorística / Que me fez rolar de rir pelo chão / Mas vais achar meio cabalística / E podes pensar que sou meio bufão / E corro o risco de aumentar a estatística / E ouvir de ti mais um palavrão!” “Mas o letreiro do “FIM” ainda não foi mostrado / No filme em que se transformaram nossas vidas, / Entre idas e vindas ainda nos encontraremos, / E um beijo doce mandará de volta ao passado / Cada uma dessas despedidas tão doídas / Que no espelho dos olhos revivemos...” “Vives atrás de mim, com o dedo em riste, / Procurando minha agenda secreta, / Sem saber que ela sequer existe, / Mas quem mandou amar um poeta?” “Quantas luas no céu deverão surgir, / Quantos cometas irão passar, / Quantos segredos precisarei descobrir? / Quantos brontossauros renascerão no mar, / Quantos unicórnios deverão ressurgir, / Quantos sonhos enterrará este sonhador, / Quantos poemas deverei escrever para ti somente? / Será que para ver brotar em ti o amor, / Será preciso que eu te reinvente?” “Ao longe, vejo tua imagem, / Devagar outra vez se afastando, / Meu olhar em teu vulto naufraga, / Indo em direção ao portão de embarque, / Embarcando para a mais triste viagem, / De mim novamente se distanciando, / Marcando-me de novo essa chaga, / Que não há quem desmarque!” “Depois do terrível naufrágio, / Em que nós dois submergimos, / Pegamos tristeza por contágio, / E nunca mais sequer sorrimos.” “E agora, aqui estás, linda e sorridente, / Olhando-me como ao teu príncipe encantado, / Mas encantado nunca fui, apenas pungente, / Por causa da Poesia, que caminha ao meu lado.” “Só assim nos livraremos desses malditos, / E nunca mais um pirata entrará em nosso porto, / Pois esta cidade será descrita em seus mitos / Como o lugar onde o infame Barba Negra foi morto...” “Esses raios que em seus olhos resistem, / E que pela última vez para mim cintilam, / Reluzem por sentimentos que não mais existem, / E só em pensar que se foram, me horripilam.” “Pois fico atrás de você, submisso, / Esperando para você me dar mole, / Mas só você ainda não sabe disso, / Não vê meu olhar que a você engole,” “A vida nos deixou sem sentidos / E sem sentimentos / Sem tempo de pedirmos socorro / E depois / Cá estamos nós dois / Totalmente perdidos / No mato sem cachorro / À mercê do uivo dos ventos!” “Digo que vou abrir as janelas, / E você vai para Bruxelas. / Digo que vou dar uma palestra na escola, / E você vai para Angola. / Sei que parece uma ideia absurda, / Mas será que você ficou surda???” “Um dia, eu me vi meio down, / Então, fui ler tirinhas do Charlie Brown, / E espero que você me desculpe / Por ver em minha cachorra traços do Snoopy.” “Mas, em meus sonhos, todas as noites eu a via, / Maravilhosa, sempre naquela mesma jaqueta, / Despertando em mim esse doce dom da Poesia, / Esperando que ela volte, na cauda de algum cometa...” “Mas jogo é jogo, treino é treino, / E, emaranhado em suas pernas, / Mal a noite nos mostra o seu reino, / Vamos brincar de dragão e cavernas!” “And then the verses started to sing / Telling us a story of an eternal love / She was a queen and I was her king / And our kingdom was in the skies above”



Aquela Noite Do Adeus


Aquela Noite Do Adeus
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-11-05

Aquela Noite Do Adeus written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2019-11-05 with Religion categories.


62º livro do autor das seguintes obras, todas eles publicadas no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digita (exceto Poeticamente teu l: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II-ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU Alguns trechos: “Não lhe pedi explicações, / Nem tentei argumentar, / Pois a chuva não cai no deserto, / E em seu olhar não havia oásis, / Apenas redemoinhos e tempestades de areia!” “Pois ficar sozinho não é o pior de tudo, / O mais cruel é disfarçar a realidade / Com o meu violão que ficou quase mudo, / E com essa canção, que é pura saudade...” “Nossas almas se adoram / Amantes há tantas eras / E uma pela outra imploram / Cansadas de tantas esperas” “E, quando chegar de novo a hora de partir, / Deixe os soluços que rolam sem que os controle / Dizerem-me, numa única palavra que me console, / Todo o amor que por mim diz sentir, / E depois se vá, chorando até que seu voo decole, / Sem ver a última lágrima de meus olhos cair...” “Essas lágrimas solitárias, / Que de meus olhos fogem, / Desafiam a minha dor, / Que nem as viu cair.” “Parece que foi há um segundo / Que percebi enfim que fiquei sozinho / Preso nesse buraco do submundo / Tomando meu último cálice de vinho” “Você está a um passo de mim, / Mesmo do outro lado do oceano, / Vejo sua história em algum folhetim, / Saltando de paraquedas de um aeroplano!” “E, quando a manhã nos acordar, / Depois de uma noite escandalosa, / Olhe-me com o mesmo amor no olhar, / E beije-me com essa paixão tão fogosa!” “Digo-te tantas coisas / Sem proferir uma palavra / Recito com o olhar lindos poemas / Que nem mesmo escutas / E enquanto meus olhos te devoram / Num recital de amor incontido” “Lembrarei do som de sua risada, / A preencher os silêncios da vida, / A me olhar tão enamorada, / E meio tarada, sob os efeitos da bebida.” “Toquei de leve a tua mão, e te puxei para mim, / E nossas bocas sôfregas se entrelaçaram, / Explorei até o fundo de tua boca carmim, / Enquanto nossas almas se abraçaram!” “Não sei porque, acordei triste, / Mas a Poesia à tristeza resiste, / Então, pus um sorriso no rosto / E joguei para longe esse encosto.” “Então abri os olhos pequeninos / E pisquei o olho, galhofeiro, para aquela figura, / Bem ali ao meu lado, majestática e invisível! / E, ao perceber que, mesmo assim, eu O vira, / Ele prontamente vaticinou, sem mais dúvidas: / ‘Esse aí vai ser poeta’!” “Vem, vamos fazer de nós um sanduíche, / Minha boca enroscada em sua boca feroz, / Uma mão em seu cabelo cor de azeviche, / E a outra percorrendo seu corpo, tão veloz!” “Por um motivo fálico / Ignorei o teu olhar bélico / E com um sorriso idílico / Recitei-te um poema bucólico / Sobre esse teu olhar telúrico” “Se me perguntarem para onde vou, não sei, / No teatro da minha vida, a bilheteria fechou, / Minha alma se apagou, de tanto que a remendei, / E as cortinas caíram, antes do final do show...” “E, quando me olha ao meu lado na cama, / E em seus olhos vejo tanta ternura, / Com tal doçura a sussurrar que me ama, / Sei que para a doença da solidão você é a cura...” “Fui eu quem me fiz mistério / E te convidei para me desvendar / Oferecendo-te meu espaço aéreo / Para que ousasses me decifrar” “Tentei em vão chegar em ti por algum mail, / Mas minha door teu olhar não entende! / Conta-me por que fizeste algo tão fail, / Só porque meu coração a ti se hand?” “Sei que, dentro de alguns anos, / Relerás os versos que lhe dediquei, / E de teus olhos escorrerão oceanos, / Quando perceberes quanto amor eu te dei,” “Jogo-me de ponta no espaço sem tirar o brevê, / Em frágeis asas que o Amor me emprestou, / E em ágeis voos tento descobrir quem sou, / Se apenas um poeta tentando resgatar sua paixão, / Ou talvez um profeta a fugir da Escuridão,” “Escrevi uma mensagem cifrada / Em um código que só você entenderia, / E coloquei numa faixa na sua sacada, / Para ter certeza de que você a leria.” “Escrevo rimas suspeitas / Refeitas / Perfeitas / Escrevo rimas caóticas / Exóticas / Eróticas / Escrevo rimas sáficas / Fotográficas / Pornográficas” “Diga que minha Poesia é um espanto, / E que às nuvens de repente a leva, / E que forma em sua mente as imagens / Das histórias de amor que retrata...” “Não quero que te redimas / Por tripudiares de minhas rimas, / E também não quero criar neologismos / Para meus versos invadirem teus abismos!” “Como foi que viraste essa triste figura, / Por que ao meu lado sufocas, / Quando foi que um fantasma tomou teu lugar? “ “Mas foi inútil e nunca mais voltei / E depois meu pobre violão se escondeu / E junto com minha alma continua guardado / Na Poesia que para você se desnudava” “Pare com essa sua cantilena / Pois nunca mais lhe pedirei bis / Sua angústia agora só me dá pena / Tire de seu quadro-negro o meu giz” “E, a cada vez que você voltar, / Depois de tantos meses longe de mim, / Para nós dois, será sempre assim: / Poucos dias de sonhos, beijos e danças, / E, quando você se for, apenas lembranças...” “O nosso amor é um triste legado, / Um fogo brando que queria crescer / Uma relíquia vinda do passado, / Um pobre morto que só quer viver...” “Entre bilhões de estrelas no Universo, / Circulando uma estrela obscura, / Maculado por um dominante perverso, / Navega um planeta lindo e sem cura!” “E agora, já não sei como faço / Para viver sem você, / Sou um piloto perdido no espaço, / Que perdeu até o brevê!” “Essa saudade de você me alucina, / Meu calhambeque ficou sem gasolina, / Minha canoa furada afundou em um dique, / O navio onde embarquei foi a pique, / Essa tristeza sem fim me arrebata, / E, no rio de minha vida, secou a última cascata...” “E, naquela noite trágica, / Que tão tristemente acabou, / Perdi minha varinha mágica, / E meu mundo de sonhos desmoronou...” “Mas a suave melodia que coloquei / Nessa música tão linda e romântica / Fez com que ela me achasse quase fora da lei, / Como se falasse de Física Quântica!” “E entre carícias obscenas nos amarmos, / Desvairados, / Descontrolados, / Saciando a vontade reprimida / Por toda uma vida...” “Hoje somos apenas cascas vazias, / Trocando palavras sem conteúdo, / Ou em silêncio nas noites sombrias, / O amor foi embora, e isto é tudo!” “Vou colecionando sonhos e rimas, / Contando as histórias que me são sopradas / Pelas musas encantadoras da Poesia, / Que não se cansam de me soprar novos casos / Entre deuses antigos e mundanas vadias, / Ou sobre as sombras que invadiram os ocasos!” “A varinha trágica que vejo em sua mão, / Será que é para me caçar um encantamento? / Gomo é que me livrarei dessa maldição, / Para não viver nesse interminável fomento?” “Foram-se meus sonhos, minha Poesia, / Junto com outros 7 bilhões de seres humanos, / Que se esfarelaram, naquele inferno radioativo, / Bem como os animais, naqueles momentos profanos, / Deixando morto um mundo que parecia tão vivo!” “Porque, quando o vidro me fita / Revela-se a dura verdade: / Que minha paixão por você é infinita, / E minha vida é pura saudade!” “Em meu livro de segredos confesso / O que jamais revelei a ninguém, / E logo no início, já começo / A revelar segredos de alguém!” “E vê-se namorados em doces começos, / Trocando juras de amor que não duram, / Pessoas levando cachorros para passear, / Crianças perdidas que seus pais procuram, / Gritando e com lágrimas no olhar.” “Oh, espelho onde vejo minha imagem pão triste, / Sempre com sucos estampados na face, / Liga-me: no mundo dos espelhos o amor existe, / Encontrarei alguém que tom amor me abrace?” “Deus conosco foi bondoso, / Pois a felicidade mora neste lar, / No pior verão, no inverno mais rigoroso, / Conjugamos sempre o verbo Amar...” “O uivo dos ventos não me deixa em paz! / Por que não foi chatear outro escritor, / E escolheu logo esse pobre poeta de Goiás / Para contar essas loucas histórias de amor?” “Mas a verdade que todos sabem, / Até a torcida do Flamengo sabia, / E somente eu fazia de conta que não, / É que já estou há muito apaixonado.” “Michelângelo também era um kartista incrível, / Crack em ambas as artes, pintor e escultor, / E adorei um mameluco chamado Salvador Dalí, / Entre outros extintores de vanguarda!” “E outras vieram, e nessa viagem autofágica / Vou devorando as lembranças delas, / Até chegar aquela que chegou e ficou, / Da qual guardarei seu amor para sempre, / Sua presença doce a inspirar meus versos, / Velando-me enquanto vago pelas estrelas” “Let me look at your beautiful face / With tears rolling out of control / Then hold me with a big embrace / And fill with your love my heart’s hole”



Os Olhos M Gicos Da Poesia


Os Olhos M Gicos Da Poesia
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-07-18

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O 92º livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS 81. SOMBRAS QUE RESTARAM DE NÓS 82. EROTIQUE 7 83. A CAIXA DE TINTAS DE DEUS 84. PONTES PARA LUGAR NENHUM 85. VELAS SOLTAS AOS VENTOS SOLARES 86. HISTÓRIAS QUE A NOITE NOS TRAZ 87. VESTÍGIOS DE UM FOGO QUE SE APAGOU 88. ARTÍFICE DE VERSOS 89. O TEMPO, ESSE CARRASCO 90. OLYMPUS: LIVRO IX – ESPARTA 91. ESSA SOMBRA EM TEU OLHAR Alguns trechos: “Mas, quando olhei ao meu lado, / Lá estava ela, ainda dormindo, / Esplendorosamente nua, / Aquele rosto belíssimo adormecido, / E tornara-se, por magia, realidade / Aquele sonho lindo do qual jamais despertei...” “Hoje, minha mente gangrena, / Mas sei que te amei em um ano qualquer, / Talvez entre Outubro e Dezembro, / Mas por certo não valeu a pena, / Pois nem mesmo por um instante sequer / De teu nome ou de teu corpo eu me lembro...” “E em meus sonhos habita, / Sonhando com sua pele morena, / Essa sua cor que acho tão bonita, / Mas que se mantém a uma distância obscena, / Sem chances para meu rigor exploratório, / Em percorrer suas cavernas, colinas e montanhas,” “Reconheço-te em cada verso / De amor que me vem à mente, / Mesmo nesse mundo adverso, / És de minha Poesia a semente.” “E sob o jugo das horas, incessante, / Vemos a vida passar num instante, / A pele, antes lisa, / Torna-se cada vez mais enrugada, / O relógio nos escraviza, / Já não nos lembramos de quase nada!” “Estás impregnada / Em minhas retinas, / Eternizada, / E iluminas / Minhas memórias / E histórias, / De ti repletas, / Em imagens estéticas, / Poéticas,” “Enquanto cada corpo não for saciado, / Durante horas a fio, / E cada sedução não for contemplada, / Permanece aberto o desafio, / Até cada barreira ser violada, / E cada tara secreta ser satisfeita,” “Quando quiser, pode ir, / Sim, pode partir, / Sem pedir desculpas, / Sem culpas, / Sem acender velas, / E sem maiores sequelas.” “Em todas as horas eu te vejo, / Na tela de minha mente, / Transbordante de desejo, / Com aquela roupa transparente, / Com a qual te vi na última vez, / Naquela noite encantada, / Tua transparência contra minha timidez, / O teu quase tudo contra o meu quase nada!” “Mas, quando se pratica o mal, / A devolução é austera, / Pois algum dia faz falta / Quem se dispensou de modo teatral, / E às vezes até meio perverso, / E então, o arrependimento nos assalta, / E isto é uma certeza inabalável,” “Pois talvez até pudesse me enganar, / Exceto por um mísero detalhe: / O que você diz não pode ser verdade, / E como poderia, / Se fui eu mesmo quem a inventei, / Tempos atrás, / Em uma história qualquer?” “Mães têm, pelos seus filhos, amor desmesurado, / E um imensurável zelo, / Tratam deles com todo o cuidado, / Dando-lhes carinho, paixão e desvelo...” “Quem me dera poder organizar esses arquivos, / Nos hemisférios de meu cérebro, tão arcanos, / Pois algumas memórias doem como chutes nos rins! / Para que ficar me lembrando de amores furtivos, / De que me servem imagens de casos profanos, / Qual é o sentido de guardar tantas lembranças ruins?” “Ela deixou poucos lastros, / Quase nada que a lembrasse, / O vento apagou os seus rastros, / E até a lembrança de sua face.” “Teu olhar tem um quê de divino, / E inspirou-me essa espécie de hino, / Para te dizer que sem ti eu não vivo, / Mesmo sendo apenas uma pasta em teu arquivo...” “A vida é assim mesmo, nem sempre se ganha, / E a desilusão tomou conta de mim, / Quem mandou me apaixonar pela tua picanha, / Se tudo que me ofereceste foi o teu cupim?” “Gravei teu código de barras / Profundamente em minhas retinas, / E antigas paixões bizarras, / Esqueci como se fossem toxinas.” “Almas gêmeas / Que buscam a paixão, / Machos e fêmeas / Com feromônios de sobra / Para juntos gastarem, / A inventarem uma nova manobra, / Em posições nunca vistas, / E muito menos previstas, / Seus corpos a bailarem / Num balé erótico, / Improvável, insano, / Voraz, hipnótico, / No limite entre o divino e o humano...” “Por que hoje acreditei num milagre, / Pois sonhei que você ligava em meu celular, / Mas no final, o meu vinho virou vinagre, / Nessa triste noite onde sumiu o luar?” “Em minhas andanças / Pelas noites incertas, / Coleciono belas lembranças / E doces descobertas...” “Teu amor me preenche / De forma completa / E de gratidão me enche, / Por isto acabei virando poeta, / Para cantar em forma de versos / Essa tua doçura, / Que vejo nos teus universos / E provoca essa minha ventura...” “Tantas vezes nos amamos por horas a fio, / Mas depois me deixaste ir embora, / Sem me convidares para ficar / (E eu ficaria), / E quando finalmente me convidas, / Já passou da hora, / Pois o tempo é como um rio,” “Nessa corrida de obstáculos, / Para chegar afinal ao teu amor, / Rumo a teus olhos, raros espetáculos, / Esculpo versos, como se fora escultor, / Mas esses versos são estranhos, / E recusam-se a encontrar rimas, / São de diversos tamanhos, / E fogem assim que te aproximas,” “Anoitece... O sol desaparece no poente, / Levando consigo, lentamente, / O azul de teus olhos no firmamento, / Deixando-me a tristeza de tua ausência, / Que ocupa meu peito a cada momento, / Enchendo-o de saudades, sem clemência...” “Esses sons que pela noite ecoam / São apenas fantasmas errantes, / Que às vezes me abalroam, / De teu silêncio ecos distantes...” “Amores mortos não voltam mais, / E tudo o que lhe restará / Serão saudades inúteis / De momentos banais, / E de nós, tudo o que haverá / Serão recordações fúteis, / Chaves que não abrem nenhuma porta, / Antigos cartões guardados, / Velhas fotografias / Lembrando uma paixão morta, / Presentes para sempre abandonados / No fundo de gavetas vazias...” “Tudo bem, pode ir, / Não pense que me assusta, / Vá correndo encontrar / O que nunca perdeu, / Mas depois, não volte, / Não venha pedir de novo perdão, / Pois essa palavra maltrata, / E já me cansei de perdões,” “De manhã, quando desperto, tu somes, / Não passas de alguém que criei, / Apenas um desses fantasmas sem nomes, / Que em minha Poesia inventei...” “E depois, estaríamos condenados / A vagarmos como zumbis, / Devorando-nos uns aos outros, / Num futuro assustador, / Jamais imaginado pela ficção científica?” “E nessa eterna dicotomia / Eu me equilibro / Entre a vida e a Poesia / Com cada novo poema vibro / Mesmo que o mundo / Jamais o conheça / Mas quem sabe no espaço profundo / Algum novo cometa apareça” “Mas já me acostumei com essa sina, / Pois esse excesso de ideias é uma carga, / Mas, no fundo, é uma bênção divina, / E o que fazer, se a Poesia não me larga?” “E quando, bem mais tarde, em meu ombro deitares, / Em meio aos meus braços maciamente aconchegada, / Enquanto meus lábios docemente beijares, / Sussurres que esta é apenas nossa primeira madrugada...” “Que magia é essa nesse olhar tão puro, / Que me faz compreender que não sou nada? / Por que Sua luz preenche meu coração impuro, / E guia meus passos nessa longa jornada?” “Mas assim é o dom da Poesia, / Que cria universos tão improváveis, / Narrando histórias de pura magia, / Entre amantes loucos ou insaciáveis...” “Então, mergulhei ao fundo de um poço, / Do qual não havia saída, / Imerso em pesadelos até o pescoço, / Até o fim de minha vida, / E o horror embranqueceu meu cabelo, / Nessa cela mental na qual me tranquei, / Depois que mergulhei nesse pesadelo, / Do qual nunca mais acordei...” “Enrosca os braços em meu peito, / Confessa que não sabes porque demoraste tanto, / Mas não imaginavas que pudesse ser tão perfeito, / Que nossa primeira noite fosse tão cheia de encanto...” “Na primeira vez em que nos vimos, / Entre nós dois rolou um frisson, / Mesmo sem motivo, sorrimos, / Nossas risadas subiram de tom, / E, aos poucos, fui entendendo / Que não era apenas coincidência, / Nossa amizade evoluir num crescendo, / Muito além do que recomenda a prudência...” “Às nuvens eu me erguia, / Como se asas tivesse, / Ou houvesse virado um anjo, / Mesmo antes que um beijo me desse, / E nem sequer me constranjo / Em lhe confessar esse arroubo, / Mas meu coração você tomou, / E não denunciei esse roubo,” “E, um dia, já não há mais recursos, / O que havia entre os amantes se perdeu, / As vidas separadas seguem seus cursos, / Mais uma história que aos poucos morreu...” “Tu te encostaste em mim, / Tuas mãos em volta do meu pescoço, / E acariciei de leve tua pele de cetim, / Teu toque suave me causando alvoroço, / E foi assim, naquele clima sensual, / Que pela primeira vez nos beijamos, / Um beijo como nunca houve outro igual,” “Algumas decisões são difíceis, / Mas outras, são quase impossíveis, / E caem em sua vida como mísseis, / Demolindo sua mente em todos os níveis...” “Uma luz sobre nós se espalha, / Cortante como navalha, / Iluminando becos, / Revivendo rios secos, / Nos sertões, / Em míseros grotões, / Revivendo esperanças perdidas, / Sofridas, / Resgatando teu sorriso, / Que nesses versos poetizo,” “São rumorosos / Esses silenciosos / Cânticos / Quânticos / Não-ruídos / Sentidos / Por todos os lados / Mesmo abafados / Ecoam / Voam / Pelos ares / Por todos os lugares” “Afasta-te dessa escuridão / Que desde sempre te rodeia, / Desista dessa tua solidão, / E da tristeza que te permeia.” “Mas as mais lindas palavras não foram ditas ou escritas, / Só podem ser lidas com o coração, / E estão estampadas numa face, / Carregadas da mais pura Poesia, / Pois são silenciosamente expressas num olhar...” “No quarto escuro, ouvi tua voz, / Sussurrando baixinho / Que tens saudades de nós, / Mas como pode ser, se estou sozinho? / Que estranha magia, / Que feitiçaria é essa? / Será para que eu quebre a promessa / De que um dia te esqueceria?” “Até há pouco tempo, eu era inteiro, / Mas depois de ti, não sou mais, / E neste poema derradeiro, / Revelo o que não revelei jamais: / Levaste um pedaço de mim, / O mais doce pedaço que havia...” “Três... / Jogue-me na cama, e deite-se por cima, / Esfregue-se em mim com volúpia. / Dois... / Beije-me novamente, murmurando, / Dizendo coisas que nem ousava pensar. / Um... / Encaixe-me em você, por horas a fio, / E nunca mais me deixe ir embora...” “Tantos muros ergueste / Em volta de ti / E nem percebeste / Quantas vezes morri / Quantos sonhos enterraste / Em meu coração / E nem mesmo notaste / A cor que pintaste o caixão” “I’ll be only your favorite poet / ‘til our souls can met / And walk together by the ways / Of this insensible night / That mantains us apart / My soul distant of your heart / For always”



Ciranda Po Tica


Ciranda Po Tica
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores (managed)
Release Date : 2020-05-02

Ciranda Po Tica written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores (managed) this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-05-02 with Poetry categories.


70º livro do autor, no qual estão reunidos os poemas que deram ou inspiraram o título a seus livros inéditos de Poesia, todos eles publicado no Clube de Autores e na Amazon, assim como um livro de contos e crônicas e diversas coletâneas, como a série OLYMPUS (em 8 volumes com 300 poemas em cada um; o 9º volume será publicado em Julho/2020) e EROTIQUE (em 6 volumes reunindo poemas sensuais), além das edições especiais O LABIRINTO NO FIM DO POEMA (com 400 poemas para a juventude) e O LADO NEGRO DA POESIA (com 150 poemas sombrios). Outros livros do autor: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 Alguns trechos: “Não sei mais como expulsar / Esse desespero, esses desenganos. / São poucos metros a nos separar, / Mas são tantos oceanos...” “Por isto, amigo que, ao passar pela rua, / De meu destino infeliz tivestes piedade, / Soltai-me, para eu poder brindar à Lua, / O maior dom que Deus me deu: Liberdade!” “Navegava entre as estrelas, / Ao som melancólico da lua cheia, / Velas soltas aos ventos solares, / Tomando chuva de tempestades cósmicas, / Quando aportei em tua praia. / E teu mar era tão belo e profundo,” “Era assim a minha triste sina, / Pois antes que eu chegasse perto, / Ela sempre havia desaparecido, / Como se fosse um fantasma, / Ou talvez um anjo caído, / Como um sonho desfeito,” “Eu e você nadamos no Lago da Alegria, / Descemos de canoa no Rio da Magia, / Tomamos banho nas Cataratas da Ilusão, / E nos atiramos das Corredeiras do Sentimento.” “No baú de minhas lindas memórias, / A mais memorável de todas é a tua, / A mais incrível de minhas histórias, / A única que em meu coração continua, / No meio de tantas outras provisórias, / És a lembrança que o amor perpetua...” “As memórias aos poucos vão se apagando, / Mas de algumas delas eu nunca me esqueci, / De nossa paixão que devagar foi definhando, / De todas as canções que um dia cantei para ti, / Das tristezas que no coração fui guardando, / De todos os versos que nunca mais te escrevi!” “Doce vampira, chupe meu sangue, / Até a última gota, com vontade, / Até me deixar completamente exangue, / E farei parte de ti, por toda a eternidade...” “Foi pelos ares o meu padrão estético, / Sem poder disfarçar o meu desejo eufórico, / Sem dúvida, entregue pelo volume elástico... / Aí, notei que me olhavas com um sorriso cínico, / E teu olhar espelhava um rubor incrédulo, / E te aproximaste, te percorrendo um frêmito.” “Depois de algum tempo, quando a dor se acalmar, / Quando não estiver tão exposta essa dor que se vê, / Mesmo assim, não sei se conseguirei me lembrar / Que algum dia preciso me esquecer de você...” “Quero encontrar um amor que seja infinito, / Que pelos poetas seja sempre descrito, / Um amor que pela eternidade vague / Até que a última estrela se apague...” “As gotas que vejo escorrendo pela vidraça / São rastros do amor que tua ausência baniu, / Deixando-me essa saudade que me abraça / Nessa chuva inclemente que a noite não viu...” “Dentro dele, esse imenso vazio / Lembra-me o tamanho do rombo, / Quando seu iceberg abalroou meu navio, / Num pesadelo do qual ainda zombo!” “Algum dia, talvez eu seja seu, / Quando seus olhos perceberem os meus, / Antes que eles virem tristes museus! / E nesse dia, em que o rio chegar ao mar, / Entre cetins e sedas, / Ousarei percorrer as veredas / Onde o meu olhar se perdeu...” “A Poesia fluía mansamente de meus dedos, / Inspirada por essa musa sem reparos, / Entre nós dois, não havia segredos, / E navegava no mar de seus olhos claros...” “Dessa solidão incessante não tenho medo, / Mas simplesmente morro de pavor, / Por isto, meu inesquecível amor, / Minha lembrança mais querida, / Diga-me, por favor: qual é o segredo / Para viver sem você, pelo resto da vida?” “Andei seguindo os seus passos, / Em vão buscando os seus traços, / Mas nada encontrei, / E sem você, nada sei, / Sou uma fagulha perdida no ar, / Um barco sem GPS no mar, / Um triste verso sem rima, / Um salmão a saltar rio acima,” “Compus para ti uma música em ritmo lento, / A ser tocada por uma orquestra mágica / Composta de sonhos e sentimento, / Com instrumentos de precisão cirúrgica,” “Nesse triângulo escondido / Por baixo de tuas bermudas, / Meu olhar vive perdido, / Deixando que me iludas / De que um dia me deixes / Estender minhas redes / Entre esses pelos, cujos feixes / Causam-me problemas sérios,” “Virei uma casca solitária das horas, / Que se arrastam sem piedade, / Em noites insones até as auroras, / E dias vazios preenchidos pela saudade...” “Lembre-se de memórias que jamais teve, / De reminiscências que o próprio tempo esqueceu, / Para celebrarmos o amor que aqui nunca esteve, / Nesse livro de histórias que ninguém nunca leu...” “E a tua ausência me condena, / Declarando-me culpado por perder teu amor, / E em meu peito exposto gangrena / E explode de tristeza esse coração sofredor, / Que jorra saudade através de uma veia, / Transmitindo versos em línguas que nem conhece, / Para serem lidos em noites de lua cheia, / Para uma plateia que de falta de amor padece...” “Não quero os teus dotes, / Não me importam, apenas tuas paixões, / E ver teus olhos brilharem como archotes / Quando te lembrares que por ti matei dois dragões!” “Pois parece que agora é tarde demais, este planeta é controlado / Por uma espécie que domina a natureza, e a torna tão brava, / Deixando nosso grupo de invasores desse jeito encurralado / Por visões impossíveis e pelo vento que na janela soprava...” “Os mortos se levantaram dos túmulos, / Vagando como indecifráveis zumbis, / Assassinatos chegaram a seus cúmulos, / Trucidando milhares de indefesos civis... / Mulheres lindas foram trancadas em jaulas, / Os rastros de violência se espalharam, / A liberdade foi banida das aulas, / E os amantes nunca mais se encontraram...” “Mas, finalmente, a campainha toca, / Abro a porta, e lá estás, linda e atrevida, / Com um decote insinuante que me provoca, / E uma saia curta, que a avançar o sinal me convida, / E correspondes, beijando-me com fúria, / Mostrando-me que também estás a perigo, / Arrastando-me para o sofá com luxúria, / Deixando claro que finalmente ficarás comigo...” “Ainda sonhando, naquela montanha imensa, / Escrevi um poema sobre as divindades, / Em como são muito maiores do que o homem pensa, / Pois, com um bater de suas asas, mudam realidades... / Mas, quando acordei, de repente, / Estava de volta à minha solitária cama, / E pela primeira vez, dos Mistérios plenamente ciente, / Pois a pena do anjo estava no bolso de meu pijama...” “Algumas fotos suas ficaram nas molduras, / Que às vezes escondo, mas devolvo ao lugar, / Para despertarem de novo minhas amarguras, / Com esse sorriso que continua a me encantar... / A noite sempre me traz suas histórias, / E seu fantasma chora junto comigo, / Quando trago de volta antigas memórias / De fatos dos quais esquecer não consigo...” “Depois disto, a noite nunca mais foi embora, / Uma sombra encobriu até a luz do luar, / E a tristeza se instalou, pela vida afora, / E a saudade infinita tomou o seu lugar...” “Enquanto a noite estende seus véus, / A lua cintila, iluminando os céus, / E as estrelas se esparramam, solenes, / Derramando seus rastros, perenes... / O brilho das estrelas, pelo qual poetas deliram, / Percorre o espaço há milhões de anos, / E muitas delas desde então já explodiram, / E seu brilho é um desses fantasmas arcanos...” “Começas a dizer obscenidades / De como meu beijo te excitou, / Bem junto ao meu ouvido, / Enquanto teus lábios me percorrem, / Desafiando-me cada sentido, / E de tua boca suavemente escorrem / Gotas de puro prazer...” “Esse luar que em teus olhos habita / Provoca-me uma ilusão infinita / De uma paixão sem limites / Cada vez em que me fites / Como se o tempo fosse parar / Como se fosses me amar / Até o mundo explodir” “Como pôde aquele amor tão grande terminar assim, / Deixando aqui aberta essa caixa de Pandora, / Onde os males se agigantam tão perto de mim, / E essa saudade maldita, que não quer ir embora?” “Naquele teu olhar cheio de solidão, / Gélido como um floco de neve, / Não vi um respingo sequer de paixão, / Que pelo ar da noite se foi, tão leve... / Aquele teu olhar me pegou de surpresa, / Pois um dia antes, nos amamos com fervor, / Como explicar em teu rosto tanta dureza, / Um dia depois de me jurares amor?” “Conte-me histórias da fantasia de onde você saiu, / Ou, se for de verdade, diga-me de onde veio, / Conte-me suas aventuras de modo gentil, / Mostre-me a linda curva de seu seio... / Por favor, não desapareça quando eu acordar, / Pois seria uma decepção imensa / Saber que em sonhos você voltou a se refugiar, / E que teria sido tão efêmera a sua presença...” “Sinto-me com ela como um rapazola, / Apaixonado por uma colega de escola, / Inseguro, como quase todo homem, / Com as dores de amor que o consomem.” “Seduzem-me as tuas correntes, / Que docemente me tocam / E roçam-se no escuro as nossas mentes, / E trocam-se nossos sedutores olhares, / E tuas risadas gostosas me provocam, / Mas e se eu não voltar de teus mares?” “Estes são os últimos versos que escrevo / Para nosso desesperado amor, / E nessas tristes rimas descrevo / A dor que sinto por esse óbito aterrador, / Capaz de abalar a órbita de nossos planetas!” “Ah, Poesia, o que fizeste? / Conta-me o que faço agora, / Depois de tanto amor que trouxeste, / Por que a deixaste ir embora? / Ah, Poesia desalmada, / Depois dessas horas tão cruas, / Deixa a chuva varrer a calçada, / E minhas lágrimas se juntarem às tuas...” “Um verso suicida / Atirou-se na frente / De um amor desgovernado / Cansado da sua não-vida / Enlouqueceu de repente / Jogando letras para todo lado” “Por que ela teve de ir e não voltar, / E depois daquela noite não mais a vi, / Em qual estrela terá ido morar, / Será que sabe que nunca mais a esqueci?” “Por onde estiveres, meu amor te acompanha, / Em algum rincão dessa Galáxia imensa, / Mesmo em alguma estrela estranha, / Sentirás contigo a minha presença!” “Esse teu olhar atordoante / Derrubou minhas defesas num instante, / E escancarou para ti o que vai no meu peito, / Essa paixão galopante contra a qual não há jeito!” “Sou apenas um contador de histórias, / Trazidas a mim por acaso pelo vento, / Ou por algum duende que invento / E que divide comigo suas memórias!” “Como um Titanic moderno, nosso amor foi a pique, / E hoje dele não restou sequer um vestígio, / Uma tempestade bravia rompeu nosso dique, / Explodiu pelos ares o amor que parecia um prodígio!” “Estamos em completa sintonia, / Mesmo que isto seja impossível, / Um ser de carne, outro de fantasia, / Como se algo assim fosse possível!” “Pela primeira vez, fiquei calado, / E deixei você partir em silêncio, / Inconcebível, / Intraduzível... / Não lhe pedi explicações, / Nem tentei argumentar, / Pois a chuva não cai no deserto, / E em seu olhar não havia oásis, / Apenas redemoinhos e tempestades de areia!” “Na noite em que você disse adeus, / O meu mundo caiu abismo abaixo, / Meus versos se tornaram plebeus, / E meu violão se tornou contrabaixo! / Meu coração se revoltou e foi embora, / Deixando esse buraco medonho, / Essa dor que nunca melhora, / Pelo fim de meu mais lindo sonho!” “Algo assim costuma sempre acontecer / Com vidas que se cruzam, tão diferentes, / Alfas e ômegas, princípios e fins, / Almas que não se encaixam jamais, / Num jogo que não se pode vencer, / Pois amar com facas entre os dentes / Só pode levar a resultados ruins, / E a barcos atracados em diferentes cais!” “Deixe-me passar com meu cão na coleira, / Com aquele olhar tão triste como o meu, / Que por meus olhos cansados se esgueira, / Tentando resgatar o sorriso que se perdeu, / Mas mesmo aquele olhar de amor tão puro, / Não consegue reacender o pavio apagado, / Ou devolver a luz ao fim desse túnel escuro / Que leva para onde meu barco jaz, naufragado,” “Essa porta entreaberta / Que me conduz à solidão, / Numa estrada deserta, / Onde se enforcou a paixão, / Esconde atrás armadilhas, / Sombras que se ocultam / Entre suas trilhas, / Soltando gritos que se escutam / Daquelas almas penadas, / Que pagam seus pecados,” “Não quero teus beijos nunca mais, / Cansei-me de ser por ti magoado, / E depois consolado por beijos sensuais, / Para que deixasse a mágoa de lado! / Não te queria por partes, / Somente o pacote completo, / Seguindo o manual de tântricas artes, / Que de mim mantiveste secreto!” “Talvez algum dia eu resolva / Contar-te aquelas histórias secretas, / Que jamais eu contei a ninguém! / Quem sabe contar esses casos a alguém / De repente simplesmente me devolva / A vontade de revelar algumas histórias indiscretas?” “Entre tantas idas e vindas, / O amor foi se ausentando aos poucos, / Deixando para trás tantas lembranças lindas, / E os ecos de teus gritos roucos!”



Versos Que Jamais Esqueci


Versos Que Jamais Esqueci
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2021-08-12

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O 93º livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS 77. UM TROVADOR NO SÉCULO XXI 78. RESQUÍCIOS DE UM SORRISO TEU 79. CRONOS ENLOUQUECEU! 80. OLYMPUS: LIVRO VIII – MUSAS E MEDUSAS 81. SOMBRAS QUE RESTARAM DE NÓS 82. EROTIQUE 7 83. A CAIXA DE TINTAS DE DEUS 84. PONTES PARA LUGAR NENHUM 85. VELAS SOLTAS AOS VENTOS SOLARES 86. HISTÓRIAS QUE A NOITE NOS TRAZ 87. VESTÍGIOS DE UM FOGO QUE SE APAGOU 88. ARTÍFICE DE VERSOS 89. O TEMPO, ESSE CARRASCO 90. OLYMPUS: LIVRO IX – ESPARTA 91. ESSA SOMBRA EM TEU OLHAR 92. OS OLHOS MÁGICOS DA POESIA Alguns trechos: “Mas esses versos seus latejam, / E muitas vezes na mente brotam, / E as suas lembranças cotejam, / Em reminiscências que nunca se esgotam...” “E depois, descíamos num balão / Até chegarmos ao Cristo Redentor, / No espaço de apenas alguns minutos, / E então, no mar de Ipanema, / Amávamo-nos de novo, / E no sonho sentia o seu gosto. / E então de repente despertei / Para essa realidade cruel / Onde você é apenas um sonho distante...” “Nesse circo das relações humanas, / Tu és a devoradora de espadas, / Através de nossas noites profanas, / E invadindo doces madrugadas,” “Teus olhos têm uma cor / Vibrante, inexplicável, / E em silêncio falam-me de amor, / Com uma ternura inimaginável,” “Quantas travessuras / Fazemos, / Apaixonados, / Debaixo dos lençóis, / Quando vens... / Que doces loucuras / Vivemos, / Iluminados / Por esses dois sóis / Que tens...” “Palavras jorram de minha mente, / Juntando-se num verso latente, / Como se estivessem vivas, / E algo as houvesse deixado cativas, / E brotam pulsantes, / Vibrantes, / Diretas, / Insurretas,” “Invadi tuas fronteiras, / Sem passar pela Alfândega, / Sem quaisquer brincadeiras, / Apesar de minha verve pândega!” “Doce paixão / Sempre proibida / Longa extensão / Duma vida” “Depois de alguns semestres dessas disciplinas, / De mestres em Kama Sutra teremos diploma, / E, enquanto eu te treino, tu me ensinas, / E a linguagem do amor será nosso idioma...” “Pequenos gestos de amor / Podem ser capazes / De manter aquele ardor / Ou reviver jogos vorazes / Entre amantes que se fartaram / Da falta de imaginação de relações antigas” “Até que enfim, / Você me falou toda a verdade, / Que há tempos me ocultava, / Mas não precisava ser sincera assim, / Não devia me falar da saudade,” “Mas, perto de você, / Disparo a declamar poemas, / Minhas pernas viram um purê, / Mas sou salvo pelos fonemas!” “Eu tinha um nome, mas o esqueci, / E afinal, para quem isto importa? / Eu tinha um amor, mas um dia o perdi, / Sou um nome esquecido numa alma morta...” “E então, você me confessou o contrário, / E revelou que aquelas lágrimas / Eram para agradecer aqueles momentos, / Onde eu a ensinara como se pode amar / Daquele jeito insano, sem amarras / E sem qualquer arrependimento! / Entendi o alcance do que você dissera, / Mas quem imaginaria em sã consciência / Que é possível chorar de prazer?” “Que destino darei a esses versos desperdiçados, / Tantas rimas nobres em uma triste canção? / Como atiçar os olhos dela blindados, / Insensíveis a essa demonstração de paixão?” “Cometi um terrível recado mortal, / E preciso pagar por esse enterro fatal, / Devo me redimir das minhas lupas, / Pois minhas extrações não são desculpas!” “O maior mistério do Universo / Não é quem foi o seu Arquiteto, / Nem quem inventou a rima para este verso, / Ou mesmo os problemas e contratempos, / Ou a maledicência e a ofensa, / Nem de quem foi o primeiro amor secreto,” “Tudo o que eu queria era um pouco de paz, / E que tivéssemos um instante de calmaria, / Sem ter de lidar com essa sua ânsia voraz / De colocar uma pá de cal em minha Poesia...” “Às suas opiniões, sempre recorro, / E seu equilíbrio assim me norteia, / E às vezes até lhe peço socorro / Se um soco da vida me nocauteia.” “Você era tudo que eu sonhava, / O oásis que não havia / Em meu deserto, / Que somente de areia pulsava, / E eu, inútil poeta / Que perdera a inspiração, / De seus caminhos passava longe,” “Memorizo cada detalhe teu e tua cor, / Com essa minha precisão incurável, / Para não mais esquecer, por onde for, / Cada instante dessa paixão inolvidável...” “E, se alguma coisa por ti acaso eu sentia, / Em algum instante, de mim foi expulsa, / E tudo que poderás saber de mim virá da Poesia, / Que jamais te revelará por quem o meu coração hoje pulsa...” “Foi inevitável: / Nossos cromossomos se amam, / Nosso DNA coincide, / E é indesvendável / Como nossos corpos se inflamam, / Cada célula uma na outra colide!” “Não me olhe assim desse jeito, / Como se te amar fosse possível! / Mais fácil arrancar o coração do peito, / Do que cultivar um amor impossível...” “Os versos então se juntaram, / Como se fosse o seu destino / E essa canção triste formaram, / Contando esse cruel desatino, / Em veloz sucessão, / Nesses versos nada modernos, / Pois neles explodiram, em profusão, / Rimas harmoniosas,” “Contamos nossas histórias de vida, / De encontros e desencontros, / Paixões desgovernadas, / Destinos jamais cumpridos, / E prometemos um ao outro / Concluirmos enfim o capítulo / Daquela noite jamais esquecida, / Aguardando por tanto tempo sua conclusão, / Nessa nossa história ainda sem ponto final” “Tentando navegar em teu oceano de gelo, / Minha bússola quebrou, / Minha âncora se espatifou, / A desilusão embranqueceu meu cabelo.” “Depois disto, tudo viraria passado, / E o futuro, uma noite escura e imensa, / Depois do enterro desse amor assassinado / Pela sua cruel indiferença...” “Esses meus esquecimentos andam crônicos, / E quanto mais rezo, mais assombrações aparecem, / Meus amigos comigo andam lacônicos, / E, como me esqueço deles, desaparecem!” “Se te descuidas, / Um passo sequer, / Com essas relações fluidas, / Escolhes uma mulher / Sem caráter, falsa, / Uma garota de programa / Sem nada debaixo da calça, / E que jura que te ama,” “Nunca saberás / O quanto eu te quero, / Mas minha esperança perdeu o gás, / E o que resta está perto do zero!” “E, olhos nos olhos, enfim crio coragem, / E trocamos um beijo libertador, / Nossas bocas fundem-se, numa só imagem, / E então eu te declaro que o nome disto é amor...” “Em pleno meio-dia, estava escuro, / Minha lanterna ficou sem pilhas, / O passado invadiu meu futuro, / Os meus Cs perderam as cedilhas.” “Terá a 4ª dimensão regras restritas, / Como nos filmes que se fizeram / Sobre viagens no tempo, / Onde tudo quase sempre dá errado, / Ou será que tudo que modificarmos / No passado, tentando resolver paradoxos, / Terá efeitos devastadores,” “O pão da vida / É a fé verdadeira, / Que transpõe abismos, / Move montanhas, / E a crer em Deus nos convida, / E dedicar-nos a Ele pela vida inteira, / Enfrentando cataclismos / Que nos expõem as entranhas,” “Um choro novo irrompe no ar, / Mostrando que o bebê / Tão esperado chegou, / Uma lágrima doce a se derramar, / Com a doçura que só nas mães se vê,” “E vamos juntos, pela vida afora, / De mãos dadas, entrelaçadas, / Que durará aqui até nossa última hora, / Mas reviverá em nossas derradeiras moradas...” “Faça de mim seu escravo, / Enquanto eu a desbravo, / Percorro os seus íngremes caminhos, / Para descrevê-los em meus pergaminhos, / Desvendo sua mata, / Para ver jorrar a sua cascata,” “Não tenho compromisso assumido, / Exceto com o diário de bordo, / Tirei férias desse tempo profano / Sob o jugo do qual tenho vivido, / Nesse sonho do qual não acordo, / No qual há somente eu, Deus e o oceano...” “Sim, eu me lembro dela, / Um sonho que jamais floresceu, / Apesar do fogo no olhar, / Não mais que uma paixão de novela, / Uma chama que aos poucos morreu, / Mesmo com tanto amor a pulsar...” “Nesse estranho Universo / Tridimensional / E inconsequente, / Virei um ser unidimensional: / Já não tenho frente, / Apenas verso...” “Sinto tua falta mais do que reconheço / Nessa ópera bufa na qual sou o jogral, / Alegrando uma corte que mal me escuta... / Será que essa tristeza é só o que mereço, / Serão essas lágrimas apenas um sinal / Do início dessa solidão absoluta?” “Nesses teus pensamentos subterrâneos, / Será que sentimentos por mim habitam, / Ou não passam de pruridos subcutâneos / Essas chamas nos olhos quando me fitam?” “Nosso amor foi um fogo de palha, / Que num instante queimou, / Uma breve fornalha, / Que tão pouco durou, / Uma afiada navalha, / Que em meu coração se cravou,” “Para mim, és o melhor energético, / Mesmo sem recitares nenhum poema, / Basta olhar para teu corpo atlético, / Para nos imaginar numa sessão de cinema, / Tu e eu, protagonistas de um filme erótico, / Agarrando-nos, jogando as roupas pelos ares, / E depois, surfando por teu corpo hipnótico, / Catalisador de todos os meus olhares,” “Nossos milênios podem ser diferentes, / Mas e daí, se você é breu complemento? / O que morta são nossas noites ardentes, / Ficar monge de você é um tormento!” “Nosso amor espalha-se pelos ares, / Doce fonte de tantos prazeres, / Encantas minha alma ao sorrires, / Espantando de mim todas as dores, / Que se escondem bem longe, alhures.” “Fica comigo por toda a madrugada, / Revela-me teu mais íntimo segredo, / Deixa-me ouvir teu doce gemido, / Enquanto juntos formamos um todo, / Eu a explorar o teu corpo desnudo...” “This darkness you belong / It’s in your inner cells / It grows ever and ever strong / In your multiple hells”



A Porta Da Solid O


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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-03-01

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67º livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE Alguns trechos: “E, ao cruzar aquela porta maldita, / Sei que dela não haverá retorno, / Ao transpô-la, herdarei uma saudade infinita, / Que girará sobre minha cabeça como um adorno, / A me lembrar para sempre do amor que passou, / Deixando-me nesse labirinto sem saída, / Que ao final de tudo, foi só o que me restou / Até o fim dessa aventura amarga que chamam de vida...” “Nesse vaivém do tempo que nos leva, / Entre lembranças do futuro e visões do passado, / Nossos caminhos nunca mais se tocaram, / Nem no meio de um deserto onde sempre neva, / E nunca mais aconteceu você do meu lado, / Nesses dias do futuro que jamais voltaram!” “Mas, sem motivo aparente, / Um dia se encerrou a nossa turnê, / Deixando-me com essa saudade intermitente, / Que às vezes dói, sem que eu saiba o porquê!” “Silêncios são instrumentos de tortura / Às vezes usados para nos levar à loucura, / Pois os sons do silêncio são imensuráveis, / Caóticos, sísmicos, inexplicáveis!” “Minhas memórias dominas, / E esse teu perfume intenso / Não me deixa esquecer / Aquela noite distante, / Em que até o amanhecer / Tive nas mãos o teu corpo pulsante,” “Não me olhe como se fosse impossível / Um reles poeta olhá-la como a encaro, / Causando-me essa dor indescritível / Por ignorar o meu verso mais raro!” “Nessa existência que perdeu o sentido, / Depois que o amor me abandonou, / A música de minha vida virou um ruído, / As luzes se apagaram antes do final do show!” “Eu lhe respondi que minhas preces foram atendidas, / E que Deus tivera pena de minha tristeza, / Sempre tentando arranjar um meio de atraí-la, / E de alguma forma aproximar nossas vidas, / Pois seu oceano atraía minha correnteza, / Todo o meu universo girava em sua pupila.” “Será que às vezes não te dói a ausência / De nossos encontros cheios de magia, / Ou ainda tens alguma reminiscência / De nossas sessões de sexo e Poesia?” “E agora, que estamos ausentes, / Cada um em um lado do planeta, / Eu em Goiânia e tu em Pequim, / Conversando em línguas diferentes, / Tu num palácio e eu na sarjeta, / Será que ainda sentes falta de mim?” “Essas feridas virulentas / Em tua alma expostas / E que em tua volta se espalham / Revelam essas raivas sangrentas / Que dás como ácidas respostas / Às cascavéis que atrás de ti chocalham” “As piores prisões / Não têm grades, / Paredes ou celas, / Nem guardas armados, / Correntes e grilhões. / Não estão nas cidades, / Vilas e favelas,” “Um disparo soou na noite escura, / Causando sinistros calafrios / Em quem o ouviu! / Terá sido alguma vingança obscura, / Calando lábios erradios, / Para não revelarem algo vil?” “E, quando a chuva vem, soprada pelo oceano, / O lavrador mais uma vez ao Criador agradece, / Por salvar sua colheita por mais este ano, / E por Deus ouvir a sua fervorosa prece.” “Sou o rei do contrassenso: / Afogo-me em águas tranquilas, / Sobrevivo em mar aberto, / Navego em suas pupilas, / E não sei nadar num lago imenso.” “Há gente que se ofende diante de minha alegria, / E não é fácil tentar ser feliz nesse mundo ingrato, / Mas quem sabe um dia, verei a própria Poesia / Batendo palmas para mim, em meu último ato?” “Foi sem estrépito / Que virei esse carro decrépito, / Que mal dá a partida, / No final de seu tempo de vida. / Os faróis quebraram, / Todos os pneus murcharam, / A luz alta queimou, / O óleo acabou.” “Foi um esplêndido choque / Descobrir que você também me amava / Ao sentir aquele seu toque / Delicado e quente como lava” “Algumas vezes, a saudade nos assaltará, / Com uma onda terrível de nostalgia, / E uma avalanche de memórias nos atraiçoará, / Lembrando o desejo que nos atraía!” “Estrofes em beijos florescem, / Criam vida, e saem voando, / E onde nasceram se esquecem, / Mas versos já nascem amando,” “Pois afinal poetas são mesmo imprevisíveis, / Fazem brotar perfume da mais feia flor, / Mas escolhem as mulheres mais insensíveis, / Para lhes dedicarem lindos poemas de amor!” “Ela me olhou, pela última vez, / A dor estampada em seu olhar / Cheio de dúvidas e de porquês, / Onde antes brilhava um luar!” “Essa tua fonte murmurante / Ecoa teus doces gemidos / Do prazer mais delirante, / Que soam como música aos meus ouvidos!” “Eu a beijei docemente, / Enquanto num bolero rodopiávamos / Por aquele imenso salão, / E a abraçava suavemente, / Enquanto nos beijávamos, / Ao sabor daquela paixão.” “Foi então que lhe disse que sempre a amara, / E respondeu-me que aquilo não tinha explicação, / Pois, se jamais sequer pensara em nós, / Como de repente por meu olhar se enamorara, / Por que, sem mais nem menos, surgira a paixão / Que provocou aquele tremor em sua meiga voz?” “As tuas promessas eram mentiras, / Grandes como as que de outros ouviras, / Mas me deixei iludir por elas, / E construí ilusões tão belas / Sobre fundações de palha,” “Eu pensava que a felicidade / Era um ser abstrato, / Com o qual eu não tinha contato, / Até você me mostrar / O que era amor de verdade, / E como era bom se apaixonar!” “Que possam ser contadas às futuras gerações, / Sob fogueiras, à luz do luar, / Até o despertar da aurora, / Quando a Lua esconder seu dragão, / Pois mais um ano foi-se embora, / Com seu carrossel de ilusões, / Que nunca mais voltarão...” “Como foi que chegamos a esse fim, / Olhando-nos com ódio e amargura, / Quando foi que te afastaste de mim / E aquele amor intenso virou essa tortura?” “Não sei porque fui tirar sarro / Quando escutei um seu berro / Tive que reprimir um espirro / Quando me deu um esporro / Seguido de um enorme urro” “Essas procelas que se lançam / Sem paraquedas de teu olhar / De me seduzirem não se cansam / Tentando em vão me afogar” “Ando perplexo com esse caso sobrenatural, / Será que amantes confusas voltam do além? / Ou será que caí numa armadilha mental, / E conjuro fantasmas onde não há ninguém?” “Devolva um pouco do amor que lhe dei, / Rasgue os cadernos cheios de versos sem pudor, / Apague os pendrives onde gravei / Aquelas lindas canções de amor...” “Mas ela sabe que a verdade sincera / É que a vida só faz sentido / Se um estiver ao lado do outro, / E, quando brigamos e voltamos, / Aqueles dias de louca paixão / São o que há mais próximo da felicidade...” “Ponha suas coisas dentro da mala / E dê o fora! / Corra como uma bala / E vá embora...” “Ainda está longe o Carnaval, / Mas 4ª feira de Cinzas já chegou, / Nosso amor foi parar no hospital, / E nem mesmo saudades deixou!” “O amor, durou só um Carnaval, / Abstrata, a noite te levou, / Depois, jamais houve outra igual!” “Por algum tempo fomos felizes, / Antes das tempestades surgirem / E dos carinhos fugirem! / Depois, ficaram as cicatrizes, / Típicas dos amores extintos, / Após os sorrisos sumirem, / As palavras nos agredirem / E o amor se perder em labirintos!” “Até quando durarão essas desigualdades, / Famílias que passam fome o tempo inteiro, / Lado a lado nas mesmas cidades / Com ricaços que esbanjam dinheiro?” “Como terá a Vida se originado, / Em suas múltiplas facetas, / Incrível, perfeita e maravilhosa, / Perpetuando-se na memória das espécies, / Como vemos nos mínimos detalhes / Desse nosso ínfimo planeta, / Perdido num braço obscuro / De uma minúscula galáxia?” “Fugi de mim mesmo, / E numa fuga alucinada, / Saí derrubando pontes, / Demolindo muros, / Rasgando mapas, / Devorando estradas, / Em caminhos que não levavam / A lugar nenhum.” “E, desde aquele dia fatal, / Sou um poço de tristeza, / Como nunca vi algo igual, / Um copo vazio a me espiar sobre a mesa!” “Só pude deixar o poema como ficou, / Mas o final dele virou só um borrão, / E em vez de lindo, tornou-se um poema abstrato, / Naquele caderno de poemas que o fogo queimou!” “Projeto versos pungentes / Em lindas estruturas pendentes, / Que vistas de perto fascinam / E às vezes até alucinam!” “Quanto o amor dá sinais de exaustão, / É melhor ligar o sinal de alerta, / Pois, depois que se vai a paixão, / A separação deixa a porta aberta.” “Dê-me uma prova pungente / Do que sente, / Um beijo demolidor, / Ruborizador, / Que derreta meu escudo / Sisudo, / E com suas sedes, / Derrube as paredes” “Sem deixar marcas nem riscos, / Devorando-se como se fossem petiscos, / Apetitosos, submissos, / Experimentando o amor sem compromissos, / Até que as últimas defesas desabem, / Em beijos que nunca se acabem...” “E, quase invisíveis, haverá outros traços: / Dezenas de livros num site esquecido, / Páginas nunca mais alimentadas / Com poemas, fotos, piadas, abraços, / Postagens que em breve não mais farão sentido, / Memórias de mim, para sempre arquivadas.” “A compartilhar essa ternura infinda, / Sua corda a me puxar do precipício / Em cada momento difícil, / Seu sorriso firme sempre me inspirou, / E em cada um deles seu amor me salvou...” “Tell me your greatest wills / And then let me feel / As life spins the wheels / Of this unexpected love to fill”



Um Olhar Vindo Do Infinito


Um Olhar Vindo Do Infinito
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2019-08-01

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57º livro do autor dos seguintes livros, todos eles publicados no Clube de Autores e na Amazon, em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. O LADO NEGRO DA POESIA Alguns trechos: “Esse teu olhar demolidor / Fez-me pela primeira vez falar de amor, / E conhecer enfim esse sentimento tão bonito, / Um reflexo desse teu olhar vindo do infinito!” “E, num relance, percebo que esses detalhes / Jamais serão de verdade olvidados, / E em meu cérebro, perdurarão como entalhes, / Para sempre em minha memória gravados...” “E escuta com paciência seus casos / Sem nunca recriminá-la por nada / E nos alvoreceres ou nos ocasos / Abre a porteira para a próxima estrada / No fim da qual a felicidade reside / E a tristeza não tem mais lugar / Pois a sua paixão com a minha se divide / Num reino eterno onde o amor foi morar” “E, depois de horas a nos explorarmos, / Entre tantos gritos, beijos e urros, / Descubra um novo jeito de nos amarmos, / Diga que me ama entre dois sussurros...” “Nossos insensatos corações, / Por diferentes razões, / Um ao outro se ofereceram, / Mas depois disto só padeceram, / Tentando resolver seus conflitos, / Calando no silêncio os seus gritos, / Que no fundo da alma se escondem, / E à mais pura razão não respondem,” “E, nesses momentos onde fico tão frágil, / Tudo o que eu queria era lhe dar um abraço / E um beijo que lhe transmitisse amor por contágio, / E então lhe confessar que, sem você, nada faço!” “No término dessa última viagem, / Ao chegarmos afinal a esse ponto, / Onde aportaram olhares marejados, / Só o que restou dessa triste miragem / Foi a palavra “FIM” no final desse conto, / E dois corações quebrados...” “E de repente, só resta a saudade / A lembrar de momentos esquisitos, / Onde só um lado abriu a porta, / E a outra permaneceu fechada, / Mas de que afinal isto importa, / Quando se chega ao fim da estrada?” “Nesse mundo, de perdão tão parco, / Procurando culpados, eu me perco, / Pois, nesse país que virou um circo, / Cada político é um espírito de porco, / Negociando tudo com espírito de turco!” “E agora, o que eu faço, / Depois de ficar tão lasso, / Tão a você entregue, / Por muito que negue, / Ainda que quisesse / Dizer que você não me enternece, / Mesmo que não queira / Ficar com você a vida inteira?” “Fiquei ali tarado sem acreditar / Que ela pudesse ter jeito isso / Cem nem cogitar de me amar / Mesmo se eu lhe doce submisso” “No escorredor da morte / O condensado aguarda / Pelo fermento da execução, / Empregue à própria sorte.” “Em algumas dessas noites, / Desço ao inferno, mas escapo; / Nem o demônio pode comigo, / Mas quando acordo, você ainda está morta! / Nesse meu pesadelo recorrente, / Será que algum dia eu acordo / Para uma realidade em que ainda tenho você?” “Tudo o que me resta / É fazer de conta / Que não mais a quero, / Mas uma lágrima como esta / Que dos meus olhos desponta, / Tonta, revela que não sou sincero...” “Foi a noite que assim me deixou / Quando de mim te levou, / E nunca mais me devolveu, / Deixando o vazio onde havia tu e eu...” “Esses abismos que nos separam, / Ao tentar inutilmente transpô-los, / Causam feridas que nunca saram, / E tristezas para as quais não há consolos!” “Depois de me Osmar uma aula / Sobre Maria das Dores extintos, / Ela me prendeu numa Paula / Cheia de leões Jacintos!” “E sei que nunca mais serei solitário, / Pois essa magia poética que nos uniu / Guardou nossas almas juntas num relicário, / Para sempre, como ninguém nunca viu...” “Mas o que eu podia fazer, / Se em ti o meu olhar pernoita, / Tentando em vão te acender / O fogo que em meu peito se amoita, / Nessa paixão maldita que só faz doer?” “E onde havia dois hoje há quatro / A tristeza foi só o que restou / E de nossa paixão de teatro / Só uma cortina rasgada ficou” “Tanto tempo durara o prólogo, / Até o nosso caso adquirir um título, / Mas durou poucos segundos o epílogo / Daquele nosso último capítulo!” “No início da noite, chegas / E então de mim te avizinhas, / Docemente te aconchegas / E em meu ombro te aninhas. / Com carinho acaricias meu rosto, / Enquanto te afago os cabelos, / E esse amor em teus olhos exposto / Ainda me arrepia todos os pelos!” “Somos faces opostas de um cubo, / Pintadas de cores bem diferentes, / Quando você desce, eu subo, / Se choro, você me mostra os dentes!” “Escondo bem lá no fundo / De minha mente perturbada / Todo o amor desse mundo / Que para ti não é nada” “E, quando eu notar lágrimas em seu olhar, / Docemente me beije, e com seus lábios me cale, / E peça que eu lhe ensine a amar, / E em meus beijos se embale, / Esqueça o mundo que ficou lá fora, / Abrace-me com loucura, e não pare, / E se quiser, nunca mais vá embora, / Ou ao menos fique, até que a manhã nos separe...” “E, quando éramos adolescentes, / Algo então começou a mudar, / Você já não era minha amiga somente, / Andávamos de mãos dadas sob o luar...” “E naquele beijo inesquecível / Finalmente nos encontramos / Num sonho quase impossível / Onde sem querer penetramos / Sem imaginarmos se seria algum drama / A primeira vez em que nos amamos / Nós dois perdidos naquela enorme cama” “Você me drogou por completo / Arrancou-me do meu trajeto / E desviou-me para perto do inferno / À beira daquele caldeirão eterno” “Quando o verão chegar, será que voltas, / Ou seguirás tua fuga, enquanto o mundo dá voltas? / Enquanto sigo minha sina, escrevendo versos, / Terás me esquecido, entre braços perversos?” “Vestias uma sensual roupa de malha, / E a despiste, enquanto eu olhava de esguelha! / Mesmo elétrico como estou, igual a uma pilha, / Agradeço em silêncio, pela linda escolha, / Enquanto minha boca o teu corpo vasculha.” “E então te aproximas / E docemente me encaras / Teus olhos são lindas rimas / E teus lábios joias tão raras / Que na minha boca tocam / Enfeitiçando-me mais ainda / Pois até faíscas provocam / Nesse tão aguardado contato / Com teus lábios macios / Que contêm um doce extrato / De oceanos bravios / Aos quais me entrego” “Já não faz mais sentido / Continuarmos assim, / Nossa música virou um ruído, / Com seus gritos atrás de mim!” “É inútil tentar me calar. / Já é tarde demais, / Meus poemas se libertaram, / E ganharam uma força a mais, / Pois na boca do povo encontraram / Um caminho para tomarem as ruas, / Invadirem as praças e os lares, / Com seus versos e imagens cruas, / Que comentam nas mesas dos bares, / Relatando todos os horrores / Que tentam à força nos impingir, / Espalhando entre nós os terrores / Desse dogma que tenta nos destruir.” “Sou teu prisioneiro por enquanto, / Mas um dia escaparei de teu jugo, / E em teu coração cravarei uma estaca, / E quando me olhares com espanto, / Saberás que sou eu o teu verdugo, / Pois só assim o meu ódio se aplaca...” “São por tua causa / Esses poemas que escrevo, / Sem nenhuma pausa, / Onde minha dor descrevo.” “As folhas que caem pelo caminho, / Espalham um rastro triste pelo chão, / Desmanchando-se como lixo daninho, / Ao final do ciclo das coisas que se vão!” “E hoje, por acaso nos vemos / Na fila de um cinema, / E fazemos de conta que não nos conhecemos, / Que nunca lhe dediquei um poema, / E que jamais nos amamos, / Porque vemos que tudo acabou / E com outras pessoas estamos / Pois, como sempre acontece, a fila andou...” “Qual é o teu doce mistério / Por que me encantas? / Eu que era tão sério, / Não sei porque me espantas / E em teu rastro me levas, / Como é que me fazes / Confrontar minhas trevas / Com teus olhos audazes?” “Por que assim me assombras / Se as pontes de nosso amor desabaram? / Por que te ocultas nas sombras, / Foram só elas que de nós restaram?” “Que pecado você não me querer, / E nem me dar uma chance sequer / De em teus braços naufragar, / E mesmo se por uma noite apenas / Mergulhar em teu mar / E por algumas horas obscenas / Dizer-te o que nunca te disse, / Que meus pensamentos frequentas / Mesmo antes que eu te visse, / Que meus sonhos acalentas,” “Será que atenderias / Se por acaso eu te ligasse? / Será que te surpreenderias, / E o pranto rolaria de tua face? / Aceitarias um convite para jantar, / Ou irmos ao cinema, talvez? / Terias ainda aquele brilho no olhar / Como tinhas da primeira vez?” “Jamais em minha vida vi algo tão triste, / E nada que dissesse tiraria dos pais / A sensação de que o futuro será negro e triste, / E que os sorrisos não voltarão nunca mais...” “Você é muito grande para minha raquete, / Como é que eu poderia assumir esse amor? / Você anda de Rolls Royce, e eu de charrete, / Jamais passei de um infeliz sofredor.” “Era uma vez um sonho lindo / Que morreu antes sequer de viver, / Quando o dia nasceu, havia findo, / E porque veio, não chegou a me dizer!” “Hei de entortar um jeito / De acabarmos bicando juntos / Punindo com todo o respeito / Teus beijos com meus presuntos” “Ah, tristeza, largue do meu pé, / Esqueça até que eu existo, / Não fique testando a minha fé, / Pois é muito chato isto! / Vá me procurar no clube, / Quem sabe eu estou na piscina, / Gravando um vídeo para o YouTube, / Para ver se mudo a minha sina?” “Desde o dia em que você partiu / Sou apenas um morto que caminha / Pelas estradas desse mundo vil / Onde a saudade é minha vizinha” “Eu te perdoo, amor / Por cada verso manco, / Pelas páginas em branco / Do caderno de minha vida. / Passo o apagador / Sobre cada carência, / Pelas lágrimas por tua ausência, / Sobre cada ferida. / Deixo de lado / Cada palavra não dita, / Cada beijo não dado, / Cada frase maldita.” “Deus viu então, claramente, que havia errado naquele projeto, / E, para salvar o Universo daquela espécie sem noção, / Que, se chegasse às estrelas, causaria um mal sem fim, / Cofiou as longas barbas brancas por alguns instantes, / E, finalmente, com um esgar de pesar / A perturbar uma de Suas inúmeras faces, / Com um mero piparote divino, / Mudou o curso de um cometa / Que acabara de entrar no Sistema Solar...” “Tell me you’ll love me for always / Say it in so many different ways / And I’ll confess that you’re in my dreams / And you know what that means: / It’s a feeling that will live all the time / Cause your love will be my last rhyme”



Um Trovador No S Culo Xxi


Um Trovador No S Culo Xxi
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Author : Marcos Avelino Martins
language : pt-BR
Publisher: Clube de Autores
Release Date : 2020-09-07

Um Trovador No S Culo Xxi written by Marcos Avelino Martins and has been published by Clube de Autores this book supported file pdf, txt, epub, kindle and other format this book has been release on 2020-09-07 with Religion categories.


77º livro do autor, todos eles publicados no Clube de Autores e na Amazon (exceto POETICAMENTE TEU , da Coleção Prosa e Verso 2019, da Prefeitura de Goiânia - GO), em versão impressa e digital: 1. OS OCEANOS ENTRE NÓS 2. PÁSSARO APEDREJADO 3. CABRÁLIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEMÓRIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. NÃO ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOCÊ 11. ATÉ QUE A ÚLTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE NÃO VIU 14. A IMENSIDÃO DE SUA AUSÊNCIA 15. SIMÉTRICAS – 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDA) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL É O SEGREDO PARA VIVER SEM VOCÊ? 19. OS TRAÇOS DE VOCÊ 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. ATÉ SECAREM AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUSÊNCIA, QUE ME DÓI TANTO 26. OS DRAGÕES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE NÃO TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (1ª PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (2ª PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOCÊ SE FOI, MAS ESTÁ AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E NÃO VOLTOU 36. OS VÉUS DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDUÇÃO 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUSÊNCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e crônicas) 41. ESSA SAUDADE QUE NÃO QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 – EROS (3ª PARTE) 43. UM ÚLTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III – APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOCÊ FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CADÊ O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ÚLTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV – PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM 54. A NAVE QUE TE LEVOU PARA LONGE 55. EROTIQUE 5 56. O LADO NEGRO DA POESIA 57. UM OLHAR VINDO DO INFINITO 58. APENAS UM CONTADOR DE HISTÓRIAS 59. RÉQUIEM PARA UM AMOR NAUFRAGADO 60. OLYMPUS: LIVRO V – THESSALIA 61. POETICAMENTE TEU 62. AQUELA NOITE DO ADEUS 63. PASSOS QUE SE AFASTAM NA NOITE 64. FRAGMENTOS DE UM SONHO QUE PASSOU 65. OLYMPUS: LIVRO VI – PARTHENON 66. PASSAGEM PARA A SAUDADE 67. A PORTA DA SOLIDÃO 68. NUNCA MAIS TEUS BEIJOS 69. EROTIQUE 6 70. CIRANDA POÉTICA 71. AS HISTÓRIAS QUE NÃO TE CONTEI 72. A ÚLTIMA VEZ EM QUE TE AMEI 73. ESSA AUSÊNCIA QUE ME DEVORA 74. A NOITE IMENSA SEM ELA 75. OLYMPUS: LIVRO VII – ACROPOLIS 76. PORÕES E NAUFRÁGIOS Alguns trechos: “Devo ser talvez uma reencarnação, / De algum poeta que viveu séculos atrás, / Mas não há mais nenhuma donzela no balcão / Para escutar as confissões que a noite me traz!” “Quando eu te percorro, / Com minha língua sedenta, / Por cada vale e cada morro, / Novas carícias a paixão inventa...” “Eu era cego, e agora afinal enxergava / O que qualquer outro cego veria: / Aquele amor que em seus olhos brilhava / Alimentava de sonhos a minha Poesia...” “O sangue que corre em minhas veias / Deságua docemente em teu mar, / E com teus cálidos lábios bombeias / A Poesia que em mim vive a pulsar.” “Isto não passa de um engodo, / Não fazemos parte do mesmo todo, / Tudo não passa de uma ilusão, / Essa nossa desesperada paixão / Não nos levará a nada senão ao nada,” “Foi questão de um átimo, / Depois de um gole que já era o sétimo, / De um uísque escocês legítimo, / Quando eu estava me sentindo ótimo, / Que me ocorreu que esse dia podia ser o último!” “Doce brisa / Que sopra suave / A se lamentar / Em meus ouvidos / Diga a ela por favor / Que um dia precisa / Abrigar minha nave / Em seu hangar / Dos sonhos perdidos / Por causa do amor” “Tudo o que havia a dizer já foi dito, / Impossível colar corações partidos, / Morreu na garganta nosso último grito, / Nossos últimos poemas já foram escritos!” “Você grudou em minha pele, / Como se fosse uma mancha, / E, mesmo que meu olhar se estatele, / Ao vê-la chegar se desmancha, / E meu sorriso taciturno, / Que mais parecia um esgar, / Deixa de ser tão soturno, / E a Poesia vem me abraçar!” “Essa tua beleza me anestesia / E enche meus neurônios de Poesia, / Quando me fitas com esse olhar magnético, / Meu coração inicia um bater frenético!” “Mas um dia descobri que você é falsa, / Perfume barato em um frasco francês, / Não passa de uma mala sem alça, / E nunca mais quis vê-la outra vez!” “Entre na fila, / Nada tranquila, / De pessoas, / Nada boas, / Que querem me espancar, / Ou me trucidar / Pelo crime horrível, / Nessa época terrível / Dessa imortal pandemia, / De escrever Poesia,” “Será mesmo que esse seu sorriso incandescente / E esse seu olhar que me despe calidamente, / São prenúncio de um amor que jamais findará, / E para sempre em nossas vidas será tudo que há?” “E sem ti não sou nada, / Só um caso de desilusão humana, / A perambular na noite goiana, / Pelas ruas que juntos percorremos, / Nos lugares onde alguma vez estivemos, / Antes que as tristezas de vez me desmontem, / Revivendo as lembranças de nosso amor de ontem...” “As órbitas de nossos planetas se chocaram / E nossas pupilas olhares incrédulos trocaram, / Nossas mãos trêmulas se encontraram / E, quando nossos lábios se tocaram, / Nossos corações se arrebataram!” “Deus por instantes ficou curioso, / Abriu Seu portal do espaço-tempo, / E, avançando os ponteiros / Por alguns milhões de anos, / Descobriu que no futuro / Aquele lindo mundo mágico, / Pelo qual sua caixa de tintas se derramara, / Acabaria por ter apenas três cores: / O negro da noite sem fim, / O gelo do frio glacial / E o cinzento da poeira radioativa,” “Enquanto isto não acontece, / Guardo a minha dor no fundo de uma velha arca / E disfarço as lágrimas que a solidão tece / Nesse rosto onde sua ausência deixou sua marca...” “Depois, não se arrependa, / Não venha me pedir perdão, / Usando uma lingerie de negra renda, / Para ver se caio em sua sedução!” “Um dia, criarei forragem, / Para lhe contar o que cinto, / E meu clamor pedirá passagem / Para cegar ao centro de seu labirinto!” “A ampulheta do mundo ficou louca, / As areias escorrem todo dia mais depressa, / A sua esperança está cada vez mais pouca, / E a tristeza agora está em suas rugas impressa!” “Aproveitei essa salame quarentena / Para trazer um regime sério, / Mas valeu esse reforço danado, / Pois estou de novo com briga de tanquinho!” “Desvende esse mistério / E diga o que me acontece, / Por que cada vez que bebo, / Fico outra vez encantado, / Loucamente apaixonado / E doido para ficar com você?” “Ficaremos por algumas décadas em criogenia, / Mantendo nossos corpos jovens, / Enquanto o tempo fora da cápsula é implacável, / E nunca mais nos veremos / (Exceto em meus sonhos impossíveis)!” “Nosso amor foi tão breve / Solto e leve / Como uma pluma, / Mas deixou marcas profundas, / Das quais não esqueci de nenhuma, / E gerou histórias fecundas, / Nos poemas que inspiraram / E nunca mais me deixaram.” “Sei que a alegria existe, mas não a vejo, / Apenas um espantalho é o que sou, / A felicidade foi apenas um lampejo, / Pois sem ela, a minha festa acabou...” “Você olha através de mim, / Como se eu fosse transparente, / Ou se não passasse de um manequim, / Que estivesse carregando um tridente!” “Faça para mim as perguntas que quiser, / E, por mais invasivas que elas sejam, / Responderei sem hesitar, haja o que houver, / Para aplacar seus olhos, que sobre mim dardejam!” “Derrame sobre meus olhos cansados, / De olhar para você encharcados, / Gotas de seus sorrisos, verdadeiros colírios, / Capazes de aplacar os loucos delírios / Desse sonhador e vetusto esteta, / Que às vezes se disfarça de poeta!” “Nas horas mortas / Do dia, / Escancaro as portas / Da fantasia, / E mesmo desperto, / Entre sonhos trafego, / E ainda que tu não estejas perto, / Em tuas lembranças navego,” “E sem você, a vida perdeu a graça, / Os sorrisos rarearam, depois desapareceram, / E a alegria que eu tinha não existe mais, / E, quanto mais o tempo passa, / Percebo que os anos sem você varreram / A inspiração que eu tinha para outros mortais...” “Compus uma ária, / Solitária, / Errática, / Problemática, / Confusa, / Difusa, / Cheia de tons / E sobretons, / De lindos acordes,” “Há 10 anos ela espera que eu volte / De minhas guerras sem fim, / Mas, mesmo que Circe me solte, / Não há esperança para mim, / Pois, entre eu e minha amada, / Há milhares de armadilhas,” “Outro dia, insinuaram que sou fascista, / Só pode ser porque vivo encarando faces, / Só não podem dizer que sou racista, / Pois não ligo para cor ou diferença de classes.” “Derrubei ante meus pés as tuas muralhas, / Depois de ferozes e demoradas batalhas / Entre teu corpo e minhas mãos intrépidas, / E agora elas se oferecem, tépidas, / À mercê de meus sedentos lábios, / Que os anos tornaram sábios, / E se dedicam a devagar percorrê-las, / Fazendo teus gemidos chegarem às estrelas,” “Nessas histórias sem nexo que conto, / Às vezes essas paixões acabam mal, / E terminam em terríveis conflitos, / Gerando ódios intermináveis, / E brigas que não acabam mais, / Enquanto um dos dois não morrer;” “Nas palavras não ditas, / No adeus expresso num olhar, / Ficou uma pergunta a bailar: / Por que ficaram essas lembranças malditas / Daquela noite em que o Amor me deixou, / E nunca, nunca mais voltou?” “Aquele teu olhar brilhante e assustador, / Que por tanto tempo me encantara, / Já não me provoca frêmitos de amor, / Que te faziam morrer de rir da minha cara!” “Quando ela gritou: / ‘Amor, acorda!’, Era um alarme falso, / Pois já acordei, / Com a corda / No pescoço,/ Sendo empurrado / Do cadafalso!” “Mas, quando vi em teu olhar lágrimas sinceras, / E me disseste que fora isto mesmo que fizeras, / Foi então que, num relance, entendi o que dizias, / Pois era por mim mesmo aquele amor que sentias, / E te olhei, com o olhar de lágrimas embargado, / E te dei finalmente aquele beijo tão aguardado, / Pois descobri que aquela amizade tão linda / Convertera-se em um amor maior ainda...” “Mas aquele sonho que tive, / Aos poucos se eclipsou, / E o resto que ainda sobrevive / É um espectro que dos mortos voltou...” “Não imaginava que fosse tão difícil / Fazer por ti esse enorme sacrifício / De te manter tão longe de mim, / Mas sei que é melhor assim / Do que vivermos sempre atormentados / Pelos fantasmas de nossos passados, / Que estão sempre por aí, a nos odiarem, / Pelas noites sem fim a vagarem,” “Desconjuraram nosso feitiço, / Desapareceu aquela nossa magia, / A alegria tomou chá de sumiço, / Sequer um sorriso não mais se via!” “Ela segurou meu queixo, com um olhar interrogativo, / E eu lhe confessei que nunca a esqueci, um dia sequer, / E foi somente então, com minhas lágrimas comovida, / Que ela me abraçou e me beijou, e voltei a estar vivo, / E depois de uma noite de amor, voltou a ser minha mulher, / E voltamos a nos amar, desta vez pelo resto da vida!” “Sei lá, mas acho que ali acontecem coisas ruins, / Talvez andem matando gatos para fazer tamborins, / Ou políticos estabeleceram lá um antro de propina, / Ou um laboratório para fabricar outro vírus para a China?” “E esse seu olhar pecaminoso, / Por trás da máscara um sorriso luminoso, / E fez meu mundo virar do avesso, / Propiciando um novo começo, / Uma verdadeira maravilha mascarada, / E mais maravilhosa ainda sem nada, / E assim foi que demos uma figa / Para essa pandemia que dos beijos é inimiga, / E fomos muito além desse desafio,” “O mar levou nossas canções, / Nossos estribilhos ficaram pela estrada, / Sobrou esse buraco em nossos corações, / E nosso transatlântico virou uma canoa furada!” “Depois de alguns encontros / E tantos desencontros, / Finalmente chegamos a este quarto, / Eu, a olhar o teu colo farto, / Que teu vestido mal escondia, / Alimentando a minha Poesia, / Que jorrava sem cessar, / A minha ânsia de te amar...” “Escorrem pelos meus dedos, / Como se fossem mágicos, / Histórias de segredos / Sobre amores trágicos, / De infelizes amantes, / Delirantes, / Que o amor perderam, / E por isso enlouqueceram.” “Ao ler aquele convite, o poeta teve um insight, / E se lembrou, cheio de horror, daquele sonho que tivera, / Em que Deus lhe confiara uma última missão, / E tirou de seu cofre a pasta ultrassecreta / Que lhe dava controle de alguns mísseis jamais documentados, / Os quais, se disparados, dariam início à 3ª e última Guerra...” “Don’t worry my dear / My love will always be true / Don’t you fear / Calm your eyes of blue / I’ll be here / Waiting for you”